Me engana que eu gosto A pretexto de combater a corrupção, a Operação Lava Jato sempre teve como objetivo atingir O PT, Dilma e Lula. Gradativamente, isso foi ficando claro. Vazamentos seletivos, divulgação de grampos e prisões, praticamente só do lado do PT. Agora que chega na Lista da Odebrecht , que não tem Lula e nem Dilma - olha a desculpa - a operação, deve forçar a união de todos os atingidos para dar um basta à apuração ou a “união dos inimigos” para sacrificar Dilma Rousseff e, com isso, entregar a cabeça para preservar o resto do corpo. Investigadores anteveem forte ataque especulativo sobre eles a partir de agora.
Vai pensando Próxima de Dilma, a ministra Kátia Abreu contradiz a tese de que o impeachment frearia a operação. “Ninguém põe esse leão para dentro da jaula de novo. Não há hipótese”.
Tudo e todos O Ministério Público se espantou com o “padrão democrático” da Odebrecht. A empresa atuou “tecnicamente” para construir pontes com vários setores do espectro político.
Muita calma Rodrigo Janot passará alguns dias de molho. Na quarta da semana que vem, o procurador-geral da República fará uma cirurgia para tirar lesões da pele.
Monotema Ontem, no Congresso só se falava nos apelidos da lista da Odebrecht. Renan Calheiros, o “atleta”, Humberto Costa, o “Drácula”, e Eduardo Paes, o “Nervosinho” eram alguns dos codinomes mais citados.
Vem mais por aí Tanto na Odebrecht quanto na Lava Jato, a planilha é tratada como o ponto de partida — e não de chegada — da delação que os executivos querem fazer.
Foco, força e fé Mesmo num cartel, as construtoras, vez ou outra, tinham de contar com a sorte para lucrar. O acordo entre elas previa que, caso muitas se interessassem numa obra, haveria um sorteio.
Peladeiros As regras foram camufladas no estatuto do “Sport Club Unidos Venceremos”, segundo documento apreendido pela Lava jato. As empresas eram os “jogadores”. O “sorteio de camisas” definia os “titulares”.
Até o fim Incomodados com a tentativa frustrada de adiar a reunião do diretório do PMDB que deve romper com Dilma, governistas do partido prometem ir para o confronto. Uma saída seria tentar esvaziar a reunião para expor o racha.
Com carinho Ao ouvir o pedido de Leonardo Picciani (RJ) para adiar o encontro, Michel Temer rebateu: “Sei que você pensa de um jeito, mas muita gente discorda. Inclusive seu pai”. Jorge Picciani é presidente do PMDB fluminense.
Teco-teco Temer terá de ir à Europa, onde participará de seminário com José Serra e Gilmar Mendes, no Legacy presidencial, um dos aviões mais lentos da frota. Aeronaves mais velozes seguirão com Dilma para os Estados Unidos.
Juntos pela democracia e contra o golpe O ato de 31 de março terá três bandeiras: defesa da democracia, contra o ajuste fiscal e contra a reforma da Previdência. A crítica à Dilma foi condição de parte dos movimentos sociais. O MTST é um dos que não tem interesse em defender o atual governo.
Na Capital Desta vez, em vez de São Paulo, o esforço será reunir o maior número possível de pessoas em Brasília. A expectativa é que 50 mil estejam presentes, segundo a Frente Brasil Popular.
Boa e má notícia A lista da Odebrecht, que colocou Aécio Neves de novo no fogo, também trouxe embaraço ao Palácio dos Bandeirantes. Alckmin planeja apoiar a candidatura de Duarte Nogueira, citado na planilha, à Prefeitura de Ribeirão Preto.
Será que arranha? Tucanos perguntavam-se se a presença de Fernando Haddad na lista da Odebrecht poderia minar sua imagem de bom moço junto aos eleitores paulistanos. O petista é visto como principal adversário do PSDB na eleição municipal.
Esclarecendo Não somos nós. É a direita que está incendiando o Brasil com sua intolerância. Estamos apenas resistindo. De Guilherme Boulos, do MTST.
Será mesmo? Com o desfecho do impeachment de Dilma Rousseff dominando as conversas nos corredores do Congresso, o deputado Lincoln Portela (PR-MG), que defende o afastamento da petista, cruzou com Newton Cardoso Jr. (PMDB-MG), em teoria aliado do governo.
Em meio aos cumprimentos, Portela decidiu provocar o conterrâneo.
–E aí? Já está abandonando o barco? — perguntou.
Um pouco sem graça, Cardoso decidiu entrar na brincadeira e respondeu:
— Que nada! Estamos jogando os piratas para fora do navio.
Contradição Faltou à OAB uma visão maior da situação. Ao optar por apoiar o impeachment não percebeu que tal posicionamento significa também apoio a muitos políticos e partidos denunciados e suspeitos nas investigações da Lava Jato.
Restaura-se o estado de direito ou afundamos todos O Supremo com a urgência necessária, deve tomar medidas indispensáveis à restauração do Estado Democrático de Direito, afugentando o fantasma do golpe que há algum tempo ronda o país com o incentivo da mídia, em particular da Globo, e com a vergonhosa participação de membros do Poder Judiciário.