sábado, 19 de dezembro de 2015

Rapidinhas

Contagem regressiva O relógio joga contra o novo ministro da Fazenda. Com a espada da deposição assombrando a presidente da República, Nelson Barbosa tem três meses para apresentar uma solução que reanime a economia sem estourar a política fiscal de viés restritivo. O governo já atua em medidas para tirar o PIB do coma antes da decisão do Congresso sobre o afastamento de Dilma Rousseff. “Não trocaremos o ajuste pelo impeachment”, diz Jaques Wagner (Casa Civil).

O tempo voa Dilma resolveu agir rápido na troca de turno da equipe econômica porque, nos últimos dias, passou a ser fortemente pressionada a colocar Henrique Meirelles na Fazenda.

Papai sabe tudo Nelson Barbosa deve dominar os debates do grupo que define a política de gastos do governo. Além do ministro da Fazenda, fazem parte da chamada Junta Orçamentária Jaques Wagner (Casa Civil) e Valdir Simão (Planejamento). Nenhum dos dois é economista.

Escudeiro Em uma recente reunião com executivos de bancos, Levy soltou o seguinte comentário, referindo-se a Dilma: “Ninguém está defendendo ela”.

Tesourinha Pesou na decisão de conduzir Valdir Simão para o Ministério do Planejamento um estudo feito por ele, meses atrás, sobre corte de gastos. O material preparado propunha redução de despesas com aluguéis e imóveis.

Eu? Simão tomou um susto quando recebeu, na própria sexta-feira, a informação de que seria convidado para assumir a nova pasta.

Muy amigo Apesar de ter sido secretário-executivo da Casa Civil nos tempos de Aloizio Mercadante, Simão e o atual ministro da Educação não se bicam muito.

Tô na moda Sondado pela cúpula do PMDB para o Planejamento, o senador Romero Jucá (RR) reagiu à oferta da seguinte maneira: “Estão me aplaudindo nas ruas justamente pelas críticas ao governo”, disse, segundo relatos.

Primeiro-ministro O senador José Serra (PSDB-SP) conversou com Aécio Neves, presidente da sigla, e propôs colocar na pauta de apoio a um eventual governo Michel Temer a mudança do regime presidencialista para o parlamentarista.

Chama os jedi 1 Após a confirmação da indicação de Nelson Barbosa, corria a piada no mercado financeiro de que Dilma entrou no clima de Guerra nas Estrelas.

Chama os jedi 2 Depois de “Uma Nova Esperança” vem agora o “Império Contra-Ataca” —uma referência aos dois primeiros filmes da saga.

Esquerda, volver O dólar, como esperado, disparou. A avaliação inicial de investidores é que a escolha de Barbosa significa uma guinada à esquerda do governo.

Canelada De Lucio Vieira Lima (PMDB-BA), sobre a mudança e a declaração de Jaques Wagner, de que “quem banca a política econômica é Dilma”: “Não adianta trocar ministro. Até o governo já confessa que, das pedaladas à inflação, a culpa é dela.”

Vitória de Pirro Mesmo com a anulação da comissão do impeachment pelo Supremo —e a necessidade da indicação de novos nomes para o grupo— o retorno de Leonardo Picciani à liderança do PMDB pode não ter valido de nada.

Próximo round Isso porque a definição ficará para 2016, o que dá tempo para que os favoráveis à deposição de Dilma elejam um aliado na disputa pelo posto de líder da bancada prevista para fevereiro.

Vem comigo Daí os acenos do governista Picciani em direção à ala pró-impeachment, com a promessa de repartir as vagas a que o partido tem direito no colegiado inclusive com a oposição.

A solidez das instituições e o início do 2º mandato


"Após resistir às chantagens e ao banditismo, finalmente terá início o segundo mandato de Dilma Rousseff", dizem, em artigo, Gisele Cittadino, doutora em Ciência Política, e o jurista Moreira.

Os dois exaltam também o papel do ministro Luis Roberto Barroso, ao liderar a derrubada do voto do ministro Luiz Fachin sobre o rito do impeachment.

"Ao posicionar o STF como garantidor da ordem democrática e do Estado de Direito, Luis Roberto Barroso agiu como responsabilidade histórica e se transformou em liderança na Suprema Corte brasileira".

Manobra da oposição é cachorrada regimental


Vice-líder do governo na Câmara Federal, Silvio Costa (PTdoB-PE), bateu duro contra a oposição por tentar mudar o Regimento Interno da Câmara na tentativa de reverter a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que invalidou a eleição da comissão do impeachment e levou o golpe contra a presidente Dilma Rousseff de volta a estaca zero.

"É uma verdadeira cachorrada regimental", disparou. Segundo ele, a oposição, juntamente com o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acabou por se tornar uma espécie de "analfabeto regimental". 

"A decisão de suspender o rito de impeachment foi baseada na Constituição, foi a instância máxima da Justiça que disse que aquela manobra era inconstitucional. Eles sabem que valem as regras do dia do pedido de impeachment e não esta tentativa de burlar o STF", disparou.

Constatação

Supremo autoriza quebra de sigilo fiscal e bancário de Renan

Pedro Ladeira - 15.dez.2015/Folhapress 
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), durante sessão legislativa

O STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou, no último dia 9, a quebra do sigilo bancário e fiscal do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB). A informação foi noticiada pela revista "Época" e confirmada pela Folha.

A medida foi autorizada pelo ministro Teori Zavascki, relator dos casos relacionados à Operação Lava Jato que tramitam na corte, e abrange o período de 2010 a 2014, segundo a "Época".

O pedido partiu do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Ainda de acordo com a publicação, o despacho do ministro que autorizou a quebra de sigilo cita propina em um contrato da Transpetro, subsidiária da Petrobras, no valor de R$ 240 milhões.

O suborno teria sido pago por meio de doações à direção do PMDB de Alagoas, que é controlado por Renan, feitas por empresas que venceram em 2010 uma licitação da estatal para construção de 20 comboios de barcaças.

Segundo a "Época", as integrantes do consórcio Rio Maguari –Estaleiro Rio Maguari, SS Administração e Estre Petróleo– fizeram dois repasses de R$ 200 mil enquanto a licitação ainda estava em aberto.

A Transpetro era então presidida por Sérgio Machado, aliado de Renan que deixou o comando da estatal no início deste ano e um dos alvos de busca da Lava Jato na última terça (15).

Seis inquéritos da Operação Lava Jato tramitam atualmente no Supremo para apurar suspeitas de envolvimento de Renan com irregularidades.

O advogado do senador, Eugênio Pacelli de Oliveira, disse estar "estupefato e indignado" com a notícia da quebra de sigilo, pois Renan teria "desde o primeiro momento das investigações disponibilizado todo o acesso" aos seus dados bancários, por meio de uma petição protocolada no STF em março.

Fonte: Folha. 19/12/2015

Sórdido o que a PF do zé faz com o Lula

Não acusam Lula de nada! É só para ameaça-lo



Sórdido o que deixa, consente, admite que a PF faca com o Lula.

Sobre o interrogatório em si, o Fernando Brito descreve melhor do que ninguém, ao tratar daPF do japonês: não há acusação contra Lula.

É só para desmoralizar um Presidente da República e preparar o terreno para o Moro prendê-lo - algemado para o jn.

Lembra a SS, a Lubianka...

O saudoso Coronel Ustra...

Esse é a PF do carcomido Ministro (sic) da Justiça.

Mas tem outra sordidez.

Tratava-se de um depoimento sigiloso, de um Presidente da República numa "investigação" de uma instituição pública.

E o jn recebe o vazamento como a matéria de principal destaque de sua edição vespertina.

Um escárnio.


O ze transformou a PF num centro de sedição.

E num covil !

Paulo Henrique Amorim, em Conversa Afiada, 19/12/2015

Foto do dia

Aeroporto de Itaituba e ao fundo a Prefeitura Municipal de Itaituba, num passado remoto

Cunha cita repasse de 5 milhões de reais da OAS a Temer


Menção ao pagamento ao vice-presidente da República consta em uma mensagem entre o dono da empreiteira, Leo Pinheiro, condenado na Lava Jato, e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

"Eduardo Cunha cobrou Leo Pinheiro por ter pago, de uma vez, para Michel Temer a quantia de R$ 5 milhões, tendo adiado os compromissos com a 'turma'", descreve o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em documento que foi assinado pelo ministro do STF Teori Zavascki, que fundamentou as buscas da Operação Catilinárias nesta semana.

Em mensagem, Cunha cita repasse de R$ 5 milhões a Michel Temer

A casa está caindo

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, reuniu indícios de que o vice-presidente, Michel Temer (PMDB), recebeu R$ 5 milhões do dono da OAS, José Adelmário Pinheiro, o Leo Pinheiro, um dos empreiteiros condenados em decorrência do escândalo da Petrobras.

A informação sobre o suposto pagamento a Temer está em uma das manifestações do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, que fundamentou as buscas da Operação Catilinárias, deflagrada na última terça-feira (15).

A menção ao pagamento está em uma troca de mensagens entre Pinheiro e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em que o deputado reclama que o empreiteiro pagou a Temer e deixou "inadvertidamente adiado" o repasse a outros líderes peemedebistas.

"Eduardo Cunha cobrou Leo Pinheiro por ter pago, de uma vez, para Michel Temer a quantia de R$ 5 milhões, tendo adiado os compromissos com a 'turma'", afirmou Janot, conforme a reprodução feita no documento assinado por Teori.

Na sequência da troca de mensagens, via Whatsapp, Pinheiro pediu a Cunha "cuidado com a análise para não mostrar a quantidade de pagamentos dos amigos".

A conversa estava armazenada no celular do dono da OAS, apreendido em 2014.

Em resposta à Folha, o vice-presidente enviou extrato de cinco doações da OAS ao PMDB declaradas à Justiça Eleitoral entre maio e setembro de 2014, totalizando valor semelhante ao citado por Pinheiro, ou R$ 5,2 milhões (leia abaixo).

A troca de mensagens entre Cunha e o empreiteiro, contudo, indica que os R$ 5 milhões foram repassados de uma só vez.

As circunstâncias do pagamento –se foi doação oficial ao partido, caixa dois ou propina –e a data da troca de mensagens são mantidas em segredo pela PGR.

No documento que está nos autos da Cantilinárias, que corre em segredo de Justiça, Cunha é descrito como uma espécie de despachante dos interesses da OAS junto ao governo federal, a bancos estatais e a fundos de pensão, mantendo uma relação estreita com Pinheiro, à época o principal executivo da empreiteira.

O documento não diz expressamente que o suposto pagamento de R$ 5 milhões a Temer era propina, mas a menção ao vice-presidente aparece em um contexto geral de pagamento de suborno a peemedebistas.

Em trecho adiante, quando menciona uma operação financeira de compra de títulos lançados pela OAS por bancos públicos, a Procuradoria aponta ingerência de Cunha para favorecer a empreiteira, "mediante o pagamento de vantagem indevida aos responsáveis pelas indicações políticas, inclusive mediante doações oficiais".

A Folha apurou que membros da PGR consideram suspeita a citação aos R$ 5 milhões por Cunha e avaliam haver indícios de ser propina.

Fonte: Folha, 19/12/2015