E agora, Supremo, anula ou não anula o golpe contra a democracia?
247 – O aspecto mais relevante da delação premiada do corretor Lúcio Funaro não é a revelação de esquemas de corrupção na Caixa Econômica Federal, no FI-FGTS e em outros feudos ocupados pelo PMDB e pela turma de Michel Temer. Trata-se do roubo da própria presidência da República, com a compra de votos no impeachment fraudulento aceito por Eduardo Cunha.
O golpe de 2016, contra a presidente Dilma Rousseff e contra a própria democracia brasileira, foi literalmente comprado, diz Funaro, que disponibilizou os recursos para a operação.
Segundo revela em sua delação premiada, obtida pelo jornalista Robson Bonin, da revista Veja, Funaro diz que Eduardo Cunha e Michel Temer se falavam diariamente às vésperas do impeachment.
Num belo dia, Cunha pediu dinheiro para comprar os votos necessários e Funaro viabilizou a operação, liberando o dinheiro para a compra dos deputados da bancada de Cunha.
Atualmente, a ação que pede a anulação do golpe está nas mãos do ministro Alexandre de Moraes, indicado por Temer para o Supremo Tribunal Federal.
Três operadores de Temer que construíram o golpe contra Dilma estão presos
Pouco a pouco, o golpe de 2016, que destruiu a imagem e a economia do Brasil, vai terminando na cadeia.
Nesta sexta-feira, o mais boquirroto dos golpistas, Geddel Vieira Lima, foi preso após a descoberta de seu bunker com R$ 51 milhões em propinas.
Eduardo Cunha, que acolheu a peça fraudulenta formulada pelo PSDB, está prestes a completar um ano em Curitiba.
Henrique Eduardo Alves, o primeiro ministro a trair a presidente Dilma Rousseff, já superou três meses na cadeia.
Outros dois operadores de Michel Temer, Rodrigo Rocha Loures e Tadeu Filipelli, também foram presos, mas conseguiram sair.
Ao lado de Temer, que já foi denunciado por corrupção e será por obstrução judicial, restam aqueles que respiram por aparelhos, graças ao foro privilegiado.