"A mudança é Lula presidente, aquele que poderá resgatará o país do abismo", disse Boff pelo Twitter
Brasil 247, 1/01/2022, 16:40 h Atualizado em 1 de janeiro de 2022, 17:21
(Foto: Reprodução)
O teólogo e escritor Leonardo Boff destacou neste sábado (1) a ampla aceitação da população brasileira à candidatura do ex-presidente Lula, inclusive com a mudança de apoio de eleitores de Jair Bolsonaro.
"O Lula está no boca do povo, nas ruas. Até os bolsonaristas estão mudando. Muitos dizem: apoiar esse homem boçal, mentiroso, inimigo da vida e das crianças, já é demais;é uma vergonha para o BR e para nós. Mudam. A mudança é Lula presidente, aquele que poderá resgatará o país do abismo", disse Boff pelo Twitter.
O Partido dos Trabalhadores (PT) tem a preferência de 28% dos eleitores, segundo pesquisa divulgada ontem (30) pelo Datafolha. Em segundo lugar, PSDB e MDB aparecem com 2%, enquanto Psol, PDT têm 1% e os demais partidos não pontuam. Os dados fazem parte da mesma pesquisa realizada pelo instituto entre 13 e 16 de janeiro, na qual o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidera com folga a corrida presidencial nas eleições de 2022. No levantamento, Lula tem 48% da preferência, 26 pontos à frente de Bolsonaro (PL), com 22%.
Ou seja, Lula tem hoje chance real de vencer no primeiro turno. O ex-presidente é considerado também o melhor da história e o mais preparado para tirar o país da crise. Aliás, evitar um segundo turno com Bolsonaro é uma preocupação real manifestada em entrevista recente pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Isso porque o senador não descarta pretensões golpistas do bolsonarismo.
A recuperação da preferência pelo PT aos patamares de uma década atrás domina, assim, o ambiente eleitoral do ano que começa. E ocorre na esteira de dois fatores marcantes para a história política do Brasil: um deles, as contundentes vitórias de Lula na Justiça, depois de 22 processos e uma perseguição implacável; e outro, o fracasso do golpe. Afinal, sob pretexto de “salvar” o país da corrupção e “recuperar” a economia, o impeachment de Dilma e a prisão de Lula se revelaram farsas. Isso sem contar o desastre que tem sido o governo de Jair Bolsonaro, tanto na condução da crise econômica quanto na pandemia.
Preferência de uma década atrás
Desse modo, o PT – que comemora também ter alcançado 1,6 milhão de filiados – reassume de maneira categórica a liderança do campo progressista. Afinal, os 31% de preferência que o PT tinha em 2012 despencaram nos anos seguintes depois de intenso bombardeio. Em 2013, após os protestos de junho, caiu para 19%. E no início de 2015, quando começavam a explodir as manifestações pelo impeachment de Dilma Rousseff, bateu em 9%.
A liberdade de Lula, conquistada em novembro do ano passado depois de 580 dias de prisão política, foi desfrutada com intenso ativismo. O ex-presidente passou a viajar o Brasil para reafirmar sua liderança popular. E iniciou uma agenda de conversas com diversos partidos, da esquerda à centro-direita. Além disso, realizou viagens pela Europa, onde encontrou-se com estadistas e lideranças. O objetivo: recuperar a imagem do Brasil no mundo, deteriorada pelo governo Bolsonaro.
Batalha digital
Em outra frente, a esquerda ensaia um crescimento sustentável também nas redes sociais, campo mais decisivo para a eleição de 2018 do que a televisão. De maneira inédita, o Índice de Popularidade Digital realizado pela Quaest Consultoria mostrou ontem que Lula termina o ano à frente de Bolsonaro também na internet. O ranking é feito após coleta de dados em redes sociais e buscadores — como Twitter, Instagram, Facebook e Google Search. E considera número de seguidores, capacidade de promover engajamento, reações positivas e negativas. Com base nessas informações, a Quaest confere uma pontuação de 0 a 100 a cada ranqueado. Nesse levantamento, Lula tem 73,4 pontos e Bolsonaro, 68,9 pontos. Moro tem 45,2, Ciro 32,1 e Doria (PSDB – 24,7).
Além disso, Bolsonaro já não nada de braçada nas redes sociais. Aliás, nos últimos dias, sua classificação como “vagabundo” por se divertir na praia em meio a tragédia na Bahia bombou nas redes. Outro aspecto da batalha digital é que a atuação profissionalizada e robotizada do bolsonarismo também enfrenta outra forma de resistência hoje. Há uma comunidade virtual atuante e criativa, agora composta não apenas por políticos e celebridades, mas também influenciadores digitais e militantes anônimos, autônomos e indignados.
Retrospectiva 2021
Nessa perspectiva, de se contrapor o tempo todo a Bolsonaro e ampliar a confiança em seu potencial, o ex-presidente Lula lançou esta semana uma retrospectiva de suas andanças ao longo de 2021. É um ano em que Bolsonaro não terá nada a mostrar em seu pronunciamento de seis minutos previsto para hoje à noite. E possivelmente ainda tenha muito a esconder. “É preciso acreditar que o Brasil pode voltar a ser um país de todos”, diz Lula, na abertura.