sábado, 27 de fevereiro de 2016

Lula enfrenta Moro, Globo, Gilmar e MP

Lula e a eleição: em 2018 terei 72 anos e tesão de 30 !​

No aniversário dos 36 anos do PT, no “Armazém da Utopia”, no Rio, nesse sábado 27/2, Lula falou quase uma hora.

Eis alguns trechos, aqui reproduzidos não literalmente (não deixe de ler também a carta que Dilma enviou do Chile: mexeu com Lula, mexeu comigo”.

O PT são milhões de brasileiros.

Vasco é o meu time no Rio e eu continuo vascaíno.

O Vasco não está bem mas eu continuo vascaíno.

Foi o primeiro time brasileiro a ter negro.

Há uma fragilidade de lideranças no mundo inteiro.

Tem crise desde 2007 e não se resolveu depois de aplicarem 32 trilhões de dólares.

Porque querem resolver primeiro o problema do mercado e depois o do povo.

Se a Economia não vai bem a coisa não vai bem.

E a culpa não é do nosso Governo, mas de uma conjuntura mundial.

Se quiser resolver a crise tem que olhar para o pobre outra vez: pobre não é problema, mas solução !

Se tivessem financiado novas tecnologias, maquinas modernas, Alemanha vendia maquina à Africa, os Estados Unidos vendiam tecnologia para a Africa e América Latina e a crise não existiria.

Se acovardaram, reduziram consumo, o empréstimo e a economia se atrofiou.

A divida bruta americana em 2007 era de 64% do PIB, e agora chegou a 114% do PIB.

Dilma sozinha não vai resolver esse problema.

Esse Governo é nosso !

E nós temos responsabilidade de ajudar, discutir, de compartilhar e encontrar saídas.

O militante do PT não pode virar as costas e dizer o problema não é meu.

O problema é nosso !

Meu, seu e da Dilma !

Dilma tem que ter certeza de que, por mais que tenha discordância, o lado dela é esse ! Ela precisa de nós para enfrentar os ataques que sofre do Congresso.

O país tem um potencial extraordinário: é possível resolver os problemas desse país !

Não podemos ter medo nem duvida.

Vamos assumir a responsabilidade, como assumimos, em 2004, 2007, 2012.

Temos mercado interno !

Vamos divergir o que tiver que divergir, falar o que tem que falar !

Partido não tem que concordar com tudo o que o Governo quer e o Governo não tem concordar com tudo o que Partido quer.

Mas estamos juntos. É como um casal.

Você pode brigar com a tua mulher mas ela é tua mulher.

Vai ter que dormir junto !

Dilma, eu estou na frente de milhares e milhares de homens e mulheres que são soldados.

Guerreiros e guerreiras para defender o seu mandato até as ultimas consequências.

(Na plateia: “não vai ter golpe !”)

Não tem partido de oposição.

Tem um partido chamado Globo, um chamado Veja, outro chamado outros jornais.

Essa é a Oposição.

E bom eles saberem: se eles quiserem voltar ao Poder vão ter que aprender a ser democratas, disputar eleição e respeitar o resultado.

Sacanagem não aceitamos. Golpe não vamos aceitar !

Afiem as suas garras e vamos disputar democraticamente em 2018.

Debater projeto.

Qual o projeto que interessa a esse pais ?

Qual o projeto que colocou mais pobre na universidade e comida na mesa do brasileiro, que mais investiu em educação e fez 40 milhões de pessoas ascenderem na escala social e levou energia elétrica a milhões e milhões de brasileiros ?

Gente do céu !

Se durante 500 anos não souberam cuidar desse povo e nos em doze anos ensinamos que é possível tratar esse povo com dignidade.

Uma menina negra da periferia chegar à universidade e ser doutora.

E o moleque da periferia não ser trombadinha mas ser doutor !

Eles passaram quatrocentos anos para fazer a primeira universidade.

Em doze anos colocamos mais jovens na universidade que eles colocaram em cem anos.

Eles não precisavam porque faziam pós-graduação na Sorbonne, em Harvard e não sei mais aonde.

Eles não sabiam que pobre também é inteligente.

Ou eles acham que a gente nasceu para ser pedreiro ?

Acabou !

Foi o PT que mudou isso !

Quando eu cheguei lá não era um presidente, era um trabalhador que sabia o que era o chão da fabrica, o que era a fome !

O Rio só não é mais bonito que Garanhuns.

Eu ando de saco chio com o comportamento de nosso inimigos na imprensa.

Nos brigamos na Constituinte para ter um Ministério Publico forte e independente e tem um Ministério publico fazendo jogo da Veja e do Globo.

Não merecem o cargo de quem esta no cargo para fazer Justiça.

Prometi a mim mesmo não tocar nesse assunto.

Sou acusado de ter um apartamento.

Um triplex minha casa minha vida.

200 metros quadrados.

Quero ver omo é que vai ficar essa historia.

Digo que não é meu, a empresa diz que não é meu, mas um cidadão que obedece à Globo … e a rede globo diz que o triplex é meu .

Quero saber quem é que vai me dar esse maldito apartamento !

Como Deus escreve certo por linhas tortas, inventaram uma offshore no Panamá – offshore, não sei o que é isso, deve ser coisa para enganar pobre.

Disseram que a empresa veio do Panamá para ser dona do meu apartamento e é dona do triplex da Globo em Paraty é dona do helicóptero (da Globo).

E a Globo notificou os blogueiros pra tirar o nome da Globo.


Então vamos notificar a Globo para tirar o nome do PT como ela usa todo dia.

Todo mundo aqui conhece o Jacó Bittar, meu companheiro de 40 anos, fundador do PT, da CUT e prefeito de Campinas.

O Jaco Bittar inventou de comprar uma chácara para eu usar quando deixasse a Presidência.

A chácara não é minha.

Ela foi comprada com cheque administrativo.

O Jacó deu ao filho Fernando.

Eles dizem que a chácara é minha.

Quando acabar esse processo, vão ter que me dar um apartamento e uma chácara.

Todo santo dia, levantam dúvidas e mais dúvidas.

O PT não nasceu pra ficar calado !

Se um companheiro do PT cometeu erro, vai pagar pelo erro.

Mas não podemos culpar milhões de jovens que ascenderam na politica por causa do PT.

Já fui prestar vários depoimentos.

A partir de segunda feira vão quebrar meus sigilos fiscal, telefônico, tudo, meu da Marisa, da minha netinha e até da minha mãe.

Esse é o preço ?

Eu pago !


Mas, eu duvido que tenha um mais honesto do que eu !

É processo em que a Policia Federal e o Ministério, essas instituições não podem fazer como esse procurador que fala primeiro com a revista e a globo e depois com o advogado !

Pessoas para estarem presas tem que ser julgadas !

Não podemos criminalizar qualquer pessoa pela manchete da imprensa.

Juizes têm medo de votar com medo da manchete do jornal !

Me contaram que ouviram um Ministro dizer: passou uma passeata na porta da minha casa e eu fiquei com medo !

Um Ministro da Supremo Corte não pode agir com medo da opinião publica.

Se quer disputar a opinião publica não pode ter emprego vitalicio e ficar sob a pressão da imprensa.

Dispute uma eleição e seja deputado.

Hoje, a Veja, a Época, o Globo e a Globo determinam: Jandira (Feghali), você é criminosa e aí eu vou procurar que crimes você cometeu !

Eu tenho 70 anos de idade.

Quando eu tive um câncer na garganta, muita gente disse: acabou: esse peão vai embora !

Quero dizer a Ministro da Suprema ao Juiz mais simples, da televisão maior à menor: não vão me derrotar mentindo !

Vão ter que me enfrentar na rua !

Eles pensam que fazendo essa perseguição vão me tirar da luta.

O PT é um movimento que em doze anos fez o mundo admirar esse país extraordinário !

Eles têm ódio.

Já tiveram muito cientista politico, usineiro governando esse país e nenhum deles participou de uma reunião do G8 e participei de todas.

O que eu tenho e que eles não tem é vergonha na cara e compromisso com o povo.

Quero lançar um desafio.

Pensei em sair do Brasil e deixar a Dilma governar.

Se for necessário, quero dizer alto e bom som: terei 72 anos com tesão de trinta para ser candidato a Presidente !

(Plateia: “Lula, guerreiro, do povo brasileiro”)

Nem a morte apaga a vida do homem de verdade.

Se você tem uma causa, a causa fica pairando na cabeça de milhões de pessoas.

Se ele fossem honestos eles faziam uma investigação na conta de outros partidos políticos para ver quem financia eles – e o PT.

Não vão nos destruir.

Nós sairemos mais fortes dessa luta.

Se eu cometer um erro não vai ser a Globo que vai anunciar a vocês: vou ser eu !

Vocês sabem o que ele fazem contra a gente todo santo dia.

A gente vai vence-los com a nossa verdade.

Tem uma senhora aí na plateia que diz que ainda bem que a Globo está falando mal de mim.

Porque no dia em que me elogiar, ela não acredita.

Vale pro PCdoB, pro PDT, pro PSB: temos que utilizar a tribuna da Câmara e do Senado.

A gente tem imunidade, tem mandato.

Não podemos levar desaforo pra casa.

Se falarem merda contra a gente vamos falar duas.

Esse partido não tem medo de coxinha.

Se tivesse, não comia tanto frango.

Lavei minha alma !

Daqui pra frente, é pão, pão, queijo, queijo.

Lulinha não vai ser mais Lulinha paz e amor !

Fonte: Conversa Afiada, 27/02/2016

Dilma critica a moralidade seletiva em carta ao PT

E chama Lula de "patrimônio político"

Na manifestação mais contundente sobre os ataques de que são alvos ela, Lula, seu governo e o partido, presidente diz que há uma tentativa de usurpar mandato legitimamente conquistado nas urnas, para interditar suas ações e iniciativas: "Não me farão recuar”, bradou.

Dilma defendeu o antecessor, “um patrimônio político”, de um ataque sistemático na tentativa de criminalização e de envenenamento da sociedade: "Sou e serei solidária ao meu amigo e companheiro Lula em todas as ocasiões, e continuarei a seu lado em todas as batalhas que certamente ainda travaremos".

A presidente diz ainda ter orgulho de empunhar a bandeira vermelha com a estrela branca. A carta foi lida pelo presidente Rui Falcão na abertura do evento.

O gesto de grandeza que Aécio pode fazer pelo Brasil neste momento

Se não quiser ajudar o governo, mas que não atrapalhe e deixe de fomentar o ódio

Neste sábado, em Goiânia, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) cobrou um "gesto de grandeza" da presidente Dilma Rousseff, que seria a sua renúncia.

Desde que foi derrotado, em outubro de 2014, já se passaram nada menos do que 489 dias e o presidente nacional do PSDB continua tentando fomentar o ódio e a guerra política no País.

Nessa toada, Aécio já fez de tudo: aliou-se a Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na tentativa de um golpe contra a democracia, sabotou votações de medidas fiscais que eram defendidas pelo próprio PSDB no passado e estimulou diversas ações no TSE.

A sua aposta no 'quanto pior, melhor' não rendeu frutos para os tucanos, ao contrário, aprofundou a recessão, ceifou milhares de empregos e criou o ambiente perfeito para que germine a semente do fascismo no Brasil. 

Podemos esperar de Aécio um gesto de grandeza?

Visita da presidente Dilma ao Chile, para participar do encontro com economistas

na Cepal e empresários foi muito proveitosa

Neste sábado (27), a presidenta Dilma Rousseff deu continuidade aos compromissos em Santiago, no Chile. Às 10h30, ela recebeu o CEO da LATAM, Henrique Cueto. Em seguida, às 11h, a presidenta se reuniu com o secretário-geral das empresas CMPC, Gonzalo García Balmaceda. Os encontros foram realizados no Hotel Sheraton.

À tarde, a partir das 15h, Dilma Rousseff realizou visita ao edifício-sede da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) e se encontrou com economistas que atuam no organismo internacional. Após a visita, Dilma embarcou de volta para Brasília.

Presidenta Dilma Rousseff durante encontro com economistas da Comissão Econômica Para a América Latina e Caribe (Cepal). Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

Presidenta defendeu equilíbrio fiscal para estimular investimentos no Brasil

“Equilibrar o orçamento […] não é um fim em si. Você faz isso porque é essencial para que se crie um ambiente favorável ao investimento”, disse a presidenta Dilma em entrevista a jornalistas, neste sábado (27), em Santiago, no Chile. Uma das ações necessárias para isso é estabilizar a situação fiscal do País, o que passa necessariamente por uma reforma previdenciária. Dilma explicou que isso não é sinônimo de tirar direitos dos trabalhadores.

“O Brasil tem sólidas estruturas. Precisa agora de uma âncora no fiscal, precisa de uma reforma previdenciária, não para tirar direitos do trabalhador, mas para garantir esses direitos no futuro”.

A presidenta também defendeu que esta é uma reforma que não deve mudar regras da aposentadoria no curto prazo. “Podemos fazer uma reforma com tranquilidade em que você absorva todas as expectativas de direito. Mas que reconheça uma realidade, que é o fato, muito bom, que a população do Brasil está envelhecendo porque nossa expectativa de vida aumentou. E aqueles que trabalham vão ter que, progressivamente, sustentar uma parte maior da população que é a que não trabalha: os que aposentam e as crianças e os jovens”.

A presidenta destacou ainda que é necessário que se aumentem as receitas. “Nós não passamos por essa ponte sem receitas. E daí a importância da CPMF. Tudo isso só [se] faz por um motivo: queremos voltar a crescer”, afirmou a presidenta. Para isso é importante que haja também investimentos, apontou, tanto do setor privado quanto do público. Ainda em 2016, o governo vai realizar leilões de aeroportos, portos, rodovias e ferrovias.

Dilma defendeu que haja um clima de união que favoreça o Brasil a recuperar o grau de investimento. “O Brasil precisa se unir. Os empresários, os que geram emprego e renda, percebem a força do Brasil”.

Empresários chilenos reúnem com Dilma e dizem que acreditam no Brasil

O secretário-geral do grupo chileno CMPC, Gonzalo García Balmaceda, relatou à presidenta Dilma Rousseff, em encontro neste sábado (27), no Chile, o objetivo de continuar investindo no País. O grupo, que é dono da Celulose Riograndense, sediada no município de Guaíba (RS), tem investimentos da ordem de US$ 5 bilhões no Brasil, sendo o maior investidor chileno no País.

“A senhora presidenta nos convidou a conversar com ela para conhecer os investimentos da CMPC no Brasil. Dissemos à presidenta que estamos muito felizes de estar no Brasil, fomos muito bem acolhidos desde que chegamos em 2009. Temos uma presença em vários estados e obviamente que nossas intenções são continuar investindo no Brasil”, declarou.
A presidenta Dilma Rousseff durante audiências com o secretário-geral das Empresas CMPC, Gonzalo García Balmaceda, e com o CEO da Latam, Henrique Cueto. Fotos: Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

Perguntado por jornalistas sobre o momento econômico que o Brasil enfrenta, o empresário declarou que os investimentos do grupo no Brasil são de longo prazo e manifestou confiança em que o cenário mude em breve. “Vivemos um momento de dificuldades, mas estamos seguros que serão superadas”.

Balmaceda disse também ter tratado com a presidenta sobre as restrições para que estrangeiros possam comprar terras no País. “Uma indústria de celulose necessita de terra para plantar eucaliptos”, disse. De acordo com ele, a presidenta demonstrou-se muito interessada em buscar uma solução para o tema.

A presidenta também se reuniu na manhã deste sábado com o CEO da Latam, Henrique Cueto. A companhia aérea é a maior da América Latina e é uma união da brasileira Tam com a chilena Lan.

Políticas econômicas e sociais do Brasil são referências para América Latina, diz Cepal

Em seu segundo dia de visita oficial ao Chile, a presidenta Dilma vai se reunir com representantes da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal), organismo da Organização das Nações Unidas criado para estudar e formular propostas de desenvolvimento regional.

O economista Antonio Prado é o primeiro brasileiro a ocupar o cargo de secretário-geral adjunto da Cepal. Ele garante que as políticas do Brasil de redução da desigualdade e de combate à pobreza têm servido de inspiração para outros países. “É muito importante dizer que a própria prática de política econômica e social do Brasil passa a ser uma referência relevante. O combate à pobreza no Brasil foi muito bem sucedido, com políticas bem estruturadas, bem coordenadas e que vêm sendo motivo de exemplo para vários países da região”, afirma.

Na avaliação de Prado, o protagonismo brasileiro se estende também às discussões sobre o desenvolvimento sustentável e questões climáticas. “O Brasil tem dado exemplos bastante fortes no sentido de permitir que uma agenda mais ambiciosa de transformações dos problemas internacionais possam encontrar solução”, diz.

A maior participação brasileira em foros internacionais de discussão também comprova a posição de liderança do país, segundo o dirigente. “O Brasil é a sétima economia mundial, é um país com grande população, que tem grande capacidade e capacidade também de liderança e de influência. Portanto tem um papel a cumprir não somente nos foros regionais, como o Mercosul, a Unasul, a Celac, mas também em organismos extra-regionais como os Brics, mas fundamentalmente em organismos multilaterias como o Fundo Monetário Internacional, como o Banco Mundial e as próprias Nações Unidas, onde o Brasil há muito tempo vem lutando para fazer parte do Conselho de Segurança”, assegura.

Para Antonio Prado, a visita da presidenta brasileira à sede da entidade carrega consigo um simbolismo muito especial. “A presidenta Dilma tem uma formação econômica com influência Cepalina, portanto, nós estamos recebendo em nossa casa uma presidente que é amiga do pensamento histórico estrutural da Cepal. Mas também porque é uma presidente que tem um compromisso profundo com o tema da igualdade, que está no centro da agenda da Cepal”, garante.

Fonte:Blog do Planalto, 27/02/2016

Tudo na vida são lições para nos fazer crescer

Globo confirma legalidade de palestra de Lula


Empresas que contrataram palestras do ex-presidente Lula estão sendo questionadas pelo Ministério Público Federal para atestar se os serviços foram efetivamente prestados. Uma delas foi a Infoglobo, da família Marinho, que lidera a campanha midiática contra o ex-presidente.

Em reportagem publicada neste sábado 27, o jornal O Globo esclarece que Lula efetivamente realizou a palestra, em 2013, e foi financiado pelo grupo: "Além de divulgar o evento em seus jornais, a Infoglobo arcou com os custos dos palestrantes, inclusive do ex- presidente Lula", diz trecho de reportagem sobre a investigação, a respeito de um seminário sobre o Mapa do Comércio no Estado do Rio, realizado pela Fecomércio-RJ.

Dilma condena pessimistas que enaltecem a desunião


Para a presidente, a nação precisa se unir: “O Brasil não pode sistematicamente se mostrar desunido, todas as pessoas pessimistas”.

Para ela, o povo brasileiro é um otimista, mas existem grupos muito pessimistas que só olham a parte mais vazia do copo: "Isso nós não podemos permitir", avisou.

A executivos brasileiros e chilenos, em Santiago, Dilma disse neste sábado (27) que todos percebem a força que o Brasil tem e que para o País recuperar o grau de investimento é necessário estabilizar a situação fiscal: “É fundamental que as pessoas percebam que não existe o fim em si de equilibrar o orçamento do Estado brasileiro”.

Polícia indicia Roberto Jefferson e mais 6 envolvidos no caso Furnas


Vitor Abdala – Repórter da Agência Brasil

A Polícia Civil do Rio de Janeiro indiciou neste sábado 27 sete suspeitos de corrupção e lavagem de dinheiro na estatal Furnas Centrais Elétricas.

Entre os indiciados no relatório encaminhado hoje ao Ministério Público, está o ex-deputado federal Roberto Jefferson, por lavagem de dinheiro, além de empresários e lobistas. De acordo com a titular da Delegacia Fazendária, Renata Araújo, o esquema, que ficou conhecido como "lista de Furnas", era feito entre 2000 e 2004.

Ainda segundo a Polícia Civil, um dos responsáveis pelo esquema era o então diretor de Planejamento, Engenharia e Construção, Dimas Fabiano Toledo, que foi beneficado pela prescrição do crime, por ter mais de 70 anos.

Por meio de nota, a Polícia Civil explicou que há indícios de superfaturamento de obras e serviços por Furnas, durante as construções das usinas termelétricas de São Gonçalo, no Grande Rio, e Campos, no norte do estado. O dinheiro era usado para financiar ilegalmente campanhas políticas e enriquecer agentes públicos, políticos, empresários e lobistas.

A ação começou na Justiça Federal, mas acabou sendo passada para a Justiça Estadual, pelo fato de Furnas ser uma empresa de economia mista e pelo desvio de fundos envolver obras de usinas dentro do estado do Rio. Estima-se que o dinheiro desviado ilegalmente para campanhas chegue a R$ 54,9 milhões.

Fonte: Brasil 247, 27/02/2016

Dilma diz que não governa só para o PT


Presidente confirmou que não participará das celebrações dos 36 anos do partido na noite deste sábado (27), no Rio de Janeiro: “Eu não governo só para o PT, eu governo para 204 milhões de brasileiros", disse.

Mas depois, contemporizou, ao afirmar que também não governa só para o PSD, PDT, PTB ou só para o PMDB; as declarações foram feitas em Santiago do Chile, antes de almoço com a presidente Michelle Bachelet.

A jornalistas, a petista afirmou ainda que não esperaria uma adesão acrítica do PT ao governo: "Um partido é um partido, um governo é um governo".

Na sexta-feira, integrantes da sigla criticaram a proposta de ajuste fiscal proposto pela área econômica do governo. Ainda assim, a presidente disse esperar o apoio de toda a sua base (PT incluído) na aprovação das medidas.

Exclusivo: Miriam reafirma que FHC usou Brasif para pagá-la

Mirian Dutra

Na segunda-feira, 22 de fevereiro, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso negou que tivesse utilizado a Brasif S. A. Exportação e Importação para enviar dinheiro à ex-namorada Mirian Dutra, que mora no exterior com o filho desde que ele se candidatou a presidente da República, em 1994.

Na entrevista que me concedeu sexta-feira da semana passada, Mirian disse que o dinheiro era dele, sim. “Ele transferiu 100 mil dólares para o Jonas (dono da Brasif) ir me repassando aos poucos”, afirmou.

Mirian disse mais: não só o dinheiro da mesada – 3 mil dólares, que começaram a ser depositados em sua conta pela Brasif depois que a Globo reduziu seu salário em 40% – como os recursos utilizados para a reforma de seu apartamento, em 1999, eram do ex-namorado e, segundo ela, pai de seu filho Tomás.

Mirian comprou o apartamento por 60 mil euros depois que a Globo concordou que ela morasse em Barcelona, de onde ela mandava pautas que nunca foram aprovadas. Mas o imóvel precisava de reforma e ela aceitou que Fernando Henrique arcasse com as despesas.

Ela conta que três pessoas da confiança de Fernando Henrique foram visitá-la e ver como estava a reforma. Uma dessas pessoas, cujo nome ela não autoriza divulgar, é muito próximo do ex-presidente. “Eles estiveram no meu apartamento”, afirma.

Mirian, com a experiência de quem cobriu política em Brasília, diz que tem documentos para provar o que diz, mas só usará se for necessário, e os guarda em cofre de banco. Também entregou parte do material – cópia de contrato e cartas de Fernando Henrique — a uma amiga no Brasil.

Fernando Henrique só negou que tivesse usado a Brasif como intermediária na mesada para Mirian depois que a empresa divulgou nota em que poupa o ex-presidente.

“O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não teve qualquer participação nessa contratação, tampouco fez qualquer depósito na Eurotrade ou em outra empresa da Brasil”, diz a nota da Brasif.

Na quarta-feira da semana passada, dia 17, quando foi procurado pela Folha de S. Paulo para falar a respeito da revelação de Mirian Dutra, o dono da Brasif, Jonas Barcellos, não negou o acerto com FHC.

“Tem alguma coisa mesmo, sim”, disse ele. Jonas estava em Aspen, nos Estados Unidos, disse que voltaria esta semana e faria um levantamento sobre o contrato. Antes mesmo de sua volta, a empresa divulgou a nota em que isenta o ex-presidente.

Na sexta-feira à noite, Mirian falou sobre a resposta de Jonas. “Ele confirmou o que eu disse”, comentou. Mirian não deixou de responder nenhuma pergunta que fiz, mas parecia cansada e, em alguns momentos, chorou.

Ela estava particularmente triste com a reação do filho, Tomás, depois que a revista Brazil com Z publicou a entrevista em que, pela primeira vez, falou sobre o relacionamento com Fernando Henrique e o filho Tomás.

Ela falou com o filho pelo telefone e ouviu de Tomás palavras de reprovação pela entrevista. Pouco depois, leu na coluna de Reinaldo Azevedo, da Veja, o registro de que o filho teria ligado para Fernando Henrique Cardoso e se solidarizado com ele.

“Quem passou isso para o Reinaldo Azevedo foi o Fernando Henrique ou Paulo Henrique (filho de Fernando Henrique com Ruth Cardoso), que me odeia”, disse.

Depois da publicação de Azevedo, Mirian enviou ao filho uma mensagem dura pelo WhatsApp. “Agora quem não quer mais falar com você sou eu”, teria escrito, segundo me disse.

Nestes anos todos de relacionamento com Fernando Henrique, na maior parte do tempo à distância, ela aprendeu a se comunicar com o ex-namorado pela imprensa.

Por exemplo, ela diz que, em 2009, soube pela imprensa que Fernando Henrique reconheceria o filho na Espanha. Também soube pela imprensa, dois anos depois, que ele havia feito dois exames de DNA nos Estados Unidos, ambos com resultado negativo.

Mas, pelo que viria a fazer em 2014, ela não acreditou que Fernando Henrique estivesse falando a verdade. Naquele ano, o advogado José Diogo Bastos foi procurado por Mirian Dutra para interpelar Fernando Henrique Cardoso sobre as notícias do reconhecimento da paternidade e dos exames de DNA. O objetivo era obter documentos para comprovar a informação.

“Nós tiramos uma certidão de nascimento em Brasília e lá continuava constando Tomás como filho de Mirian Dutra Schmidt e de pai desconhecido. Se não tem alteração no registro de nascimento no Brasil, não tem valor nenhum o reconhecimento”, afirma o advogado.

A primeira notificação extrajudicial foi recebida em 6 de agosto de 2014, na sede do Instituto Fernando Henrique Cardoso, conforme o Aviso de Recebimento dos Correios em poder de José Diogo Bastos.

Como não houve resposta, o advogado enviou outra notificação, com o mesmo teor, para o apartamento de Fernando Henrique Cardoso em Higienópolis, São Paulo. Também não houve resposta, e José Diogo Bastos recomendou a Mirian a via judicial.

“Ela tem legitimidade para isso, apesar do Tomás ser maior de idade. Ela pode entrar com uma ação de exibição de documentos ou até uma medida cautelar. Depois disso, pode buscar reparação por danos morais”, afirma. Mirian confirmou que não quis processar o ex-namorado, mas não descarta fazer isso no futuro.

“O advogado me disse: ‘você está dormindo com o inimigo, deve buscar a via judicial’. Eu não quis entrar com processo. O Tomás já era maior de idade e achei que uma decisão dessas tinha que ter a participação dele”, disse Mirian.

Segundo ela, foi depois de receber a segunda notificação que Fernando Henrique Cardoso teria comprado o apartamento para Tomás em Barcelona, por 200 mil euros, pagos em dinheiro.

Fonte: DCM, 24/02/2016

O sumiço inexplicado de Margrit, a irmão de Miriam Dutra e funcionária fantasma de Serra

A economia brasileira está sob a dominância jurídica

Economistas discutem se a economia está ou não sob a dominância fiscal – termo para descrever situações em que o quadro fiscal assume tal risco que a economia não responde mais aos impulsos monetários. Na realidade, a economia brasileira está sob a dominância jurídica

Luis Nassif, GGN

Os economistas discutem se a economia está ou não sob a dominância fiscal – termo para descrever situações em que o quadro fiscal assume tal risco que a economia não responde mais aos impulsos monetários.

Objetivamente, a economia brasileira está sob a dominância jurídica.

Durante boas décadas o país foi governado pela teocracia dos economistas. A inflação elevada, mais a globalização dos mercados, conferiu-lhes poder político acima dos partidos.

A perda do discurso econômico e a erosão da credibilidade presidencial provocaram um vácuo na opinião pública, uma perda de rumo, do discurso e das propostas aglutinadoras, enfim, de um projeto de país. E a dominância econômica cedeu lugar á dominância jurídica.

É nesse vácuo que a besta foi liberada – o sentimento de manada irracional, alimentado pelo ódio e pela intolerância, que acomete países que perderam o rumo.

Quem consegue cavalgar a besta, assume o controle do discurso público. Torna-se um deus ex-machina.

A besta foi alimentada com um foco claro: a corrupção política.

De repente, a opinião pública perdida encontra um discurso unificador, a enorme vendetta política contra a corrupção dos outros, como se todos os problemas do país fossem resolvidos meramente com uma gigantesca caça às bruxas.

A besta traz consigo a balbúrdia de informações. Os alertas sobre a necessidade de prender os culpados sem desmontar a economia são ignorados. Basta os novos oráculos brandirem frases de senso comum. Tipo, basta limpar a corrupção para a economia ficar saudável. Ou, se quebrar uma empresa, outra surgirá no lugar.

Na era das banalidades, dos factoides das redes sociais, e do empobrecimento do discurso econômico, a descrença em relação às chamadas “opiniões técnicas” permite toda sorte de demagogia do senso comum.

Com a falta de ação do Executivo, a sombra da besta vai se impondo sobre todos os setores. Há a banalização das prisões e o recuo das figuras referenciais. Por receio de enfrentar a besta, Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que se supunha guardiões impávidos dos direitos civis – abolem a apelação à Terceira Instância.

Para prender o vilão símbolo – Luiz Estevão -, em vez de atuar sobre outros fatores de protelação, liquidam com a possibilidade da terceira instância, sujeitando outros tipos de réus às idiossincrasias e influências políticas nos tribunais estaduais.

É só acompanhar o que ocorreu no Maranhão e no Amapá de José Sarney, com políticos eleitos perdendo o mandato em cima de acusações risíveis: compra de um voto por R$ 15,00. Ou no Rio de Janeiro, com as ações da Globo contra jornalistas críticos.

A caça às bruxas atual será refresco perto do que virá pela frente.

Nem se pense em uma dominância jurídica impessoal pairando acima das paixões políticas. A besta tem lado e se prevalece das imperfeições jurídicas e políticas.

O modelo político universalizou as práticas ilegais. Todos os partidos se valeram disso. O jogo político consiste em investir contra um lado apenas – blindando e fortalecendo o outro. Ou então, valer-se das dificuldades processuais para proteger aliados. Jackson Lago foi deposto acusado de ter comprado um eleitor com R$ 20,00.

É nítida a aliança entre Ministério Público Federal e grupos de mídia. O bater bumbo da mídia ajuda a superar obstáculos, quando os alvos são adversários da mídia. Quando o suspeito é a própria mídia, obviamente não há bumbo, e não há vontade política de avançar.

É o que explica o caso das informações sobre a Globo, enviadas pelo FBI, estarem paradas há um ano nas mãos de uma juíza de primeira instância.

Culpa das imperfeições jurídicas, é claro.

Quando a besta sai às ruas, os valentes tremem, os crentes abjuram, os referenciais se escondem.

A besta reescreve biografias, reputações, reavalia caráteres, pois é um teste de estresse, no qual muitos grandes se apequenam, e alguns pequenos se agigantam.

A besta passa imperial, despejando fogos pelas ventas e farejando de longe o cheiro do medo. Os medrosos, ela espanta com seus uivos. Os que resistem, ela ataca, rasga reputações, destrói histórias, promove grandes orgias públicas expondo os recalcitrantes em praça pública.

É só conferir o que está acontecendo com advogados que ousam criticar a operação. Ou o que irá acontecer com a esposa do publicitário João Santana que, algemada, ousou dizer que não baixará a cabeça. Como não? Será isolada, a prisão será prorrogada, mensagens pessoais serão divulgadas, sua vida será devassada até que baixe a cabeça. Esse Deus vingador não admite esses arroubos.

No Brasil, a besta intimidou até donos de grandes biografias, como o Ministro Luís Roberto Barroso.

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A pior parte da história é que a besta não resolve problemas econômicos. E não quer abrir mão do protagonismo político. Há uma crise perigosíssima no horizonte. A cada tentativa da presidente de avançar em um acordo com o Congresso ou com a sociedade civil, a besta irrompe de Curitiba e promove um novo festival de factoides, paralisando completamente o discurso público.

Nesse clima irracional, há a desmoralização total dos partidos políticos, do PT ao PSDB. Nas últimas pesquisas de opinião, o único segmento que cresceu foi o dos anti-petistas – denominação para os que querem a volta dos militares e acham que os terroristas árabes vão invadir o Brasil. Hoje em dia, tem 18% da opinião pública, mais do que qualquer outro partido.

Não se sabe até onde irá essa loucura coletiva.

Resta o consolo de saber que, mesmo impotentes, ainda existem juízes que colocam suas convicções acima do medo.


Fonte: Pragmatismo Político, 26/02/2016

A capacidade de manipulação dos poderosos

A enorme capacidade de manipulação dos poderosos faz com que segmentos menos favorecidos da sociedade encampem, como suas, teses que na verdade contrariam seus interesses e só beneficiam os mais abastados. É como se o barco dos que têm muito, e que são poucos, navegasse rebocando o barco dos que têm pouco, e que são muitos. Todos na mesma onda.

A capacidade de manipulação dos ricos e poderosos é imensa. Contam, para isso, não só com seus enormes recursos financeiros como ,com o fundamental apoio da chamada grande imprensa, que, como é natural, é comandada por ricos e poderosos. Ou seja, estão todos no mesmo barco.

Essa capacidade de manipulação faz com que os segmentos mais pobres da sociedade e as classes médias encampem, como suas, teses que na verdade contrariam seus interesses e só beneficiam ricos e poderosos. É como se o barco dos que têm muito, e que são poucos, navegasse rebocando o barco dos que têm pouco, e que são muitos. Todos na mesma onda.

Um bom exemplo dessa capacidade de manipulação e cooptação dos que têm menos pelos que têm muito é a tão falada carga tributária brasileira. Os ricos e poderosos disseminam uma gigantesca operação de manipulação de informações para confundir as pessoas e fazer com que todos acreditem na mentira que é a “enorme carga tributária brasileira”.

Claro que ninguém gosta de pagar impostos. Isso é um dado histórico, basta nos lembrarmos de Tiradentes e dos revoltosos de Minas Gerais, entre outros. Mas, diferentemente do que alardeiam os ricos e poderosos, o problema não é o tamanho da carga tributária brasileira. O problema é a injustiça do sistema tributário brasileiro, em que os mais pobres e as classes médias pagam muito mais impostos do que esses ricos e poderosos que fazem tanto barulho.

O sistema tributário brasileiro é injusto socialmente, beneficia os mais ricos e prejudica os mais pobres. Essa é a questão central. Pobres pagam muito mais impostos, pois as decisões sobre tributos são tomadas por governantes e tecnocratas ansiosos por agradar aos ricos e poderosos (e que volta e meia trabalham para eles) e pelos representantes que esses ricos e poderosos têm no Congresso Nacional— e que impedem e boicotam qualquer reforma desse sistema tributário que venha a implantar a justiça social no pagamento dos impostos.

A favor dos manipuladores há outro fator: a incapacidade de sucessivos governos, nas três esferas da Federação, de aplicar bem e corretamente os recursos arrecadados com os impostos. É natural, diante da precariedade total dos serviços públicos e dos reiterados casos de desvios de dinheiro público, que as pessoas, independentemente de classe social, rebelem-se contra qualquer aumento de imposto ou da carga tributária.

Os manipuladores impedem que as informações corretas sejam disseminadas e que haja um debate sério e qualificado sobre a questão tributária. Fazem isso para defender seus interesses e continuar pagando impostos irrisórios e sonegando à vontade e impunemente.

Não dizem os manipuladores, por exemplo, que estudos do Fundo Monetário Internacional e da Heritage Foundation, citados por Grazielle Custódio David, especialista em Orçamento Público e assessora do Inesc – Instituto de Estudos Socioeconômicos – mostram que entre as 20 maiores economias do mundo, o Brasil tem a quinta mais baixa carga tributária. A carga tributária brasileira não é alta como pintam: os problemas são que recai sobre os mais pobres e isenta os ricos, e os impostos arrecadados são mal aplicados e desviados.

Grazielle, em matéria de Joana Rozowykwiat publicada no portal Vermelho, mostra que os impostos indiretos, sobre consumo de produtos e serviços, recaem mais sobre os que ganham menos. No Brasil, 51,28% dos impostos vêm do consumo. Os salários contribuem com 24,08% dos impostos, a renda com 18,1% e a propriedade com apenas 3,93%. A média internacional de imposto sobre propriedade é de 8% a 12%. Impostos sobre consumo, quando aumentam, se refletem no aumento dos preços. Empresários jamais aceitam reduzir suas margens de lucro.

No Brasil, os assalariados têm seus impostos descontados na fonte. Já os empresários que recebem lucros e dividendos não pagam imposto de renda desde 1995, no governo de Fernando Henrique Cardoso. Nos Estados Unidos, lucros e dividendos são taxados em 21,2%, na França em 38,5%. A maior alíquota de imposto de renda no Brasil, para os que ganham mais, é de 27,5%. Nos Estados Unidos, é de 39,6%, na Alemanha é de 45% e na Suécia é de 56,7%.

No Congresso, os ricos e poderosos asseguram suas vantagens. Recentemente o governo propôs um aumento de 30% no imposto de renda sobre ganhos de capital. O senador tucano Tasso Jereissati, que é empresário, baixou para 22,5% e ainda aumentou o piso de R$ 20 milhões para R$ 30 milhões. Legislou em causa própria e a imprensa apresentou o resultado como “derrota do governo”, omitindo o sentido real da proposta e da derrota.

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A sonegação de impostos no Brasil é avaliada, por Grazielle, em R$ 500 bilhões. A sonegação é um jogo financeiro do empresariado, que não paga os impostos, aplica o dinheiro que deveria ter ido para os cofres públicos e depois se beneficia dos programas de refinanciamento de dívidas, com longo prazo para pagamento e perdão de juros. Um grande negócio, não permitido às pessoas físicas. E o Congresso Nacional tem evitado que sonegadores sejam punidos. Quando pagam ou renegociam as dívidas, são perdoados.

Sem arrecadar, o Estado não tem como funcionar adequadamente, aqui ou em qualquer país. Sem impostos, um país não tem recursos para prestar serviços à população. E quem mais precisa desses serviços são os mais pobres, que mais dependem do Estado, porque precisam de benefícios sociais, educação e saúde públicas, segurança e transporte. Os ricos e poderosos que se voltam contra a justiça tributária e não querem pagar impostos não precisam desses serviços.

A manipulação desses ricos e poderosos se volta agora contra a CPMF. Na verdade, o que eles mais temem é que com a CPMF fica muito mais difícil sonegar impostos. E aí entra também a questão política: são contra a CPMF os que ainda apostam no agravamento da crise econômica para desgastar e, se possível, derrubar o governo.

O povo tem razão de cobrar a correta aplicação dos impostos e não querer que mais um seja criado. Mas, em vez de se aliar as ricos e poderosos, o que deve fazer é lutar por uma reforma tributária que leve quem tem mais a pagar mais impostos, e quem tem menos a pagar menos ou não pagar impostos. E que, de quebra, simplifique e desburocratize o sistema, reduzindo os custos do Estado e das empresas para cobrar e pagar impostos.

O governo federal deveria estar fazendo este debate, e enfrentá-lo com coragem. Só defender a CPMF, diante da enorme capacidade de manipulação de ricos e poderosos, aliada à estratégia de desgaste político, é muito pouco.

Hélio Doyle, Brasil 247