domingo, 3 de maio de 2015

O 1º de Maio e a brutal repressão da polícia contra os professores

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"As notícias deste primeiro de maio se traduzem agora nas greves dos professores. Do Paraná, vem a brutal repressão da polícia contra os professores. Ali, a pedagogia que está vencendo são bombas, espancamentos e balas de borracha. 213 feridos e gritos de hurra no palácio em Curitiba", esse foi o tom da coluna Prosa, Poedia e Política, tocada pelo jornalista e escritor Urariano Mota.


Durante sua reflexão ele lembrou que em outros estados a situação é a mesma. "Em Pernambuco, não é diferente. O governador, durante a campanha, prometeu um aumento de 100% para os professores. Isso mesmo: 100%. Mas agora, no governo, diante da greve dos mestres pernambucanos, fala que tudo mudou. Os professores querem, pelo menos, a aplicação do reajuste de 13,01% referente ao Piso Nacional dos Professores para todos mestres. Projeto de lei aprovado na Assembleia Legislativa de Pernambuco, no dia 31 de março, prevê o reajuste para menos de 10% da categoria. Eu não sei como as pessoas prometem mundos e fundos na campanha, depois retiram o prometido, e saem com a cara mais limpa ao sol do meio-dia".

Fonte: Vermelho.org.br

sábado, 2 de maio de 2015

“Língua”

Poesia de Gilberto Mendonça Teles
Língua
Esta língua é como um elástico
que espicharam pelo mundo.
No início era tensa,
de tão clássica.
Com o tempo, se foi amaciando,
foi-se tornando romântica,
incorporando os termos nativos
e amolecendo nas folhas de bananeira
as expressões mais sisudas.
Um elástico que já não se pode
mais trocar, de tão gasto;
nem se arrebenta mais, de tão forte.

Um elástico assim como é a vida
que nunca volta ao ponto de partida.

Sindicato dos Petroleiro desmascara mídia: "“Descoberta do pré-sal feriu interesses internacionais”


O representante da FUP (Federação Única dos Petroleiros ) João Antônio de Morais deu uma entrevista esclarecedora para a Rede Record

” Nós trabalhadores, que somos mais de 85 mil diretos e 300 mil indiretos, estamos preocupados com toda essa movimentação da mídia. A descoberta do pré-sal feriu interesses internacionais e também de grupos nacionais ” (João Antônio de Morais)

vale a pena assistir:

Presidente do Sindicato dos Petroleiros é entrevista pela Record 

Fonte: Brasil 29, 06/02/2015

MP constata precariedade na merenda escolar de Itaituba, PA

Alimentos sem procedência e data de validade foram encontrados. Cozinhas estavam fora dos padrões de higiene e sujas de fezes de ratos.

Do G-1 PA, 25/09/2014

Vistorias realizadas pela promotoria de Justiça de Itaituba, sudoeste do Pará, constataram precariedades de algumas escolas municipais e das instituições de acolhimento de adultos, crianças e adolescentes, de acordo com dados do relatório divulgados na quinta-feira (25/04).

As vistorias tiveram o apoio das técnicas Maria do Carmo Andion Farias e Diana Barbosa Gomes Braga, lotadas na Câmara Técnica do MPE, e contou com o acompanhamento de agentes da Vigilância Sanitária do município.

Merenda
Itaituba escola (Foto: Divulgação/MPPA)
Nas escolas, a ação foi voltada para verificar a qualidade da alimentação escolar, quantitativo de corpo docente e infraestrutura das instituições escolares.

Dentre as irregularidades identificadas com a merenda escolar, destacou-se a escassez dos produtos utilizados no preparo da alimentação das crianças, acondicionamento incorreto, alimentos sem procedência e data de validade, cardápio improvisado e a falta de atuação de um profissional da área de nutrição.

Durante as vistorias dos fornecedores da alimentação escolar, o promotor João Batista conta que "houve diligência que culminou com a interdição da indústria de manipulação de alimentos Shyane, por falta de registro no órgão competente e ausência de condições higiênico-sanitárias durante a elaboração dos alimentos, produtos expostos à temperatura ambiente, inclusive a polpa de fruta destinada à merenda escolar".

Quanto à instituição de acolhimento de crianças e adolescentes, a higiene estava inadequada, cozinha fora dos padrões da legislação vigente, acondicionamentos inadequados dos alimentos, cardápio improvisados e não elaborados por nutricionistas, sem atentar para as diferentes faixas etárias das crianças e dos adolescentes, além de ter sido constatada uma grande quantidade de fezes de roedores na área externa do abrigo.

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sexta-feira, 1 de maio de 2015

Terceirização Total: será preciso um novo primeiro de maio?

Operários - Tarsila do Amaral

Murilo Oliveira*

Nos setenta e três anos da CLT, a lei de terceirização aprovada pela Câmara dos Deputados (PL 4.330/2004 com as inúmeras emendas e acréscimos) se mostra como o maior ataque à proteção trabalhista na história brasileira. A pretexto de regulamentar a corriqueira prática empresarial de terceirizar mão de obra, a proposta introduz no sistema trabalhista o padrão de duzentos anos atrás das relações de trabalho: a “marchandage”.

O que se diz como a “moderna” gestão da empresa é a velha marchandage, que era definida na França no Século XIX quando um mercador alugava seus trabalhadores para as empresas em troca de lucro. Na terceirização permitida para todos os setores da empresa, o empresário não precisará mais ter empregados, bastando alugar todos os seus trabalhadores perante um outro empresário (também vulgarmente chamado de “gato”) numa “terceirização” total. Ainda pior ocorreu no final da votação: foi incluído o permissivo para que um trabalhador de uma empresa seja agora contratado como “empresário individual”, logicamente sem nenhum direito trabalhista.

Admitir esse “aluguel” de pessoas colide com toda a história do Direito do Trabalho, uma vez que há quase cem anos se proclamou que “o trabalho não pode ser tratado como mercadoria” (art. 427 do Tratado de Versalhes de 1919 e texto da Declaração Universal dos Direitos do Homem de 1948). Não sendo mera mercadoria, não pode ser o trabalhador alugado na atividade principal e regular da empresa, embora em muitas terceirizações haja apenas “locação de mão de obra” da prestadora (empresa empregadora) em favor da tomadora (empresa na qual trabalha o terceirizado).

Mas se pode perguntar qual o problema em “alugar pessoas” para sua atividade empresarial permanente e principal? Para o empresário não há problemas, mas sim soluções, pois se poderá até conseguir reduzir custos, mesmo que tenha que pagar o lucro do “Gato”. No outro lado, o trabalhador não mais se vincula em termos de categoria econômica à empresa que trabalha, perdendo os direitos ajustados pelos sindicatos, em clara medida de enfraquecimento dos sindicatos. No caso da conversão do antigo empregado em “empresa individual”, há exclusão total dos direitos trabalhistas e da proteção social. 

Em breve, será perceptível que as empresas não terão mais empregados e sim apenas colaboradores terceirizados. Ficará claro, por exemplo, que mesmo trabalhando em um banco nas típicas atividades de bancário, o trabalhador não terá os direitos especiais dos bancários ou até que os frentistas de postos de gasolina serão doravante empresários individuais. Diante desta precarização, as lutas trabalhistas vão ressurgir na rua combatendo esta falsa regulamentação da terceirização. Relembrando o passado, a pergunta se impõe: Será preciso um novo primeiro de maio para lutar contra esta precarização dos direitos do trabalhador?

* Juiz do Trabalho e Professor da UFBA

Fonte: Blog do Gerivaldo Neiva,01/05/2015

Vaccari e Aécio: dois citados na Lava Jato. Enquanto um está preso, o outro pede impeachment


A imprensa sonha com o golpe de noite e tenta transformá-lo em realidade de dia. É assim que fazem os partidos de oposição ao governo federal (PSDB, DEM, PPS, PV e SD), estão se organizando para atuar conjuntamente no pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, mesmo sem haver qualquer prova ou indício que a envolva na Operação Lava Jato.

Cada dia fica mais claro que a Lava Jato que tem entre os seus indiciados parlamentares de vários partidos, entre eles o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, o do Senado, Renan Calheiros, e o ex-coordenador da campanha de Aécio Neves, ex-governador de Minas e atualmente senador Antonio Anastasia, está se tornando um segundo tempo da Operação Mensalão, quando todo o foco foi dirigido ao PT.

Nesse contexto chama atenção o tratamento diferenciado em dois casos emblemáticos, não só pela mídia, mas pela justiça. João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, que está preso. Vaccari foi citado nos depoimentos de delatores da operação. O juiz federal Sergio Moro foi atrás de algo que pudesse incriminar o petista.

Já no caso de Aécio Neves (PSDB), ele foi citado pelo doleiro Alberto Youssef que disse que o senador teria recebido recursos desviados de Furnas, através de sua irmã. O doleiro ainda afirmou que recolheu dinheiro de propina na empresa Bauruense, que prestava serviços para Furnas, duas vezes. Em uma delas, faltavam 4 milhões de reais. E foi avisado que o PSDB já havia coletado a quantia.

Mas as citações sobre o envolvimento de Aécio no caso de Furnas foram arquivadas pelo STF à pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

E agora, livre de qualquer investigação, Aécio comemora a prisão de Vaccari e a articula o impeachment de Dilma. E junto dele, com a mesma cara de pau, está o presidente do DEM, Agripino Maia, acusado de receber R$ 1 milhão em propina num esquema de inspeção de veículos em seu estado, o Rio Grande do Norte. Se o leitor quiser saber mais sobre o caso, basta lê-lo aqui.

A qualidade de uma democracia se avalia nos detalhes. Enquanto grãos-tucanos comprovadamente corruptos e envolvidos em grandes escândalos não forem presos e tratados como qualquer político de outra agremiação, não se poderá dizer que vivemos numa sociedade de direitos equivalentes.

É por isso que num recente debate pelo twitter com Vinicius Wu, assessor do Ministério da Cultura (Minc), o deputado Jorge Pozzobom (PSDB-RS), disse: “Me processa. Eu entro no Poder judiciário e por não ser petista não corro o risco de ser preso”.

Parabéns, professores do Paraná, vocês tiraram o bicho da toca



Ontem o Brasil viveu um dos episódios mais chocantes da história da luta dos professores em defesa da educação e dos seus direitos. A bárbarie perpetrada em Curitiba pelo governador Beto Richa e o seu secretário de Segurança Pública, Fernando Francischini, com centenas de educadores feridos, demonstra o quão violento é o braço político-judicial que se arma a partir do Paraná com o objetivo de endireitar o país.

Francischini é o símbolo mais caricato dessa troika. Ela se tornou secretário de Segurança do Paraná depois de ter virado símbolo nacional de uma guerra ao PT e aos direitos humanos na internet. Com uma ação muito bem coordenada na rede, esse inexpressivo delegado foi se tornando ícone daquela gente que desfilou no dia 15 de março fazendo selfies com a PM e portando faixas de intervenção militar.

A estratégia deu certo e lhe rendeu 160 mil votos, praticamente 3% do total do estado, o que é bastante para um candidato a cargo proporcional. E já em dezembro de 2014 Beto Richa nomeou-o secretário de Segurança Pública.

Até aquele momento o governador do Paraná era o bom moço que tinha sido reeleito no primeiro turno e que se vendia ao Brasil como eficiente administrador público. Já havia quem o recomendasse como uma opção tucana, inclusive, para disputar a presidência da República.

Do mesmo Paraná, o juiz Sérgio Moro foi se consolidando no final do ano passado como o algoz da corrupção. Impôs um estado policial no país a partir de sua jurisdição e se tornou o nosso Eliot Ness tupiniquim.

O 15 de março foi em boa medida construído a partir do que essa República do Paraná oferecia ao Brasil: combate à corrupção, guerra ao PT e aos direitos humanos. Inclusive a guerra suja na internet tem sido fortemente operada a partir do DDD 41, por gente que trabalha em gabinetes de parlamentares e em governos.

Ontem essa República do Paraná, porém, testou um dos limites mais caros à democracia. Ela não se importou em colocar suas tropas para massacrar professores.

Ao mesmo tempo, também ontem se descobriu que o delator do senador Anastasia, o policial federal conhecido por Careca e que foi libertado por Sérgio Moro, está foragido. Ou seja, o inquérito contra o parlamentar fica interrompido enquanto isso.

O jogo começa a ficar mais claro. A Operação Paraná mostra sua verdadeira face. E se por um lado isso deixa a disputa mais transparente, por outro é preciso saber como jogar esse novo jogo com uma nova direita violenta e golpista que se mostra articulada em várias esferas.

Os professores que ontem foram massacrados podem ser a chave para enfrentar esse processo. O Brasil tem uma dívida histórica com esse segmento e não há nada melhor do que investir em educação para se derrotar a estupidez e a barbárie. Parabéns, professores do Paraná, vocês tiraram o bicho da toca.

Fonte:Revista Forum, 30/04/2015

Modernidade tecnológica na Educação do Pará



Até a presente data, os professores da Educação Estadual do Pará, não têm acesso acesso aos seus contracheques e não foi pago o salário de abril. Não sabemos a nossa lotação. O site do SEDUC, que poderia disponibilizar essas informações aos servidores, está em manutenção. Isso não acontecia há uns 15 anos. É a modernidade tecnológica do Helenilson Pontes!

Inaugurada há 43 anos, Rodovia Transamazônica ainda não tem asfalto

Estrada corta sete estados e tem mais de quatro mil quilômetros de extensão. Primeiro trecho foi inaugurado em 1972



Entre as pessoas que vão pegar estrada nesse feriado, as que passarem pela Rodovia Transamazônica não vão ter diversão nenhuma. Ela corta sete estados, com mais de quatro mil quilômetros de extensão.

O primeiro trecho foi inaugurado em 1972, durante o governo militar. Mas, 43 anos depois, metade da Transamazônica ainda não recebeu asfalto. Os repórteres Mário de Paula e Fabiano Villela registraram o resultado disso no Pará.

Pegar a Transamazônica, no sudoeste do Pará, é como pilotar no deserto. Ou em uma trilha no meio da mata, cheia de buracos e pontes precárias. E quando você acha que nada pode ser pior: a viagem foi interrompida no quilômetro 211 da Transamazônica, entre os municípios de Rurópolis e Placas. Nenhum veículo consegue passar. A explicação está bem na frente: uma carreta e um ônibus atolados.

“Água é o que a gente ganha dos outros. Passa um dá água, passa outro arruma ou vai buscar. E a comida vai acabando”, afirma o caminhoneiro Oséas Ramos.

Para sair dos atoleiros, só com a ajuda dos colegas ou pagando até R$ 100 pelo serviço de um trator.

Em outro trecho da BR-230, entre Pacajá e Novo Repartimento, o motorista do caminhão de cimento pisa fundo, mas não consegue vencer o lamaçal. São tantos acidentes na rodovia que os motoristas tentam se prevenir.

Jornal Nacional: O que o senhor está fazendo?
Joviano José Antônio, caminhoneiro: Eu estou retirando a parte inferior do para-choque, porque onde tem esses barros, enrosca e arranca fora.

A gente acabou de conversar com o motorista que retirou o para-choque e ao lado, um o ônibus parou no buraco.

“Ainda bem que não está molhado, se tivesse molhado já era”, diz o motorista Gilmar Martins.

A situação também é crítica na ligação da Transamazônica com a BR-163, por onde vem a produção de soja de Mato Grosso em direção aos portos do Pará.

A camada de lama tem mais de um metro. E só quando faz sol e a estrada começa a secar é que os veículos mais pesados conseguem passar sem a ajuda dos tratores. Com a rodovia nesse estado, também sobrou para a equipe do Jornal Nacional.

Às 20h55 noite, a equipe está tentando voltar para Altamira, só que não consegue seguir viagem por causa de um atoleiro que se formou e ninguém consegue passar. Está tudo cheio de lama. O carro só conseguiu passar porque foi puxado por um caminhão.

Nos últimos cinco anos, é a terceira vez que o Jornal Nacional denuncia as péssimas condições da Transamazônica no Pará.

“Eu viajo aqui desde 81 e cada dia que passa em vez de melhorar, eles vão deixando”, lamenta um motorista.

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes informou que as obras nas rodovias citadas não estão paralisadas. E que os repasses estão ocorrendo de acordo com a programação do órgão. O Denit explicou ainda que as obras entram em ritmo mais lento no período de chuvas na região Norte, de dezembro até mais ou menos maio. E que o ritmo aumenta na estiagem, a partir de junho.

A matéria foi exibida no Jornal Nacional. Assista o vídeo Rodovia Transamazônica continua sem asfalto pós 43 anos de sua inauguração

Fonte: G1, 30/04/2015