terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Governo Bolsonaro tem relatórios sobre jornalistas como os feitos pela ditadura

Relatório do governo Bolsonaro classifica 81 jornalistas, intelectuais e influenciadores em “detratores”, “neutros” e “favoráveis” em linguagem similar aos relatórios dos órgãos de repressão da ditadura. Veja a lista. O relatório afirma sobre Xico Sá: “"Faz oposição contumaz ao governo, além de reverberar matérias de teor desfavorável à gestão Bolsonaro"

Brasil 247, 1/12/2020, 10:57 h Atualizado em 1/12/2020, 11:48
   Jair Bolsonaro e Xico Sá (Foto: REUTERS/Pilar Olivares | Brasil 247)

O governo Jair Bolsonaro tem produzido relatórios sobre jornalistas e "outros formadores de opinião" nos mesmos moldes dos realizados pelos órgãos de repressão durante a ditadura militar, especialmente os DEOPS (Departamento Estadual de Ordem Política e Social), espalhados por todas as unidades da Federação. Num desses relatórios, 81 jornalistas e influenciadores são separados entre “detratores”, “neutros” e “favoráveis”.

“O relatório revela e leva ao governo as impressões sobre esses profissionais”, escreve o jornalista Rubens Valente, do UOL, em reportagem sobre o assunto. O levantamento intitulado "Mapa de influenciadores", que analisou postagens do mês de maio de 2020 sobre o Ministério da Economia e o ministro Paulo Guedes, foi produzido pela BR+ Comunicação. Ela tem um contrato com o MCTIC (Ciência e Tecnologia) que é aproveitado pelo ME por meio de um Termo de Execução Descentralizada de junho de 2020, no valor total de R$ 2,7 milhões, que inclui outros serviços de comunicação.

O grupo dos “detratores” é o mais numeroso, com 51 nomes. Os "favoráveis" da lista são 23. E os "neutros informativos", oito. 




Entre os supostos "detratores" estão jornalistas com milhares de seguidores, como Vera Magalhães, Guga Chacra, Xico Sá, Hildegard Angel, Cynara Menezes, Carol Pires, Claudio Dantas, Luis Nassif, Brunno Melo, Igor Natusch, George Marques, Palmério Dória, Flávio V. M. Costa, Márcia Denser, Rachel Sheherazade, além dos professores universitários Silvio Almeida, Laura Carvalho, Jessé Souza, Claudio Ferraz, Sabrina Fernandes, Marco Antonio Villa, Conrado Hubner, Rodrigo Zeidan, entre outros - o próprio Rubens Valente está na lista. Ainda no campo dos supostos "detratores" aparecem youtubers e influenciadores como Felipe Neto, Nathália Rodrigues e Jones Manoel. 

Os oito "neutros informativos" citados são Alex Silva, Malu Gaspar, Altair Alves, Cristiana Lôbo, Mônica Bergamo, Marcelo Lins, Ricardo Barboza e Octavio Guedes.

No grupo dos "favoráveis" estão Roger Rocha Moreira, Milton Neves, Rodrigo Constantino, Guilherme Fiuza, Winston Ling, Camila Abdo, Tomé Abduch, entre outros.

O relatório sobre Xico Sá, que tem 1,5 milhão de seguidores no Twitter, e é hoje protagonista do programa Papo de Segunda, no GNT, e colunista da edição brasileira do jornal El Pais, está redigido nos mesmos moldes dos antigos relatórios do DEOPS: "Faz oposição contumaz ao governo, além de reverberar matérias de teor desfavorável à gestão Bolsonaro". A recomendação sobre Xico é o "monitoramento preventivo das publicações do influenciador em conteúdos relativos ao Ministério da Economia".

Moro muda para Washington depois de destruir o país em aliança com FBI

Sergio Moro está de mudança para Washington. É o que está previsto no contrato milionário que fechou para ser diretor da consultoria estadunidense Alvarez & Marsal, informa Lauro Jardim

Brasil 247, 1/12/2020, 08:30 h Atualizado em 1/12/2020, 08:30
Sergio Moro e fachada do FBI (Foto: Reuters)

Sergio Moro está de mudança para Washington. É o que está previsto no contrato milionário que fechou para ser diretor da consultoria estadunidense Alvarez & Marsal, informa Lauro Jardim. Em Washington fica a sede do FBI, o Federal Bureau of Investigation, com quem a Operação Lava Jato firmou um acordo ilegal para investigações de caráter persecutório contra a esquerda e empresas brasileiras, em especial o ex-presidente Lula e a Odebrecht.

Depois de destruir a Odebrecht, que de líder da engenharia nacional com projeção global tornou-se uma empresa em recuperação judicial, Moro foi contratada pela Alvarez & Marsal, que está lidando com os escombros da empresa brasileira. 

Coincidentemente, em Washington está a sede do FBI, com quem a Lava Jato, liderada pelo ex-juiz em parceria com o procurador Deltan Dallagnol, firmou um acordo de cooperação ilegal, conforme reconhecido oficialmente pelo Ministério da Justiça aos advogados de Lula dias atrás. O Ministério da Justiça confirmou à defesa de Lula que não há nenhum documento nas dependências da pasta que formalize a cooperação entre procuradores norte-americanos e brasileiros no processo do triplex do Guarujá, que levou o ex-presidente Lula a ser condenado e preso.Em 18 de março de 2019, como ministro, Sergio Moro foi a Washington com Jair Bolsonaro e reuniu-se com o diretor do FBI, Christopher Wray, conforme informação oficial do governo Bolsonaro. Leia aqui. Na visita, Moro foi à CIA - esta visita não constou da agenda oficial

Perdido, Bolsonaro defende conta de luz mais cara e diz que é isso ou apagão

As declarações de Bolsonaro postadas em rede social nesta terça-feira (01) demonstram apoio à decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de revogar medidas que preveniam um aumento na conta de luz durante a pandemia da Covid-19

Brasil, 1/12/2020, 12:45 h Atualizado em 1/12/2020, 12:45
(Foto: Reprodução/Twitter | Isac Nóbrega/PR)

Reuters - O presidente Jair Bolsonaro disse em uma rede social nesta terça-feira, ao ser indagado por um internauta sobre o aumento na conta de luz, que se nada for feito pelo governo, o Brasil poderá enfrentar um apagão por causa da falta de chuvas.

“As represas estão em níveis baixíssimos. Se nada fizermos, poderemos ter apagões”, respondeu Bolsonaro no Facebook a um usuário que lhe agradeceu ironicamente pelo aumento na conta de luz em dezembro.

“O período de chuvas, que deveria começar em outubro, ainda não veio. Iniciamos também campanha contra o desperdício”, acrescentou o presidente.

Na segunda-feira, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou a reativação do sistema de bandeiras tarifárias nas contas de luz a partir de dezembro, estabelecendo para o mês que vem a bandeira vermelha patamar 2.

Em reunião extraordinária, a diretoria da reguladora optou, com unanimidade, por revogar despacho de maio que mantinha as contas em bandeira verde, sem custos adicionais para o consumidor, até o final de dezembro por causa dos efeitos da pandemia de Covid-19.

A bandeira vermelha patamar 2, definida para dezembro, é a que prevê as condições mais custosas de geração de energia, com impacto nas contas de luz da população.

segunda-feira, 30 de novembro de 2020

FHC vê Boulos como 'liderança emergente' e o compara a Lula

UOL, em São Paulo 30/11/2020 11h33 

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) disse hoje que vê Guilherme Boulos (PSOL), segundo colocado nas eleições municipais de São Paulo, como uma "liderança emergente". Para FHC, Boulos lembra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no começo de sua carreira política. 

"Tenho notado como ele costuma se desempenhar. Primeiro, mostrou uma coisa importante: dedicação às causas populares. Foi morar mais perto dos bairros populares e está muito ligado ao 'movimento sem teto'. Ele, quando fala, me dá impressão de imitar um pouco o Lula, é o jeitão dele, só que um pouco o Lula, é o jeitão dele, só que o Lula tinha o sindicalismo por trás dele, que é uma coisa mais ampla que ocupações. O Boulos simboliza a insatisfação de muita gente com a vida na cidade grande. Vai ser uma liderança para aparecer? É possível, provável", disse durante entrevista ao colunista do UOL Tales Faria.

Na opinião do ex-presidente, Boulos desperta uma sensação de esperança na população. "Tenho uma sensação de que é uma liderança que está em emergência e normal que haja lideranças desse tipo, que contraponham a tudo que está aí e dê uma visão de esperança e um futuro melhor para os que mais precisam", concluiu.

Boulos e Jilmar Tatto podem compor chapa ao governo de SP em 2022

DCM, 30 de novembro de 2020
Jilmar Tatto e Guilherme Boulos. Foto: Reprodução/Twitter

Um dia após obter 2.168.109 votos na capital, equivalente a 40,62%, Guilherme Boulos virou alvo de um projeto que tenta unir o campo progressista em São Paulo em 2022.

O presidente do PSOL, Juliano Medeiros, diz que o assunto não foi tratado internamente, mas no PT existe a expectativa de compor um programa que envolva Boulos candidato ao governo do Estado, com um vice do partido, em troca de uma articulação com o PSOL em nível nacional.

Jilmar Tatto, que também concorreu à prefeitura, obtendo 8,65% dos votos no primeiro turno, é lembrado para a vaga de vice na chapa do psolista.

Jilmar é da zona Sul da cidade, local onde Boulos teve as suas melhores votações, nos distritos de Grajaú, Piraporinha e Valo Velho.

“As coisas no PSOL não se resolvem assim, um dia depois da eleição”, disse Juliano Medeiros. “O momento agora é para o Boulos descansar um pouco”.

O governo de SP ganha projeção em 2022 por dois motivos, especialmente: João Doria pode tentar a presidência, se licenciando do cargo, e mesmo que tente a reeleição tem talvez a maior rejeição na capital entre os principais candidatos ao cargo.

Edmilson (PSOL) derrota bolsonarista e é eleito em Belém: "Vitória contra o fascismo"

Candidato da PSOL superou Everaldo Eguchi (Patriota) por 26.628 votos e voltará à prefeitura de Belém após 16 anos

Brasil de Fato | Belém (PA) | 29 de Novembro de 2020 às 17:42
          Edmilson Rodrigues (PSOL) confirmou favoritismo e foi eleito prefeito de Belém - Edilson Moura

Edmilson Rodrigues (PSOL) foi eleito o novo prefeito de Belém, capital do Pará, superando o candidato do Patriota, delegado Everaldo Eguchi. O candidato da esquerda, que já foi prefeito entre 1997 e 2004, recebeu 390.723 (51,76%), enquanto Eguchi somou 364.095 votos (48,24%).

Foram computados 15.897 votos brancos e 29.295 nulos, somando 5,65%. No total, 209.721 de pessoas se abstiveram, o que representa 20,77% dos eleitores de Belém.

Em entrevista ao Brasil de Fato, Edmilson comemorou uma vitória democrática contra o fascismo.

"Belém é uma capital da Amazônia, que está em foco diante do mundo pelas queimadas, o desmatamento, a grilagem, o genocídio contra indígenas, a violência contra os trabalhadores rurais sem-terra. Nós não enfrentamos um candidato liberal. Nós enfrentamos um candidato que representa o pensamento da extrema-direita. Então, foi uma vitória contra o fascismo e uma derrota para o presidente Bolsonaro que apoiou meu adversário."


O prefeito eleito também elogiou o trabalho do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) no combate às fake news no pleito em Belém. "Muitos que votaram no meu adversário, não votaram por ser fascistas nem autoritários. Eles usaram muita fake news, nós tivemos várias decisões favoráveis a nós no Tribunal Regional Eleitoral. Mas quando você retira de quem publicou, ela já se espalhou para milhares de pessoas."

O candidato da esquerda foi eleito pela coligação "Belém de Novas Ideias" composta pelo PSOL, PT, PDT, PCdoB, PCB, UP e Rede. No primeiro turno, Edmilson Rodrigues teve 34,22% dos votos válidos e o delegado Eguchi (Patriota) 23,06%. No segundo turno a diferença se ampliou ainda mais. 

Quem é Edmilson Rodrigues (Psol)?

Edmilson Rodrigues tem 63 anos e uma extensa carreira política. Em 2018, o prefeito eleito foi o deputado federal mais votado do estado do Pará com 184 mil votos. 

Professor, arquiteto, autor de livros e doutor em geografia humana pela Universidade de São Paulo (USP), Rodrigues começou a trajetória como professor da rede pública estadual. Atualmente, é professor efetivo do Estado e também da Universidade Federal da Amazônia (UFRA).

Em 1996 foi eleito prefeito de Belém (1997-2000) e o primeiro a ser reeleito (2001-2004). A gestão de Edmilson marcou a história de Belém com grandes projetos e ações na capital, que são lembrados até hoje, entre eles, a maior revitalização já registrada no Ver-o-Peso, a primeira fase da macrodrenagem do Tucunduba e a macrodrenagem da Bacia do Una.

Outros feitos são: o prolongamento da Avenida João Paulo II; o Pronto Socorro do Guamá, orlas de Icoaraci e Mosqueiro, Aldeia Cabana, Ver-o-Rio, atendimento médico em casa com o programa Família Saudável, drenagem e pavimentação da Avenida Pedro Miranda e centenas de vias, assim como a reforma das Avenidas Almirante Barroso e da Augusto Montenegro, ciclovias e ciclofaixas pela cidade e dezenas de ações na área de assistência e educação reconhecidas e premiadas, como a biorremediação do aterro do Aurá.

Em reconhecimento pela gestão de excelência, Belém foi consagrada ao receber mais de 50 prêmios nacionais e internacionais, com destaque ao “Prefeito Criança”, recebido por três vezes.

Quem é Edilson Moura (vice-prefeito)?

Edilson Moura iniciou a atuação comunitária em plena ditadura militar, na década de 80. Após concluir as graduações em Educação Artística e Ciências Sociais, se engajou na defesa da educação de qualidade e de melhores condições salariais e de trabalho para os professores. 

De 2007 a 2010, foi Secretário de Cultura do governo do estado do Pará com a tarefa de fomentar e implementar a política cultural como um direito de todos. Foi deputado estadual (2011-2015) eleito em 2010 com mais de 32 mil votos. 

Em 2015 e 2016 desempenhou o cargo de delegado federal do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) do Pará com o compromisso de promover a democratização do acesso à terra, a inclusão produtiva, a ampliação de renda da agricultura familiar e a paz no campo, fundamentais para se alcançar a soberania alimentar e o desenvolvimento econômico, social e ambiental do povo paraense e brasileiro.
          José de Filippi Júnior (PT) foi eleito prefeito de Diadema/SP

O ex-prefeito de Diadema (SP) José de Filippi Júnior (PT) foi eleito neste domingo (29), ao atingir 51,32% dos votos válidos, na disputa contra Taka Yamauchi (PSD). Os votos brancos somam 3,34% (6.849 votos), e os nulos, 7,41% (15.214).

O petista já governou Diadema por três gestões, entre 1993 e 1996, e de 2001 a 2008. Formado em Engenharia Civil pela Universidade de São Paulo, ele também ocupou a Secretaria de Obras da cidade por dois mandatos. Em 1998, foi eleito deputado estadual.

           Marcelo Oliveira (PT) foi eleito prefeito de Mauá/SP

O candidato Marcelo Oliveira (PT) foi eleito prefeito de Mauá, no ABCD Paulista, com 50,74% dos votos, contra 49,26% de Átila Jacomussi (PSB).

O Partido dos Trabalhadores governou a cidade por três vezes, entre 1997 a 2000, 2001 a 2004 e de 2009 a 2012.

A eleição no município teve 28,26% de abstenção, 5,04% votos brancos e 12,99% votos nulos.

O retorno do PT as duas cidades têm um significado simbólico para o petismo mais militante e de base popular. A região fez parte do chamado “cinturão vermelho” da base da partidária nos anos 2000.

Margarida Salomão (PT) é a nova prefeita de Juiz de Fora (MG)

          Margarida Salomão (PT) é eleita prefeita   Imagem: Reprodução/Facebook

Margarida Salomão (PT) confirmou o favoritismo e foi eleita prefeita de Juiz de Fora. No primeiro turno, Margarida obteve quase 40% dos votos válidos, contra cerca de 23% de seu adversário, o empresário Wilson Rezato (PSB).

Agora a petista recebeu 144.529 votos (54,98% dos votos válidos), contra 118.349 (45,02%) do pessebista.


"Florescemos e vencemos. Obrigada, Juiz de Fora! Obrigada pelo carinho, obrigada pela confiança, obrigada pelo encontro. Nosso compromisso é fazer a melhor gestão de toda a história de Juiz de Fora! Viva!", escreveu a prefeita eleita no Twitter.

Professora emérita da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), a petista Margarida Salomão, 70, atua como deputada federal desde 2013.

Esta era sua quarta tentativa de assumir a Prefeitura de Juiz de Fora. No último pleito, em 2016, perdeu no segundo turno para Bruno Siqueira (MDB). Rezato, 59, que nunca ocupou cargo público, disputava a prefeitura pela segunda vez.

Margarida trabalhou na gestão da Prefeitura de Juiz de Fora entre 1983 e 1988 como secretária de Administração e de Governo. A petista assumiu a liderança na última pesquisa Ibope, divulgada antes do primeiro turno. O resultado do último dia 15 confirmou a sua ascensão, enquanto Rezato estava em viés de declínio e quase foi ultrapassado por Ione (Republicanos).

Ione somou 21,83% dos votos —menos de 3.000 votos atrás de Rezato em um universo de 410 mil eleitores— e foi o apoio mais visado da eleição. A candidata, entretanto, alegou discordância com os dois planos de governo e optou pela neutralidade. Delegada Sheila (PSL), que obteve 10,04% dos votos válidos, também se declarou neutra.

Marcos Ribeiro (Rede), Lorene Figueiredo (PSOL) e Fernando Elioterio (PCdoB) anunciaram oficialmente apoio à Margarida, criando uma frente de esquerda no município mineiro.

O vice de Margarida será Kennedy Ribeiro (PV), que esteve na última legislatura da Câmara Municipal. A chapa composta por PT e PV elegeu 4 dos 19 vereadores de Juiz de Fora, o que vai exigir negociação com outros partidos para conquistar a maioria da Câmara.
Planos para o pós-pandemia

Em debate realizado na TV Alterosa, um dos principais momentos foi a discussão sobre a retomada econômica no pós-pandemia. Enquanto Rezato defendeu uma parceria entre o setor de saúde e econômico, Margarida apostou em um programa de vacinação, com o estabelecimento de prioridades.

"Há pelo menos três vacinas em fase de testagem. Assumindo a prefeitura, devemos ter um programa de vacinação e estabelecer prioridades. Serão vacinados primeiro os mais vulneráveis e o pessoal das escolas", disse Margarida. De acordo com ela, é preciso pensar em "soluções setoriais, com protocolo para que as atividades possam ser praticadas com nível de segurança desejável".

Marília Campos, do PT, é eleita prefeita de Contagem

Com 100% das urnas apuradas, Marília Campos (PT) teve 51,35% dos votos válidos. Felipe Saliba teve 48,65% dos votos válidos.

Por G1 Minas — Belo Horizonte/29/11/2020 19h06 Atualizado há 7 horas
          Marília Campos, do PT, é eleita com 51,35% dos votos válidos em Contagem

Marília Campos (PT) foi eleita neste domingo (29) para governar Contagem nos próximos quatro anos. Com 100% das urnas apuradas, a candidata teve 51,35% dos votos válidos.

Felipe Saliba (PRTB) teve 48,65% dos votos.

A eleição em Contagem teve 22,94% de abstenção, 3,94% votos brancos e 8,73% votos nulos.
        Marília Campos (PT) foi acompanhada por apoiadores — Foto: Carlos Eduardo Alvim/TV Globo

A apuração foi apertada. Os candidatos se revezaram na liderança mais de quatros vezes. Com as 97% das urnas apuradas, a diferença chegou a apenas quatro votos. Ao final da apuração, Marília teve 147.768 votos e Saliba teve 139.987 votos.

"É pensar pra frente agora, sabe. Acho que agora é descer do palanque e governar com todos para todos. Não existiu divisão, existiu posicionamento da cidade, agora é trabalhar pela unidade", disse a candidata após o resultado das eleições.

Marília Campos tem 59 anos, é casada, tem superior completo e declara ao TSE a ocupação de deputada. Ela já foi prefeita de Contagem por dois mandatos entre 2005 e 2012. Marília tem um patrimônio declarado de R$ 839.538,64.

Ela foi a primeira a votar neste domingo. Marília chegou às 9h30 na Escola Estadual Helena Guerra, no bairro Eldorado, acompanhada de apoiadores da campanha.

Contagem é a segunda maior cidade da Grande BH e possui quase 700 mil habitantes, distribuídos em 300 bairros (entre regulares e irregulares). As principais atividades econômicas do município são serviços, comércio e indústria.

Primeiro Turno

No primeiro turno, segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Marília teve 118.955 votos, 41,83% dos votos e Felipe Saliba teve 52.371 – o que representa 18,42% dos votos.

A eleição em Contagem teve 19,99% de abstenção, 6,43% votos brancos e 10,44% votos nulos.

Rússia inicia processo de vacinação com Sputnik V em Moscou

Residentes russos devem se registrar em uma plataforma do governo com antecedência. Não ter contraído a Covid-19 é um pré-requisito para receber a vacina

Brasil 247, 30/11/2020, 19:08 h Atualizado em 30/11/2020, 19:28
   Enfermeira prepara vacina russa "Sputnik-5" contra Covid-19 para aplicação em Moscou (Foto: REUTERS/Tatyana Makeyeva)

Por Allan Gavioli, do Infomoney

Nesta segunda-feira (30), o governo russo anunciou que iniciará a vacinação da sua população com a Sputnik V, vacina desenvolvida por um laboratório nacional e que ainda não teve seus testes clínicos concluídos.

Segundo informações da agência de notícias Reuters, um lote da vacina Sputnik V foi entregue a ao hospital Domodedovo Central City Hospital em Moscou, capital do país. Ainda de acordo com a Reuters, algumas pessoas já receberam a dose ainda na última semana. Na última terça-feira (24), o governo russo anunciou que a Sputnik V teve 95% de eficácia após a segunda dose.

No site da instituição, constam informações sobre como será o processo de vacinação e de que forma os cidadãos podem demonstrar interesse na aplicação do imunizante.

Segundo essas informações, residentes russos interessados devem se registrar em uma plataforma do governo com antecedência. Outro pré-requisito é apresentar um teste de Covid-19 atestando que não houve contágio pelo novo coronavírus e documentos de identificação.

A Rússia foi o primeiro país a registrar uma vacina contra a Covid-19 no mundo, ainda em agosto. O anúncio gerou preocupação entre a comunidade científica mundial, entre outros motivos, por causa do anúncio dos testes de fase 3 e da vacinação em massa de forma simultânea, mesmo sem ter publicado os resultados em periódicos científicos – parte importantíssima do estudo clínico para que os resultados acerca da vacina possam ser conferidos por agentes independentes.

Segundo números oficiais do governo russo, 26.338 novos casos foram registrados nesta segunda-feira, incluindo 6.511 na capital e 3.691 em São Petersburgo, segunda cidade mais importante da Rússia, além de 368 óbitos nas últimas 24 horas. Ao todo, o país já soma 2.295.654 infectados e 39.895 vítimas fatais desde o início da pandemia.
Vacina russa chega ao Brasil?

Ainda que não haja nenhum contrato firmado entre o governo federal e o Instituto Gamaleya, responsável pela vacina russa Sputinik V, tratativas entre os russos e governos estaduais e companhias privadas brasileiras já estão acontecendo.

Os governos do Paraná e da Bahia já selaram acordos com a Rússia para futuros ensaios clínicos no país e para aquisição de doses. No mês passado, o fundo russo que financia o desenvolvimento da vacina anunciou que o Brasil poderia começar a produzi-la em dezembro. Entretanto, até o momento, a Anvisa não recebeu um pedido formal do Instituto Gamaleya para teste ou registro da Sputnik V no Brasil.

No Brasil, a companhia privada que fechou acordo para receber a tecnologia e produzir o imunizante é a União Química, de São Paulo. Em entrevista ao canal CNN Brasil, um porta-voz da farmacêutica afirmou que já recebeu parte dos insumos para produção do imunizante.

De acordo com Rogério Rosso, diretor de negócios internacionais da União Química, o material faz parte de um lote piloto, que será usado para pesquisa e desenvolvimento. Em reportagem anterior, o InfoMoney detalhou quais vacinas devem chegar ao Brasil.