quarta-feira, 16 de março de 2016

Mensalão da Globo resulta em sonegação de R$ 615 milhões


Denúncia: Rede Globo sonega impostos para sustentar ‘mensalão’ no Congresso. Jornalista teve acesso a investigação da Receita Federal que revela uma dívida de R$ 615 milhões ao contribuinte brasileiro. Valores são de 2006. "Alguém calcule o quanto isso dá hoje", sugere o jornalista.

A Rede Globo de Televisão deve à Receita Federal um montante superior a R$ 180 milhões em impostos não recolhidos até 2006. Com juros e multas, a dívida com o Erário superava os R$ 600 milhões na época, segundo denúncia publicada nesta quinta-feira na página do jornalista Miguel do Rosário, editor do blog O Cafezinho. Rosário teve acesso a “uma investigação da Receita Federal sobre uma sonegação milionária da Rede Globo”.


Um dos documentos que provam a dívida da Globo com o Erário 
brasileiro tornou-se público nesta quinta-feira

“Trata-se de um processo concluído em 2006, que resultou num auto de infração assinado pela Delegacia da Receita Federal referente à sonegação de R$ 183,14 milhões, em valores não atualizados. Somando juros e multa, já definidos pelo fisco, o valor que a Globo devia ao contribuinte brasileiro em 2006 sobe a R$ 615 milhões. Alguém calcule o quanto isso dá hoje” sugere o jornalista.

Leia a publicação a seguir

A fraude da Globo se deu durante o governo Fernando Henrique Cardoso, com uso de paraíso fiscal. A emissora disfarçou a compra dos direitos de transmissão dos jogos da Copa do Mundo de 2002 como investimentos em participação societária no exterior. O réu do processo é o cidadão José Roberto Marinho, CPF número 374.224.487-68, proprietário da empresa acusada de sonegação.Leia também





O mensalão da Globo é generoso em documentos que provam sua existência. Mais especificamente, 12 documentos (publicados no artigo).

Uso o termo mensalão porque a Globo também cultiva seu lobby no Congresso. Também usa dinheiro e influência para aprovar ou bloquear leis. O processo correu até o momento em segredo de justiça, já que, no Brasil, tudo que se relaciona à Globo, a (Daniel) Dantas, ao PSDB, permanece quase sempre sob sete chaves. Mesmo quando vem à tona, a operação para abafar as investigações sempre é bem sucedida. Vide a inércia da Procuradoria em investigar a ‘privataria tucana’, e do STF em levar adiante o julgamento do ‘mensalão mineiro’.

Pedimos encarecidamente ao Ministério Publico, mais que nunca empoderado pelas manifestações de rua, que investigue a sonegação da Globo, exija o ressarcimento dos cofres públicos e peça a condenação dos responsáveis.


O sindicato nacional dos auditores fiscais estima que a sonegação no Brasil totaliza mais de R$ 400 bilhões. Deste total, as organizações Globo respondem por um percentual significativo.

A informação reforça a ideia de que o plebiscito que governo e congresso enviarão ao povo deve incluir a democratização da mídia. O Brasil não pode continuar refém de um monopólio que não contente em lesar o povo sonegando e manipulando informações, também o rouba na forma de crimes contra o fisco.

Segundo uma pesquisa da Fiesp, a corrupção faz o Estado brasileiro perder de R$50 bilhões a R$84 bilhões por ano, correspondendo a 1% ou 2% do PIB.

Por conta disso, creio que a sociedade civil, que tem se mobilizado de maneira tão enérgica contra a corrupção, deveria entender que, no Brasil, a pior das corrupções tem sido a sonegação.

Inclusive porque há ligação orgânica entre os dois crimes. As grandes empresas sonegam, e usam o dinheiro para pagar caixa 2 de campanhas eleitorais e subornar políticos e burocratas.

Acesse o link a seguir e tire suas próprias conclusões: Globo sonegou impostos 
Os dois vídeos estão no Youtube.

Fonte: Pragmatismo Político, 28/06/2013

Doleiro abriu conta de Aécio Neves em Liechtenstein

Será que isso vem ao caso?

Documentos apreendidos em operação da PF de 2007, divulgados pela revista Época, revelam que Norbert Muller abriu contas bancárias no LGT Bank, sediado no principado de Liechtenstein, para o tucano Aécio Neves, presidente do PSDB.

Em uma das pastas encontradas na casa do doleiro constava uma etiquetada por “Bogart e Taylor”.

Era o nome escolhido por Inês Maria Neves Faria, mãe e sócia do senador mineiro, então presidente da Câmara dos Deputados, para batizar a fundação que, a partir de maio de 2001, administraria o dinheiro da conta secreta 0027.277 no LGT.

A conta foi citada pelo Delcídio do Amaral, na delação homologada no STF, e está sendo investigada pela PGR na Lava Jato.

A Globo parece ter rifado de vez o senador Aécio Neves.

Lula pode levar Meirelles ao Banco Central


Entrada do ex-presidente Lula no governo Dilma Rousseff, para assumir a Secretaria de Governo ou a Casa Civil, deve ser anunciada a qualquer momento.

Lula teria por missão coordenar um plano para "reinjetar um ânimo nacional, com recuperação rápida do emprego".

Uma "guinada à esquerda" estaria descartada para não comprometer as diretrizes fiscais apresentadas em fevereiro pelo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa.

No entanto, deverá excluir a reforma da Previdência Social.

Lula prevê a destinação de mais recursos ao programa Minha Casa Minha Vida e ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), além da ampliação do crédito para a construção civil.

Ele deve ainda levar para o Banco Central Henrique Meirelles, no lugar de Alexandre Tombini.

Ele, que já comandou a instituição, chegou a ser cogitado para ocupar o ministério da Fazenda, no lugar do ex-ministro Joaquim Levy.

Prestes a ser investigado, Aécio Neves ganha o Furnaleco


Depois de ser citado em mais uma delação, a do senador Delcídio Amaral, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) deverá ser finalmente investigado.

O caso ainda será analisado pelos procuradores do grupo de trabalho da Lava Jato na Procuradoria-Geral da República, mas investigadores avaliam preliminarmente que deve ser pedida abertura de inquérito contra o tucano.

Delcídio afirmou, na delação, que o tucano recebeu propina de Furnas e atrasou envio de dados para a CPI dos Correios, para fazer uma "maquiagem" nas informações do Banco Rural.

Segundo Delcídio, o deputado Carlos Sampaio sabia da fraude feita em dados do banco a pedido de Aécio. Nas redes sociais, começa a se disseminar a imagem do 'Furnaleco', com Aécio vestido de presidiário.

Para Renan, delação não comprovada deveria agravar pena

Presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), classificou a delação do senador Delcídio do Amaral, homologada nesta segunda pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki, como “delírio”, porque não confirma nada nem apresenta provas concretas.

O peemedebista é citado pelo ex-líder do governo petista no Senado: “Acho até que, quando não confirmada, a delação tem que agravar a pena. Esse é um aprendizado que já poderíamos ter nesse curto período de validade da delação premiada”, disse Renan.

Wagner Moura diz que preocupa o fato da Justiça está trabalhando sob influência de uma agenda política

Em vídeo postado no Facebook, ator critica o “circo midiático” em torno de algumas ações da Justiça brasileira: “É evidente que as investigações estão sendo usadas como massa de manobra para a disputa política”, diz, criticando em sequência também o papel da mídia.

“A grande imprensa, evidentemente, se a gente olhar pra trás, todos estiveram envolvidos no golpe de 64”; “Sou a favor das investigações, mas sou mais a favor da democracia. Por uma investigação desprovida de ódio político e pela defesa da democracia e do Estado de Direito”, finaliza.

'Lula quer ampliar crédito para consumo e produção'

É disso que o Brasil precisa

Líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT) afirma que, uma vez no governo, ex-presidente Lula fará o fundamental pelo ajuste fiscal: “Lula quer aproximar o partido da base, mas sua linha é diferente da esquerda. Fará o fundamental mesmo que desagrade. Ele quer ampliar o crédito para a produção e o consumo”, disse ele, segundo o colunista Ilimar Franco.

Empresário diz que a solução da crise brasileira exige acordo político

"Tem de haver um acordo político. Se os políticos quiserem, conseguirão fazer. É só querer, mas querer do fundo do coração", disse Elie Horn, fundador da Cyrela.

O empresário, que ressalta que não faz política, afirma estar otimista com a economia e considera a crise atual "pequena e parte da vida"; "Sem crise, não tem vida, não tem amor. Se as mães adoram os filhos, é porque sofrem com os filhos. Quanto mais sofrem, mais amam".

Delação de Delcídio contra Mercadate é "tempestade em copo d'água"

Uma rápida análise dos trechos publicados, envolvendo Mercadante

DELAÇÃO

  • Aloizio Mercadante - "O que é que tem que você acha que eu possa ajudar?"
  • Eduardo Marzagão - "Ministro...”
  • AM - "De verdade. Tô falando assim. Eu tô aqui. Ó, eu falei: Eu não quero nem saber o que o Delcídio fez.(...) Eu acho que ele devia esperar, não fazer nenhum movimento precipitado (...)"  O entendimento é que Mercadante sugere cautela a Delcídio
(...)
  • AM - Eu acho que precisa esfriar o assunto dele. Vão vir outros. Vai vir Andrade Gutierrez, não sei quem, não sei quem, o Zelada, o caralho, vai vir merda pra caralho toda hora. Aí vai diminuindo. Precisa esfriar o caso dele. Segundo: ele tando lá, não tem inquérito no Senado. Não tem como cassar um senador preso                                                                                                O entendimento é que esta pode ser mais uma delação a respingar no governo, no PT e prejudicar o contexto político e econômico, o que seria ruim para o País
Otávio Azevedo 
Ex-presidente da empreiteira, que também fechou acordo de delação premiada
Jorge Zelada 
Ex-diretor da Petrobras, preso na Lava Jato

AJUDA FINANCEIRA

  • EM - [Estão vendendo coisas para] Arrecadar dinheiro. Os carros, a casa (...) 
  • AM - Patrimônio da família. (...)
  • EM - Patrimônio, as dívidas que ele tem. (...) 
  • AM - Bom, isso aí também a gente pode ver no que é que a gente pode ajudar, na coisa de advogado, essa coisa. Não sei. Pô, Marzagão, você tem que dizer no que é que eu possa ajudar. Eu só to aqui pra ajudar. Veja o que que eu posso ajudar.                                                          Não há nenhuma intenção de se comprar o silêncio de Delcídio mas, uma sensibilização com a situação financeira, daí o termo ajudar

AJUDA JURÍDICA

  • AM - Eu conversei com vários senadores. Eu falei: vocês se acocoraram!
  • EM - Foi.
(...) 
  • AM - Aí veio a nota do PT. Que nota do PT? Onde que o Rui Falcão agora dirige o plenário do Senado? (...) 
  • EM - Abriu uma porteira.
  • AM - Vai abrir a porteira. Então, vocês precisam repensar o encaminhamento. Talvez o Senado fazer uma moção, à mesa do Senado, ao Teori, entendeu? Um pedido: olha, nós demos autorização considerando o flagrante, considerando as condições etc, mas não há necessidade pá, pá, pá - pá, pá, pá. E tentar construir com o Supremo uma saída.  (...) Eu posso tentar ajudar nisso aí no Senado. Vou tentar conversar com o Renan e ponderar a ele de construir uma, entendeu, uma moção…                                                                                                                             São aventadas algumas alternativas do campo politico e nada mais. "Vou tentar conversar com o Renan..." usado por Mercadante, explicita bem isso
Rui Falcão
Presidente do PT, que divulgou nota dissociando partido de Delcídio após sua prisão, em novembro
Teori Zavascki
Ministro do STF e relator da Operação Lava Jato

AJUDA JURÍDICA

  • AM - Vou tentar um parecer jurídico que tente encontrar uma brecha pra que o Senado se pronuncie junto ao Supremo com o pedido de relaxamento da prisão (...). (...) Precisa conversar com o Lewandowski. Eu posso falar com ele pra ver se a gente encontra uma saída                    De novo, Mercadante trabalha uma possibilidade: "Vou tentar um parecer jurídico..."
Ricardo Lewandowski
Atual presidente do STF

Nenhuma dessas falas constitui crime, confissão de culpa ou o claro objetivo de atrapalhar as investigações

terça-feira, 15 de março de 2016

Mello: quem disse que Moro é o único juiz (honesto)?

Quantos Mello há no Supremo?
Ilustração de Dona Mancha

Do Estadão, em comatoso estado:

O ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello disse na manhã desta terça-feira, 15, em entrevista à Rádio Estadão "não se tem apenas a observância da lei lá no juízo do Paraná. Ao contrário, o Supremo é o guarda maior da Constituição", afirmou Marco Aurélio, em referência aos autos da Operação Lava Jato que estão sob responsabilidade do juiz federal Sérgio Moro. 

(Ou seja, pode cair tudo no Supremo… - PHA)

"Não podemos presumir que a tentativa (da ida de Lula para a Esplanada dos Ministérios) seja de acobertamento, se é que o ex-presidente Lula - não podemos concluir a priori - praticou algum ato que pode ser alcançado pelo direito penal", disse Marco Aurélio.

Marco Aurélio foi questionado se a ida de Lula para o governo poderá reverter o desgaste da imagem de Dilma e do próprio PT. O ministro afirmou que "não se pode subestimar" o ex-presidente e sua capacidade de articulação política. "Teremos que aguardar para ver as consequências desse deslocamento, se ele vier a ocorrer, mas teremos uma mudança substancial quanto às diretrizes traçadas, isso teremos."

(Traduzindo, o Ministro Mello também acha que o Lula vai virar o jogo, provavelmente com a ajuda do Ministro Aragão, aquele que mandou o Gilmar calar a boca, em alemão - PHA)

Teori manda mulher e filha de Cunha para o Moro

Virá ao caso, Dr Moro ?

Esses óculos ficariam lindos no Japa!

No PiG Cheiroso:


O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavaski, relator da Lava-Jato, aceitou pedido da Procuradoria Geral da República para que a jornalista Claudia Cruz, mulher do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), seja julgada pelo juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava-Jato no Paraná.

No início do mês, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou a segunda denúncia contra o presidente da Câmara por suspeita de ligação com o esquema de corrupção da Petrobras. Ele teria recebido mais de R$ 5 milhões em propina de contratos da estatal na África, recursos que teriam abastecido contas secretas de Cunha e familiares no exterior, que pagaram despesas de luxo.

(...)

O "Japa da Federal" vai em cana


Saiu no G1:
Newton Ishii foi condenado na Operação Sucuri, mas recorreu. Caso de 2003 ainda corre nas esferas criminal e administrativa.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou um recurso de três réus da Operação Sucuri, deflagrada em 2003, contra 19 policiais federais, além de agentes da Receita Federal e da Polícia Rodoviária Federal. Um dos envolvidos no caso é o agente Newton Hidenori Ishii, que ficou conhecido como “Japonês da Federal”, ao aparecer constantemente escoltando presos da Operação Lava Jato.

À época, as investigações mostraram que os agentes facilitavam a entrada de contrabando no país, pela fronteira com o Paraguai, em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná.

Segundo o advogado Oswaldo Loureiro de Mello Júnior, que defende Ishii e outros 14 réus, os processos decorrentes da Operação Sucuri ainda estão correndo na Justiça e nenhum dos acusados cumpriu qualquer pena.

O caso, contudo, segue sob segredo de Justiça. Em 2009, o juiz federal Pedro Carvalho Aguirre Filho, que coordenava os processos em Foz do Iguaçu, emitiu uma nota esclarecendo apenas que os agentes federais condenados haviam recebido penas que variavam entre oito anos, um mês e 20 dias de reclusão, além de 160 dias-multa a quatro anos e oito meses de reclusão e 100 dias-multa.
(...)
Bolsonaro e o Japa: precisa desenhar?

Mercadante divulgado trechos omitidos por VEJA

Intencionalmente para prejudicá-lo e atingir o governo. VEJA mais uma vez mostra sua parcialidade

Ministro da Educação divulga íntegra dos áudios gravados por José Eduardo Mazagão, assessor do senador Delcídio Amaral (PT-MS) e divulgados em delação premiada.

Neles, fica claro que Aloizio Mercadante não tentou impedir a delação: "Tem que construir uma saída para ele sair de lá. Uma saída viável. Se ele tá ameaçando a delação... mesmo que ele queira fazer. Eu não vou entrar nisso. A decisão é dele. É um direito dele, ele faz o que achar que deve", declarou Mercadante, em um trecho omitido por Veja.

"Só dá pra fazer coisa na legalidade, com transparência, com consistência, porque senão não vai prosperar", acrescentou o ministro, em outro trecho que não foi divulgado.

Dilma: "Iniciativa pessoal de Mercadante"

"A presidenta da República, Dilma Rousseff, repudia com veemência e indignação a tentativa de envolvimento do seu nome na iniciativa pessoal do ministro Aloizio Mercadante, no episódio relativo à divulgação, feita no dia de hoje (15), pela revista Veja", diz nota divulgada pelo Palácio do Planalto.

A delação premiada do senador Delcídio Amaral, homologada nesta terça pelo STF, traz um diálogo de Mercadante com José Eduardo Mazagão, assessor de Delcídio, em que o ministro supostamente oferece ajuda financeira para que o senador evite a delação.

Mais cedo, o ministro negou as acusações e declarou: "a presidente não tem nenhuma responsabilidade, é inteiramente minha".

Reuters confirma Lula como ministro de Dilma


Uma fonte do Palácio do Planalto informou à Reuters nesta terça-feira que o ex-presidente Lula aceitou ocupar um ministério no governo da presidente Dilma Rousseff e irá substituir Ricardo Berzoini na Secretaria de Governo, mas com mais poderes.

O ex-presidente reúne-se com Dilma para ter uma última conversa com a presidente sobre o cargo e acertar o formato do trabalho que fará no governo. Lula acabou de chegar a Brasília para o encontro.

Delcídio diz em delação que Aécio recebeu propina de Furnas

"Questionado ao depoente quem teria recebido valores de Furnas, o depoente disse que não sabe precisar, mas sabe que Dimas [Toledo, ex-presidente de Furnas] operacionalizava pagamentos e um dos beneficiários dos valores ilícitos sem dúvida foi Aécio Neves", diz trecho da delação premiada do senador Delcídio Amaral (PT-MS), que foi homologada nesta terça-feira 15 pelo ministro Teori Zavascki, do STF.

A outra citação ao tucano, que já foi mencionado cinco vezes em delações da Lava Jato, diz respeito a uma fundação no exterior, sediada em paraíso fiscal.

Delcídio irá devolver R$ 1,5 milhão e também faz acusações contra o ministro Aloizio Mercadante, que, segundo ele, teria oferecido vantagens para evitar sua delação.

Mercadante anuncia que fica no governo

Acusado pelo senador Delcídio Amaral (PT-MS) de lhe oferecer vantagens para evitar sua delação premiada, o ministro Aloizio Mercadante, da Educação, anunciou, nesta tarde, que permanece no governo.

Em entrevista coletiva, ele rebateu as acusações feitas por Delcídio, cujo assessor, Eduardo Marzagão, gravou conversas entre os dois: "foi um gesto de solidariedade meu, não do governo", disse Mercadante.

"O ministro também disse que irá tomar medidas contra o assessor de Delcídio, que, segundo o ministro, teria agido de má-fé.

Mercadante anunciou ainda que se colocou à disposição da procuradoria-geral da República para "toda e qualquer investigação".

O ministro disse que tem "preocupação zero" com a delação de Delcídio.

"Ele tentou me envolver na defesa jurídica dele e eu disse que só seria possível encontrar saídas dentro da legalidade".

Mercadante afirmou que a conversa publicada por Veja foi editada, tendo sido publicada com diversos trechos omitidos.

‘Delação de Delcídio é apanhado de notícias já veiculadas’

Em nota, o senador Humberto Costa (PT-PE), líder do governo no Senado, classificou a delação premiada do senador Delcídio do Amaral como um "apanhado de notícias já veiculadas", a partir da colaboração de Paulo Roberto Costa. Ele negou ter sido beneficiado em qualquer negócio com a White Martins, como alega Delcídio.

Delcídio disse que Cunha era menino de recados de André Esteves

O senador Delcídio do Amaral disse na delação premiada que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), atuava como “menino de recados” do ex-controlador do Banco BTG Pactual, André Esteves, preso em dezembro do ano passado junto com o senador.

De acordo com o parlamentar, Cunha atuava a favor do BTG em medidas provisórias que poderiam favorecer o banco.

Cassação de Delcídio no Senado será sumária


A homologação da delação premiada do senador Delcídio Amaral (PT-MS) pelo Supremo Tribunal Federal irá acelerar seu processo de cassação no Senado Federal.

Ao delatar seus próprios colegas, ele eliminou qualquer possibilidade de preservar seu mandato.

Delcídio disparou contra o principal senador da oposição, Aécio Neves (PSDB-MG), ao reforçar que o presidente nacional do PSDB tem envolvimento com propinas em Furnas.

Ele também atacou ex-colegas do PT, como Humberto Costa (PT-PE) e Gleisi Hoffmann (PT-PR), apontando envolvimento em supostos esquemas ilícitos.

Em relação ao PMDB, ele disparou contra três decanos do partido: Renan Calheiros (PMDB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR) e Valdir Raupp (PMDB-RO).

O primeiro senador preso no País, durante o exercício do mandato, Delcídio foi para o tudo ou nada.

Se quiser preservar os direitos políticos, ele ainda poderá renunciar ao mandato.