domingo, 4 de junho de 2017

Charge do Dia


Fonte: Conversa Afiada, 04/06/2017

O mistério de Erika Santos, a psicóloga que denunciou Temer no caso da propina no porto de Santos

Esta reportagem é parte da série sobre o envolvimento de Michel Temer nos escândalos do Porto de Santos e do Aeroporto de Guarulhos. É resultado de campanha de crowdfunding do DCM.. As demais matérias estão aqui 

DCM, 02/06/2017
Erika Santos, que denunciou a caixinha no Porto de Santos em 2000 (reprodução do Instagram)

Um mistério ronda a vida da hoje psicóloga Erika Santos. Ela, em 2000, denunciou a caixinha existente na administração do porto de Santos que, segundo disse em juízo, abastecia o então presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer.

Foi quando brigou com seu ex-companheiro, Marcelo de Azeredo, apadrinhado de Temer que presidiu a Companhia de Docas do Estado de São Paulo – CODESP e, como tal, também beneficiário das propinas.

Para provar o que dizia, juntou documentos na Ação de Reconhecimento e Dissolução Estável, Cumulada com Partilha e Pedido de Alimentos ajuizada na 3ª Vara de Família, Órfãos e Sucessão, de São Paulo. Eles, segundo disse, foram retirados do computador do ex-companheiro.

Por essa contabilidade, Temer, só naquele período, teria embolsado da caixinha das empresas que operavam no porto R$ 2.726.750,00.

Como já mostramos aqui em outras reportagens, Temer jamais foi investigado por isso. Contou com a benevolência de dois procuradores-gerais da República: Geraldo Brindeiro (em 2001) e Roberto Gurgel (em 2011).

Mas, na última reportagem desta série sobre a influência de Temer no porto de Santos, mostramos que a Receita Federal confirmou as denúncias. Uma investigação fiscal provou aumento patrimonial a descoberto (sem origem declarada) de Marcelo e sua irmã, Carla.

O que aconteceria se Michel Temer também fosse investigado?

Em 2007, ele não quis esclarecer à Polícia Federal, quando convidado, sobre sua relação com Marcelo de Azeredo e as acusações feitas por Erika. Em 2001, da tribuna da Câmara, negou ter recebido propinas e falou que a então estudante de psicologia negara tudo o que estava escrito na ação, da qual ela desistiu. Surge daí o mistério.

Erika, através de um novo advogado, José Manuel Paredes, desistiu da ação. Ninguém sabe ao certo, nem mesmo Paredes, os motivos que a levaram a tal gesto. Acredita-se que, após ameaçar cobrar judicialmente uma partilha de bens e uma pensão mensal do ex-companheiro, tenha conseguido um bom acordo, financeiramente falando.

Não é impossível supor que, diante das denúncias que tiveram repercussão imediata com uma reportagem da revista Veja, o próprio deputado Temer tenha pressionado seu afilhado político para resolver a questão longe do tribunal e da opinião pública.

Erika, como expôs na ação, queria manter o status quo adquirido na convivência à qual dedicou cerca de três anos de sua vida. Aparentemente conseguiu, mas alguns dados levantados recentemente mostram que não deve ter sido tão fácil assim.

Desde então ela desapareceu do mapa. Nunca mais falou a respeito e ainda hoje não comenta o assunto, como deixou claro no dia 19 de julho quando procurada, por telefone, por nós. Foi gentil e educada, na única ligação das muitas que lhe fizemos, mas não aceitou falar:

“Eu não falo nem por telefone, nem pessoalmente sobre isso, tá? Esse assunto para mim já não converso mais a respeito. Tudo o que foi feito está registrado, então você pesquisa, por favor, tá? Agradeço seu contato, mas eu não posso falar agora”.

Ao pesquisar, descobre-se que, ao conhecer Marcelo, em 1997, em Brasília, com 20 anos (nasceu em abril de 1977), ela provavelmente morava em Sobradinho, cidade satélite da capital, onde ainda hoje reside sua mãe, com 67 anos. Na época, ela se preparava para o vestibular de psicologia. A partir do encontro, viveu uma espécie de “conto de fada”.

“Como sói acontecer em filmes e livros, apaixonaram-se à primeira vista”, relataram os advogados Martinico Izidoro Livovschi e seu filho Sérgio, na inicial da ação na Vara de Família, que antes de ser ajuizada foi lida, remendada e aprovada pela própria autora.

Esse detalhe – de que ela leu o documento antes de ele ser protocolado —, desmente-a quando, segundo Temer, a ação apresentava os documentos da CODESP por iniciativa de seus advogados sem o seu consentimento.

A peça judicial dá um breve relato do “conto de fadas”. Ainda em 97, segundo o documento, “foram passar uma verdadeira ‘lua de mel’ em Nova Iorque, passando por Boston”. O vestibular acabou sendo feito em São Paulo para atender o desejo dele: “um verdadeiro pedido de casamento informal”. Foi nas Faculdades Metropolitanas Unidas, FMU, que ela cursou psicologia. Estava no terceiro ano em 2000.

Além da mesada de R$ 5 mil para os gastos, possuía um cartão de crédito dependente do companheiro. Juntos conheceram a Itália (Roma, Florença e Veneza), com direito a caríssimos presentes das grifes Louis Vuitton e Chanel e jantares nos mais sofisticados restaurantes. Estiveram nos Estados Unidos (Miami e Nova York), México (Cancún), França (Paris) e nas Ilhas Gregas. O Dia dos Namorados em 2000 foi em Buenos Aires.

O sonho, porém, ruiu quando o exagero na bebida levou Marcelo a agredi-la com violência. Não houve registro na polícia. Mas o pedido judicial narra três agressões, embora ela diga que tenham sido mais.

A última foi em julho de 2000, quando decidiu sair da casa, sem mesada, nem cartão de crédito. Os pertences que ficaram só lhe foram devolvidos depois, quando retirados do apartamento por um amigo em comum, aos poucos, em sacos de lixo.

Acostumada a esse luxo e conhecedora do esquema de propina que proporcionava os ganhos dissimulados do companheiro, na Vara de Família ela cobrava uma mesada de R$ 10 mil e a partilha de alguns dos bens. Eram imóveis e carros de luxos adquiridos enquanto os dois estavam juntos.

Como alertou, alguns deles foram colocados em nome de parentes de Marcelo. Esse é mais um detalhe da denuncia que a Receita Federal constatou, pelo menos com relação a uma Mercedes Benz e um Porsche.

Dezesseis anos depois, Erika é “psicóloga por formação, com especialização em Tendências e Comportamento de Consumo”, como descreve seu blog. Desde maio de 2007, possui a uma agência.

Para chegar aonde chegou, ela teve que correr atrás. Apesar do acordo financeiro que se suspeita ter sido negociado em 2000 com o ex-marido/agressor, em dezembro de 2002 ela passou a trabalhar como vendedora de loja.

Daí surge o mistério do por que da necessidade de trabalho se ela tinha fechado um acordo com o ex-marido. Teoricamente, significa necessidade de sobrevivência.

Em dezembro de 2002, trabalhou na T.F. Indústria e Comércio de Modas Ltda., uma cadeia com 120 lojas, segundo descreveu um dos seus proprietários, Tufi Duek. Ele não guarda a menor ideia de quem seja Erika, que deixou a empresa nove meses depois.

O mesmo já não ocorre com Neusa Maria Sabino, a “Nega”, ex-proprietária da Nere Modas Ltda., onde Erika ficou apenas seis meses, entre setembro de 2003 e março de 2004. Com alguma dificuldade, lembrou-se da ex- funcionária. “Ela trabalhou na minha loja no shopping Iguatemi. Encontrei com ela há uns três meses e ouvi: ‘Nega, tudo bem? Você não lembra de mim? Trabalhei na sua loja do Iguatemi’, relembra Neusa.

Logo em seguida, no mesmo Iguatemi, ela trabalhou na Tríduo Modas Feminina Ltda., onde ficou de maio de 2004 a junho de 2005 e se destacou como a melhor da loja. É o que recorda a sua ex-proprietária Marly Ribeiro de Carvalho: “Era uma super vendedora. Nunca mais tive contato. Mas era uma super profissional. Não lembro se ela estudava, mas sei que era a melhor vendedora. Foi rápido, infelizmente. Para nós foi uma perda, ela era a melhor”.

Em nenhum desses empregos, comentou qualquer coisa sobre seu antigo relacionamento ou mesmo sobre as denúncias que fez contra o então deputado federal Temer. Também é mistério se Erika foi ouvida em alguma investigação policial sobre as denúncias que fez.

Graças à Procuradoria Geral da República, como dito acima, Temer não poderia mais ser investigado. Mas, quando o Supremo decidiu isso, devolveu o inquérito policial para São Paulo, pois deveria prosseguir com relação a Marcelo de Azeredo e outros diretores da Companhia Docas do Estado de São Paulo.

Possivelmente, se a investigação prosseguisse poderiam surgir os “indícios” que tanto Brindeiro como Gusmão alegaram inexistir para propor o arquivamento da investigação contra o deputado.

A investigação não voltou mais para Santos, onde foi presidida pelo delegado Cássio Nogueira. Foi ele quem convidou Temer a prestar esclarecimentos e não obteve resposta. Diante disso, propôs o pedido de autorização ao Supremo para ampliar a investigação.

Quando retornou de Brasília, o caso não voltou mais para a Justiça Federal em Santos. Aportou na 2ª Vara Federal Criminal da capital, tombado com o n° 0002518-52.2006.403.6104. Em 19 de janeiro último, ele foi remetido à Procuradoria da República da capital, mas há três semanas nossas buscas por ele foram infrutíferas. A Polícia Federal diz que não está com ela e na Procuradoria ainda não o encontraram.

Na verdade, não se sabe bem porque esse inquérito ainda está em andamento. Afinal, foi aberto para investigar corrupção, fraude em licitações e lavagem de dinheiro, supostamente ocorridos na gestão de Marcelo de Azeredo (entre junho de 1995 e maio de 1998).

Portanto, são crimes com cerca de 20 anos que podem muito bem estar prescritos. A impunidade tende a prevalecer não apenas no caso de Temer, se o seu envolvimento fosse provado, mas também dos demais envolvidos. Tudo por conta da lerdeza da Polícia Federal, da Procuradoria da República e do Judiciário. O que só ocorre – ou deixa de ocorrer – quando há outros interesses em jogo.

Nelson Jobim: quando Lula será preso?

Viomundo, 10/04/2017
Foto: Reprodução


É pergunta recorrente.

Ouvi em palestras, festas, bares, encontros casuais, etc.

Alguns complementam: “Foste Ministro de Lula e da Dilma, tens que saber…”

Não perguntam qual conduta de Lula seria delituosa.

Nem mesmo perguntam sobre ser, ou não, culpado.

Eles têm como certo a ocorrência do delito, sem descrevê-lo.

Pergunto do que se está falando.

A resposta é genérica: é a Lava-Jato.

Pergunto sobre quais são os fatos e os processos judiciais.

Quais as acusações?

Nada sobre fatos, acusações e processos.

Alguns referem-se, por alto, ao sítio de … (não sabem onde se localiza), ao apartamento do Guarujá, às afirmações do ex-Senador Delcidio Amaral, à Petrobrás, ao PT…
Sobre o ex-Senador dizem que ele teria dito algo que não lembram.

E completam: “está na cara que tem que ser preso”.

Dos fatos não descritos e, mesmo, desconhecidos, e da culpa afirmada em abstrato se segue a indignação por Lula não ter sido, ainda, preso!

[Lembro da ironia de J.L. Borges: “Mas não vamos falar sobre fatos. Ninguém se importa com os fatos. Eles são meros pontos de partida para a invenção e o raciocínio”.]

Tal indignação, para alguns, verte-se em espanto e raiva, ao mencionarem pesquisas eleitorais, para 2018, em que Lula aparece em primeiro lugar.

Dizem: “Essa gente é maluca; esse país não dá…”

Qual a origem dessa dispensa de descrição e apuração de fatos?

Por que a desnecessidade de uma sentença?

Por que a presunção absoluta e certa da culpa?

Por que tal certeza?

Especulo.

Uns, de um facciosismo raivoso, intransigente, esterilizador da razão, dizem que a Justiça deve ser feita com antecipação.

Sem saber, relacionam e, mesmo, identificam Justiça com Vingança.

Querem penas radicais e se deliciam com as midiáticas conduções coercitivas.

Orgulham-se com o histerismo de suas paixões ou ódios.

Lutam por “uma verdade” e não “pela verdade”.

Alguns, porque olham 2018, esperam por uma condenação rápida, que torne Lula inelegível.

Outros, simplesmente são meros espectadores.

Nada é com eles.

Entre estes, tem os que não concordam com o atropelo, mas não se manifestam. Parecem sensíveis a uma “patrulha”, que decorre da exaltação das emoções, sabotadora da razão e das garantias constitucionais.

Ora, o delito é um atentado à vida coletiva.

Exige repressão.

Mas, tanto é usurpação impedir a repressão do delito, como o é o desprezo às garantias individuais.

A tolerância e o diálogo são uma exigência da democracia – asseguram o convívio. Nietzsche está certo: As convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que as mentiras.

Nelson Jobin foi ministro dos governos Dilma, Lula e Fernando Henrique, quando foi nomeado ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)

SP pede Diretas Já!

Conversa Afiada, 04/06/2017
(Crédito: Jornalistas Livres)

O Conversa Afiada acompanha, na tarde deste domingo, 04/VI, a manifestação no Largo da Batata, zona oeste da capital paulista, por Diretas Já:

16:19 - Via Brasil de Fato:




@paulomiklos do Titãs é mais um artista presente no #SPDiretasJa que acontece agora no Largo da Batata

16:01 - Com o Largo da Batata lotado, Paulo Miklos sobe no palco!

Diretas Já

15:50 - A cantora Tulipa Ruiz sobe em instantes no palco:

15:44 - Péricles no palco da manifestação no Largo da Batata:


15:29 - Emicida discursa na manifestação:

15:19 - Edgar Scandurra, guitarrista do Ira, dá o seu recado:

15:15 - O povo não esquece:
Brasil de Fato

14:55 - Ao contrário do que aconteceu na última grande manifestação em São Paulo, há duas semanas, o tempo é firme. E o Largo da Bata segue lotado!

Mídia Ninja

14:51 - Via Mídia Ninja:


O @wsimoninha e a força do Acadêmicos do Baixo Augusta! 

Acompanhe a transmissão #SPDiretasJá: http://bit.ly/2qUPY4J 
Foto: Diretas Já

14:48 - Douglas Martins Izzo, da Frente Povo Sem Medo: "Não podemos deixar que o Congresso vote quem vai ser o Presidente da República":

Reprodução/Twitter

14:45 - Trecho do discurso de Carina Vitral:

14:37 - Carina Vitral, presidenta da UNE, em discurso feito há pouco:

Diretas Já

14:35 - A atriz e poetisa Elisa Lucinda está no Largo da Batata:

14:28 - Boulos: "tomar as ruas deste país de norte a sul: este é o único caminho!”

Jornalistas Livres

14:10 - Carina Vitral, presidenta da UNE, também marca presença:
Twitter/Mídia Ninja

14:05 - Guilherme Boulos, do MTST, fala para milhares de pessoas no Largo da Batata:

13:55 - Laura Carvalho: "a gente não quer menos direitos, a gente quer uma Democracia com mais participação, com mais voz para os movimentos" 

Diretas Já

13:45 - Protesto também contra o PiG:

UJS

13:26 - Povo na rua para enfrentar o Golpe!

Diretas Já

13:22 - Largo da Batata agora. Diretas Já!

Diretas Já

13:10 - UJS: "tchau, Temer, tchau!"

13:07 - Concentração no Largo da Batata

Diretas Já

12:47 - Mulheres na luta por Diretas Já!

Mídia Ninja

12:36 - Reivindicações do povo:

UJS

12:34 - Manifestação ainda está no início, mas Largo da Batata já está lotado! #SPDiretasJá

Mídia Ninja

12:27 - Chico César: "isso que está acontecendo é reflexo da ilegitimidade do sistema que derrubou a democracia"

12:16 - Início da concentração para a apresentação de Chico César:

Brasil de Fato

12:13 - Chico César canta no Largo da Batata:

12:09 - Chico César já marca presença na mobilização!

Reprodução: Twitter

12:05 - Leo Madeira: é o grito do povo!

12:03 - Guilherme Boulos, líder do MTST, já está no Largo da Batata:

Empresário quebra silêncio e pede renúncia de Temer


O bilionário Guilherme Paulus, dono da CVC, maior operadora de turismo da América Latina, quebrou o silêncio da classe empresarial e pediu explicitamente a saída de Michel Temer.

Segundo ele, o Brasil se transformou numa "empresa à deriva" e Temer precisa sair.

"Quando a pressão é grande e você não tem... tem que renunciar. É aquela história: o povo não quer, tem um monte de denúncias... vamos esclarecer tudo isso aí, está prejudicando o país", diz ele.

"O problema do país hoje é político, é a credibilidade dos nossos políticos. E o envolvimento de empresários que encontraram outros meios de tentar burlar... e serem oportunistas de mercado. Mas está provado que o oportunista chega e vai embora".

Não esqueça: o alvo é e sempre foi Lula

O MPF sabe que a lei não contempla a convicção, mas essa é a única alternativa que lhe resta nas alegações finais

"Alegações finais do Ministério Público no processo contra Lula confirmam o que não se deve esquecer: ele sempre foi o alvo da Lava Jato, o nome atrás de todos os outros, a fronteira que separa dois momentos da historia do país", escreve Paulo Moreira Leite, articulista do 247.

Para PML, "ao pedir prisão em regime fechado para um cidadão de 71 anos, o Ministério Público aponta para uma prisão perpétua. Ao cobrar uma multa absurda e impagável de R$ 87 milhões, coloca outra pressão sobre sua liberdade".

Conforme o articulista, as acusações são produto típico "da justiça-espetáculo, que se faz com narrativas compostas por fatos reais, convicções e revelações sensacionais – mas onde faltam provas".

Dallagnol fala como candidato e pede que Brasil rejeite corruptos de estimação


Acusador do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no momento em que Aécio Neves e Michel Temer estão desmoralizados, o procurador Deltan Dallagnol, da Lava Jato, publicou artigo em que assumiu um discurso político, contra tudo e contra todos.

"Este é o momento para ir além da mera alternância no poder dos corruptos de estimação – ou dos menos rejeitados. É preciso coragem e perseverança, insistindo em reformas que, em meio a indesejáveis dores do parto, possam nos trazer um novo Brasil. Podemos e desejamos eliminar a grande corrupção e alcançar mais igualdade, estabilidade e democracia. É essa a bela imagem que desejamos ver no espelho, mas não na forma de uma ilusão", diz ele.

Gaspari, do Fica Temer, reconhece: Aloysio Nunes é um desastre


Até o jornalista Elio Gaspari, que queimou sua credibilidade ao lançar o movimento "Fica, Temer", reconhece: o tucano Aloysio Nunes, chanceler do governo golpista, que aparece na foto ao lado do "chefe" Rex Tillerson, dos Estados Unidos, é um desastre para a diplomacia brasileira.

Editorial do Globo cobra do TSE a cassação de Michel Temer


Muitos temem pelo solavanco econômico que uma cassação da chapa possa vir a provocar. Mas juízes, ansiamos todos, julgam com base nos fatos e aplicam a lei, não levando em conta nenhum efeito de suas ações senão a confirmação de que vivemos sob o Império da Lei. 

Não há do que ter medo. A Constituição Cidadã de 1988 dá todos os caminhos, e estes devem ser seguidos com serenidade para que os brasileiros possam viver com a certeza de que somos um país sério, em que erros trazem consequências", diz editorial do jornal O Globo, de João Roberto Marinho, que ajudou a derrubar a presidente legítima Dilma Rousseff para colocar Michel Temer em seu lugar e agora dispensa o "seu presidente".

O PSDB escolheu o suicídio, diz filósofo da Unicamp


"O PSDB está adotando uma estratégia suicida, porque vai cair no colo dele a fatura pelas crises e impopularidade do governo Temer. Há um impasse e o PSDB está paralisado no momento em que sua própria existência está em causa, acreditando que está mantida sua posição natural de líder", diz o filósofo Marcos Nobre, professor da Universidade de Campinas.

"O candidato presidencial do partido em 2014, Aécio Neves, teve o mandato de senador suspenso e está ameaçado de ser preso a qualquer momento. Isso é uma ameaça evidente pro partido. A única saída para o PSDB perante seu eleitorado — essa elite mais esclarecida — seria retirar seu apoio ao governo e forçar o Temer a se retirar, oferecendo evidentemente uma alternativa de sustentabilidade. Mas para isso o PSDB teria que colocar a mão na massa".

Neste domingo, o ex-presidente FHC assumiu posição clara contra eleições diretas, contrariando o anseio de 85% dos brasileiros.

Marqueteiro de Temer diz ter sido pago para derrubar Dilma

Alvo das delações da JBS, que o apontam como beneficiário de um pagamento de R$ 300 mil em dinheiro, o publicitário Elsinho Mouco, que cuida da imagem de Michel Temer, revelou, ao jornalista Pedro Venceslau, uma face inédita do golpe de 2016.

Segundo ele, o empresário Joesley Batista o procurou para financiar a derrubada da presidente legítima Dilma Rousseff.

"Para minha surpresa, ele chamou Dilma de ingrata, grossa e incompetente. E disse: temos que tirá-la".

Em outras palavras, um dos assessores mais próximos de Temer aceitou o dinheiro para um trabalho de ataque a Dilma na internet.

Ele confidenciou ainda que muita gente financiou o golpe. "Uns contrataram carro de som, uns contrataram bandanas, pagaram por bandeiras, assessoria de imprensa", revela.

Ele admitiu ter sido pago em dinheiro e mudou sua versão anterior, que falava em serviços de marketing, com nota, para a JBS.

PSDB caiu na armadilha do muro ao não decidir se sai ou fica no governo

Provando assim que o PSDB gosta mesmo de um muro
Eduardo Anizelli/Folhapress 
Temer ao lado de Doria e Alckmin, que defendem permanência do PSDB no governo

Se o TSE cassar Michel Temer pelas malfeitorias de sua chapa com Dilma Rousseff, o fim do filme parece combinado: num gesto teatral, ele renuncia e o Congresso elege um novo presidente. E se isso não acontecer?

O PSDB deixou circular a ideia de que com a condenação, abandonaria o governo. Donde, sem ela, continuaria nele. Dos 46 deputados da bancada tucana, 26 querem ir embora de qualquer maneira e 12 estão indecisos. Cinco dos onze senadores também gostariam de abandonar Temer.

Apesar da indicação de que a maioria quer saltar, o tucanato caiu na armadilha do muro. Se ficar, perde eleitores. Se sair, perde banqueiros.

Fonte: Folha, 04/06/2017

sábado, 3 de junho de 2017

Em grampo, Loures atribui propina a Temer


Informação postada pelo jornalista Ricardo Noblat neste sábado torna ainda mais vergonhosa a permanência de Michel Temer no poder.

Segundo ele, em grampos interceptados pela Polícia Federal, Rodrigo Rocha Loures, o homem da mala preso neste sábado, depois de ter recebido R$ 500 mil em propinas da JBS, diz que o dinheiro é de Temer – confirmando o que já foi dito por Ricardo Saud, delator da empresa de alimentos.

Em entrevista, no entanto, Temer sinaliza que só sairá arrancado da presidência da República.

Pesquisas apontam que ele é rejeitado por mais de 90% dos brasileiros, mas fará de tudo para continua no poder conquistado por meio de um golpe parlamentar, que arruinou a economia e a imagem do Brasil, visto no mundo como a mais bananeira de todas repúblicas bananeiras que já existiram.

Lula diz que o PT volta mais forte a cada ataque que recebe


"Muita gente aposta todo dia que o PT acabou. Mas esse partido volta mais forte a cada ataque que recebe", disse o ex-presidente Lula, no congresso que elegeu a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) como a primeira presidente da história do partido.

Lula também atacou a denúncia formulada pela Lava Jato; "O máximo que eles conseguiram até agora foi alguém dizendo 'eu acho que ele sabia'. Se tudo isso é para evitar que o Lula seja candidato, deviam primeiro perguntar para o PT se o PT vai deixar", discursou, ouvindo em resposta gritos de "Lula Lá".

Em seu discurso, a senadora Gleisi afirmou que o PT reconhece seus erros, mas sem penitências.

"Nós não somos uma organização religiosa, não fazemos profissão de culpa nem tampouco nos açoitamos”, declarou.

"Nós reconhecemos nossos erros na prática. Mas não teve, na história de 500 anos de país, governos melhores que os do PT”.

PSDB ainda não abandonou Temer porque os caciques estão protelando

Bancada na Câmara quer desembarque do governo Temer

Caso prevaleça o desejo da maioria e não o dos caciques do partido, o PSDB deverá selar o seu desembarque do governo Michel Temer na próxima semana.

Na terça-feira (6), os chamados "cabeças pretas", a ala mais jovem e maioria da bancada tucana de 46 deputados federais da legenda deverá defender que ficar ao lado de Temer, mesmo ocupando ministérios e outros cargos nas altas esferas federais, trará prejuízos ao partido nas eleições de 2018.

"Mais do que decidir se afastar do governo, o PSDB precisa se reinventar, se reconstruir", destacou o presidente do PSDB no Rio de Janeiro, deputado Octávio Leite.

Michel Temer desafia o Brasil: " Não saio daqui. Não saio mesmo!"


Prestes a ser o primeiro ocupante da presidência da República do Brasil denunciado por corrupção, organização criminosa e obstrução judicial, Michel Temer deixou claro que só sairá do Palácio do Planalto se for arrancado; "não saio daqui, não saio mesmo", disse ele ao jornalista Policarpo Júnior.

Colocado no poder por meio de um golpe parlamentar, que arruinou a economia brasileira e transformou o País numa república bananeira, Temer viu um de seus principais assessores, Rodrigo Rocha Loures, ser preso neste sábado, depois de receber uma mala com R$ 500 mil que, segundo a JBS, era destinada ao próprio Temer .

Na entrevista, Temer disse que Loures não precisava de dinheiro e que foi vítima de uma armação.

No entanto, como as imagens não mentem, Loures foi preso e está sendo transferido para o presídio da Papuda, onde irá refletir se delata ou não seu chefe.

PF apreende documentos do porto de Santos na casa de Loures


"A Polícia Federal apreendeu em endereços de Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ex-assessor do presidente Michel Temer, documentos referentes a interesses da empresa portuária Rodrimar, segundo relatório policial", informam os jornalistas Reynaldo Turollo e Rubens Valente.

O porto de Santos é, há vários anos, área de influência de Temer, que decidiu prorrogar as concessões em 35 anos, depois de conquistar o poder por meio do golpe parlamentar.

Rocha Loures recebeu uma mala de R$ 500 mil e foi preso neste sábado.

Caiado diz que governo de ladrões de Temer pode ressuscitar o PT


"Não temo as urnas —e não temo o PT. Se ele conseguiu sobrevida desde o impeachment, isso se deve exatamente à solução precária, pondo em cena um governo de suspeitos e investigados, a começar pelo presidente e seus principais ministros", diz o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), que pretende disputar a presidência da República.

"O governo Temer tem sido o oxigênio que mantém vivo o PT e lhe oferece chances de ressurgimento".

Para Janot, Temer mudou Justiça a mando de Aécio para frear Lava Jato


Em denúncia criminal apresentada nesta sexta-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sugere que a troca do comando do Ministério da Justiça está relacionada à pressão do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) e de outros investigados.

"Após a deflagração da "Operação Patmos" em 18 de maio de 2017 e a revelação do envolvimento do próprio presidente da República, Michel Temer, em supostos atos criminosos, a pressão do senador Aécio Neves e outros investigados intensificou-se, e Osmar Serraglio foi efetivamente substituído no Ministério da Justiça por Torquato Jardim", diz Janot na denúncia.

Caiado diz que governo de ladrões de Temer pode ressuscitar o PT


"Não temo as urnas —e não temo o PT. Se ele conseguiu sobrevida desde o impeachment, isso se deve exatamente à solução precária, pondo em cena um governo de suspeitos e investigados, a começar pelo presidente e seus principais ministros", diz o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), que pretende disputar a presidência da República.

"O governo Temer tem sido o oxigênio que mantém vivo o PT e lhe oferece chances de ressurgimento".

Villa diz que Temer no poder é uma anomalia



"Sua permanência é uma anomalia. Prolonga a tensão política, joga água no moinho do PT e de seus asseclas, interrompe a aprovação das reformas e impede que a recuperação econômica possa se consolidar. A renúncia é o melhor caminho. É menos penoso. Mas Temer resiste aos fatos. Vai perder", diz o historiador Marco Antônio Villa, que é ligado ao PSDB.

MP quer prisão de Lula e devolução de R$ 87 mi por triplex que não é dele


Embora o chamado "triplex do Guarujá" pertença à construtora OAS, conforme demonstra escritura pública, e as testemunhas do processo tenham inocentado o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Ministério Público arguiu, em suas alegações finais, que ele deve ser preso em regime fechado pelo juiz Sergio Moro e condenado a devolver R$ 87 milhões, sob a acusação de ter se beneficiado em reformas no imóvel.

Lula hoje lidera todas as pesquisas sobre a sucessão presidencial e seria eleito novamente se as eleições ocorressem hoje.

Para que ele seja impedido de concorrer pelo Judiciário, é preciso que seja condenado em segunda instância antes da disputa e é nisso que aposta a direita brasileira.

O MP também pediu reduções de penas aos executivos da OAS que acusaram Lula.

Advogado de Lula diz que MPF insiste em teses ilegais contra Lula

O MPF está fazendo a coisa certa, não sabe o que faz ou age intencionalmente para prejudicar Lula?

"As alegações finais do MPF mostram que os procuradores insistem em teses inconstitucionais e ilegais e incompatíveis com a realidade para levar adiante o conteúdo do PowerPoint e a obsessão de perseguir Lula e prejudicar sua história e sua atuação política", aponta nota divulgada pelos advogados Cristiano Zanin e Valeska Teixeira Martins, que fazem a defesa do ex-presidente Lula.

"Nos próximos dias demonstremos ainda que o MPF e seus delatores informais ocultaram fatos relevantes em relação ao triplex que confirmam a inocência de Lula - atuando de forma desleal e incompatível com o Estado de Direito e com as regras internacionais que orientam a atuação de promotores em ações penais".

Foto do Dia

Prisão de Loures pode acelerar denúncia contra Temer

Cenário é traçado pela Procuradoria-Geral da República e discutido no mundo

Jota, 02/06/2017

Na manhã deste sábado, a Polícia Federal prendeu preventivamente o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR). O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, aceitou os argumentos do Ministério Público e determinou a prisão do homem de confiança do presidente Michel Temer. Por isso, o texto foi atualizado.

A prisão do ex-deputado Rocha Loures pode colocar no calendário das próximas semanas o oferecimento de denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o presidente da República, Michel Temer.

Com Rocha Loures preso a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o Ministério Público terá até 15 dias para encaminhar a denúncia ao Supremo Tribunal Federal no inquérito aberto para investigar o ex-deputado e o presidente Temer.

Isso porque o ministro Edson Fachin, em sua decisão no inquérito, aplicou o prazo de 10 dias para o encerramento da investigação, como previsto no Código de Processo Penal. E, depois disso, a PGR teria 5 dias para o oferecimento da denúncia, de acordo com o que previsto no Regimento do próprio STF. O prazo – 10 mais 5 – começaria a contar da data da prisão.

Sem a prisão de Rocha Loures, e de acordo com investigadores, o prazo seria de 30 dias para a conclusão do inquérito – sendo que esse prazo pode ser prorrogado – e mais 15 dias para oferecimento da denúncia.

O inquérito que investiga Temer por obstrução de Justiça, corrupção passiva e organização criminosa já tinha um réu preso: Roberta Funaro, irmã do operador Lúcio Funaro e que foi filmada recebendo R$ 400 mil da JBS. Ontem, Fachin decidiu tirá-la da cadeia e mandá-la para prisão domiciliar, que é uma medida cautelar.

Criminalistas ouvidos pelo JOTA afirmam que a medida impactaria no prazo para o oferecimento da denúncia. Ou seja, com Roberta em prisão domiciliar, a PGR não precisaria denunciar os investigados nas próximas semanas. Com uma nova preventiva, esse prazo mais curto é restabelecido.

Esse mesmo prazo – de 10 dias mais 5 dias para a denúncia – foi aplicado para o inquérito que investiga o senador Aécio Neves (PSDB-MG) na colaboração da JBS, sendo que sua irmã, Andrea, está presa desde o início da Operação Patmos, no dia 18. 

No caso de Andrea, a contagem dos dias foi atropelada por recursos apresentados pelos investigados que seguraram o inquérito no gabinete do ministro Edson Fachin, impedindo que o caso seja enviado para a PF cumprir diligências. A despeito disso, a PGR denunciou nessa sexta-feira o senador por corrupção passiva e obstrução à Justiça.

Investigadores afirmam ao JOTA que ainda estudam a provável denúncia contra Temer. Se ela for de fato oferecida pelos procuradores e aceita, o presidente da República será afastado do cargo até a conclusão das investigações por no máximo 180 dias. A Constituição prevê, no entanto, que para a denúncia ser julgada pelo plenário do STF, antes, é preciso que 2/3 da Câmara autorize o processamento. 

A PGR aponta que Loures é homem de confiança do presidente da República, aceitou e recebeu com “naturalidade”, em nome do peemedebista, a oferta de propina – 5% sobre o benefício econômico a ser auferido – feita pelo empresário Joesley Batista, em troca de interceder a favor do Grupo J&F, mais especificamente em favor da EPE Cuiabá, em processo administrativo que tramita no Conselho Administrativo de Defesa Econômica.

Inicialmente, Janot pediu a prisão de Rocha Loures, flagrado recebendo uma mala com R$ 500 mil, dinheiro pago pela JBS. Mas, como ainda era parlamentar, Fachin julgou que a prisão só poderia ser efetivada se houvesse flagrante, como estabelece a Constituição.

Nesta semana, Janot apresentou ao STF um novo pedido de prisão de Loures porque ele perdeu o foro privilegiado em um xadrez político feito por Temer. O presidente tirou Osmar Serraglio do Ministério da Justiça, que, por sua vez, recusou o convite para assumir Ministério da Transparência e decidiu retomar seu mandato na Câmara, vaga que era ocupada por Loures.

A troca de comando no Ministério da Justiça, mais do que um fato isolado, pode mexer sensivelmente nos rumos da crise: Loures foi preso neste sábado, pode agora buscar um acordo de delação para se livrar das acusações e, independentemente de contar o que sabe, sua prisão deve antecipar uma possível denúncia contra o presidente da República.

Márcio Falcão/Felipe Recondo - Brasília

Preso Rocha Loures, o homem da mala de Temer


Foi preso na manhã deste sábado Rodrigo Rocha Loures, que recebeu uma mala com R$ 500 mil em propina da JBS.

De acordo com Ricardo Saud, ex-diretor da empresa, o dinheiro seria entregue a Michel Temer.

A partir de agora, o Ministério Público tem 15 dias para finalizar a denúncia que pode sacramentar a queda de Temer.

Loures já está a caminho de Brasília, onde ficará detido.

Há a expectativa de que ele possa fazer uma delação premiada, revelando quem era o destinatário do dinheiro.

Grávida de oito meses, sua mulher o incentiva a delatar Temer, que será denunciado por corrupção, organização criminosa e obstrução judicial – um caso inédito na história do Brasil e de qualquer democracia moderna.

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Por unanimidade, comissão de Ética absolve Mercadante no caso Delcídio

Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu, por unanimidade, arquivar processo contra o ex-ministro da Educação Aloizio Mercadante, por suposta conduta antiética e tentativa de oferecer ajuda política e financeira para evitar que o então senador, Delcídio do Amaral, firmasse acordo de delação premida no âmbito da operação Lava-Jato.


A denúncia à Comissão, apresentada pelo senador tucano, Cássio Cunha Lima, foi rejeitada.


"As transcrições das conversas que constam do presente processo indicam apenas o oferecimento de auxílio a um colega de partido", diz o relator do caso, Américo Lacombe.