"Em pouco mais de uma hora, fez reacender a esperança. Conseguiu nos retirar da decepção de um governo que só fez acumular fracassos para mostrar a possibilidade auspiciosa de um outro país. Bem diferente do anarcocapitalismo criminoso, genocida, implantado por Guedes, com o beneplácito de Jair", escreve Ricardo Bruno
Brasil 247, 2/04/2021, 16:36 h Atualizado em 2/04/2021, 16:36
Reinaldo Azevedo e Lula (Foto: Reprodução)
A entrevista do ex-presidente Lula a Reinaldo Azevedo restabeleceu confiança e credibilidade na ação de líderes políticos nacionais como fator determinante para definição de políticas públicas críveis e eficazes. Em oposição ao estilo insensato de Jair, o ex-presidente fez uma análise crítica da conjuntura brasileira e nos mostrou como poderia ser diferente, caso o país não estive nas mãos de um tresloucado com pendores autocráticos.
Ao citar as entrevistas que tem concedido à imprensa internacional, Lula reportou os recados que tem mandado para os principais líderes mundiais no sentido de construção de saídas conjuntas para a crise. Mostrou estatura e altivez como ator político global ao sugerir a pauta de um encontro emergencial dos países do G 20 . Fez referências a Joe Biden, Macron, Merkel e Ji Xiping sobre a necessidade da convocação com a sobriedade e a naturalidade inatas ao líder. Sem sabujices tampouco submissão. À altura de representante da oitava economia nacional.
Imerso no fanatismo ilógico dos adoradores de Jair, o Brasil adoeceu; perdeu referências, subtraiu sensatez do debate político. A despeito de nossa importância mundial estratégica, passamos a ser tratados como rebotalhos da civilização contemporânea, palco dos desatinos de um mandatário que só faz crescer o descontrole da pandemia a ponto de nos tornarmos o epicentro mundial da propagação do vírus. Não por acaso. Não por fatalidade. Não por desígnio. Para além dos conflitos ideológicas, o Brasil está pagando um altíssimo preço por ter eleito um mentecapto.
A entrevista de Lula possibilitou o cotejo entre a realidade caótica do Brasil atual e a possibilidade de um país com um destino diferente, pautado pelo equilíbrio, pela capacidade de interlocução, pelo diálogo. Mostrou que o Brasil, não por acaso, vive a sua mais aguda tragédia social. Que não estamos atavicamente fadados ao fracasso. Que o infortúnio brasileiro tem nome e sobrenome: Jair Bolsonaro.
O ex-presidente trouxe equilíbrio ao debate político. A ponderação de suas posições em si é um vigoroso contraponto ao atrabiliário Jair. Mostra ainda que Lula, ao contrário de seus críticos, não exibe qualquer radicalismo, não se opõe a Bolsonaro pela simples troca de sinais ideológicos. Em síntese, hoje, Lula é o equilíbrio. Bolsonaro, o desatino.