quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Deputado bolsonarista Daniel Silveira é preso após ataques a ministros do STF

Ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou a prisão de Daniel Silveira (PSL) depois que o bolsonarista publicou um vídeo com uma série de agressões e xingamentos a ministros do Supremo

Brasil 247, 17/02/2021, 00:12 h Atualizado em 17/02/2021, 09:07
1    Deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) (Foto: Reprodução)

O deputado bolsonarista Daniel Silveira (PSL-RJ) foi preso pela Polícia Federal na noite desta terça-feira (16), no Rio de Janeiro, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

No despacho em embasou a ordem de prisão, o ministro do STF aponta que Daniel Silveira publicou nas redes sociais um vídeo com ofensas, ameaças e pedido de fechamento do Supremo.

No vídeo, Silveira afirma que os onze ministros do Supremo “não servem pra porra nenhuma pra esse país”, “não têm caráter, nem escrúpulo nem moral” e deveriam ser destituídos para a nomeação de “onze novos ministros”. Ele atacou nominalmente seis ministros do Supremo no vídeo: Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello e Dias Toffoli.

Na decisão, Moraes definiu que o mandado poderia ser cumprido “imediatamente e independentemente de horário por tratar-se de prisão em flagrante delito”. Como a prisão de um deputado federal precisa passar pelo crivo da Câmara, mesmo em caso de flagrante e por crime inafiançável, o ministro do STF também reitera que o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), deve ser “imediatamente oficiado para as providências que entender cabíveis”.

O ministro do STF afirmou que o deputado tem conduta reiterada no crime e lembra que Daniel Silveira é investigado, a pedido da PGR, por ter se “associado com o intuito de modificar o regime vigente e o Estado de Direito, através de estruturas e financiamentos destinados à mobilização e incitação da população à subversão da ordem política e social, bem como criando animosidades entre as Forças Armadas e as instituições”.

O magistrado argumentou que a reiteração dessas condutas por parte do parlamentar revela-se gravíssima, pois atentatório ao Estado Democrático de Direito brasileiro e suas Instituições republicanas. “Imprescindível, portanto, medidas enérgicas para impedir a perpetuação da atuação criminosa de parlamentar visando lesar ou expor a perigo de lesão a independência dos Poderes instituídos e ao Estado Democrático de Direito”, afirmou.

O deputado bolsonarista é investigado pelo STF no inquérito que mira o financiamento e organização de atos democráticos em Brasília. Em junho, ele foi alvo de buscas e apreensões pela Polícia Federal e teve o sigilo fiscal quebrado por decisão do ministro Alexandre de Moraes.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Senador Rogério Carvalho: Congresso e Justiça têm que agir com rapidez para evitar proposta armamentista de Bolsonaro

"Enquanto o decreto vigora, ele arma a população. Precisamos ser rápidos”, cobrou o parlamentar, em entrevista à TV 247

Brasil 247, 15/02/2021, 22:14 h Atualizado em 15/02/2021, 22:14
.   Senador Rogério Carvalho (PT-SE) (Foto: Agência Senado)

O senador Rogério Carvalho (PT-SE) pediu mais atenção das instituições democráticas aos gestos de Jair Bolsonaro que colocam a democracia em risco.

Preocupado com os quatro decretos que ampliam armas e munições para a população, o parlamentar fez um alerta às instituições, em entrevista à TV 247, de que Bolsonaro tenta armar a população para manter o seu projeto de poder.

“Bolsonaro vai tentar intimidar a população e constranger as instituições democráticas para preservar seu projeto de poder. Enquanto o decreto vigora, ele arma a população. Precisamos ser rápidos”, cobrou.

CPI da Lava Jato

Na entrevista, Rogério Carvalho também falou sobre a possibilidade de se instalar na Casa a CPI da Lava Jato, para a qual ele recolhe assinaturas.

“Se há uma CPI que pode vingar é a da Lava Jato”, disse. “Montou-se um estado paralelo no Brasil, que traiu interesses nacionais, destruiu 3 milhões de empregos e a engenharia nacional”, afirmou.

Gilmar Mendes diz que Lava Jato corrompeu a democracia ao agir contra o PT para eleger Jair Bolsonaro

"Primeiro a Lava Jato atua na prisão do Lula. Prestes à eleição, divulga o chamado depoimento ou delação do Palocci, tentando influenciar o processo eleitoral. Depois, o Moro vai para o governo Bolsonaro, portanto eles não só apoiaram como depois passam a integrar o governo Bolsonaro", disse ele

Brasil 247, 16/02/2021, 06:27 h Atualizado em 16/02/2021, 07:05
   (Foto: ABr)

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, confirmou, em entrevista à BBC, a tese que vem sendo defendida há anos pelo 247. A Operação Lava Jato corrompeu a democracia e assaltou o poder, ao perseguir o Partido dos Trabalhadores para garantir a ascensão da extrema-direita no Brasil. "Primeiro a Lava Jato atua na prisão do Lula. Prestes à eleição, a Lava Jato divulga o chamado depoimento ou delação do Palocci, tentando influenciar o processo eleitoral. Depois, o Moro vai para o governo Bolsonaro, portanto eles não só apoiaram como depois passam a integrar o governo Bolsonaro", disse o ministro.

Gilmar disse ainda que, em razão de seus abusos, a Lava Jato "cometeu suicídio". Em outro trecho, ele falou sobre a suspeição do ex-juiz Sergio Moro. "Há muita discussão sobre uma atividade de promotor do juiz Moro. Mas o que se vê claramente é uma cooperação bastante grande entre o juiz Sergio Moro e o promotor. Moro, por exemplo, pedindo para ter conhecimento antecipado sobre a denúncia, ou Moro dizendo que uma determinada testemunha deve depor desta ou daquela forma. Ou que eventual apelação à decisão dele deveria ser submetido a ele. Portanto, tudo o que de fato não condiz com a relação entre promotor e juiz", afirmou.

Em outro trecho, ele falou sobre os impactos para o ex-presidente Lula. "Isso terá efeito sobre esse caso que está no Supremo, que é o caso do Tríplex. Qualquer outro debate ou discussão terá que ser feito em processo próprio. Há muitas discussões sobre esse assunto. Hoje, por exemplo, se fala numa cooperação internacional informal que havia entre os membros da Lava Jato e determinados integrante de instituições na Suíça e nos Estados Unidos, sem o devido processo legal. Saber se, nos casos em que houve condenação, se houve essa cooperação, pode ser relevante para esses casos também", afirmou.

Reinaldo provoca Fachin: deve emitir uma nota a favor da suspeição de Moro daqui a dez anos

Reinaldo Azevedo já havia provocado o ministro Edson Fachin, do STF, ao afirmar que sua reação a tuíte ameaçador do general Villas Bôas, intimidando a Corte pela prisão de Lula, ocorreu “com três anos de atraso”

Brasil 247, 16/02/2021, 11:38 h Atualizado em 16/02/2021, 12:01
   (Foto: Reprodução)

O jornalista Reinaldo Azevedo, nas redes sociais, nesta terça-feira, 16, provocou o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmando que ele deve emitir uma nota a favor da suspeição do ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro “daqui a dez anos”.

Fachin é do bloco lavajatista do STF, que está buscando reagir contra as recentes derrotas da Lava Jato na Justiça. Na semana passada, o ministro do STF falou que a operação “não só não acabou como mal começou”. Segundo conversas vazadas dos membros da Lava Jato de Curitiba, ele mantinha relações com o grupo.

Após encontro com o ministro, o coordenador da força-tarefa, procurador Deltan Dallagnol, enviou mensagem para os outros integrantes afirmando: “Caros, conversei 45 m com o Fachin. Aha uhu o Fachin é nosso."

Na segunda-feira, 15, Reinaldo Azevedo já havia provocado o ministro do STF ao afirmar que sua reação a tuíte ameaçador do general Villas Bôas, intimidando a Corte pela prisão de Lula, ocorreu “com três anos de atraso”.

domingo, 14 de fevereiro de 2021

“Quem Bolsonaro pensa que é para dizer que não adianta chorar?”, dispara Flávio Dino

“Ele que cumpra as responsabilidades dele, que não é ficar dando lição de moral para ninguém. Ele não tem autoridade e nem conhecimento para isso”, falou o governador do Maranhão em um forte desabafo na TV 247

Brasil 247, 12/02/2021, 19:12 h Atualizado em 12/02/2021, 20:04
   Flávio Dino e Jair Bolsonaro (Foto: GOVMA | Marcos Corrêa/PR)

Em debate na TV 247, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), fez um duro desabafo acerca da recente declaração de Jair Bolsonaro de que 'não adianta ficar em casa chorando' pelos mortos pela Covid-19.Dino, que perdeu o pai para a doença, afirmou que Bolsonaro não tem autoridade e nem conhecimento para dar “lição de moral”. “Cada vida humana é sagrada, e uma vez perdida, obviamente, ela não volta. Morrem mil, 1.200, 1.300, 1.400 pessoas por dia e o presidente da República acha razoável dizer que chorar não resolve. Quem esse senhor pensa que é para dizer que as famílias que têm entes queridos, familiares que perdem a vida não vão chorar? E eu falo isso com autoridade, infelizmente, porque sinto a morte do meu pai, por exemplo. E agora esse senhor vem dizer que chorar não resolve? Quem ele pensa que é? Ele que cumpra as responsabilidades dele, que não é ficar dando lição de moral para ninguém. Ele não tem autoridade e nem conhecimento para isso. E cuide da parte dele! Ele fica o tempo todo acusando os outros dos seus problemas”.

Respondendo à provocação de Bolsonaro para que os estados assumam pagar o auxílio emergencial, o governador afirmou aceitar a proposta, desde que os aparelhos financeiros federais sejam também transferidos aos estados. Para Dino, enquanto tais instrumentos pertencerem à União, é de Bolsonaro a responsabilidade de prover o benefício. “Ele quer agora que os governadores assumam o auxílio emergencial. Muito bem. Eu aceito. Agora, ele que entregue aos estados o Tesouro Nacional, o Banco Central, o BNDES, o FGTS, o Banco do Nordeste, o Fundo Constitucional do Nordeste, o Fundo Constitucional do Norte e do Centro-Oeste. Ele entrega isso para os estados e a gente toca o governo no lugar dele. Enquanto os instrumentos de política econômica estiverem no governo federal, a responsabilidade é dele. Enquanto a Anvisa for federal, a responsabilidade é dele. Não adianta ficar querendo transferir nem para os governadores e nem para as famílias brasileiras”.

Sabrina Fernandes: liberação de armas de Bolsonaro e seu apoio à invasão do Capitólio apontam para golpe

"Quando invadiram o Capitólio para exigir que Trump ficasse, Bolsonaro disse que no Brasil vai ser pior. Aí sai um decreto desses facilitando e muito o acesso a armamento. Devemos ligar os pontinhos?", publicou Sabrina Fernandes nas redes sociais

Brsil 247, 14/02/2021, 13:12 h Atualizado em 14/02/2021, 13:12Sabrina Fernandes (Foto: Reprodução YouTube (Rede Brasil Atual))

A socióloga, escritora e youtuber Sabrina Fernandes, do canal Tese Onze, relacionou os decretos de flexibilização do porte de armas de Jair Bolsonaro com seu apoio à invasão do Capitólio (Congresso dos Estados Unidos), que ocorreu no dia 6 de janeiro por apoiadores de seu aliado e ex-presidente dos EUA, Donald Trump.

“Quando invadiram o Capitólio para exigir que Trump ficasse, Bolsonaro disse que no Brasil vai ser pior. Aí sai um decreto desses facilitando e muito o acesso a armamento. Devemos ligar os pontinhos?”, publicou nas redes sociais neste domingo, 14.

Quando invadiram o Capitólio para exigir que Trump ficasse, Bolsonaro disse que no Brasil vai ser pior. Ai sai um decreto desses facilitando e muito o acesso a armamento. Devemos ligar os pontinhos?
— Sabrina Fernandes (@safbf) February 14, 2021

“Pretendo fazer um vídeo no futuro breve sobre armamento, revolução, e autodefesa. Mas adianto que muita gente vai ficar decepcionada com falta de detalhes. Isso tem uma razão: ABIN, hoje não”, afirmou.

Pretendo fazer um vídeo no futuro breve sobre armamento, revolução, e autodefesa. Mas adianto que muita gente vai ficar decepcionada com falta de detalhes. Isso tem uma razão: ABIN, hoje não.

Matheus Nachtergaele critica governo Bolsonaro: 'não queremos essa ignorância terraplanista'

Segundo o ator, o bolsonarismo se apoia na exaustão, “numa certa violência interior”. “Ele é também o último estertor do capitalismo, uma tentativa desesperada de as coisas não mudarem”

Brasil 247, 14/02/2021, 14:49 h Atualizado em 14/02/2021, 15:04
   Matheus Nachtergaele (Foto: Reprodução)

O ator Matheus Nachtergaele, em entrevista à coluna de Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo, fez duras críticas ao bolsonarismo, ao governo federal e comentou a atual situação política no País.

“Nós fracassamos, mas momentaneamente. Ficamos exaustos de nós mesmos e das condições em que a política brasileira é feita e acabamos, como povo, perdendo um pouco a clareza do que é mais importante para nós. Acho que o bolsonarismo é resultante dessa confusão. E não é incompreensível que ele exista, mas espero que estejamos passando por ele para recordarmos do que queremos ser.”

“O bolsonarismo se apoia nessa exaustão, numa certa violência interior. Ele é também o último estertor do capitalismo, uma tentativa desesperada de as coisas não mudarem, sendo que nós somos o país que pode inventar o novo para o mundo inteiro.”

“Não queremos ser um país violento, fascista, branco, machista, misógino, preconceituoso, racista, homofóbico, bélico. Não queremos essa ignorância terraplanista. Gente é pra brilhar, como dizia o poeta, e o Brasil pode isso ainda.”

“Fomos treinados para odiar um fantasma comunista que nunca existiu. Nada foi mais conivente com o estado das coisas que o PT, embora tenha conseguido avanços bonitos. Houve uma ameaça de corrupção e, em nome dela, nós fizemos a pior escolha. Digo ‘nós’ porque não quero me separar dos meus irmãos por divergências políticas. Vai ser preciso amar muito o Brasil para poder amá-lo daqui pra frente. Não deixa de ser bonito o desafio que se coloca.”

Drauzio Varella: vacinação contra Covid é uma bagunça e Ministério da Saúde está nas mãos de amadores

De acordo com o médico Drauzio Varella, "quando o Brasil mais precisava de técnicos treinados para executar a difícil tarefa de vacinar seus habitantes, única forma de reduzir a mortalidade e dar alento à economia, caímos nas mãos de um Ministério da Saúde fragilizado, dirigido por amadores"

Brasil 247,14/02/2021, 05:58 h Atualizado em 14/02/2021, 09:02
    Dráuzio Varella e Vacinação (Foto: Reprodução)

Em sua coluna publicada no jornal Folha de S.Paulo, o médico Drauzio Varella afirma que a vacinação contra o coronavírus no Brasil virou uma "bagunça". De acordo com o médico, "sem autonomia para coordenar a estratégia de vacinação", o Programa Nacional Imunizações (PNI) "houve por bem pulverizar pelo país as poucas vacinas existentes, como se a epidemia ameaçasse todos os municípios com igual virulência".

"Ao lado desse equívoco, facultou a estados e municípios a adoção dos critérios para estabelecer prioridades, de acordo com as realidades locais", continua Varella.

Segundo o médico, "a falta de uma coordenação centralizada com regras válidas para o país inteiro gerou essa confusão de grupos e de pessoas que subvertem a ordem prioritária e confundem a população, incapaz de entender porque em cada cidade a vacinação chega para uns e não para outros".

Varella constata amargamente: "Profissionais formados em psicologia, biologia, veterinária, educação física, além de trabalhadores da área da saúde que nem sequer chegam perto dos doentes com Covid, são vacinados antes das mulheres e homens com mais de 80 anos. Enquanto nos entretemos com as imagens dos telejornais que mostram senhoras e senhores de 90 anos, infantilizados pelo repórter que lhes pergunta se estão felizes com a vacina, passa a boiada dos mais jovens que furam a fila.

Tem cabimento vacinar veterinários, terapeutas, personal trainers, escriturários de hospitais, antes dos mais velhos, que representam mais de 70% dos mortos? É justo proteger essa gente antes dos professores, dos policiais e de outras categorias mais expostas ao vírus?"

Ele conclui com uma crítica direta ao governo Bolsonaro: "Que azar. Quando o Brasil mais precisava de técnicos treinados para executar a difícil tarefa de vacinar seus habitantes, única forma de reduzir a mortalidade e dar alento à economia, caímos nas mãos de um Ministério da Saúde fragilizado, dirigido por amadores".

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Gilmar Mendes diz que Moro e procuradores da Lava Jato criaram um "esquadrão da morte" em Curitiba

Ministro Gilmar Mendes, do STF, voltou a condenar as ilegalidades praticadas por Sérgio Moro e pelos procuradores liderados por Deltan Dallagnol. "O que se instalou em Curitiba era um grupo de esquadrão da morte, totalmente fora dos parâmetros legais", disse ele ao mencionar a atuação conjunta de Moro e do MPF para condenar Lula

Brasil 247, 12/02/2021, 15:10 h Atualizado em 12/02/2021, 16:02
   (Foto: Reprodução)

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), voltou nesta sexta-feira (12) a fazer críticas às ilegalidades praticadas por procuradores e pelo ex-juiz Sérgio Moro na operação Lava Jato.

Em entrevista ao jornalista Tales Faria, do UOL, o ministro STF demonstrou que não há dúvidas de que Sergio Moro e os procuradores liderados por Deltan Dallagnol atuaram em conjunto para a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Temos que fazer consertos, reparos, para que isso não mais se repita, não se monte mais esse tipo de esquadrão da morte. Porque o que se instalou em Curitiba era um grupo de esquadrão da morte, totalmente fora dos parâmetros legais", afirmou Gilmar Mendes.

"Acho tudo isso lamentável, todos nós de alguma forma sofremos uma manipulação disso que operava em Curitiba. Acho que temos que fazer as correções devidas, tenho dito e enfatizado que Lula é digno de um julgamento justo", completou o magistrado.
'Lavajatismo é pai do bolsonarismo'

Na entrevista ao UOL, o ministro Gilmar Mendes afirmou que as ações da Lava Jato contribuíram para o surgimento do movimento de extrema-direita no Brasil, liderado por Jair Bolsonaro.

"Acho que a gente até pode dizer que Deus realmente seja brasileiro e esteja nos dando uma chance de fazer uma revisão, mas, eu já disse, o lavajatismo de alguma forma é pai e mãe do bolsonarismo", afirmou o ministro do Supremo.

O ministro falou sobre como o ex-juiz Moro interferia no trabalho do Ministério Público, direcionando as ações dos procuradores.
Durante seu voto no julgamento da 2ª turma do STF que deu acesso à defesa de Lula às mensagens apreendidas na operação Spoofing, nessa terça-feira (9), Gilmar Mendes leu diversos trechos das mensagens trocadas entre Dallagnol e Moro, que mostram que o ex-juiz e o procurador se ajudavam. "Isto tem a ver com o processo penal? Ou esses fatos não existiram ou, se existiram, eles são de uma gravidade que comprometem a existência da Procuradoria Geral da República", afirmou. "Se alguém acha que esse tipo de conduta encontra respaldo em qualquer código de processo penal da América Latina, por favor, peça um aparte", completou o ministro.

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Lava Jato sem limites: 'Precisamos atingir Lula na cabeça', escreveu procuradora em mensagem que está com STF

Uma mensagem estarrecedora da procuradora Carolina Rezende nas trocas de mensagens da Lava Jato: "Precisamos atingir Lula na cabeça (prioridade número 1)"

Brasil 247, 12/02/2021, 10:46 h Atualizado em 12/02/2021, 15:10
      Procuradora Carolina Rezende e o ex-presidente Lula 
        (Foto: Wilson Dias/ABr | Felipe L. Gonçalves/Brasil247)

Novos diálogos obtidos pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no âmbito da Operação Spoofing apontaram que a procuradora Carolina Rezende citou o petista como o principal alvo da Operação Lava Jato. Ela integrava a equipe do então procurador-geral da República Rodrigo Janot em 2016. A troca de mensagens ocorreu no dia 5 de março daquele ano, um dia após Lula ser conduzido coercitivamente para depor na Polícia Federal. A defesa dele protocolou nesta sexta-feira (12) uma petição no Supremo Tribunal Federal (STF) com um novo pacote de mensagens.

"Pessoal, fiquei pensando que precisamos definir melhor o escopo pra nós dos acordos que estão em negociação. Depois de ontem, precisamos atingir Lula na cabeça (prioridade número 1), pra nós da PGR, acho q o segundo alvo mais relevante seria Renan", disse a procuradora, de acordo com informações publicadas pela coluna de Mônica Bergamo.

"Sei que vcs pediram a ODE [empreiteira Odebrecht] que o primeiro anexo fosse sobre embaraço das investigações. Achei excelente a ideia mas agora tenho minhas dúvidas se o tema é prioritário e se é oportuno nesse momento. Não temos como brigar com todos ao mesmo tempo. Se tentarmos atingir ministros do STF, por exemplo, eles se juntarao contra a LJ, não tenho dúvidas. Tá de bom tamanho, na minha visão, atingirmos nesse momento o min mais novo do STJ. acho que abrirmos mais uma frente contra o Judiciário pode ser over. Por outro lado, aqueles outros (lula e Renan) temas pra nós hj são essenciais p vencermos as batalhas já abertas", acrescentou.

Procuradores da força-tarefa também combinaram a divulgação de uma nota a favor de Sérgio Moro, questionado por determinar a condução coercitiva de Lula. Segundo um dos procuradores, a nota era necessária para "não deixarmos um amigo apanhar sozinho".

A procuradora Carol acrescentou: "Coitado de Moro.. Não ta sendo fácil. Vamos torcer pra esta semana as coisas se acalmarem e conseguirmos mais elementos contra o infeliz do Lula".

A defesa do ex-presidente afirma ainda, baseada nos diálogos, que a Lava Jato "atuava não apenas com o objetivo de devassar e produzir qualquer coisa"contra Lula, como ainda escondia "provas de sua inocência".

Em uma das mensagens, procuradores da Lava Jato revelam que Paulo Dalmazzo, ex-diretor da Andrade Gutierrez, afirmara que Lula tinha feito uma palestra para a empresa e que saiu dela "ovacionado".

"Não botei o termo", diz um dos procuradores que investigava palestras dada a empresas pelo ex-presidente.

Leia a íntegra da petição da defesa de Lula: