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segunda-feira, 12 de junho de 2017
Josias: não fosse o cargo, Temer hoje estaria na Papuda
Para o jornalista Josias de Souza, Michel Temer não teve ainda o mesmo destino do seu ex-assessor especial Rodrigo Rocha Loures por conta do cargo que assumiu por meio de um golpe parlamentar.
"Temer está cada vez mais parecido com Eduardo Cunha. A diferença é que Cunha usava a estrutura da Câmara. E Temer abusa da engrenagem de todo o governo. É um caso clássico de obstrução da Justiça. Se não desfrutasse das imunidades inerentes ao cargo, Temer talvez estivesse preso na companhia do ex-assessor Rodrigo Rocha Loures, na penitenciária da Papuda".
Coronel de Temer tentou destruir provas
Um dos mais antigos e fiéis aliados de Michel Temer, o coronel da Polícia Militar João Baptista Lima Filho, tentou destruir provas que comprovavam denúncias feitas pela delação da JBS.
Em operação de busca e apreensão feita no apartamento do coronel, a Polícia Federal encontrou documentos rasgados que continham informações sobre a reforma da casa de uma das filhas do peemedebista.
Um dos delatores da JBS, Ricardo Saud, diz ter mandado entregar R$ 1 milhão para Lima Filho dos R$ 15 milhões que o grupo doara para o caixa dois de Temer em 2014.
Os rasgos nos papéis sugerem que alguém queria destruir a documentação, na interpretação dos investigadores que participaram da operação de busca.
Destruição de provas é considerada um crime grave pela Justiça e é uma das justificativas previstas para a decretação de prisão.
Foi com esse argumento, por exemplo, que a Justiça mandou prender outro aliado de Temer, o ex-ministro Henrique Eduardo Alves, na terça (6).
Noblat diz que capacidade de Temer em transgredir é espantosa
Michel Temer extrapola para se manter no poder
A atitudes de Michel Temer foram consideradas excessivas até pelo jornalista Ricardo Noblat.
"A capacidade do presidente em transgredir é espantosa. Disso deu notícia o encontro com um empresário no porão do palácio onde mora. O mesmo empresário recebido com nome falso foi o que mandou entregar R$ 500 mil a um deputado indicado por Temer para intermediar suas relações com o governo. Temer negou que tivesse alguma vez voado no jato do empresário. Para depois dizer que não sabia de quem era o jato", escreve o colunista nesta segunda.
Diretas Já reúne multidões em Salvador e Porto Alegre
Manifestação popular em Salvador
Depois de grandes atos no Rio de Janeiro e em São Paulo, o movimento por eleições diretas ganhou outras capitais neste domingo.
Em Salvador, uma multidão de mais de 50 mil pessoas tomou o Farol da Barra, um dos mais belos cartões-postais da capital baiana.
Em Porto Alegre, o ato aconteceu no Parque da Redenção; movidos pelos mais de 85% dos brasileiros que querem a saída de Michel Temer e eleições diretas para escolha de um presidente de forma legítima, os organizadores dos atos afirmam que a expectativa é de que o movimento continue a crescer.
"A ideia é isso: juntar, unir, ampliar os movimentos sociais, as centrais sindicais, o movimento da sociedade civil, artistas, personalidades, políticos, governadores, senadores, deputados, vereadores e representantes da comunidade diante do povo", disse em Salvador o presidente da 'Frente Suprapartidária pelas Diretas Já', senador João Capiberibe (PSB-AP).
PF acha com amigo de Temer papéis rasgados sobre reforma de casa
Folha, 12/06/2017
Pedro Ladeira - 21.mai.2017/Folhapress
O presidente Michel Temer, durante entrevista exclusiva à Folha, em Brasília, em maio
A Polícia Federal encontrou documentos rasgados, com informações sobre a reforma da casa de uma filha do presidente Michel Temer, na operação de busca e apreensão que fez no apartamento do coronel da Polícia Militar João Baptista Lima Filho.
Ele é um dos mais antigos e fiéis aliados do presidente, suspeito de ser laranja de Temer. Um dos delatores da JBS, Ricardo Saud, diz ter mandado entregar R$ 1 milhão para Lima Filho dos R$ 15 milhões que o grupo doara para o caixa dois de Temer em 2014.
Os rasgos nos papéis, feitos nos sentidos horizontal e vertical da folha, aparentemente com uma régua, sugerem que alguém queria destruir a documentação, na interpretação dos investigadores que participaram da operação de busca.
O conjunto de papéis rasgados tinha pouco mais de duas dezenas de páginas. Os policiais tiveram que montar as folhas rasgadas para ler o conteúdo dos documentos.
DESPESAS DE TEMER
Destruição de provas é considerada um crime grave pela Justiça. É uma das justificativas previstas para a decretação de prisão. Foi com esse argumento, por exemplo, que a Justiça mandou prender outro aliado de Temer, o ex-ministro Henrique Eduardo Alves, na terça (6).
A Procuradoria-Geral da República, segundo a Folha apurou, não pediu a prisão de Lima Filho neste primeiro momento por razões estratégicas.
A PF também encontrou documentos que apontam que o coronel aposentado controlava ou pagava despesas de Temer. Um dos papéis apreendidos é a nota de um aparelho de telefonia comprado para Temer em 1998.
Os papéis rasgados estavam sobre uma mesa de trabalho para serem descartados, de acordo com investigadores. Lima estava na sala quando os documentos foram achados e mostrou um ar de irritação e contrariedade durante a ação, relatam policiais.
Além de mensagens sobre a reforma da casa de uma das filhas de Temer, o pacote continha folhas com o que parecia ser a contabilidade pessoal do amigo do presidente.
A busca no apartamento do coronel Lima, no bairro do Morumbi em São Paulo, ocorreu na manhã do dia 18 de maio, como parte da Operação Patmos, que também prendeu Andrea Neves, irmã do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG).
A operação ocorreu um dia depois de o jornal "O Globo" ter noticiado que o empresário Joesley Batista, da JBS, havia gravado conversas com o presidente. Para a Procuradoria, o diálogo mostra que o peemedebista dá aval à compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha, entre outros possíveis crimes.
Os documentos rasgados encontrados na casa do amigo de Temer estão sob sigilo, mas outra parte dessa papelada já se tornou pública. Foram os documentos apreendidos no mesmo dia, em busca realizada no escritório de uma empresa do coronel, a Argeplan Arquitetura e Engenharia, na Vila Madalena.
Lá, a Polícia Federal encontrou papéis mostrando que a empresa do coronel fez um orçamento para reformar um apartamento de Maristela Temer, filha do presidente, no Alto de Pinheiros.
Há uma série de versões sobre a justificativa para a reforma. Inicialmente, o presidente disse que o coronel não participara da obra. Fornecedores refutaram essa versão, ao contar que o amigo de Temer tinha feito encomendas para a reforma e fiscalizou a obra entre 2014 e 2015. O próprio presidente esteve lá com o amigo, de acordo com reportagem do jornal "O Globo".
Posteriormente, o Planalto reconheceu que o coronel atuara na reforma e que a obra fora visitada por Temer quando ele era vice da presidente Dilma Rousseff.
CITADO POR DELATOR
Amigo de Temer desde que ele foi secretário de Segurança Pública em São Paulo, entre 1984 e 1986, o coronel é dono da Argeplan, empresa que tornou-se sócia do grupo finlandês AF Consult para construir a usina de Angra 3. O valor do negócio é de R$ 162,2 milhões.
O grupo finlandês era obrigado por edital a contratar empresas nacionais. Outra contratada, a Engevix, teve diretores condenados na Lava Jato por pagamento de propina.
Numa tentativa de fechar acordo de delação em 2016, o dono da Engevix, José Antunes Sobrinho, relatou ter dado R$ 1 milhão para a campanha de 2014 de Temer como retribuição pelo contrato com o grupo finlandês. A delação de Antunes foi recusada pelos procuradores por motivos não declarados.
Nas próximas semanas, a Procuradoria deve apresentar denúncia contra Temer com base na delação da JBS.
OUTRO LADO
A Folha procurou o coronel reformado João Baptista Lima Filho na Argeplan e na sua casa, enviou e-mail para sua secretária detalhando as dúvidas da reportagem sobre os documentos rasgados, mas não houve resposta.
A assessoria de Michel Temer também não quis comentar as menções à filha do presidente que aparecem em documentos rasgados.
O advogado Antonio Claudio Mariz de Oliveira, que defende Temer no inquérito que está no Supremo Tribunal Federal, não foi encontrado.
Em outras ocasiões, o presidente negou que o coronel seja seu laranja e refutou que tenha recebido recursos ilícitos da JBS em 2014.
domingo, 11 de junho de 2017
FHC pede aos donos da Globo que salvem Temer
Avalista do golpe de 2016, que destruiu a imagem e a economia brasileira, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pediu aos donos da Globo que salvem Michel Temer, mesmo ciente de que ele será denunciado por corrupção, organização criminosa e obstrução judicial.
Temer age a mando do sistema financeiro, que pretende seguir com suas reformas rejeitadas pela ampla maioria da população; FHC teme a volta da democracia e a eleição de Lula e ignora até a informação de que Temer mandou espionar o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal.
A informação sobre o encontro entre FHC e os donos da Globo é do jornalista Andrei Meirelles.
Ficção não é fato nem teoria é prova
Justiça? Aí é querer demais…
Conversa Afiada, 11/06/2017
Na foto, operadores da Operação Tabajara. Eles se acham... (Reprodução: GGN)
O Conversa Afiada reproduz, aqui, artigo de Alvaro Augusto Ribeiro Costa - sub-procurador (aposentado) da PGR, ex-Advogado Geral da União e ex-Presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). O texto foi publicado originalmente no Jornal GGN.
Fantásticas, em muitos sentidos, as “Alegações” noticiadas e reproduzidas em bombásticas manchetes: “MPF pede condenação de Lula e multa de R$ 87 milhões”.
Lembre-se que se trata de processo notavelmente midiático, em juízo de discutível competência absoluta, onde se misturam, em fantástica simbiose, roteiros e atores (processuais e globais, acusadores e julgadores, politicos, editorialistas e comentaristas de todos os tipos), excepcionalidades, misteriosos e oportunos vazamentos de “sigilosos” documentos, além de inúmeras peripécias de fazerem inveja aos melhores ficcionistas da literatura.
Nesse contexto, as “Alegações” aparecem na sequência lógica de anunciado roteiro de ficção e proclamadas convicções – lembre-se um famoso “power point” e incontáveis declarações e publicações no mesmo sentido. Deixam muito a desejar, porém, quanto ao devido exame do direito e dos fatos.
Diante de sua fantástica extensão (334 páginas), tais “Alegações”, de fastidiosa leitura, sacrificam o leitor e a dificultam a defesa.
Quanto ao juiz, o acusador não terá que se preocupar, se ele já tiver se revelado, no processo ou fora dele, alguém “condenado a condenar”, sob o estímulo da “vox populi”, mídia, “apoiadores” e áulicos; ou se for dos que se apresentam circulando e sendo louvados com entusiasmo entre os maiores interessados na destruição politica e pessoal do réu. Ou, ainda, daqueles que nada opõem à difusão da falsa idéia de que o processo é uma cruzada do bem contra o mal, sendo o julgador a personificação do primeiro e o réu o demônio a ser esmagado. A sentença de tal julgador – se existisse - não causaria surpresa. E não lhe faltariam aplausos.
Contudo, a prolixidade esconde o nada jurídico. Sabe disso qualquer bom estudante do Direito. E o bom professor facilmente percebe que a falta de substancial e pertinente fundamentação não é suprida pelo artifício do “recorta e cola”, com que se foge das questões e são feitas – sob a falsa aparência de erudição – genéricas citações, de pouca ou nenhuma pertinência ao caso.
Peculiares, nesse aspecto, “Alegações” onde não se encontra concreta, individual e especificamente enunciada e comprovada a acusação. Para quem procura nelas o único conteúdo juridicamente relevante – fatos e provas lógica e juridicamente estruturados em indispensável e válida fundamentação -, o resultado é frustrante.
Seguindo o roteiro de uma denúncia inepta e de um notório e constrangedor “power point”, investem elas contra um “exemplar e poderoso culpado” a ser exibido no desfile dos vencidos na “cruzada contra a corrupção”. Onde foram considerados os princípios da presunção da inocência, do contraditório e da ampla defesa?
Explícitas normas legais parecem igualmente esquecidas: “a prova da alegação incumbirá a quem a fizer” (Art.156 do CPP); “o juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação (…)”(Art. 155 do CPP).
Encontra-se porém nas “Alegações” a colagem de abstratas citações doutrinárias e jurisprudenciais, extraídas em quantidade e sem melhor exame até de sistemas jurídicos alheios ao brasileiro (por exemplo, alusivos a crimes complexos , técnicas de análise de evidências, “standards” de prova etc…).
Socorrem-se também as “Alegações” de esotéricas teorias de diversas origens (inclusive alienígenas) que um de seus subscritores, “modéstia às favas”, propaga ( do “probabilismo, na vertente do bayesianismo” e do “explacionismo”), onde o caso concreto e suas peculiaridades não se ajustam.
Tais “pressupostos teóricos” e considerações genéricas, todavia, nada têm a ver com fatos e provas que deveriam estar especificamente individualizados em relação às acusações lançadas contra o ex-Presidente da República e não suprem sua ausência. Tanto é assim, que as “Alegações” chegam ao cúmulo de invocar, em reforço de argumentação e como se fosse pertinente, um caso de estupro (!) (pag. 53).
Aliás, o caráter abstrato daqueles “pressupostos” é reconhecido nas próprias “Alegações”, quando afirmam ter apoio em teorias adotadas em obra de autoria exatamente de quem as subscreve em primeiro lugar (v. pag. 52, nota de rodapé no. 1). A propósito, são inúmeras as vezes em que o mencionado subscritor das “Alegações” invoca como fundamentos das mesmas a “autoridade doutrinária” que a si próprio atribui. Pouco elogiável, porém, é pretender valer-se de si mesmo como fundamento suficiente para condenação de alguém na ausência de provas.
Inaceitável também é livrar-se o Ministério Público do ônus da prova, alegando que “os crimes perpetrados” “são de difícil prova” e "a solução mais razoável é reconhecer a dificuldade probatória" (pág. 53). Ora, se é difícil a prova, caberia ao acusador buscá-la, se existisse. Nunca, porém, inverter o ônus que é seu, como se ao acusado coubesse provar o oposto do que desconhece.
As “Alegações” traduzem, desse modo, confissão implícita da ausência de provas verdadeiras e válidas. Quem tem fatos e provas não precisa de teorias.
Dispensáveis, a prolixidade e as generalidades presentes nas “Alegações”. Não precisavam ir tão longe. Sem perderem de vista a definição constitucional do Ministério Público como instituição defensora da ordem juridica e dos princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa (Art. 127 da CF), não poderiam ter esquecido o que diz o art. 239 do CPP: Considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias.“
Portanto, o conceito de evidências – que as “Alegações” invocam no direito estrangeiro - em nada se confunde com o de indícios definidos no art. 239 do CPP. Para o Direito brasileiro, “circunstância” não é sinônimo de ”indício”. São conceitos distintos. Para que algo seja válido como “indício” é indispensável que preencha as condições legalmente fixadas. Por isso, não é cabível – como se faz nas “Alegações” – valer-se de um amontoado de circunstâncias e teorias, bem como de confusões conceituais, para daí afirmar-se a ocorrência de um conjunto de indícios que seriam o fundamento do que chamam de “juízo de convicção”.
Para cumprirem a lei, as “Alegações” deveriam ter indicado, quanto ao ex-Presidente da República, concreta, individualizada e especificamente: 1) fato criminoso específica e individualizadamente a ele atribuível (tal como descrito no tipo penal), com todas as circunstâncias de tempo, lugar e modo; 2) circunstâncias conhecidas e provadas; 3) as relações entre tais circunstâncias e o fato delituoso; 3) a natureza de tais relações (de causalidade ou de consequência) com o fato delituoso; 4) o raciocínio indutivo (lógica e juridicamente válido) que pudesse autorizar a conclusão sobre a existência de outra ou outras circunstâncias.
Cumprir tais exigências é impossível, porém, quando o que se tem são meras ficções, teorias ou convicções orientadas por pressupostos e objetivos previamente estabelecidos e proclamados (vide o “Power Point” e outras entrevistas, declarações, publicações etc…).
Em suma, quanto ao ex-Presidente Luis Inácio Lula da Silva, as “Alegações” deixam claro o reconhecimento da ausência de fundamento para condenação. A rigor, pretendem transformar ficções em fatos, teorias em provas e convicções subjetivas em veredito condenatório.
Existirá julgador que chegue a tanto? Se existir, o jogo estará feito (desde quando?). A notícia–sentença virá como exigida e previamente anunciada pela mídia selecionada. Enfim, explodirá em manchetes, enquanto os “vencedores” do “Big Game” e a turba “aglobalhada” pelo ódio e o preconceito aplaudirão freneticamente os herois do momento.
E a justiça? Onde fica nisso tudo? Ora, “Veja”! Isso talvez seja querer demais!
Flávio Dino: Golpe criou uma crise institucional e a saída é a urna
"Um impeachment inconstitucional jogou-nos em uma crise institucional. A consulta à soberania popular é a melhor saída para tantos problemas", avalia o governador do Maranhão, em uma publicação no Twitter, em meio à denúncia de que Michel Temer teria acionado a Abin para investigar a vida do ministro do STF Edson Fachin.
Neste sábado, a presidente do Supremo, Cármen Lúcia, respondeu com uma nota duríssima.
"Bem sabemos que uma parte da classe dominante no Brasil tem alergia às urnas. Sempre preferiram atalhos e retalhos inconstitucionais", comentou ainda Flávio Dino (PCdoB).
Gol também acusa Temer de dar aval a propina
Fundador da Gol, empresário Henrique Constantino disse ter se encontrado com Michel Temer após um acerto com Eduardo Cunha; ele relatou a procuradores que o peemedebista avalizou uma contribuição ilegal de R$ 10 milhões de suas empresas a políticos do PMDB e a campanhas em 2012, na época em que era vice-presidente.
O ex-deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) também teria participado do encontro, que não foi registrado na agenda oficial de Temer.
Antes da Gol, a Odebrecht já havia denunciado participação em reunião com Temer para acertar repasse de US$ 40 milhões em propina ao PMDB.
Temer será denunciado pela mala da propina e pode pegar até 12 anos
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, já tem elementos para fechar a primeira denúncia contra Michel Temer pelo crime de corrupção passiva.
Temer será relacionado à mala com R$ 500 mil em propina, entregue pela JBS a seu ex-assessor especial Rodrigo Rocha Loures, que está preso na Papuda.
Para Janot, há elementos suficientes para demonstrar que a propina, que seria paga semanalmente, durante 24 anos, tinha aval de Temer.
Se condenado, ele pode pegar de dois a 12 anos de prisão.
Outras denúncias, por obstrução judicial e organização criminosa, também estão sendo preparadas.
A primeira denúncia deve sair até 19 de junho.
STF se une em torno de Fachin contra tropa de choque de Temer
O clima é de revolta, no Supremo Tribunal Federal, com as iniciativas do Palácio do Planalto contra o ministro Edson Fachin, alvo de suposta espionagem da Agência Brasileira de Inteligência e também do jogo sujo da tropa de choque de Michel Temer no Congresso, que pretende convocá-lo na CPI da JBS.
"CPI não pode convocar juiz para justificar suas decisões. Violaria a separação dos poderes", diz o ministro Luis Roberto Barroso, do STF.
Ontem, em nota duríssima, a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, afirmou a arapongagem contra qualquer cidadão é coisa típica de ditaduras.
A ação foi também condenada pela Ordem dos Advogados do Brasil e deve motivar uma CPI no Congresso.
Bresser defende projeto de governo que una a nação em torno de Lula
Ex-ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira avalia ser "pouco provável que empichem Temer. Preferirão mantê-lo, apesar da desmoralização que isto significa para eles e para todos nós, brasileiros".
"O essencial, então, é que nos preparemos para as eleições de 2018. Para isto, porém, não basta continuar a fazer forte oposição ao governo e à reforma trabalhista. É também necessário que discutamos um projeto de governo que possa unir a nação em torno de Lula", afirma.
Temer tentou pressionar Funaro via Geddel
Ex-ministro Geddel Vieira Lima, entre os mais próximos de Michel Temer quando estava no governo, teria telefonado algumas vezes para a mulher de Lúcio Funaro para saber se o operador de Eduardo Cunha faria delação premiada.
A denúncia foi feita por Funaro em seu depoimento à PF na semana passada.
A denúncia que deverá ser apresentada pelo MPF contra Temer nos próximos dias deve incluir o conteúdo do depoimento de Funaro.
Temer prepara nomeação de engavetador na PGR
Peemedebista avalia fugir à tradição e ignorar lista tríplice indicada pelos procuradores da República com sugestões de nomes para substituir Rodrigo Janot.
O novo chefe do MPF assumirá em setembro, quando vence o mandato de Janot, que deve denunciar Temer nos próximos dias com base em delação premiada da JBS.
Mello Franco: É Temer quem pratica abusos e agressões
Colunista rebate argumentos de Michel Temer usados na carta enviada à PF em que anunciou que não responderia às 82 perguntas feitas a ele.
No texto, Temer se apresentou como vítima de "abusos e agressões aos seus direitos individuais e à sua condição de mandatário da nação".
"Temer acertou nos substantivos, mas trocou o sujeito da frase. É ele, e não a Lava Jato, quem pratica abusos e agressões em série desde que virou alvo de inquérito no Supremo", diz o jornalista.
Delação avança e Palocci está prestes a sair da cadeia
Preso desde setembro do ano passado, Antonio Palocci pode ser autorizado a sair da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba nas próximas semanas.
Isso porque seu acordo de delação premiada está avançado com os investigadores da Lava Jato.
O ex-ministro dos governos Lula e Dilma é réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Gaspari revela: ‘Temer não entra em avião sem saber quem é o dono’
Próximo do peemedebista, o jornalista que chegou a liderar o movimento 'Fica, Temer' e até o teria convencido a ficar na presidência chama de "patranha" o argumento do Planalto de que Temer não conheceria o dono do jato que voou para Comandatuba em 2011.
"Temer não entra em avião sem saber quem é o dono", lembra Elio Gaspari, que chama Temer de 'arrogante' por achar que "faz o que quer".
Helena Chagas: Operação Tabajara do Planalto pode gerar crise institucional
"De uns dias para cá, a crise política começou a tomar ares de conflito institucional", avalia a jornalista Helena Chagas, do site Os Divergentes, destacando que "mais uma indicação disso" foi a notícia de que o Planalto teria acionado a Abin para bisbilhotar a vida do ministro Edson Fachin.
"Com ou sem desmentidos, o fato é que, acuado, o Planalto entrou num jogo pesado contra seus adversários, que além de Fachin incluem o PGR Rodrigo Janot, a JBS e todos que ameaçam seu mandato".
Boulos: ‘Gilmar Mendes é o maior símbolo da hipocrisia’
Coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, o ativista Guilherme Boulos é mais uma a fazer crítica dura ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Gilmar Mendes, que deu voto de minerva pela absolvição da chapa Dilma-Temer, o que garante (pelo menos por ora) que Michel Temer continue no poder.
"Isenção às favas! Gilmar Mendes é o maior símbolo da hipocrisia política. Ajudou a derrubar Dilma, a blindar Aécio e a salvar Temer", diz Boulos.
sábado, 10 de junho de 2017
OAB repudia arapongagem contra Facin e pede punição aos responsáveis
O presidente da OAB, Claudio Lamachia, disse neste sábado que repudia "com veemência" qualquer investigação ilegal contra ministro do Supremo Tribunal Federal, "especialmente" quando articulada por "agentes públicos que possuem o dever de salvaguardar o Estado de Direito".
Lamachia diz que se for confirmada a denúncia de uso da Abin para conduzir investigações políticas contra autoridades, como no caso do ministro Edson Fachin, o país estará diante de "um ataque direto ao Estado Democrático de Direito".
"Não podemos aceitar que o Supremo Tribunal Federal seja vítima de arapongagem política".
A OAB, que já pediu impeachment de Michel Temer, se associa ao Poder Judiciário e ao Ministério Público em repúdio ao peemedebista.
DCM: Com seu voto, Gilmar consagra a Justiça bolivariana de Temer
"Passados três anos, sete meses e um golpe abjeto, verifica-se que Gilmar foi premonitório: Michel Temer montou um Judiciário bolivariano e a divisão venezuelana da nossa sociedade é uma realidade inescapável", escreve o jornalista Kiko Nogueira, do Diário do Centro do Mundo.
Ele lembra que "a política intervencionista lhe outorgou os votos dos ministros que ele indicou no TSE, mais o do cada dia mais óbvio Gilmar, que fechou a noite em grande estilo".
Temer está aflito por pressão sobre Geddel
Provavelmente um dos próximos a ser investigados pela Polícia Federal, o ex-ministro Geddel Vieira Lima tem deixado Michel Temer de cabelo em pé.
O Planalto teme que ele não aguente a pressão a ser exercida pela Procuradoria Geral da República e fale demais.
Os interlocutores de Temer dizem que ele tem sido 'atacado' com o objetivo de 'desestabilizar o governo'. nesta semana Geddel foi intimado a depor como testemunha no inquérito ligado a Temer'.
Geddel é investigado por recebimento de "vantagens não contabilizadas" da Odebrecht nas campanhas eleitorais de 2006 e 2014.
Rejeitado por mais de 90% dos brasileiros, Temer diz estar pacificando o País
Após decisão do TSE, Michel Temer participou de um jantar na casa do deputado Alexandre Baldy (Podemos-GO), em comemoração ao aniversário do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e disse que viu com "tranquilidade e serenidade" o resultado do julgamento.
Rejeitado quase por unanimidade, ele reiterou que vai "continuar pacificando o País".
Mello Franco diz que TSE serviu pizza requentada ao País
Colunista destaca que o julgamento no TSE que absolveu a chapa Dilma-Temer "foi previsível até no placar" e que, "ao confirmar o resultado, a Corte assinou um recibo de submissão ao Planalto e serviu uma pizza requentada ao País".
A surpresa, para o jornalista, "ficou restrita ao repertório" de Gilmar Mendes, que "acostumado a citar juristas em alemão", nesta sexta "recorreu a Américo Pisca-Pisca, o personagem do Monteiro Lobato".
Funaro promete entregar conta no exterior de Temer
Será curta a trégua de Michel Temer, após a vitória no Tribunal Superior Eleitoral.
Segundo informa a coluna Radar, o operador financeiro Lúcio Funaro prometeu entregar, em sua delação premiada, uma conta no exterior que seria usada por Temer e outras duas de Eduardo Cunha, que ainda não teriam sido descobertas.
Funaro também pretende detalhar pagamentos feitos a outros dois homens de confiança de Temer – o ex-ministro Geddel Vieira Lima e o atual Moreira Franco – assim como esclarecer a história em que José Yunes, ex-assessor do Palácio do Planalto, disse ter entregue a ele um pacote de dinheiro recebido da Odebrecht.
Segundo assessores palacianos, Funaro é hoje a maior preocupação de Temer; as delações da JBS apontam que ele vinha sendo pago para se manter em silêncio.
Vem Pra Rua enterra Gilmar, a quem exaltou na época do golpe
Movimento que defendeu o impeachment de Dilma Rousseff e chegou a exaltar o ministro do TSE e do STF na época do golpe, agora enterra Gilmar Mendes, cuja decisão nesta sexta-feira 9 decidiu pela absolvição de Michel Temer.
Em um post no Facebook, o Vem Pra Rua diz que os ministros Gilmar Mendes, Admar Gonzaga, Napoleão Maia e Ta.rcísio Vieira "decretaram a morte do TSE ao absolverem a chapa Dilma-Temer".
Janot vai fazer mais de uma denúncia contra Temer e incluir quadrilhão
Jornalista Helena Chagas, do site Os Divergentes, destaca que a "maior preocupação" de Rodrigo Janot neste momento "é com seu lugar na história", uma vez que tem exatos três meses à frente da PGR.
"Evidentemente, quer passar como o procurador que não teve medo de denunciar o presidente da República e seu grupo político por corrupção. Mas também não haverá de querer a pecha de ter sido tendencioso ou parcial, acusado de tratar desigualmente os diversos nomes que aparecerem na versão brasiliense da Lava Jato", diz ainda
Em nota, procuradores da República repudiam Gilmar
A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) denunciou o "caráter inadequado e infundado das críticas assacadas contra o MPF, feitas pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, na tarde desta sexta-feira".
"O Brasil precisa de instituições que funcionem com serenidade, com impessoalidade, sem cores políticas e sem temor", critica a nota assinada pelo presidente da entidade, José Robalinho Cavalcanti.
Em nota duríssima, Supremo reage à ditadura Temer
"Gravíssimo crime contra o STF"
247 - Em nota duríssima, a presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, reagiu contra a denúncia de que Michel Temer teria usado a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para espionar a vida do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato na Corte.
"É inadmissível a prática de gravíssimo crime contra o Supremo Tribunal Federal, contra a Democracia e contra as liberdades, se confirmada informação de devassa ilegal da vida de um de seus integrantes", diz o início do texto.
Segundo o portal Jota, Temer e o general Sérgio Etchegoyen, ministro do Gabinete de Segurança Institucional do Brasil (GSI) ligaram ontem à noite para a ministra e disseram que não houve qualquer investigação sobre ministros do STF.
Denúncia feita nesta sexta-feira pela revista Veja aponta que Temer teria acionado o serviço secreto "para bisbilhotar a vida do ministro com o objetivo de encontrar qualquer detalhe que possa fragilizar sua posição de relator da Lava-Jato".
Temer é rejeitado por mais de 90% dos brasileiros e está prestes a ser denunciado.
Confira a íntegra da nota do STF:
Janot se diz perplexo com espionagem de Temer contra Fachin
O procurador geral da República, Rodrigo Janot, demonstrou preocupação neste sábado com o "aparato do Estado para intimidar a atuação das autoridades", em nota oficial por meio da qual comentou a informação de que a Agência Brasileira de Inteligência, a pedido de Michel Temer, estaria investigando a vida do ministro Edson Fachin, relator do inquérito contra ele no Supremo Tribunal Federal.
"É com perplexidade que se toma conhecimento de suposta utilização do aparato estatal para desmerecer um membro da mais alta corte do país, que tem pautado sua atuação com isenção e responsabilidade. O Ministério Público Brasileiro repudia com veemência essa prática e mantém seu irrestrito compromisso com o regime democrático e com o cumprimento da Constituição e das leis", disse Janot.
Resultado do TSE seguiu um roteiro do Planalto
A preservação do mandato de Michel Temer no julgamento do Tribunal Superior Eleitoral foi o coroamento de uma articulação subterrânea que envolveu ministros, políticos e magistrados. O roteiro básico já estava esboçado no último mês de fevereiro. Foi exposto em notícia veiculada aqui.
Àquela altura, o relator do caso, ministro Herman Benjamin, pisava no acelerador para organizar a oitiva de delatores da Odebrecht sem atrasar demasiadamente o processo. Temer e seus operadores puxavam o freio de mão. Ainda estavam inseguros quanto à posição de alguns magistrados.
Dois dos sete ministros que compunham o plenário do TSE teriam de deixar o tribunal. Henrique Neves sairia em abril. Luciana Lóssio, em maio. Caberia a Temer indicar os substitutos. Estava entendido que ocupariam as vagas dois advogados que já atuavam como juízes substitutos no TSE: Admar Gonzaga e Tarcísio Vieira.
Ao farejar a manobra, o relator adiantou o relógio. Intimou delatores da Odebrecht para depor em plena Quarta-feira de Cinzas. E sinalizou a intenção de submeter seu voto ao julgamento do plenário do TSE antes da saída dos colegas Henrique Neves e Luciana Lóssio.
Atento à movimentação do relator, o Planalto providenciou um antídoto. Armou-se para acionar um pedido de vista. Ficou acertado que, caso fosse necessário empurrar o julgamento com a barriga, o ministro Napoleão Nunes Maia pediria prazo para estudar mais detidamente os autos.
Nessa ocasião, Gilmar Mendes, o polêmico presidente do TSE, já repisava o bordão segundo o qual o importante era conhecer a podridão da campanha, não cassar mandatos.
“Esse processo é extremamente importante, histórico, independentemente do resultado”, disse Gilmar em fevereiro. “No fundo, o que se investiga? Uma forma de fazer política, que nós esparamos que fique no passado. Então, mais do que a importância do resultado —cassação ou confirmação, improcedência ou procedência—, o importante é que haja esse documento histórico sobre como se fazia campanha no Brasil. Nesse caso, um retrato bastante autêntico, porque estamos falando de campanha presidencial. É uma campanha presidencial vencedora. Isso é o que me parece relevante.”
No final de março, Benjamin concluiu a redação do seu relatório final. Havia duas certezas nos porões de Brasília: 1) o relator votaria a favor da interrupção do mandato de Temer e da cassação dos direitos políticos de Dilma. 2) um grande acordo costurado nos bastidores salvaria Temer e, de cambulhada, pouparia Dilma.
No relatório de Benjamin, o miolo da picanha era o conjunto de revelações feitas pelos delatores da Odebrecht sobre os repasses de verbas de má origem para a campanha da chapa Dilma-Temer. Inimigos figadais, os réus se uniram num esforço para banir do processo tudo o que dissessse respeito à Odebrecht. Os advogados de Temer e Dilma trataram do tema nas “alegações finais” que entregaram a Benjamin.
Como queria o relator, o julgamento foi marcado para 4 de abril, quando ainda estavam no tribunal os ministros Henrique Neves e Luciana Lóssio. Como tramava o Planalto, a sessão foi adiada antes que Benjamin pudesse iniciar a leitura do seu relatório. As defesas se queixaram de cerceamento. Obtiveram mais prazo para refazer suas petições finais: em vez de dois dias, cinco dias.
O Planalto nem precisou lançar mão do pedido de vista que o ministro Napoleão se dispusera a patrocinar. Graças a uma requisição de Nicolao dino, representante do Mnistério Público Federal, o TSE decidiu por 6 votos a 1 reabrir a fase de instrução do processo para interrogar o casal do marketing João Santana e Monica Moura, além de um funcionário da empresa da dupla. Aprovou-se também, a pedido da defesa de Dilma, a oitiva do ex-ministro petista Guido Mantega.
Benjamiu manifestou o receio de que o processo começasse a virar “um universo sem fim”. Ele declarou na ocasião: “Não vamos querer ouvir Adão e Eva e a serpente.” E seu colega Napoleão: “Eu também não quero retornar ao Paraíso, a não ser que fosse no período anterior à queda.”
Às vésperas do reinício do julgamento, a encenação ganhou um enredo para ser encenado no último ato. Conforme noticiado aqui há oito dias, o plenário do TSE, agora já adornado com as presenças de Admar e Tarcísio, os dois indicados de Temer, tramava excluir do processo todas as provas relacionadas às doações ilegais da Odebrecht. Exatamente como haviam requerido as defesas de Temer e Dilma.
Os advogados sustentaram —e quatro dos sete ministros engoliram— a tese segundo a qual o relator teria ultrapassado os limites das petições inciais do PSDB, autor das ações contra a chapa Dilma-Temer. Nessa versão, Benjamin não poderia ter interrogado os delatores da Odebrecht nem os marqueteiros Santana e Monica.
Para levar a manobra adiante, o TSE violou decisões que seus próprios ministros haviam tomado. O interrogatório de Santana e Monica fora aprovado em plenário no mês de abril. E as inquirições da Odebrecht escoravam-se em menções feitas na peça inicial do PSDB. Nela, requeria-se a investigação de doações tóxicas à campanha vencedora, feitas por empreiteiras que prestavam serviço à Petrobras.
Como se fosse pouco, o TSE aprovara em 2015, por um placar de 5 a 2, um voto redentor do ministro Gilmar Mendes, hoje presidente da Corte. Então relatora de uma das ações movidas pelo PSDB contra a chapa vitoriosa em 2014, a ministra Maria Thereza de Assis Moura, arquivara o processo.
Em voto divergente, Gilmar posicionou-se a favor da reabertura e, mais importante, pregou efusivamente a necessidade de aprofundar as investigações. Sua posição prevaleceu e virou um acórdão que Benjamin disse ter seguido como quem segue uma ''bíblia''. No julgamento encerrado na noite desta sexta-feira, quatro ministros deram de ombros para as deliberações anteriores do TSE, enterraram as provas testemunhais e documentais da Odebrecht, desconsideraram as revelações de Santana e Moura… E livraram Temer e Dilma de punições.
Integraram a maioria: Gilmar, amigo e conselheiro de Temer; Napoleão, que foi dispensado de levar à mesa um pedido de vista; e os dois ministros recém-indicados pelo presidente: Admar e Tarcísio. Votaram pela condenação da chapa, além de Benjamin, os ministros Luiz Fui e Rosa Weber. ''A Justiça prevaleceu'', disse, modéstia à parte, Michel Temer.
Fonte: Josias de Souza, 10/06/2017
Globo condena TSE
Em capa editorializada, jornal dos irmãos Marinho condena com veemência a decisão do Tribunal Superior Eleitoral que absolveu Michel Temer; Globo lembrou que tribunal "desprezou as provas" e chamou TSE de "justiça cega".
Em texto analítico sobre o processo, veículo avalia que "decisão do TSE não deixa Temer mais forte, mas prolonga sua agonia".
"Apesar das acusações graves contra o presidente, ficou mais difícil a sua queda", diz, lembrando que, "fechada a porta da cassação pela Justiça, os caminhos que restam para tirá-lo do Palácio do Planalto são mais longos e tortuosos - e, ao menos por enquanto, estão interditados".
Vídeo flagra primo de Aécio recebendo propina da JBS
Imagens mostram Frederico Pacheco de Medeiros, primo do senador Aécio Neves (PSDB-MG) que foi preso no último dia 18 na Operação Patmos, recebendo uma mala com R$ 500 mil de Ricardo Saud, executivo da J&F.
No vídeo realizado na chamada ação controlada da PF, Fred, como é conhecido, conta o dinheiro numa mesa.
Para a PF, Aécio era o destinatário do dinheiro.
Silêncio de Temer deve acelerar denúncia de Janot
A decisão tomada pela defesa de Michel Temer de ignorar as 82 questões formuladas pela Polícia Federal no inquérito que o investiga por corrupção, obstrução judicial e organização criminosa vai acelerar a denúncia do procurador-geral, Rodrigo Janot.
Isso significa que o Brasil terá, pela primeira vez em sua história, um ocupante da presidência da República denunciado por crimes tão graves.
O silêncio de Temer se deve ao receio da defesa de que ele voltasse a cair em contradições – como no caso do voo no jatinho da JBS, em que Temer chegou a ser desmentido pelo próprio piloto da aeronave.
"Embora todo investigado tenha o direito de permanecer em silêncio, essa escolha é politicamente desastrosa", diz o ex-ministro José Eduardo Cardozo.
Temer havia dito que ministros denunciados seriam afastados, mas avisou que esse critério não vale para ele.
O que já é ruim vai ficar pior
"Prepare o seu estômago para o que vem por aí. Vamos colher nas próximas semanas os frutos asquerosos do processo iniciado em 2013 com a negação da política como ferramenta de expressão da sociedade e de definição da direção de seu movimento", prevê o jornalista, editor do Tijolaço.
Ele diz que "no embate Janot x Temer que se tornou visível há três haverá um jogo de sujeira jamais visto nas relações jurídicas do poder, creiam".
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