Mesmo sem ser dono do chamado triplex do Guarujá, que pertence à empreiteira OAS, o ex-presidente Lula foi condenado nesta quarta-feira 12 pelo juiz Sergio Moro a 9 anos e meio de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Segundo a denúncia do MPF, Lula teria recebido R$ 3,7 milhões em propina por conta de três contratos entre a OAS e a Petrobras.
A reforma de um apartamento no Guarujá e do pagamento do armazenamento de bens de Lula seriam parte desse benefício, segundo o MPF.
No último dia 20, a defesa do ex-presidente sustentou, em suas alegações finais no processo, que a OAS não tinha direitos para repassar o triplex a Lula, uma vez que todos os direitos econômicos e financeiros sobre o imóvel foram passados para um fundo gerido pela Caixa Econômica Federal.
Defesa vê “investigação politicamente motivada”
Em nota, os advogados Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Zanin Martins, que defendem o ex-presidente Lula, afirmam que "o juiz Moro deixou seu viés e sua motivação política claros desde o início até o fim deste processo.
Seu julgamento envergonhou o Brasil ao ignorar evidências esmagadoras de inocência e sucumbir a um viés político, ao mesmo tempo em que dirige violações contínuas dos direitos humanos básicos e do processo legal.
O julgamento prova o que argumentamos o tempo todo - que o juiz Moro e a equipe do Ministério Público na Lava Jato foram conduzidos pela política e não pela lei".
A defesa ressalta que Lula é inocente, vítima de lawfare e diz que "o processo foi um enorme desperdício do dinheiro dos contribuintes e envergonhou o Brasil internacionalmente".
Renan: erro de Moro será reparado
Ex-líder do PMDB e agora na oposição ao governo Temer, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) diz em vídeo que "condenar sem provas é sempre inadmissível, muito mais quem tirou o Brasil do mapa da fome e foi reconhecido pelos líderes mundiais". Para Renan, a sentença proferida pelo juiz Sergio Moro, que ele chama de "erro", "certamente será reparada".
Moro admite que Lula foi o presidente que mais combateu a corrupção
Na sentença publicada nesta quarta-feira 12, o juiz Sérgio Moro reconheceu a "liderança política" de Lula ao investir na Polícia Federal, na Controladoria-Geral da União e manter a independência do Ministério Público Federal.
Para o juiz, "é certo que não se trata de exclusiva iniciativa presidencial, já que o enfrentamento à corrupção é uma demanda decorrente do amadurecimento das democracias, mas o mérito da liderança política não pode ser ignorado".
Dilma: condenação de Lula é um escárnio e envergonha o Brasil
Presidente legítima deposta pelo golpe em 2016, Dilma Rousseff divulgou uma nota em que classifica como "um escárnio" a condenação do juiz Sergio Moro contra o ex-presidente Lula a 9 anos e meio de prisão.
"Uma flagrante injustiça e um absurdo jurídico que envergonham o Brasil. Lula é inocente e essa condenação fere profundamente a democracia", critica Dilma.
"Sem provas, cumprem o roteiro pautado por setores da grande imprensa", acrescenta, denunciando em seguida uma "perseguição sem cartel" sofrida pelo ex-presidente "há anos".
Ela também critica a aprovação, na noite de ontem, do "fim da CLT"; "O país não pode aceitar mais este passo na direção do Estado de Exceção. As garras dos golpistas tentam rasgar a história de um herói do povo brasileiro. Não conseguirão", diz.
Rui: ‘Querem impedir candidatura de Lula, um clamor popular’
O governador da Bahia, Rui Costa, também saiu em defesa do ex-presidente Lula, que foi condenado nesta quarta-feira pelo juiz Sérgio Moro a nove anos e meio de prisão; "Lamento a decisão tomada pelo juiz Sérgio Moro. Foi uma condenação sem prova. No contexto em que foi proferida, me parece muito mais uma perseguição política do que uma decisão baseada em fundamentos técnicos. É mais uma tentativa de impedir a volta de Lula à presidência, um clamor popular que incomoda aqueles que estão usufruindo das benesses do poder", disse Rui
Réus que acusaram Lula recebem benefícios de Moro
Outros dois réus condenados na mesma ação penal que o ex-presidente Lula, o empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS, e Agenor Franklin Medeiros, ex-executivo da empreiteira, receberam benefícios do juiz Sergio Moro na sentença; ambos fizeram acusações contra o petista em depoimentos no processo
Moro diz que excesso de trabalho o impediu de ler documentos de processo de Lula
O juiz Sergio Moro conseguiu que sua vara ficasse dedicada apenas às ações da operação Java Jato, mas afirma que "as centenas de processos complexos" o impediram de ler os documentos da ação na qual condenou o ex-presidente Lula; na sentença, ele assume que sua vara foi informada de que mandou interceptar o ramal central do escritório dos advogados de Lula, mas que os documentos "não foram de fato percebidos pelo juízo", por causa do excesso de trabalho
Wagner: ‘Toda essa perseguição deixa Lula mais forte’
O secretário de Desenvolvimento Econômico da Bahia, Jaques Wagner, avalia que a condenação pelo juiz Sérgio Moro vai deixar o ex-presidente "mais forte".
Wagner também vê "decisão política" na sentença do magistrado de Curitiba; "Essa condenação sem provas, como ficou claro, é mais um absurdo cometido contra o presidente Lula.
Jamais houve na história do Brasil alguém tão perseguido. Mas Lula resiste: quanto mais o atacam mais cresce seu apoio popular, expresso nas pesquisas.
Em sentença, Moro admite ter errado na divulgação de grampo que derrubou Dilma
Na sentença em que condenou o ex-presidente Lula, o juiz Sergio Moro admitiu que pode ter errado no episódio em que tornou público os grampos de conversas entre Lula e Dilma Rousseff.
Os grampos foram gravados ilegalmente pela Polícia Federal, uma vez que a autorização da Justiça já havia terminado, e foram vazados à imprensa.
Na conversa, Dilma e Lula falam sobre o termo de posse para que o petista assumisse o cargo de ministro da Casa Civil
Gleisi: ‘lamentável que um juiz se dê ao papel de fazer política’
Presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), qualificou como "lamentável" a decisão do juiz federal Sérgio Moro que condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a 9,6 anos de prisão.
Segundo ela, é condenável que um magistrado "se dê ao papel de fazer política" visando excluir Lula da disputa presidencial de 2018.
"Lá no fundo, eu achava que o juiz Sergio Moro daria valor ao seu diploma, àquilo que aprendeu na universidade, e inocentasse Lula, pelo fato de não ter nenhuma prova contra ele", lamentou.
"Foi uma decisão política, sem provas", feita para "prestar contas à opinião pública", afirmou; ela também diz ter conversado com Lula e este teria se mostrado "tranquilo" acerca da condenação.
PT deverá recorrer da decisão de Moro em tribunais internacionais
Para o PT a condenação de Lula representa ataque à democracia
Em nota oficial, o Partido dos Trabalhadores classificou a sentença do juiz Sergio Moro contra o ex-presidente Lula de "medida equivocada, arbitrária e absolutamente ilegal, conduzida por um juiz parcial, que presta contas aos meios de comunicação e àqueles que não aceitam a trajetória de sucesso de Lula na presidência".
Damous: “Sergio Moro agiu como justiceiro, acusador”
"Sentença se presta a interferir no jogo político", disse o deputado do PT em discurso na Câmara nesta quarta-feira 12, sobre a condenação do ex-presidente Lula a 9 anos e 6 meses de prisão.
Wadih Damous destacou que, "enquanto estamos discutindo o destino de um presidente da República acusado da prática de crime comum, Sergio Moro, como é de praxe na sua atuação, vai em busca dos holofotes, da celebridade"; assista
Moro proíbe Lula de exercer cargos públicos por 19 anos
Na decisão que condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a 9,6 anos de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, o juiz federal Sérgio Moro também determinou que ele fique impedido de ocupar ou exercer cargo ou função pública por um período de 19 anos, além do pagamento e multa no valor de 669,7 mil; decisão de Moro, contudo, ainda precisa ser confirmada em segunda instância; Lula poderá recorrer da sentença em liberdade
Flávio Dino: tentar tirar Lula de 2018 não é compatível com as leis
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), criticou a decisão do juiz federal Sérgio Moro em condenar o ex-presidente Lula a 9 anos e 6 meses de prisão no caso do triplex do Guarujá (SP) pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
"Tentar forçar a inelegibilidade do presidente Lula, sem provas consistentes, não é algo compatível com a Constituição e com as leis", afirmou Dino, ex-presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe).
Quando o MPF denunciou Lula, um dos procuradores Henrique Pozzobon admitiu não existir "prova cabal" de que o petista é "proprietário no papel" do tripléx
Pimenta: eleição sem Lula não será tolerada nem permitida
Deputado Paulo Pimenta (PT-RS) critica duramente a "decisão política de um juiz partidário" contra o ex-presidente Lula e afirma que uma eleição sem o petista em 2018 "não será tolerada, nem permitida"; "Vamos às ruas, às praças e ao parlamento em defesa da democracia e do ex-presidente Lula", disse; para ele, a sentença do juiz Sergio Moro proferida nesta quarta-feira 12 "entrará para a história do Brasil como uma das mais lamentáveis já produzidas"
Lindbergh convoca povo na rua contra condenação de Lula
Líder do PT no Senado convoca manifestações nas cidades brasileiras em protesto contra a "condenação sem provas" do ex-presidente Lula pelo juiz Sergio Moro, que classificou como "escândalo".
"É hora de ir para cima, não é hora de ficar intimidado", diz ele. Lindbergh Farias alerta que eleição em 2018 sem Lula "não é eleição, é fraude" e coloca em dúvida se o PT deve participar de uma disputa sem a participação do ex-presidente.