sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

O que fazer diante do golpismo da mídia?

Em função da crescente monopolização do setor, da sua perigosa fascistização e das próprias mutações em curso na área da comunicação, a questão do papel estratégico da mídia é hoje um dos temas mais debatidos em todo o planeta. Nos EUA, por exemplo, o presidente Barack Obama se recusou a dar entrevista a Fox, do “imperador” Rupert Murdoch, tratada como um “aparelho” do Partido Republicano. No Reino Unido, a “bolivariana” rainha Elizabeth aprovou uma lei duríssima contra as calúnias e difamações dos jornais privados. Já na América Latina, os governos progressistas tiveram que se defrontar com os barões da mídia, que substituíram os decadentes partidos conservadores nas suas campanhas de desestabilização política e econômica. A "Ley Resorte" da Venezuela, a “Ley de Medios” da Argentina e as novas Constituições da Bolívia e do Equador representaram momentos decisivos desta batalha comunicacional.

Já no Brasil, paraíso dos banqueiros, dos latifundiários e dos barões da mídia, o debate sobre o tema está interditado. A legislação que rege o setor é de 1962, antes da existência do satélite, da tevê a cores ou da internet. Neste longo período, 19 projetos foram elaborados para regulamentar o setor, inclusive pelos generais e pelo servil FHC, mas nenhum saiu do papel. A ditadura da mídia se impôs, esbravejando cinicamente pela liberdade de expressão. Os governos Lula e Dilma também não enfrentaram as aberrações deste setor e pagam um alto preço pela falta de coragem política. Na atual correlação de forças do Congresso Nacional – dominado pelas bancadas da bala e da bíblia, filhas pródigas dos monopólios midiáticos –, o debate sobre o tema ficou ainda mais difícil.

Mas o balanço da correlação de forças nunca deve servir para o acovardamento político, mas sim para a análise concreta da situação concreta e para definir as melhores estratégias de superação das adversidades. Com a mídia cada vez mais monopolizada e partidarizada não é apenas o governo Dilma que corre riscos; não é somente o ex-presidente Lula que sofre a desconstrução do seu legado. É a própria democracia que está em perigo; é o projeto de soberania e desenvolvimento que fica contido; é a luta dos trabalhadores pela superação da barbárie capitalista que esbarra em obstáculos intransponíveis. A batalha pela democratização da comunicação é hoje estratégica e não pode ser subestimada. E ela se dá em duas frentes, que se articulam e se complementam.

A primeira é por mudanças na legislação e nas políticas públicas que fragilizem os monopólios midiáticos e estimulem maior pluralidade e diversidades nos meios. A proposta da “lei da mídia democrática”, elaborada pelo Fórum Nacional de Democratização da Comunicação (FNDC), que congrega os principais movimentos sociais brasileiros, segue na ordem do dia. É uma bandeira de propaganda política que serve para pressionar o governo e o parlamento. Como fruto desta mobilização é possível conquistar, inclusive, algumas vitórias parciais. A lei do direito de resposta, aprovada pelo Senado e sancionada por Dilma, demonstra que isto é possível. Outras “pequenas” conquistas ajudam a reforçar a luta maior por um novo marco regulatório das comunicações no Brasil.

Ao mesmo tempo, é urgente fortalecer todos os veículos da mídia contra-hegemônica. Das rádios e tevês comunitárias, que continuam sendo perseguidas pelos poderes públicos, ao sistema público de comunicação e às novas formas de comunicação da era da internet. A imprensa sindical, com seus milhões de exemplares, a assessoria dos mandatos parlamentares, com sua estrutura mais profissional, e as centenas de blogs, sites progressistas e redes sociais jogam papel decisivo na atualidade no enfrentamento à mídia golpista. Eles não podem ser encarados como gastos, mas sim como investimentos na batalha de ideias, na luta pela hegemonia na sociedade. Os desafios estão lançados e são urgentes!

As razões da partidarização da mídia

O que explica tamanha radicalização da mídia na sua partidarização direitista? Afinal, os governos Lula e Dilma não promoveram transformações estruturais no Brasil, não afetaram os interesses econômicos das elites dominantes. No máximo, eles realizaram um “reformismo brando”, com alguns avanços sociais e a ampliação da democracia. Apesar da neurose dos “midiotas”, o país não tem nada de “bolivariano” e, muito menos, de socialista. Os ricos seguem ganhando muito dinheiro – que o digam os três filhos de Roberto Marinho, que figuram no topo do ranking da revista Forbes como os maiores bilionários brasileiros. Eles também mantêm seus privilégios, suas contas secretas em paraísos fiscais e a sua sonegação criminosa de imposto – inclusive os barões da mídia.

O ódio visceral dos barões da mídia têm razões políticas e econômicas. Ele já se manifestou em outros momentos da história do Brasil – como na cruzada que levou ao suicídio do “trabalhista” Getúlio Vargas, na campanha contra o “desenvolvimentista” Juscelino Kubitschek ou no golpe militar que derrubou João Goulart em 1964. A chamada “grande imprensa” nunca aceitou governos comprometidos com os anseios populares e com o projeto de desenvolvimento da nação – mesmo os oriundos de dissidências na burguesia. Ela sempre se comportou como um instrumento partidário da oligarquia mais reacionária, egoísta e entreguista. Daí sua histórica defesa do receituário ultraliberal, sua satanização dos movimentos sociais e seu doentio complexo de vira-lata diante dos EUA.

No caso do ex-presidente Lula, a este fator político é preciso acrescentar uma razão de classe. Os barões da mídia nunca toleraram a chegada ao Palácio do Planalto de um retirante nordestino, peão e líder grevista. Na sua mentalidade escravocrata, o trabalhador é para trabalhar. Não é para pensar e muito menos para governar um país da dimensão do Brasil. Para eles, é natural – quase sagrado – que FHC frequente a mansão de um “amigo” em Paris e seja proprietário de um apartamento de luxo em Higienópolis; é justo que Aécio Neves use um jatinho oficial para dar carona para celebridades globais e que até construa um aeroporto na fazenda do seu tio-avô no interior mineiro. Já o peão não pode ter um apartamento na praia e nem um pedalinho ou canoa de metal. Já no caso da presidenta Dilma Rousseff, é preciso acrescentar a questão do machismo – tão presente na sociedade brasileira deformada pela mídia.

O fator político, porém, não é o único motivo da imprensa para a sua radicalização partidária. Os barões da mídia não dão ponto sem nó. Eles seguem com as suas fortunas, alienando os brasileiros e explorando a mão de obra barata de seus jornalistas – inclusive daqueles que chamam o patrão de companheiro. Mas eles percebem que seu modelo de negócios está em declínio, em decorrência da explosão da internet e da própria perda de credibilidade dos seus veículos. Muitos jornais já faliram ou tiveram quedas vertiginosas de tiragem. A Folha de S.Paulo, o maior diário do Brasil, despencou de um milhão para menos de 200 mil exemplares. As revistas estão em decadência, inclusive a asquerosa “Veja”. As audiências da tevê derretem a cada dia. No ano passado, por exemplo, a TV Globo perdeu 7% do seu faturamento em publicidade. Diante deste cenário dramático, a eleição de um "governo-amigo" seria vital para reerguer o setor!

“Sangrar” Dilma e “matar” Lula

Essa cavalgada golpista, porém, não conseguiu depor o governo democraticamente eleito pela maioria dos brasileiros. No final do ano, a oposição midiática e partidária sofreu duros revezes. O herói dos fascistas mirins, o correntista suíço Eduardo Cunha, foi desmascarado na sua manobra diversionista para escapar da cassação e da prisão. A Procuradoria-Geral da República (PGR) finalmente pediu seu afastamento da presidência da Câmara Federal. Já o Supremo Tribunal Federal (STF), atendendo a uma solicitação da bancada do PCdoB, abortou a sua “comissão especial do impeachment”. Para fechar o ano goleando a mídia e os “midiotas”, os movimentos sociais demonstraram maturidade e unidade e organizaram gigantescos atos contra o golpismo e em defesa da democracia.

Mas, como já foi dito, a mídia monopolista chegou a um ponto de não-retorno. Com o desgaste temporário da tese do impeachment, ela adota uma nova tática, que consiste em “sangrar” Dilma e “matar” Lula. Atuando como um partido coeso e centralizado, que lembra a rígida disciplina militar, ela agora pauta a sua linha editorial no esforço para desgastar diuturnamente o governo, inclusive jogando no pessimismo e na paralisação econômica do país, e para evitar o risco do retorno do carismático líder petista nas eleições presidenciais de 2018. Nesta cruzada insana, a imprensa nativa bate recordes mundiais de cretinice e imundices. Vale tudo: o tríplex que não é de Lula, a sítio do amigo, os pedalinhos, o “iate” de latão comprado por R$ 4 mil pela ex-primeira-dama.

Eduardo Cunha, o correntista suíço, é poupado pela mídia falsamente moralista e segue com suas tramoias para evitar a cassação e a prisão. Aécio Neves, o “chato” que recebeu “um terço” do esquema de propina de Furnas, é tratado como santo. Geraldo Alckmin, o governador paulista que espanca estudantes e frauda merendas escolares, desaparece das páginas dos jornais e das telinhas da televisão. A forte blindagem aos tucanos confirma uma piada que circula pelas redes sociais: basta se filiar ao PSDB para não ser investigado, julgado, condenado e, muito menos, preso! Mas o contexto de adversidades não permite brincadeiras. A tática midiática de “sangrar” Dilma e “matar” Lula tem impacto no imaginário popular e terá reflexos das próximas contentas eleitorais.

Como enfrentar a mídia golpista?

Por Altamiro Borges

Não foi só Aécio Neves, o cambaleante tucano, que até hoje não engoliu a surra nas urnas em outubro de 2014 - a quarta consecutiva da oposição neoliberal no país. A mídia monopolista, controlada por sete famílias feudais, também não se conforma com a derrota. Ela fez de tudo para desgastar o governo Dilma e para blindar o senador mineiro-carioca, mesmo desconfiando do seu estilo playboy. A capa criminosa da “Veja”, a revista do esgoto, na véspera do segundo turno, foi o ápice desta cruzada para evitar a reeleição da petista, servindo de panfleto aos cabos eleitorais do presidenciável do PSDB. O nível das baixarias da campanha eleitoral já indicava que a guerra midiática era um caminho sem volta, que a partidarização da mídia chegara a um ponto de não-retorno.

A expressão de desalento de Willian Bonner ao confirmar a derrota de Aécio Neves na telinha da TV Globo foi a senha do que viria na sequência. Desde a sua posse para o segundo mandato, em janeiro de 2015, Dilma Rousseff não teve um segundo de paz e tranquilidade. A mídia partidarizada pautou as siglas da oposição, que se transformaram em meros apêndices – sem vida própria, sem rumo e sem projeto para o Brasil. O show pirotécnico da Operação Lava-Jato, com suas prisões arbitrárias, suas “delações premiadas e premeditadas” e seus vazamentos seletivos, virou o aríete dos moralistas sem moral. Não é para menos que o juiz-carrasco Sergio Moro ganhou as capas das revistonas e foi premiado como “o brasileiro do ano” pela imaculada famiglia Marinho.

A mídia ressuscitou o moribundo Tribunal de Contas da União (TCU), que nunca teve espaço em seus veículos, com o intento de fustigar o governo reeleito. Ela também deu guarita aos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para questionar as contas da campanha vitoriosa. Além de utilizar os aparatos de hegemonia do Estado, ela instigou os recalcados com os avanços sociais a rosnarem pelo impeachment de Dilma e pela volta dos militares ao poder. Jornais, revistas e emissoras de rádio e televisão convocaram escancaradamente as quatro marchas golpistas do ano passado. Após chocar o ovo da serpente durante vários anos, a mídia conseguiu tirar os fascistas do armário e lotar as ruas numa cruzada conservadora e de ódio sem precedentes na história recente do país.

Ministro da Justiça diz que Lula se comporta com "absoluta lisura"

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Moro autoriza PF a abrir inquérito sobre Lula

No término do processo, três fatos saltarão aos olhos: não serão encontradas irregularidades, o dinheiro da sociedade foi jogado fora e fez-se mas um ataque a Lula

Juiz federal Sérgio Moro autorizou a Polícia Federal a instaurar um inquérito separado para investigar as reformas do sítio de Atibaia, frequentado pelo ex-presidente Lula e sua família; investigação será sigilosa; "Este Juízo não tem óbices à efetivação do desmembramento requerido pela PF", afirmou Moro ao autorizar a nova investigação.

Novo inquérito foi assinado por Moro no último dia 4, mas foi registrado no sistema da Justiça Federal do Paraná nesta terça-feira, 9.

O Instituto Lula afirmou que o ex-presidente nunca escondeu que frequenta o sítio em dias de descanso, que não há nada ilegal nestes fatos, e que não servem para vincular o ex-presidente a qualquer espécie de suspeita ou investigação.

O PiG é o mosquito do Brasil

Americanos virão, sim, para as Olimpíadas do Rio !
(Imagem: de Belinha, no twitter)


De Fernando Brito, no Tijolaço:
Durante várias horas, ontem, os grandes sites reproduziram uma nota da Reuters de que o Comitê Olímpico dos EUA teria “liberado” os atletas daquele país para não comparecerem aos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro. por conta do vírus zika.

Foi preciso que o próprio o porta-voz da entidade, Patrick Sandursky fosse aos jornais negar “com veemência” a falsa informação, horas depois.

Não é possível que, a quatro meses das Olimpíadas no Rio, as redações não tenham o e-mail ou o telefone do Comitê Olímpico dos EUA. Ontem, carnaval aqui, é dia normal nos Estados Unidos. Simples checar a informação,que seria gravíssima, pelo simples fato de serem os norte-americanos a principal força esportiva dos Jogos.

Seria como o Corinthians, o Flamengo ou o Atlético Mineiro anunciarem que não disputariam o Brasileirão.

Mas, para quê?

É contra o Brasil e é contra o Rio (o que ainda é mais “saboroso” para quem detesta “esta bagunça” daqui…). E a turma do vira-latismo sai a latir sua zica ao país. Zica, com “c”, a antiga: do azar, infortúnio crônico e repetitivo.

Ninguém nega a preocupação e a necessidade de se combater um surto que acontece no Brasil e em mais 30 países, tanto que o pedido de US$ 2 bilhões pedidos por Barack Obama ao congresso para ações contra a doença são 80% destinados à prevenção interna e a pesquisas e apenas 20% para ações no exterior – e não se duvide que a Colômbia (amiga preferencial), o Caribe e o México (vizinho incômodo) serão os principais destinos de seu apoio financeiro, porque são os que mais ameaçam o território continental norte-americano.

Como em qualquer caso de saúde pública, mais ainda porque envolve a sanidade de fetos, todos devem colaborar, mantendo a serenidade e esclarecendo a população.

Mas não existe o clima de terror que se transmite nos jornais brasileiros.

Tanto é que o Carnaval no Rio “bombou” de turistas: até o sábado, a ocupação hoteleira estava, na média geral, em 82,2%, um aumento de 35% no comparativo com o mesmo período do ano passado. A expectativa é que esse número chegue a 85%, segundo a associação dos hoteleiros.

É 35% maior que no ano passado e nem se use o dólar para explicar, porque 70% dos hóspedes é do Brasil. É claro que os estrangeiros aproveitaram o câmbio favorável e o porto do Rio – ninguém me contou, vi pessoalmente – no domingo não tinha mais lugar para atracar, de tantos transatlânticos. Contei dez, da Ponte Rio-Niterói, mas a Secretaria de Turismo diz que eram 11. O número de desembarques no Carnaval é 85% maior que no ano passado: 130 mil passageiros, contra 70 mil em 2014.

A mídia brasileira virou um Aedes Egypti: suga e nutre-se das belezas do país e do trabalho e alegria de seu povo, mas inocula-lhe uma microcefalia que só faz ver aqui o fim do mundo, a mais desgraçada das terras, de onde o mundo inteiro foge, embora todos venham para cá: pessoas e capitais e voltem, sorrindo e felizes.

PS. Antes que os “contaminados” o digam: não se quer exterminar a mídia, até porque, pelos números da circulação dos jornais, parece que ela está fazendo isso sozinha.

Fonte: Conversa Afiada, 09/02/2016

Inserção de 2012 permanece atual


Advogado de Lula diz que o jornal Estado de S Paulo publica "novas mentiras" sobre seu cliente

Até quando essa mídia nojenta vai continuar se comportando assim?

247 – O advogado Roberto Teixeira, que defende o ex-presidente Lula, divulgou uma nota nesta segunda-feira 8 para rebater reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo intitulada "Topógrafo diz que fez alterações na área de propriedade", sobre o sítio em Atibaia usado por Lula e sua família.

O jornal, que já foi "cabalmente desmentido em relação ao que foi publicado no dia 04/02/2016 ('Compra de sítio em Atibaia foi lavrada em escritório de compadre de Lula'), segundo a defesa de Lula, volta a publicar "novas mentiras", desta vez "manipulando as palavras do topógrafo Claudio Benatti e misturando assuntos estritamente jurídicos com 'obras realizadas na propriedade'".

Leia abaixo a íntegra da nota:

Nota

Depois de ser cabalmente desmentido em relação ao que foi publicado no dia 04/02/2016 ("Compra de sítio em Atibaia foi lavrada em escritório de compadre de Lula"), o jornal O Estado de S.Paulo, que é dirigido por um conselho de credores, passou a atacar a minha atuação como advogado, buscando, claramente, fragilizar a defesa de meus clientes.

O jornal já tentou na mesma reportagem em que foi desmentido, qualificar-me como "empresário", atividade que jamais tive, pois nos últimos 46 anos me dediquei de forma ininterrupta à advocacia, tendo sido, inclusive, eleito pelos meus pares em duas oportunidades para exercer a presidência da Subsecional da OAB de São Bernardo do Campo (SP), além de ter sido presidente de banca do Exame de Ordem do Estado de São Paulo.

O jornal também mentiu ao afirmar que a compra do sítio "Santa Barbara" teria envolvido transação em dinheiro vivo no meu escritório. Demonstrei, através de documentos incontestáveis, que o preço foi pago integralmente por meio de cheques administrativos, sendo mendaz também essa versão do diário.

Na data de hoje (08/02/2016), o jornal publicou nova reportagem ("Topógrafo diz que fez alterações na área da propriedade") por meio da qual está, à toda evidência, manipulando as palavras do topógrafo Claudio Benatti e misturando assuntos estritamente jurídicos com "obras realizadas na propriedade". Como já disse anteriormente, já fiz a indicação do referido profissional a diversos clientes para dar suporte a trabalhos jurídicos envolvendo a conferência das dimensões de um imóvel ou a delimitação da propriedade. No caso concreto, o Sr. Benatti foi indicado exatamente para fazer o levantamento da área que estava sendo adquirida pelos meus clientes Fernando Bittar e Jonas Suassuna, no ano de 2010, quando prestei assessoria jurídica no processo de aquisição. Posteriormente, no ano de 2015, o mesmo profissional foi indicado apenas para subsidiar um estudo jurídico tendente à melhor divisão da propriedade. Ou seja, não houve qualquer atividade do profissional na propriedade no ano mencionado, como sugere a reportagem.

É mentirosa a afirmação de que o "topógrafo fez alterações na propriedade", uma vez que o trabalho por ele realizado teve por objetivo apenas dar suporte a providências jurídicas que estavam sob a minha responsabilidade como advogado. E este trabalho jurídico se restringiu à elaboração de documentos, como o contrato particular de compra e venda, a lavratura da escritura de compra e venda e um estudo jurídico visando a uma nova divisão da propriedade.

É lamentável a conduta do jornal, que se prestou a conceder suas páginas para a publicação de novas mentiras, como forma de tentar fragilizar a defesa jurídica dos meus clientes e retribuir o vazamento seletivo de documentos e informações, promovido de forma regular por autoridades descomprometidas com o Estado Democrático de Direito.

Roberto Teixeira

Fonte: Brasil 247, 08/02/2016

Os inimigos de Lula e os milhões de Silvas

A mentira, mesmo repetida todos os dias, não vencerá a verdade
*Jaime Amparo Alves

"Lula não é adversário, é inimigo. Ao adversário se estende a mão, reconhece-se a sua dignidade humana e se respeita as regras do jogo. Lula nunca foi aceito", analisa o antropólogo e professor Jaime Amparo Alves, em artigo para o 247.

"A Folha de S. Paulo investigou uma tal propensão genética da família Silva ao álcool, a Revista Veja já celebrou o 'câncer do presidente' e o Globo já apresentou Lula como presidiário em suas charges. Tudo isso sem falar na violência sanitarizada dos telejornais da Globo com seus apresentadores cinicamente consternados com a corrupção no país, enquanto a empresa segue mergulhada em fraudes fiscais", observa.

para o colunista, "Lula não é atacado porque fez menos do que o Brasil precisa, mas sim porque ousou arranhar a centenária estrutura hierárquica do país trazendo os pobres para o debate nacional". 

Leia a íntegra, acessando: Os inimigos de Lula e os milhões de Silvas

*Doutor em Antropologia Social pela Universidade do Texas em Austin e professor de sociologia e antropologia da City University of New York (CUNY/CSI)

Fonte: Brasil 247, 09/02/2016