quinta-feira, 10 de junho de 2021

Bolsonaro volta a usar dados falsos para insinuar supernotificação de mortes e dá parabéns ao TCU

Novamente, Jair Bolsonaro utilizou dados falsificados de um assessor do TCU. A Corte, no entanto, negou oficialmente os números incluídos em seu sistema e afastou o auditor responsável por tentar inseri-los

Brasil 247, 10/06/2021, 18:28 h Atualizado em 10/06/2021, 18:28
Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução)

Jair Bolsonaro, em discurso no Palácio do Planalto nesta quinta-feira, 10, voltou a usar dados falsos para insinuar que existe supernotificação dos dados oficiais da Covid-19 no Brasil, cujas principais suspeitas é que sejam subnotificados uma vez que o país é um dos que menos realiza testes no mundo.

Novamente, Bolsonaro utilizou dados falsificados de um assessor do Tribunal de Contas da União (TCU). A Corte, no entanto, negou oficialmente os números incluídos em seu sistema e afastou o auditor responsável por tentar inseri-los. Os dados falsos apontam que, em torno de 50% dos óbitos pela doença no ano passado, não foram por Covid-19.


A portaria, segundo Bolsonaro, se estenderá àqueles que já tenham sido contaminados pelo coronavírus, mesmo com a possibilidade de reinfecção.

A medida contraria as recomendações de autoridades sanitárias, que pedem a manutenção das práticas de prevenção à Covid-19 mesmo após a vacinação. Isto porque mesmo os imunizados não têm proteção 100% garantida contra a doença e ainda sim podem transmitir o vírus a outras pessoas que por ventura não tenham sido vacinadas.

Bolsonaro apanha nas redes após falar em desobrigar uso de máscara

"Não escutem as asneiras desse doente. Usem máscara e álcool em gel. O vírus existe e continua matando! Bolsonaro, eu te odeio", escreveu uma usuária no Twitter

Brasil 247, 10/06/2021, 18:30 h Atualizado em 10/06/2021, 19:13
(Foto: J Gonçalves)

Poucos minutos após Jair Bolsonaro declarar nesta quinta-feira (10) que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, prepara um parecer para desobrigar o uso de máscara por vacinados e já infectados pelo coronavírus, uma onda de críticas sobre o governo nasceu no Twitter.

O uso de máscara por vacinados e por quem já teve Covid-19 é, segundo especialistas, necessário para garantir que não haja um maior espalhamento do coronavírus. As vacinas não garantem 100% de proteção e pessoas que já foram infectadas podem contrair a doença novamente.

Pelas redes, jornalistas, políticos, famosos e anônimos criticaram duramente o chefe do governo federal.

Telegramas sigilosos do Itamaraty provam que o governo Bolsonaro negou a compra de 43 milhões de vacinas da Covax

Telegramas do Ministério das Relações Exteriores apontaram que o governo Jair Bolsonaro recusou propostas para receber vacinas da Covax Facility, o suficiente para imunizar 20% dos brasileiros. A gestão reconheceu os benefícios dos imunizantes, mas preferiu adquirir doses para vacinar apenas 10% da população. Comprou somente 43 milhões das 86 milhões ofertadas

10 de junho de 2021, 11:13 h Atualizado em 10 de junho de 2021, 11:13Itamarary (Foto: Leonardo Sá/Agência Senado | Reuters)


O governo Jair Bolsonaro recebeu uma proposta da aliança mundial de vacinas, a Gavi, para aderir ao plano de imunização global com acesso a 86 milhões de doses. A entidade, responsável por administrar a Covax Facility, fez a sugestão no primeiro semestre de 2020. A ideia era garantir a imunização de 20% dos brasileiros, mas o País não aderiu à proposta e comprou somente 43 milhões, o suficiente para imunizar apenas 10% da população. A informação foi publicada pela coluna de Jamil Chade, no portal Uol.

Telegramas sigilosos apontaram o reconhecimento por parte do governo de que o Brasil seria beneficiado. Em um dos documentos, o Ministério das Relações Exteriores reconheceu que a negociação daria "acesso a futuras vacinas contra a covid-19 a preços inferiores aos do mercado". "O mesmo mecanismo serviria para compartilhar riscos entre maior número de países e, ao mesmo tempo, enviar sinais aos desenvolvedores/produtores de que haverá mercado para venda das futuras vacinas", disse.

Com mais de 99% dos votos apurados, Pedro Castillo está praticamente eleito presidente do Peru

Diferença a favor de Castillo é de 0,63 pontos percentuais

Brasil 247, 9/06/2021, 04:59 h Atualizado em 9/06/2021, 05:21
Pedro Castillo (Foto: Reuters/Alessandro Cinque)

Está praticamente decidido: Pedro Castillo, um líder progressista, professor de escola rural em sua cidade natal, Chonta, está pronto para ser o próximo presidente do Peru.

Com 99,28% dos registros eleitorais processados, o candidato à presidência do Peru, Pedro Castillo, supera sua adversária da direita, Keiko Fujimori.

Com base nos dados divulgados pelo Escritório Nacional de Processos Eleitorais, Pedro Castillo tem 8.719.076 de votos, o equivalente a 50,25 por cento dos votos válidos.

Por sua vez, Fujimori tem 8.631.303 votos, o que representa um total de 49,74 por cento, informa a Telesul.

quarta-feira, 9 de junho de 2021

Lula vence Bolsonaro no 2º turno com 11 pontos de vantagem, mostra pesquisa

Levantamento do PoderData, divulgado nesta quarta-feira (9), aponta o ex-presidente Lula com 48% de intenções de voto, contra 37% de Jair Bolsonaro

9 de junho de 2021, 20:41 h Atualizado em 9 de junho de 2021, 20:59
(Foto: Ricardo Stuckert | Reuters)

Pesquisa PoderData sobre as eleições presidenciais de 2022, divulgada nesta quarta-feira (9), mostra que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vence Jair Bolsonaro no segundo turno com 11 pontos percentuais de vantagem, por 48% a 37%.

Segundo levantamento, feito por telefone, no primeiro turno, os dois candidatos aparecem tecnicamente empatados, com Bolsonaro com 33% contra 31% de Lula.

A pesquisa, em parceria com o Grupo Bandeirantes, ouviu 2.500 pessoas por telefone, entre os dias 7 e 9 de junho, nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

Confira os números do segundo e do primeiro turno:




terça-feira, 8 de junho de 2021

Comissão da Câmara aprova texto que libera cultivo de cannabis para fins medicinais

A decisão vale exclusivamente para fins medicinais, veterinários, científicos e industriais, da Cannabis sativa, planta também usada para produzir a maconha

Brasil 247, 8/06/2021, 15:27 h Atualizado em 8/06/2021, 15:27
(Foto: Divulgação)

Agência Câmara - A comissão especial da Câmara dos Deputados que analisou o Projeto de Lei 399/15 aprovou nesta terça-feira (8) parecer favorável à legalização do cultivo no Brasil, exclusivamente para fins medicinais, veterinários, científicos e industriais, da Cannabis sativa, planta também usada para produzir a maconha.

A proposta foi aprovada na forma do substitutivo apresentado pelo relator, deputado Luciano Ducci (PSB-PR), ao texto original do deputado Fábio Mitidieri (PSD-SE). Em razão do caráter conclusivo, o texto poderia seguir diretamente para o Senado, mas haverá recurso para análise em Plenário.

Na comissão especial, o texto-base recebeu nesta manhã 17 votos favoráveis e 17 contrários. O desempate em favor da aprovação coube ao relator, conforme determina o Regimento Interno da Câmara – que também permitiu substituições de última hora em vagas no colegiado. Nenhum dos oito destaques prosperou.

O presidente da comissão especial, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), celebrou o resultado. “Agradeço o trabalho de todos e o debate qualificado, colocamos o Brasil na fronteira científica e médica pelo bem-estar das pessoas”, afirmou.

Parecer aprovado

O substitutivo aprovado legaliza o cultivo da Cannabis, mas impõe restrições. O plantio poderá ser feito apenas por pessoas jurídicas (empresas, associações de pacientes ou organizações não governamentais). Não há previsão para o cultivo individual. Seguirão proibidos cigarros, chás e outros itens derivados da planta.

No parecer final, houve ajustes após debates no colegiado e em comissão geral realizada em 26 de maio. A partir de emenda da deputada Talíria Petrone (Psol-RJ), o relator incluiu linha de crédito destinada a associações de pacientes que fabricam medicamentos, para que possam se ajustar às exigências da futura lei.

Segundo Luciano Ducci, o foco é a aplicação medicinal da Cannabis, presente hoje em 50 países. “Nunca foi uma premissa discutir a legalização da maconha para uso adulto ou individual”, disse.

Criada em 2019, a comissão especial fez 12 audiências públicas, além de recolher informações no Brasil e no exterior.

A versão original de Fábio Mitidieri liberava a venda de medicamentos oriundos da Cannabis sativa ao alterar a Lei Antidrogas. “Algumas moléstias podem ser tratadas com sucesso, de modo eficaz e seguro, em relação a outras drogas que não apresentam respostas satisfatórias em determinados casos.”

Documento citado por Bolsonaro e que provaria fraude no número de mortes por Covid-19 foi inserido no sistema do TCU no domingo

De acordo com a Crusoé, o nome do auditor responsável pelo documento é Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques. O TCU, na segunda-feira, negou ter qualquer prova de supernotificação de óbitos por Covid-19

Brasil 247, 8/06/2021, 16:15 h Atualizado em 8/06/2021, 16:20
Tribunal de Contas da União (TCU) (Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado)

O documento do Tribunal de Contas da União (TCU) citado por Jair Bolsonaro ao afirmar que o número de mortes por Covid-19 no Brasil foi fraudado foi inserido no sistema do tribunal no domingo (6), de acordo com a Crusoé.

O TCU, ainda na segunda-feira (7), divulgou nota negando ter qualquer informação sobre uma possível manipulação nos dados de mortes por Covid-19.

Em reportagem, a Crusoé afirma que o documento, intitulado "Da possível supernotificação de óbitos causados por Covid", é de responsabilidade do auditor Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques. "Às 18h39 do domingo, 6, o auditor do TCU Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques acessou o sistema interno do tribunal e incluiu um documento não oficial com informações distorcidas sobre a possibilidade de supernotificação de casos de Covid-19 no Brasil", diz o texto.

PF trabalha com “hipótese criminal” de que Bolsonaro e filhos atuaram para “subversão da ordem política”

Inquérito do STF sobre os atos antidemocráticos aponta que Jair Bolsonaro (sem partido) e seus filhos, Eduardo, Carlos e Flávio, mobilizaram as redes sociais para "incitar parcela da população à subversão da ordem política" de meados de 2018 até 2020

Brasil 247, 8/06/2021, 11:32 h Atualizado em 8/06/2021, 12:27
(Foto: Reprodução/Twitter | Jayme/Ascom/TSE)

Investigação da Polícia Federal, parte do inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que apura atos antidemocráticos, aponta que Jair Bolsonaro (sem partido) e seus filhos, Eduardo, Carlos e Flávio, mobilizaram as redes sociais para "incitar parcela da população à subversão da ordem política" de meados de 2018 até 2020.

Segundo reportagem dos jornalistas Eduardo Militão e Rafael Neves, no portal UOL, os policiais escreveram uma "hipótese criminal" com objetivo "obter vantagens político-partidárias".

A Polícia Federal também vinculou a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e Tercio Arnaud Thomaz, membro do Gabinete do Ódio e assessor especial de Jair Bolsonaro, a contas inautênticas do Facebook usadas para disseminar mensagens.

Na investigação, os policiais listaram uma série de contas de redes sociais inautênticas detectadas por auditoria do Facebook —e que foi confirmada por quebras de sigilos realizadas pelos agentes. No chamado "grupo Brasília", a polícia localizou 31 pessoas vinculadas a contas usadas para "operações executadas por um governo para atingir seus próprios cidadãos", como informou a rede social.

Na relação, Michelle Bolsonaro é listada pela PF como "esposa de Jair Messias Bolsonaro", o "proprietário" das contas Bolsonaronews, no Instagram. Em outros trechos do inquérito, Tércio Arnaud Tomaz, que é assessor da Presidência da República no chamado Gabinete do Ódio, é apontado pela polícia como proprietário das contas Bolsonaronews no Facebook e Tercio Arnaud Tomaz.

Ao final do relatório, a PF indica que é preciso aprofundar as investigações relacionadas ao uso de mídias sociais para incentivar atos antidemocráticos nas ruas, no entanto, a Procuradoria-Geral da República rejeitou aprofundar as investigações propostas pela Polícia Federal.

domingo, 6 de junho de 2021

“O Brasil precisa seguir o exemplo da Colômbia e ocupar de vez as ruas”, diz Altman

O jornalista, em entrevista à TV 247, avaliou que as manifestações do 29M já conseguiram mudar a conjuntura nacional. Para ele, o momento é ideal para uma escalada dos protestos e “o objetivo deve ser colocar abaixo o governo”. 

Brasil 247, 2/06/2021, 18:11 h Atualizado em 2/06/2021, 18:21
(Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | Amanda Perobelli/Reuters)

O jornalista Breno Altman, em entrevista à TV 247, analisou as manifestações do 29M e defendeu que a tarefa principal seja a de intensificar a mobilização nas ruas até que o governo Bolsonaro seja colocado abaixo.

“Eu fiz uma brincadeira no Twitter que vou repetir aqui. A nossa estratégia deveria ser a da ‘colombinização’ do país. Isso não quer dizer todo mundo se vestir de colombina no Carnaval, mas sim tomar o exemplo da Colômbia. Uma escalada imparável contra Jair Bolsonaro. Manter a mobilização nas ruas e intensificá-la é a tarefa principal. Gerar o clima de mobilização nacional para colocar abaixo o governo, essa é a lógica, colocar abaixo esse governo. Ou seja, lutar pelo auxílio emergencial de R$ 600, pela vacinação em massa, contra a reforma administrativa, contra as privatizações e todas essas lutas enfeixadas nesta consigna, ‘Fora Bolsonaro’”, disse o jornalista.

Altman destacou que os protestos já mudaram a conjuntura nacional. Segundo ele, o momento é ideal para uma escalada:

“Mudou a conjuntura. Nós temos que arriscar uma escalada contra o Bolsonaro. A esquerda joga um papel decisivo e não podemos pisar no freio agora. Ainda estamos na fase de amadurecimento dessa escalada. Durante essa fase, o papel fundamental é jogado pela esquerda e os movimentos sociais”, declarou.

“É necessário que a esquerda mostre aos demais setores populares menos organizados que ela está em combate, que ela dá o exemplo, que ela vai para a rua, que ela enfrenta o risco, que ela se organiza com as cautelas sanitárias devidas. É importante isso para que os setores menos organizados sigam esse exemplo. Política é a força do exemplo. Muita gente que não foi sábado porque não acreditava na força dos atos, ou porque teve medo, se diz arrependida. Não é nada disso. Cada um tem seu tempo, sua condição, sua obrigação. É diferente. As pessoas não têm a mesma obrigação”, concluiu.

Randolfe Rodrigues: "negativa da vacina foi motivada por dinheiro, por corrupção"

Em entrevista à Revista Brasil TVT deste domingo (6), o parlamentar detalha as razões para as negativas de aquisição de vacinas pelo governo Bolsonaro e não deixa dúvidas sobre as motivações para o lobby pela cloroquina

Brasil 247, 6/06/2021, 16:46 h Atualizado em 6/06/2021, 17:35
Randolfe Rodrigues (Foto: dilson Rodrigues/Agência Senado)

Rede Brasil Atual - Em entrevista ao programa Revista Brasil TVT desde domingo (6), o senador e vice-presidente da CPI da Covid, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou objetivamente que o interesse do governo Bolsonaro em promover o uso maciço da cloroquina no tratamento de pacientes de covid-19 foi motivado “por dinheiro”. “Esse negócio que a hidroxicloroquina era isso, era aquilo (sobre eficácia contra a covid), negativo! Era dinheiro (…) Vou ser mais claro: corrupção… passando a mão… esquema! (Foi utilizada) Advocacia administrativa. Nós temos provas disso na CPI.”, afirma, logo no início de sua participação.

Em cerca de 25 minutos, em que foi entrevistado pelos jornalistas Cosmo Silva e Maria Tereza Cruz, o parlamentar detalha os eixos da investigação da CPI da Covid. Além de esmiuçar a relação entre as negativas para a aquisição de vacinas para a população, Randolfe fala das evidências da atuação do chamado gabinete paralelo, e antecipa que o colegiado deverá convocar o deputado federal negacionista Osmar Terra e o médico virologista Paulo Zanoto.

O parlamentar discorre à Revista Brasil TVT – “pela primeira vez na imprensa” – sobre a existência de um “esquema de pessoas ligadas a Bolsonaro e vultosas quantias de dinheiro para a defesa da cloroquina. Ele também anuncia que a comissão vai pedir a quebra de sigilo bancário de algumas empresas ligadas ao governo na saga de Bolsonaro pela cloroquina. “A negativa da vacina foi motivada por dinheiro, por corrupção”, afirma.