sábado, 1 de janeiro de 2022

Leonardo Boff: Lula está na boca do povo e até bolsonaristas estão mudando voto

"A mudança é Lula presidente, aquele que poderá resgatará o país do abismo", disse Boff pelo Twitter

Brasil 247, 1/01/2022, 16:40 h Atualizado em 1 de janeiro de 2022, 17:21
(Foto: Reprodução)

O teólogo e escritor Leonardo Boff destacou neste sábado (1) a ampla aceitação da população brasileira à candidatura do ex-presidente Lula, inclusive com a mudança de apoio de eleitores de Jair Bolsonaro.

"O Lula está no boca do povo, nas ruas. Até os bolsonaristas estão mudando. Muitos dizem: apoiar esse homem boçal, mentiroso, inimigo da vida e das crianças, já é demais;é uma vergonha para o BR e para nós. Mudam. A mudança é Lula presidente, aquele que poderá resgatará o país do abismo", disse Boff pelo Twitter.

Leia também reportagem da Rede Brasil Atual sobre o assunto:

O Partido dos Trabalhadores (PT) tem a preferência de 28% dos eleitores, segundo pesquisa divulgada ontem (30) pelo Datafolha. Em segundo lugar, PSDB e MDB aparecem com 2%, enquanto Psol, PDT têm 1% e os demais partidos não pontuam. Os dados fazem parte da mesma pesquisa realizada pelo instituto entre 13 e 16 de janeiro, na qual o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidera com folga a corrida presidencial nas eleições de 2022. No levantamento, Lula tem 48% da preferência, 26 pontos à frente de Bolsonaro (PL), com 22%.

Ou seja, Lula tem hoje chance real de vencer no primeiro turno. O ex-presidente é considerado também o melhor da história e o mais preparado para tirar o país da crise. Aliás, evitar um segundo turno com Bolsonaro é uma preocupação real manifestada em entrevista recente pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Isso porque o senador não descarta pretensões golpistas do bolsonarismo.

A recuperação da preferência pelo PT aos patamares de uma década atrás domina, assim, o ambiente eleitoral do ano que começa. E ocorre na esteira de dois fatores marcantes para a história política do Brasil: um deles, as contundentes vitórias de Lula na Justiça, depois de 22 processos e uma perseguição implacável; e outro, o fracasso do golpe. Afinal, sob pretexto de “salvar” o país da corrupção e “recuperar” a economia, o impeachment de Dilma e a prisão de Lula se revelaram farsas. Isso sem contar o desastre que tem sido o governo de Jair Bolsonaro, tanto na condução da crise econômica quanto na pandemia.

Preferência de uma década atrás

Desse modo, o PT – que comemora também ter alcançado 1,6 milhão de filiados – reassume de maneira categórica a liderança do campo progressista. Afinal, os 31% de preferência que o PT tinha em 2012 despencaram nos anos seguintes depois de intenso bombardeio. Em 2013, após os protestos de junho, caiu para 19%. E no início de 2015, quando começavam a explodir as manifestações pelo impeachment de Dilma Rousseff, bateu em 9%.

A liberdade de Lula, conquistada em novembro do ano passado depois de 580 dias de prisão política, foi desfrutada com intenso ativismo. O ex-presidente passou a viajar o Brasil para reafirmar sua liderança popular. E iniciou uma agenda de conversas com diversos partidos, da esquerda à centro-direita. Além disso, realizou viagens pela Europa, onde encontrou-se com estadistas e lideranças. O objetivo: recuperar a imagem do Brasil no mundo, deteriorada pelo governo Bolsonaro.

Batalha digital

Em outra frente, a esquerda ensaia um crescimento sustentável também nas redes sociais, campo mais decisivo para a eleição de 2018 do que a televisão. De maneira inédita, o Índice de Popularidade Digital realizado pela Quaest Consultoria mostrou ontem que Lula termina o ano à frente de Bolsonaro também na internet. O ranking é feito após coleta de dados em redes sociais e buscadores — como Twitter, Instagram, Facebook e Google Search. E considera número de seguidores, capacidade de promover engajamento, reações positivas e negativas. Com base nessas informações, a Quaest confere uma pontuação de 0 a 100 a cada ranqueado. Nesse levantamento, Lula tem 73,4 pontos e Bolsonaro, 68,9 pontos. Moro tem 45,2, Ciro 32,1 e Doria (PSDB – 24,7).

Além disso, Bolsonaro já não nada de braçada nas redes sociais. Aliás, nos últimos dias, sua classificação como “vagabundo” por se divertir na praia em meio a tragédia na Bahia bombou nas redes. Outro aspecto da batalha digital é que a atuação profissionalizada e robotizada do bolsonarismo também enfrenta outra forma de resistência hoje. Há uma comunidade virtual atuante e criativa, agora composta não apenas por políticos e celebridades, mas também influenciadores digitais e militantes anônimos, autônomos e indignados.

Retrospectiva 2021

Nessa perspectiva, de se contrapor o tempo todo a Bolsonaro e ampliar a confiança em seu potencial, o ex-presidente Lula lançou esta semana uma retrospectiva de suas andanças ao longo de 2021. É um ano em que Bolsonaro não terá nada a mostrar em seu pronunciamento de seis minutos previsto para hoje à noite. E possivelmente ainda tenha muito a esconder. “É preciso acreditar que o Brasil pode voltar a ser um país de todos”, diz Lula, na abertura.

Salário mínimo teve aumento real de 59% com Lula e Dilma e de 0% com Bolsonaro

A nova quantia apenas reajusta a perda resultante da inflação anual acumulada desde dezembro de 2020

Brasil 247, 1/01/2022, 14:17 h Atualizado em 1 de janeiro de 2022, 14:27
Dilma Rousseff e Lula (Foto: Cláudio Kbene)

Brasil de Fato - O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), anunciou na última quinta-feira (30), durante live transmitida pelas redes sociais, que o novo salário mínimo em 2022 será de R$ 1.212, um aumento de R$ 112 em relação à cifra atual, de R$ 1.100.

Mas a nova quantia apenas reajusta a perda resultante da inflação anual acumulada desde dezembro de 2020, medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE), o que é obrigatório por norma constitucional.

Assim, o governo Bolsonaro mantém pelo terceiro ano consecutivo o valor do mínimo sem qualquer ganho real de poder de compra. Já durante o governo de Michel Temer (MDB), o aumento real acumulado do mínimo (somando os reajustes de janeiro de 2017, 2018 e 2019, que foi estipulado ainda durante a gestão do emedebista), foi de 0,79%.

Em contrapartida, o aumento real do salário mínimo - acima da inflação - durante os governos petistas de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, de abril de 2003 a janeiro e 2016, foi de 59,21%. Veja tabela abaixo.


Por que o salário mínimo parou de crescer a partir de 2017?

Em 2004, o segundo ano do governo Lula, as centrais sindicais, por meio de movimento unitário, lançaram uma campanha de valorização do salário mínimo. Nessa campanha, foram realizadas três marchas conjuntas em Brasília com o objetivo de fortalecer, junto aos poderes Executivo e Legislativo, a importância social e econômica da proposta de valorização do salário mínimo.

Como resultados dessas marchas, o salário mínimo, em maio de 2005, passou de R$ 260,00 para R$ 300,00. Em abril de 2006, elevou-se para R$ 350,00. Já em abril de 2007, o salário mínimo foi corrigido para R$ 380,00. Também como resultado dessas negociações, o governo federal estabeleceu em 2007 uma política permanente de valorização do salário mínimo, até 2023 (mas que deveria ser revalidada anualmente na Lei de Diretriz orçamentária.

Essa política tinha como critérios o repasse da inflação do período entre as suas correções, mais um aumento real calculado a partir da variação do Produto Interno Bruto (PIB) do país, além da antecipação da data base de sua correção - a cada ano - até ser fixada em janeiro.

Graças a essas medidas, Lula se tornou o presidente que maior aumento real concedeu ao salário mínimo desde a sua criação, em 1º de maio de 1940.


Assim, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva estabeleceu a política de valorização real do mínimo, e Dilma Rousseff, na gestão seguinte, transformou a regra em lei com vigência para os anos de 2015 a 2018, que era o período que deveria ter durado seu governo se não tivesse sido interrompido pelo processo de impeachment em 2016.

Na sequência, o presidente Michel Temer, que governou durante a recessão, não mudou a legislação, mas acabou por não conceder aumento real, visto que o PIB brasileiro não apresentou crescimento.

O presidente Bolsonaro, por sua vez, abandonou a política de valorização real em 2019, seguindo orientação de seu ministro da Economia, Paulo Guedes, que entendeu que a valorização do índice comprometeria as contas públicas. Ele argumentou que o salário mínimo é base de referência para outras despesas, como os benefícios da Previdência Social e de assistência social a idosos e pessoas com deficiência (BPC), além do abono salarial.

Então, desde 2019, Bolsonaro ainda não aprovou uma nova política de reajuste para o mínimo, e tem seguido o mínimo exigido pela Constituição, que é o reajuste pela inflação.

Bolsonaro conta a primeira mentira de 2022, culpando o PT pelo alto preço dos combustíveis

Bolsonaro diz que brasileiros pagam caro pela gasolina para quitar dívida da Petrobrás. Desmentido e ridicularizado, ele foi discutir com internautas

Brasil 247, 1/01/2022, 12:16 h Atualizado em 1 de janeiro de 2022, 12:16
Fachada da Petrobras e Bolsonaro (Foto: Reuters)

Revista Fórum - Entra ano, sai ano, e o presidente Jair Bolsonaro não perde alguns hábitos. Ainda nas primeiras horas do primeiro dia de 2022, o mandatário extremista de direita já lançou a mentira inaugural do ano: brasileiros pagam gasolina caríssima para pagar dívida da Petrobras, insinuando culpa do PT.

O clichê infantil e falso, inacreditavelmente usado por um presidente da República, despertou a fúria de muitos internautas, que imediatamente “lembraram” ao chefe de Estado radical que o valor cobrado pelos combustíveis faz parte da política de preços da Petrobras, que ao atrelar o óleo brasileiro aos valores dolarizados praticados no mercado internacional, o fez unicamente para aumentar o lucro dos acionistas.

“A dívida bruta da Petrobrás, em 2021, caiu de U$ 160 bilhões para U$ 60 bilhões. Essa queda (100 bi), em parte, foi quitada com lucro na venda de combustíveis que você paga nos postos em todo o Brasil”, disse Bolsonaro no começo da postagem, feita no Facebook. A nítida intenção de distorcer a realidade e a impressão de que o presidente tenta justificar os preços pornográficos dos combustíveis com bobagens que seus seguidores adoram ouvir fez muita gente reagir.

Leia a íntegra na Fórum.


quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

Com endosso de Stiglitz, Nobel de Economia, Lula é convidado a palestrar na Universidade de Columbia, EUA

Lula deve ir aos EUA no começo de 2022. Agenda começa a ser montada e pode incluir palestra na Universidade de Columbia

Brasil 247, 30/12/2021, 10:43 h Atualizado em 30/12/2021, 11:24
Lula e Joseph Stiglitz (Foto: Ricardo Stuckert)

Lula deve ir aos Estados Unidos no começo de 2022. Entre outros compromissos, o maior líder popular do Brasil foi convidado a palestrar na Universidade de Columbia, em Nova York, uma das mais importantes dos Estados Unidos e integrante do seleto grupo conhecido como Ivy League.

O ex-presidente deve repetir nos Estados Unidos o mesmo êxito de sua recente viagem à Europa, onde se encontrou com líderes progressistas e intelectuais de prestígio.
O convite para palestrar na Universidade de Columbia partiu de uma organização chamada Brazil Talk, formada há seis anos por alunos brasileiros focados em Relações Públicas e Internacionais na instituição, informa o jornalista Lauro Jardim no Globo.

Os organizadores do evento planejam que em sua palestra Lula tenha como mediador o economista Joseph Stiglitz, ganhador do prêmio Nobel de Economia em 2001.

Stiglitz, com quem Lula se encontrou em Bruxelas, em novembro, endossou o convite feito pela ala da comunidade acadêmica brasileira em Columbia.

Requião pode se filiar ao PT para disputar o governo do Paraná

Ex-senador, Requião quer ser o candidato de Lula no Paraná em 2022

Brasil 247, 30/12/2021, 14:12 h Atualizado em 30/12/2021, 14:26
(Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

Blog do Esmael - Censurado pela velha mídia corporativa do Paraná, desde 2010, quando deixou o governo, as notícias que se tem do ex-senador Roberto Requião (sem partido), do Partido dos Trabalhadores e dos movimentos populares são possíveis somente pela imprensa estrangeira, mídia independente [Blog do Esmael] ou pelos jornalões de outros estados.

Dito isso, o jornal O Dia, do Rio de Janeiro, anotou nesta quinta-feira (30/12) que Requião vai entrar no PT e que será o franco-atirador do ex-presidente Lula contra as candidaturas do suspeito ex-juiz Sergio Moro e Alvaro Dias ao Senado, ambos do Podemos.

A TV Esmael vai entrevistar hoje, às 18h, Requião, o deputado Arilson Chiorato, presidente do PT no Paraná, e Elton Barz, presidente do PCdoB do Paraná. Eles irão fazer a retrospectiva política de 2021, mostrando os melhores e piores momentos da vida pública nacional. Portanto, nós vamos conferir logo mais essa história de filiação no PT.

Veja o que registrou hoje O Dia, que será objeto de discussão com Requião e demais convidados na entrevista de logo mais:

Fator Requião

O ex-governador e ex-senador Roberto Requião, sem mandato, quer voltar ao Poder em grande estilo ano que vem, e sempre polêmico. Após 40 anos no MDB, do qual se desfiliou, pode se filiar ao PT – ou outro partido de centro-esquerda – e quer ser o candidato de Lula da Silva ao governo do Paraná. Inconformado com o desdém dos petistas pelo que considera seu potencial eleitoral de recall, mandou recado para Lula através da namorada Janja, e criticou a indiferença da presidente do partido, Gleisi Hoffmann, sua amiga desde os tempos em que ela era líder estudantil e, ele, governador.

Requião é boquirroto, mas mão firme no trato político. Ele quer ser o nome de Lula contra a coalizão da chapa de Sergio Moro e Alvaro Dias no Estado. E tem munição.

Se Requião entrar no PT, falta aparar arestas. Petistas e dilmistas não esquecem o cartão de aniversário que ele enviou para a então presidente, assinado pelo seu motorista do Senado.

Governo Bolsonaro recusa ajuda humanitária da Argentina na Bahia

POLÍTICA

País vizinho ofereceu apoio para o suporte às vítimas das chuvas no Nordeste, mas presidente recusou

NSC Total30/12/2021 - 09h32, Por Folhapress
Mais de 630 mil foram afetadas pelo temporal na região(Foto: Agência Efe/Folhapress)

O governo federal dispensou a ajuda humanitária oferecida pela Argentina no socorro às vitimas das chuvas na Bahia, segundo informou a Defesa Civil do estado nesta quarta-feira (29). Em nota, o governo baiano informa que a decisão da União foi comunicada ao consulado argentino na noite passada.

O país vizinho ofereceu envio de profissionais especializados nas áreas de saneamento, logística e apoio psicossocial para vítimas de desastres. O governador Rui Costa (PT) chegou a agradecer o auxílio, em publicação no Twitter, e pediu celeridade ao governo federal para autorizar a ajuda internacional.

No documento oficial, o governo brasileiro agradeceu o apoio da Argentina e justificou a dispensa afirmando que a situação na Bahia "está sendo enfrentada com a mobilização interna de todos os recursos financeiros e de pessoal necessários".




O Ministério das Relações Exteriores disse ainda que "na hipótese de agravamento da situação, requerendo-se necessidades suplementares de assistência, o governo brasileiro poderá vir a aceitar a oferta argentina de apoio da Comissão dos Capacetes Brancos, cujos trabalhos são amplamente reconhecidos".

As chuvas que atingem o estado desde o início do mês deixaram 24 pessoas mortas e 434 feridas. A previsão do tempo é de mais chuvas na região para os próximos dias. O total de afetados é de cerca de 630 mil pessoas, segundo dados divulgados nesta tarde pela Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia (Sudec).

Há 37.324 pessoas desabrigadas e 53.934 desalojadas. O número de municípios afetados é de 141, sendo que 132 estão em situação de emergência.

As cidades que registraram mortes foram: Amargosa (2), Itaberaba (2), Itamaraju (4), Jucuruçu (3), Macarani (1), Prado (2), Ruy Barbosa (1), Itapetinga (1), Ilhéus (2), Aurelino Leal (1), Itabuna (2), São Félix do Coribe (2) e Ubaitaba (1). Há uma pessoa desaparecida em Amargosa há 15 dias.

Merval se rende e prevê volta de Lula em primeiro turno após desastre bolsonarista

Colunista do Globo já aponta cenário de retorno do ex-presidente, em razão do "comportamento psicótico" de Bolsonaro

Brasil 247, 30/12/2021, 05:30 h Atualizado em 30/12/2021, 06:22
Merval Pereira e Lula (Foto: Ricardo Stuckert | Reprodução)

"A insensibilidade do presidente Bolsonaro diante do sofrimento alheio, quando ele é difuso, é sinal de que é incapaz de compreender o alcance do papel de um presidente da República, que chegou aonde chegou pelo voto dos cidadãos, e não por escolha divina. Bolsonaro é capaz de comover-se com a morte de um rapper conhecido por fazer 'funk de direita' ou de um militar no exercício de sua função, mas é incapaz de homenagear um grande artista nacional que seja de esquerda ou simplesmente adversário de sua maneira de ver o mundo. Para ele, existem apenas os que são seus apoiadores ou os adversários, não há brasileiros como coletividade, todos os que deveriam estar representados por ele como presidente. Não viajar para a Bahia diante da catastrófica inundação que deixou milhares de desabrigados e mais de 20 mortos, para passear de jet ski no sul do país, é mais um desses episódios que demarcam sua psicótica personalidade", escreve o jornalista Merval Pereira, um dos grandes fomentadores do antipetismo, em sua coluna no Globo.

"A cada atitude dessas, Bolsonaro une a maior parte dos que votaram nele para se livrar do PT na direção contrária, transformando o antipetismo que o levou ao poder numa reação que poderá levar Lula à Presidência logo no primeiro turno, pois se mostrou durante seu desgoverno uma solução pior que aquela que ele representava quando foi eleito. A anticorrupção, grande motor para levá-lo à eleição, já não se mostra suficiente para evitar o PT, pois o bolsonarismo transformou-se num nicho radicalizado que não justifica um voto útil contra Lula ou a esquerda", admite. "O maior eleitor de Lula é o fracasso do governo de Bolsonaro", finaliza.

Bolsonaro demonstra desprezo à vida humana, diz Rui Costa, governador da Bahia

Bolsonaro permanece na praia e ignora a tragédia na Bahia. Governador critica o titular do Planalto por não ir ao estado em meio a enchentes

Brasil 247, 30/12/2021, 05:18 h Atualizado em 30/12/2021, 05:27
Rui Costa e Jair Bolsonaro (Foto: Camila Souza/GOVBA | Reuters)

"O presidente durante toda a sua gestão demonstrava desprezo em relação à vida humana (...) Ele não demonstra nenhum sentimento em relação à dor do próximo", afirmou o governador.

O governador Rui Costa (PT) diz em entrevista à Folha de S.Paulo que o enfrentamento às chuvas que assolam o estado e já causaram ao menos 24 mortes é o maior desafio de sua gestão. As enchentes destruíram estradas, inutilizaram estoques de medicamentos e vacinas e deixaram mais de 90 mil pessoas desabrigadas ou desalojadas.

Questionado pelo jornal se aguardava a visita de Jair Bolsonaro, Rui Costa respondeu que não tinha essa expectativa.

Ele estima que os recursos necessários para recuperar o estado cheguem a R$ 1,5 bilhão e espera que o governo federal possa ajudar com valores significativos.

O governador disse ainda que o estado tem enfrentado a situação e vem tentando mitigar as consequências das enchentes com a mobilização de recursos próprios e a ajuda de outros estados e ressalta que o governo federal não tem nenhuma estrutura de ajuda aos estados para desastres. "Os helicópteros do Exército, da Marinha, são completamente inadequados para esse tipo de coisa. São helicópteros para a guerra, não para sobrevoar áreas urbanas. Um helicóptero daquele tamanho, quando baixa a uma altura mais reduzida, arranca as telhas, é um desastre".

Rui Costa destaca que Jair Bolsonaro durante toda a sua gestão demonstrava desprezo em relação à vida humana. "Durante três anos, em nenhum momento, em nenhum outro desastre, na pandemia, ou em qualquer situação que significasse prestar solidariedade à vida humana ele fez qualquer gesto. É um presidente que não demonstra nenhum sentimento em relação à dor do próximo".

"O mínimo que qualquer presidente pode fazer é dirigir uma palavra de conforto ao seu povo num momento de sofrimento", acrescenta, criticando o ocupante do Palácio do Planalto por não se preocupar em fazer nem isso.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

Moro confessa que Lava Jato foi projeto político para combater o Partido dos Trabalhadores

A confissão foi feita em entrevista a uma rádio. Para derrubar o partido, o ex-juiz parcial também destruiu empresas brasileiras e o sistema judicial

Brasil 247, 29/12/2021, 15:36 h Atualizado em 29/12/2021, 16:26
O ex-presidente Lula e o ex-juiz suspeito Moro (Foto: Reprodução | ABr)

O ex-juiz Sergio Moro, declarado parcial e suspeito pelo Supremo Tribunal Federal, finalmente confessou que a Lava Jato foi uma operação para combater o Partido dos Trabalhadores, e não propriamente a corrupção. Sua confissão foi feita em entrevista a uma rádio do Mato Grosso nesta manhã. "Como é que a gente pode defender um governo desse? Com pessoas [com fome] da fila de ossos, um governo que foi negligente com as vacinas, um governo que ofende as pessoas, um governo que desmantelou o combate à corrupção. Tudo isso por medo do quê? Do PT? Não. Tem gente que combateu o PT na história de uma maneira muito mais efetiva, muito mais eficaz. A Lava Jato", disse Moro na entrevista.

Para derrubar o Partido dos Trabalhadores, Moro corrompeu o sistema judicial, como foi reconhecido pela suprema corte brasileira, e destruiu 4,4 milhões de empregos, segundo o Dieese, criando as condições para o golpe de estado contra a ex-presidente Dilma Rousseff. Depois de quebrar construtoras como a OAS e a Odebrecht, Moro prendeu o ex-presidente Lula para eleger Jair Bolsonaro, de quem foi ministro, e depois foi trabalhar para a consultoria estadunidense Alvarez & Marsal, que assumiu a recuperação judicial destas empresas e passou a viver como rico nos Estados Unidos. Em razão do conflito de interesses, os pagamentos da Alvarez & Marsal a Moro serão investigados pelo TCU. Saiba neste link como apoiar o documentário de Joaquim de Carvalho sobre o enriquecimento de Moro.

Logo depois de ter admitido a perseguição ao Partido dos Trabalhadores, o ex-juiz considerado suspeito e parcial pelo STF e ex-ministro de Bolsonaro recuou. Claramente, percebeu a confissão e tentou contorná-la dizendo que a Lava Jato apenas teria descoberto "os esquemas de corrupção" supostamente praticados pelo PT.

A confissão de Moro provocou a reação imediata do ex-ministro Nelson Barbosa. 

Presidente do PSB agora descarta federação com PT por falta de apoio nos estados

Carlos Siqueira voltou a cobrar apoio em São Paulo, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Espírito Santo
Brasil 247, 29/12/2021, 06:30 h Atualizado em 29/12/2021, 12:23
Carlos Siqueira (Foto: Humberto Pradera/PSB)

A federação entre PT e PSB, aparentemente, se enfraqueceu, segundo informa a jornalista Cristiane Agostine, no Valor Econômico. "O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, reiterou ontem as dificuldades enfrentadas com o PT para formar uma federação e colocou em xeque o acordo com os petistas. Siqueira defendeu a reciprocidade nas alianças e voltou a cobrar apoio em cinco Estados: Pernambuco, São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Espírito Santo", diz ela.

“Em primeiro lugar, nós não vamos fazer federação com ninguém, principalmente com o PT, antes de ter um acordo geral sobre os apoios que nós precisamos do PT. Em segundo lugar, a rigor, nós não precisamos de federação alguma para disputar as eleições”, disse Siqueira. “Nós admitimos a hipótese de federação como uma forma de valorizar a unidade das forças de esquerda, mas estamos tendo muita dificuldade até o momento para se concretizar.”

“Aliança pressupõe acordo entre partes e temos disposição para fazer esse acordo, mas isso pressupõe a reciprocidade de ambos os lados. Há muitos meses colocamos para o PT as demandas do PSB e até agora não tivemos resposta sobre nenhuma delas”, queixou-se Siqueira. “O PT deve pensar, refletir bem e decidir qual é seu plano central, seu objetivo principal, se é eleger Lula na Presidência ou se é disputar com seu principal aliado os governos estaduais”, afirmou.

Fernando Haddad, no entanto, não pretende abrir mão de sua candidatura em São Paulo. “Estamos com candidato no primeiro lugar no Rio Grande do Sul, Pernambuco e São Paulo, que são colégios eleitorais importantíssimos”, disse Haddad, em entrevista à rádio Bandeirantes.