terça-feira, 30 de julho de 2019

Militares se aliaram a Bolsonaro pelo poder, mas vivem mal-estar no governo, diz Celso Amorim

Ex-chanceler Celso Amorim avalia que o apoio dos militares ao governo Jair Bolsonaro Creio se deve a "possibilidade de volta ao poder" , mas que "há um certo mal-estar entre eles e o governo; ainda segundo o diplomata, o Brasil nunca havia tido um presidente "nem na época dos militares, do tipo de extrema-direita, com as características ideológicas como as de Bolsonaro, com ódio reprimido de classe, racial e de gênero"

Brasil247, 30 de julho de 2019, 16:29 h Atualizado em 30 de julho de 2019, 16:37
Celso Amorim: militares controlam os excessos de Bolsonaro

Sputnik - O ex-chanceler do Brasil, Celso Amorim, deu uma entrevista à Sputnik Mundo, publicada nesta terça-feira (30), comentando as eleições na Argentina, a prisão de Lula, o escândalo da Vaza Jato e o acordo Mercosul-União Europeia.

Celso Amorim foi ministro das Relações Exteriores do Brasil durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e também com Itamar Franco. Com Lula, foi um dos pivôs da construção dos BRICS e destacado interlocutor internacional do Brasil.

Na entrevista concedida em espanhol à Sputnik Mundo, um dos pontos tratados foi justamente a sua opinião em relação ao ex-presidente petista, com o qual sua carreira tem relação próxima. Amorim afirmou que entende que há participação dos EUA com autoridades brasileiras, questionou o atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e afirmou ter esperança que Lula seja colocado em prisão domiciliar.

"A parcialidade do juiz Moro se mostra em detalhes e o visível acordo entre ele e os procuradores, e por si mesmo demonstra que o processo é insustentável. Mantemos a esperança firme e lutamos pela liberdade de Lula, mas a cada dia novas coisas são tentadas. O quadro político é hoje mais favorável. Poderíamos chegar à saída de Lula em dois meses, com prisão domiciliar", destacou Amorim, lembrando da solidariedade do Papa Francisco e também do prêmio Nobel da Paz, Pérez Esquivel.

O ex-chanceler também afirmou acreditar que há "indícios fortes de cooperação real e profunda" entre autoridades brasileiras e funcionários do Departamento de Justiça dos EUA.

Em um dos pontos da entrevista, Amorim comentou o que pensa sobre o vínculo entre o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) com os militares brasileiros.

Nenhum comentário: