domingo, 16 de agosto de 2015

Turbinada por protesto, oposição retoma golpismo

Mesmo sem ter nenhuma prova concreta contra a presidente Dilma

247 - Os protestos contra o governo que levaram cerca de 795 mil pessoas às ruas em diversas cidades do país neste domingo voltaram a insuflar os ânimos da oposição no desejo de levar adiante um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Em nota, os líderes dos partidos de oposição afirmam que as manifestações apontam que o governo sofre uma "profunda rejeição" e que irão aumentar a pressão para que o Congresso leve adiante os pedidos de impeachment contra a presidente.

Por meio de nota, o presidente do PPS, Roberto Freire (SP), afirmou que o país vive uma crônica da "destituição anunciada" e que "essa manifestação foi uma vitória e ajuda as forças democráticas do País. Mostra que a sociedade não vai aceitar um acordão palaciano e entre os poderes da República".

O líder do PSDB na Câmara Federal, Carlos Sampaio (SP), também disse, por meio de nota, que "as vozes das ruas têm de ser ouvidas e respeitadas, pois representam o sentimento da esmagadora maioria de brasileiros que não aguenta mais tanta corrupção e tanta bandalheira praticadas por um governo incompetente e que levou o País ao caos político e econômico". Segundo ele, o sentimento nas ruas deve se "fazer ecoar na Câmara".

O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), afirmou que os gritos de "fora Dilma" se transformaram em uma unanimidade nacional". Para o parlamentar, que pediu a antecipação das eleições, as manifestações só irão acabar quando a presidente Dilma deixar o cargo.

"A população veio às ruas para dizer em alto e bom som que esse governo que está aí não nos representa. Não tem governabilidade e não tem legitimidade. Foram eleitos mediante mentiras e dinheiro do petrolão. E é por isso que defendo: vamos antecipar as eleições e botar o País nos trilhos", disse.

O presidente do Solidariedade, deputado Paulo Pereira da Silva (SP), afirmou, também em nota, que o seu partido irá ampliar a pressão para que a presidente Dilma "seja cassada ou renuncie para que possamos construir um novo governo sem ela e sem o PT". "Esperamos que, a partir de agora, os demais deputados e senadores se convençam de que Dilma não tem mais legitimidade para governar. O País não pode passar mais três anos assistindo a roubalheira, a incompetência e a paralisia", ressaltou no texto.

Por que Lula não aceitou ser ministro de Dilma



A recusa do ex-presidente Lula em aceitar assumir um ministério no governo da presidente Dilma Rousseff é um "raro momento de grandeza na cena política brasileira", diz o jornalista Ricardo Amaral.

"Lula considera indigno de sua história buscar, no foro privilegiado, o salvo-conduto contra as arbitrariedades da hora", afirma.

Ele diz ainda que "virar ministro seria criar um constrangimento para o governo e para a presidenta, e isso Lula não fará jamais".

"É assim que se comporta um líder, que não precisa de cargos para exercer a política e dispensa refúgio para a dignidade afrontada".

Protesto anti-Dilma é menor, mas mostra força


Manifestações deste domingo, em várias capitais do País, são menores do que as ocorridas em março e abril deste ano, mas reuniram dezenas de milhares de pessoas.

Manifestantes pediam o impeachment da presidente Dilma Rousseff e gritavam palavras de ordem contra o PT, a corrupção e de apoio ao juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da operação Lava Jato.

Os protestos pelo impeachment de Dilma acontecem em meio a um certo alívio conseguido pela presidente na última semana.

Seu governo se reaproximou do presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros (PMDB-AL), e do Senado, fazendo um contraponto à situação difícil enfrentada na Câmara dos Deputados, cujo presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) rompeu com o governo após ser acusado por um delator da Lava Jato de pedir propina.

O Brasil escolheu o caminho da racionalidade

Por que a denúncia contra o aeroporto do tio de Aécio foi arquivada?

Pista de mais de 13 milhões de reais em Claudio, uma cidade de 30 mil habitantes, nas terras da família Neves

Uma das razões que levaram o Ministério Público de Minas Gerais a arquivar a denúncia contra o senador Aécio Neves pela construção do aeroporto de Cláudio é a explicação dada pelo governo do Estado, durante a gestão do próprio Aécio, em 2009, de que o aeroporto de Cláudio fazia parte de um “amplo programa” de modernização dos aeroportos do Estado. Outra é o conteúdo de uma carta do prefeito de Cláudio, aliado de Aécio, que diz que a chave do aeroporto ficava com a prefeitura, não com um parente de Aécio.

No inquérito, não existe uma perícia sobre o preço do pista – quase 14 milhões de reais. Tampouco há um estudo independente sobre a real necessidade do aeroporto na cidade, já que Divinópolis, a menos de 50 quilômetros dali, tem um aeroporto que serve à região.

Quatro promotores que atuam na defesa do patrimônio público de Minas Gerais conduziram a investigação: Maria Elmira Evangelina do Amaral Dick, Fernanda Caram Monteiro, Tatiana Pereira e José Carlos Fernandes Júnior. Eles poderiam ter ouvido o ex-vereador do município de Cláudio Israel de Souza, o primeiro a denunciar o aeroporto como símbolo da utilização de dinheiro público para fins privados. Israel conhece toda a história.

Não há depoimentos no inquérito do Ministério Público, só documentos, e todos eles são dos órgãos oficiais, e ainda por cima emitidos no tempo em que Aécio Neves ou seu sucessor e aliado Antônio Anastasia governaram o Estado. Também foi colhida a manifestação dos advogados de Aécio.

Eu estive em Cláudio no ano passado, depois que a Folha de S. Paulo publicou a denúncia do aeroporto, e vi agora o inquérito civil sobre aeroporto, que pela segunda vez o Ministério Público mandou arquivar. Segunda vez? É isso mesmo.

A investigação começou em 2009, quando Aécio governava o Estado. A origem é um e-mail enviado à ouvidoria do Ministério Público, por um homem que se apresenta como João Guilherme (provavelmente nome fictício).

O denunciante questiona a necessidade de construção do aeroporto na cidade que tem cerca de 30 mil habitantes e é vizinha de Divinópolis, onde já existia um aeroporto regional.

O denunciante não cita o nome de Aécio, dono de uma fazenda perto do aeroporto nem cita o fato de que o aeroporto foi construído na terra do tio-avô de Aécio, Múcio Tolentino, mas, pelos termos que utiliza, tudo indica que é para Aécio que ele quer que os promotores olhem.

Quase cinco anos depois, em 14 de fevereiro de 2014, quando Aécio tinha sido anunciado pelo PSDB candidato a presidente (não tinha sido oficializado, mas fazia campanha), promotores encerraram a investigação, com a decisão de arquivá-la, pois consideravam o aeroporto de Cláudio não representava mau uso de dinheiro público.

O nome de Aécio ou de qualquer membro de sua família não aparecem no inquérito. O nome do ex-governador só vai ser relacionado ao aeroporto em julho do ano passado, cinco meses depois da decisão do primeiro arquivamento do inquérito. Aécio já estava em campanha para presidente, quando a Folha de S. Paulo publicou a reportagem.

Com a publicação, o Ministério Público reabriu a investigação, para apurar ato de improbidade administrativa (um dos tipos de improbidade é caracterizado quando governante ignora o princípio da impessoalidade). Construir aeroporto nas terras da família não seria propriamente atitude desprovida de interesse próprio.

Mas, no último dia 7 de julho, decorrido um ano da reabertura do inquérito, os mesmos promotores decidiram mais uma vez arquivar a denúncia, e mais uma vez o inquérito só traz a versão oficial – a do governo do Estado ao tempo em que Aécio governava o Estado, e a da prefeitura de Cláudio no presente, que diz que é mentira a denúncia da Folha de que a chave do aeroporto ficava com o tio de Aécio.


Quando estive em Cláudio, ouvi de mais de uma pessoa que no aeroporto só entrava quem o tio de Aécio deixasse. Inclusive, por generosidade dele, é que aficionados do aeromodelismo usavam o local para festivais. Também vi que o cadeado era diferente daquele mostrado em foto da Folha. Segundo um morador, a troca ocorreu depois da denúncia, supostamente pela recusa de Múcio de devolver as chaves.

Em uma conversa com o filho de Múcio Tolentino, Kedo, primo de Aécio, ouvi o que ele disse sobre a intenção de um industrial da cidade em relação ao aeroporto. “O Pedro Cambalau me disse que, se o Múcio deixasse, ele usaria o aeroporto”. Como assim, Múcio deixasse? Não era a prefeitura que tinha as chaves?

Para verificar que em Cláudio o aeroporto foi colocado na frente de muitas prioridades, não é preciso muito esforço. Nas ruas, qualquer pessoa diz que é absurdo construir aeroporto numa cidade que não tem um grande hospital.

A denúncia anônima que deu origem ao inquérito não cita o município mineiro de Montezuma, onde família de Aécio tem uma fazenda e outro aeroporto foi reformado. Mas os promotores incluem o nome Montezuma e estabelecem uma relação entre esta obra e a de Cláudio, sem mencionar que a família de Aécio também, em tese, se beneficiou com a obra em Montezuma. Os promotores preferem falar de uma suposta suspeita de superfaturamento e afastá-la por completo.

“Restou esclarecido que as obras no aeródromo do Município de Cláudio-MG referem-se à ampliação e ao aumento da capacidade, seguindo rigorosos requisitos técnicos, enquanto que as intervenções no aeródromo de Montezuma-MG referem-se apenas a duas pequenas intervenções visando à recuperação e o apoio à estrutura já existente”, escreveram os promotores.

O que vi nos dois inquéritos do Ministério Público não é o mundo real. Mas produziu efeitos na realidade política do Estado. O PSDB de Minas divulgou nota para dizer que a decisão “demonstra a exploração política injusta que o tema teve durante as eleições do ano passado”. Aécio não quis comentar. E precisava?

Fonte: DCM, 16/08/2015

Comentário pertinente

Esses moralistas da lava jato devem rever seus procedimentos, pois até agora apenas o PT paga caro por atos que todos os partidos praticam. (Antonio Pereira)

sábado, 15 de agosto de 2015

Rurópolis, a futura capital do estado do Tapajós. Por que?



Não demora e vão encontrar um jeito para emancipar politicamente e administrativamente a região do Tapajós e aqui nascerá o Estado do Tapajós, um sonho acalentado a mais de um século.

O passo seguinte é a escolha da capital e a cidade que pode ser uma belíssima capital do Tapajós é Rurópolis. Por que? Fácil, Rurópolis é uma localidade plana, uma cidade pequena que pode dar lugar a uma cidade grande e planejada.

Além disso, Rurópolis fica na parte central do futuro estado o que possibilitaria e facilitaria o acesso dos interessados à capital. Melhor, Rurópolis é cortada por duas rodovias federais, a BR 230, conhecida como Transamazônica e a BR 163, conhecida como Cuiabá/Santarém. 

Eu diria mais, a escolha de Rurópolis como futura capital do estado do Tapajós, evitaria a ciumeira de muitos com relação a Santarém sediar o novo estado.

Mas, por falar em estado do Tapajós, que tal a gente acender essa chama? 

Lula acusa Globo de mentir sobre imóvel no Guarujá



Em nota, Instituto Lula afirma que o fato de negar que o ex-presidente seja dono de um apartamento no Guarujá – mesmo que tenha condições para isso, por sua trajetória e atividade profissional como palestrante – não impediu o jornal O Globo de dar uma matéria "mentirosa, com um título sensacionalista na primeira página chamando o edifício de 'prédio de Lula' e cravar de novo que Lula seria dono do tríplex" na última quarta-feira.

Ontem, nova reportagem sobre o assunto "levantou ilações sobre possíveis operações financeiras do empreendimento estarem relacionadas a empresas envolvidas na Operação Lava Jato".

O vale tudo da Polícia Federal contra Lula

Quem controla a PF? Até quando seremos obrigados a engolir vazamentos criminosos da Polícia Federal?  Ou será que viramos um estado policial, em que a PF não presta contas a ninguém?


Quebrar o sigilo bancário de Lula e passá-lo logo a quem, a Veja, foi um golpe de extrema sordidez. O objetivo foi apenas confundir uma parcela dos leitores incapazes de qualquer tipo de discernimento. Não houve nada de interesse público na operação. Ao contrário, foi um ataque sinistro ao interesse público, dado que o estado não pode invadir a conta de ninguém e nem, muito menos, torná-la pública por vias escusas. É, repito, uma manobra para manipular pessoas.

O que você esperar encontrar na conta de alguém que há quatro anos faz palestras na casa de 150 mil dólares? Lula é um dos mais caros e mais requisitados palestrantes do circuito mundial. Suponha que ele em determinado momento tenha feito duas palestras por semana. Vou até baixar o preço: 100 mil dólares. Oito por mês — o que configura uma agenda tranquila — dariam 800 mil dólares, coisa de 2,5 milhões de dólares no câmbio de hoje. Desconte impostos, taxa de agente, o dízimo petista e outras coisas. Sobra muito dinheiro, 1 milhão de reais por mês, por aí.

Desde que Lula deixou a presidência, já se passaram meses suficientes para que ele montasse um patrimônio considerável. Na última campanha, a Folha noticiou que Marina — que figura na segunda ou terceira liga das palestras — levantara com elas 1,6 milhão em três anos. E ela não tinha e não tem acesso ao roteiro internacional.

Fazer palestras milionárias ao fim da presidência se tornou comum com a globalização dos anos 1980. Ronald Reagan e Margareth Thatcher foram os primeiros ex-líderes a ganhar fortunas com isso. Seus sucessores, Clinton e Blair, se tornariam também estrelas das conferências. (O colunista da Veja Reinaldo Azevedo conseguiu dizer que Thatcher morreu pobre, no pseudo-obituário que fez. Apenas uma casa que ela deixou em Mayfair, a área mais nobre de Londres, vale mais de 10 milhões de dólares.)

No Brasil, o primeiro a palestrar com cachês milionários foi FHC. Numa matéria da Piauí, algum tempo depois de deixar o Planalto, ele contou que comprou malas vermelhas para facilitar recolher a bagagem em suas múltiplas viagens internacionais para fazer palestras.

Lula seguiu os passos de FHC, e de tantos outros. Uma questão honesta – e que valeria para todo mundo – é se os cachês não são absurdamente altos. Ex-presidentes têm pensões vitalícias exatamente para prevenir dificuldades pós-poder. Nos Estados Unidos, a pensão foi introduzida em 1955, por conta da precária situação financeira do ex-presidente Truman.

Mas é claro que nem a Polícia Federal e muito menos a Veja têm qualquer propósito honesto ao trazer à tona o saldo bancário de Lula. O mais irônico é que as consequências práticas serão irrelevantes.

No DCM, em circunstâncias completamente diferentes, abordei criticamente o mercado de palestras milionárias para ex-presidentes. Citei Lula, e vi depois qual era o tom com que os petistas reagiram. Imaginei que haveria algum tipo de indignação pelo menos em alguns. Nada. Os leitores diziam o seguinte: “Dos ricos, o Lula cobra muito. De nós, não cobra nada. Deixa ele em paz.”

De tudo isso, sobra que a direita quer, desesperadamente, pegar Lula. Não há ninguém, entre os conservadores, capaz de enfrentá-lo em 2018. E então vale tudo para tirá-lo da disputa — incluído aí transformar o Brasil num estado policial.

Fonte: DCM, 15/08/2015

PF passa para Veja dados da quebra de sigilo de Lula

Reportagem teve acesso a relatório sobre atividades da LILS, empresa de palestras do petista. Se a própria revista afirma que é legal e normal que ex-presidentes ministrem palestras – citando inclusive os casos de FHC e do norte-americano Bill Clinton –, por que apenas Lula teve seu sigilo bancário quebrado? Quem autorizou a quebra de sigilo bancário do Lula? Qual é a relação entre a PF e a Revista VEJA?


Oficialmente, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não é investigado pela Operação Lava Jato, o que já foi dito por diversos integrantes da força-tarefa paranaense.

No entanto, surgem indícios eloquentes de que Lula talvez seja o próximo alvo da operação. Ontem, o jornal Estado de S. Paulo divulgou uma conversa grampeada pela Polícia Federal entre ele e Alexandrino Alencar, um dos diretores da Odebrecht presos na Lava Jato (leia mais aqui).

Hoje (15), a revista Veja quebra o sigilo bancário do ex-presidente. Segundo a publicação, os dados foram obtidos a partir de um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) enviado à Polícia Federal e aos integrantes da força-tarefa paranaense.

De acordo com o relatório, a LILS, empresa de palestras do ex-presidente Lula, faturou R$ 27 milhões, desde que ele deixou a presidência da República. Destes, cerca de R$ 10 milhões teriam vindo de empresas investigadas na Lava Jato, como Odebrecht (R$ 2,8 milhões), Andrade Gutierrez (R$ 1,5 milhão) e OAS (R$ 1,4 milhão).

Essa devassa bancária contra um ex-presidente da República apontou também a destinação dos recursos. De acordo com o relatório, a LILS aplicou R$ 12,9 milhões, fez um plano de previdência privada no valor de R$ 5 milhões, recolheu R$ 3 milhões em impostos e fez transferências de R$ 4,3 milhões.

A quebra do sigilo bancário aponta até os repasses feitos por Lula a alguns de seus filhos. Lurian, por exemplo, recebeu R$ 385 mil. Luis Claudio ganhou R$ 209 mil e Sandro recebeu outros R$ 80 mil.

Veja abre sua reportagem dizendo que palestras de ex-presidentes não são ilegais. A revista afirma que Fernando Henrique Cardoso faz isso com frequência e que Bill Clinton é um dos campeões da modalidade, tendo recebido centenas de milhões de dólares por esse trabalho.

No entanto, apenas Lula, que deixou o Palácio do Planalto como o presidente mais popular da história do País, teve seu sigilo bancário quebrado, com a intenção clara de desmoralizá-lo.

Nas últimas semanas, o ex-presidente tem sido aconselhado por aliados a aceitar ser ministro do governo Dilma. Assim, ele passaria a ter direito ao foro privilegiado e só poderia ser alvo de ações movidas nos tribunais superiores.

Fonte: Portal Forum, 15/08/2015