quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Eduardo Bolsonaro pagou R$ 150 mil em espécie durante aquisição de dois apartamentos no Rio

Corrigido com a inflação atual, o valor equivale a R$ 196,5 mil. O valor diz respeito a uma parte do pagamento dos imóveis. O Globo conseguiu escrituras públicas desses imóveis em dois cartórios da cidade

Brasil 247, 23/09/2020, 15:12 h Atualizado em 23/09/2020, 15:33
Eduardo Bolsonaro (Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados)

O deputado federal Eduardo Bolsonaro pagou R$ 150 mil em espécie durante a aquisição de dois apartamentos comprados na Zona Sul do Rio de Janeiro, entre 2011 e 2016, segundo o jornal O Globo. Corrigido com a inflação atual, o valor equivale a R$ 196,5 mil. 

O valor diz respeito a uma parte do pagamento dos imóveis. O Globo conseguiu escrituras públicas desses imóveis em dois cartórios da cidade.

Parlamentares e irmãos mais velhos de Eduardo, Carlos e Flávio Bolsonaro são investigados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), pela prática de "rachadinha" e pela nomeação de "funcionários fantasmas".

Ex-assessor de Flávio, Fabrício Queiroz, depositou R$ 25 mil em dinheiro vivo na conta da mulher do senador. O pagamento foi feito uma semana antes de o casal quitar a primeira parcela na compra de uma cobertura em construção na zona sul do Rio de Janeiro.
A mãe de Eduardo, a pré-candidata à vereadora pelo Republicanos,


A segunda mulher de Bolsonaro, Ana Cristina Valle, também comprou no período em que foi casada com ele um total de 14 imovéis. Desses, cinco foram adquiridos em dinheiro vivo. Carlos Bolsonaro também teria pago R$ 150 mil em dinheiro por um imóvel em 2003. O montante corresponde hoje a R$ 366 mil.

Marília Arraes lidera preferência do eleitor para Prefeitura do Recife, mostra pesquisa

Levantamento do Instituto Opinião mostra a candidata Marília Arraes (PT) em primeiro com 19,1% da preferência do eleitorado. Em segundo lugar aparecem os candidatos João Campos (PSB) com 14,3%, Mendonça Filho (DEM) com 13,5%, e Patrícia Domingos (Podemos) com 12,5%

Brasil 247, 23/09/2020, 20:03 h Atualizado em 23/09/2020, 20:24
   (Foto: Reprodução/Twitter)

Pesquisa de intenção de votos realizada pelo Instituto Opinião mostra a candidata Marília Arraes (PT) liderando a preferência do eleitor para a Prefeitura do Recife. 

Segundo o levantamento, divulgado nesta quarta-feira (23) pelo Blog do Magno, Marília tem 19,1% da preferência do eleitorado. Em segundo lugar aparecem os candidatos João Campos (PSB) com 14,3%, Mendonça Filho (DEM) com 13,5%, e Patrícia Domingos (Podemos) com 12,5%.

Em um cenário de segundo turno, Marília Arraes venceria todos os demais concorrentes. No embate com João Campos, ela venceria com 36,9% dos votos contra 25,6%. Com Mendonça, a diferença seria de 39,6% contra 28,9%. Contra Patrícia, Marília levaria com 39,4% e a delegada 30,1%. 

O Instituto Opinião aplicou 800 questionários no Recife entre os dias 19 e 20 de setembro. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança estimado em 95%. A pesquisa está registrada na Justiça Eleitoral com o número de protocolo PE-01565/2020. Leia mais sobre a pesquisa.

Assessor de Guedes e outros 28 viram réus por prejuízos a fundos de pensão

O economista Esteves Colnago, assessor do ministro Paulo Guedes, e outras 28 pessoas vão responder a processo por serem apontados pelo MPF como responsáveis por um prejuízo na gestão dos fundos de pensão Petros, Funcef, Previ e Valia

Brasil 247, 17/09/2020, 17:53 h
   Esteves Colnago e Paulo Guedes (Foto: Rafael Carvalho/Governo de Transição)

Por Ricardo Brito e Marcela Ayres

BRASÍLIA (Reuters) - O economista Esteves Colnago, assessor do ministro da Economia, Paulo Guedes, e outras 28 pessoas viraram réus e vão responder a processo por serem apontados pelo Ministério Público Federal (MPF) como responsáveis por um prejuízo na gestão dos fundos de pensão Petros, Funcef, Previ e Valia, conforme decisão do juiz federal Vallisney de Souza Oliveira.

Os procuradores da Força-Tarefa da operação Greenfield acusam os envolvidos de gestão temerária na aprovação de investimento do Fundo de Investimentos e Participações (FIP) Sondas, veículo de investimentos da empresa Sete Brasil Participações.

Eles cobram, além da condenação dos denunciados, uma reparação econômica e moral recorde das vítimas, no valor de 16 bilhões de reais, o triplo do montante causado em prejuízo aos fundos, de cerca de 5,5 bilhões de reais.

“O MPF produziu e apresentou a este Juízo peça acusatória formalmente apta, acompanhada de vasto material probatório, contendo a descrição pormenorizada contra todos os denunciados (então dirigentes, conselheiros e responsáveis pelos investimentos no âmbito da Petros, Funcef, Previ e Valia), como incursos no delito de gestão temerária pela constituição e aportes ao FIP Sondas, entre os anos de 2011 e 2016”, afirmou Vallisney, na decisão.

“Recebo integralmente a denúncia, dando-se início à presente ação penal”, completou ele.

A Sete Brasil é a empresa que seria a responsável pela construção de sondas, unidades de perfuração, que viabilizariam a exploração do pré-sal.

Colnago, recém-nomeado chefe da Assessoria Especial de Relações Institucionais do ministério e que chegou a ser ministro do Planejamento no governo Michel Temer, era um dos integrantes do Conselho Deliberativo da Funcef, o fundo de pensão da Caixa. Antes do atual posto, ele era o secretário especial adjunto de Fazenda do governo Jair Bolsonaro.

Segundo a denúncia, acatada pelo juiz, Colnago e outros 9 ex-conselheiros da Funcef vão responder a processo por terem avalizado a aquisição supostamente irregular de cotas do FIP pelo fundo de pensão.

Os ex-gestores dos fundos autorizaram investimentos na Sete Brasil ignorando os riscos dos investimentos, as diretrizes do mercado financeiro, do Conselho Monetário Nacional e dos próprios regimentos internos, afirmou o MPF, destacando que também não foram realizados estudos de viabilidade sobre os aportes.

Funcef, Petros e Valia continuaram a investir no FIP Sondas, apesar de o cronograma ter apresentado atrasos já na primeira etapa e do incremento de riscos.

Procurado, o Ministério da Economia manteve a nota da semana anterior, quando Colnago foi denunciado, e informou que ele está à disposição da força-tarefa para prestar os esclarecimentos relacionados à gestão dos fundos de pensão.

“O assessor esclarece que todas as atividades exercidas como membro do Conselho Deliberativo da Fundação dos Economiários Federais (Funcef) ocorreram em consonância com o regimento interno e demais normas legais”, disse a nota.

“Cabe lembrar que encontra-se em tramitação na Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) processo no âmbito administrativo de semelhante teor, no qual Esteves Conalgo já apresentou sua defesa”, acrescentou.

A reportagem tenta contato com os fundos de pensão envolvidos para comentar a decisão da Justiça Federal do DF.

Em nota, a Funcef afirmou que foi o primeiro fundo de pensão a se tornar assistente de acusação nas apurações do MPF e da Polícia Federal acerca dos investimentos que estão sendo investigados pela Operação Greenfield.

“Importante enfatizar que a Funcef contribui ativamente na produção de provas para auxiliar o MPF e PF”, disse.

“Como destacado pelo MPF e pela PF, a Petrobras foi a grande beneficiada do Projeto Sondas e dos investimentos dos fundos de pensão, sendo que a denúncia não isenta a Petrobras de sua responsabilidade para com os fundos de pensão, pois tal responsabilidade revela-se inconteste”, completou.

Em nota, a Petros disse estar “comprometida com as melhores práticas de governança e responsabilidade na administração dos recursos dos participantes”.

“Neste contexto, vem colaborando de forma irrestrita com a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e demais órgãos competentes, seguindo procedimento adotado desde o início das investigações nos fundos de pensão”, afirmou.

Manuela D’Ávila lidera com folga corrida pela prefeitura de Porto Alegre, aponta pesquisa

Com 21%, candidata do PCdoB tem 10% a mais de intenções de voto que o segundo colocado, segundo pesquisa RealTime Big Data, a primeira oficial sobre a disputa na capital gaúcha

Brasil 247, 23/09/2020, 16:27 h Atualizado em 23/09/2020, 17:53
   Manuela D´Ávila (Foto: Mídia NINJA)

Revista Fórum - Nesta terça-feira (23) foi divulgada a primeira pesquisa oficial, registrada junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sobre a disputa pela prefeitura de Porto Alegre (RS), realizada pela RealTime Big Data.

O estudo mostra que a candidata do PCdoB, Manuela D’Ávila, lidera com folga as intenções de voto. A comunista, que foi candidata a vice de Fernando Haddad (PT) à presidência em 2018, tem 21%, 10 pontos a mais que o segundo colocado, José Fortunati (PTB), que tem 11% das intenções de voto. Na capital gaúcha, o PT abriu mão da cabeça de chapa para fechar uma aliança com Manuela, emplacando Miguel Rosseto como candidato a vice.

Em terceiro lugar, mas em empate técnico com o segundo colocado, estão o atual prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan (PSDB), e Sebastião Melo (MDB), ambos com 10%.

terça-feira, 22 de setembro de 2020

FHC critica cinismo de Bolsonaro na ONU: não é convincente dizer que está preocupado com o meio ambiente

"Não se convence o público externo com palavras, pois ele tem acesso a mídia, que está mostrando o contrário, com fotos", afirmou o ex-presidente e articulador do golpe contra Dilma Rousseff Fernando Henrique Cardoso

Brasil 247, 22/09/2020, 17:17 h Atualizado em 22/09/2020, 19:53
   Fernando Henrique Cardoso e Jair Bolsonaro (Foto: Wikimedia/Divulgação | Marcos Corrêa/PR)

Ex-presidente e articulador do golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff, Fernando Henrique Cardoso disse, segundo Lauro Jardim, do jornal O Globo, que não adianta Jair Bolsonaro pregar em discurso na ONU que o governo brasileiro se preocupa com o meio ambiente, já que a população internacional tem acesso à real situação das florestas do Brasil por meio da imprensa.

"É difícil para quem foi presidente criticar quem está no cargo. Na ONU, obviamente há que valorizar o Brasil. Mas não me parece que seja convincente dizer que o governo está preocupado com o meio ambiente: seria melhor reconhecer o tema e lamentar que, apesar dos esforços, a situação é delicada. Não se convence o público externo com palavras, pois ele tem acesso a mídia, que está mostrando o contrário, com fotos", falou o ex-presidente, ressaltando que "nem basta dizer que o governo está cuidando das pessoas, dando ajuda financeira durante a epidemia".

FHC analisou que Bolsonaro, com sua versão de que é perseguido pela imprensa, abriu brechas para críticas internas e externas. "Em suma, o presidente mal tocou nos temas internacionais e abriu o flanco para a crítica interna e externa ao acusar a mídia e ao quase imaginar uma 'conspiração', dela e, talvez, de 'interesses de mercado'".

Lula escreve 'discurso' para ONU e culpa Bolsonaro por mortes do coronavírus

Diante do discurso mentiroso e catastrófico de Jair Bolsonaro na ONU, o ex-presidente Lula escreveu um texto sobre “O que deveria ser o discurso do Brasil" no evento

Brasil 247, 22/09/2020, 18:06 h Atualizado em 22/09/2020, 20:59
   Lula (Foto: Ricardo Stuckert)


Leia o texto na íntegra:

Por Luiz Inácio Lula da Silva

As únicas palavras sensatas do discurso de Jair Bolsonaro hoje na ONU foram as primeiras: o mundo precisa mesmo conhecer a verdade. Mas na boca de uma pessoa que não tem compromisso com a verdade até esta frase soa falsa.

O que se esperava ouvir hoje de um presidente são coisas simples, que estão indicadas no Plano de Reconstrução e Transformação do Brasil, apresentado ontem pelo Partido dos Trabalhadores. Algo assim:


Senhoras e senhores desta Assembleia, o Brasil se envergonha de ter tido, ao longo desta gravíssima pandemia, um governo que ignorou a ciência e desprezou a vida, o que resultou em mais de 136 mil mortes e milhões de contaminados pela Covid.

Queremos anunciar que, a partir deste momento, vamos realizar testes em massa na população para conhecer as verdadeiras dimensões da pandemia e enfrentá-la.

Vamos recompor o Orçamento da Saúde para ter hospitais, médicos, enfermeiros e remédios; investir o que for necessário para salvar vidas.


Vamos manter o auxílio emergencial de R$ 600 e instituir o Mais Bolsa Família, para que este valor seja pago mensalmente a todas as famílias vulneráveis.

Os bancos públicos abrirão imediatamente crédito para as pequenas empresas. Retomaremos já as obras paradas para reativar a economia e gerar empregos.

O governo brasileiro nunca mais fará propaganda enganosa de remédios sem comprovação científica nem voltará a desmoralizar medidas coletivas de prevenção.

A partir de hoje, estamos decretando o Desmatamento Zero da Amazônia. Três anos de proibição total de queimadas e derrubadas, para que a natureza tenha tempo de se recuperar da destruição.

Convocamos as Forças Armadas para combater o incêndio do Pantanal, a começar pelos 4 mil hoje deslocados para fazer provocação militar irresponsável em nossa fronteira com a Venezuela.

Os povos indígenas são irmãos da natureza e guardiões do meio ambiente. Terão prioridade nas ações emergenciais de saúde. Seu território e suas culturas voltarão a ser respeitados, com a retomada das demarcações de reservas e terras indígenas.

Os cientistas e os agricultores brasileiros desenvolveram a mais avançada tecnologia para o cultivo de grãos e produção de proteína animal.

Este conhecimento, a partir de hoje, voltará a ser utilizado em benefício da segurança alimentar do planeta e do povo brasileiro, de maneira social e ambientalmente sustentável.

A partir de hoje está proibido em nosso território o uso indiscriminado de insumos e sementes que representam risco à saúde humana.

Não é preciso destruir para botar comida na mesa. É preciso, sim, entregar terra, tecnologia e financiamento a centenas de milhares de famílias que trabalham no campo para alimentar as cidades.

Estamos criando hoje um banco de terras públicas para retomar a reforma agrária no Brasil. E reativando o financiamento da agricultura familiar.

É desta forma, garantindo segurança alimentar para nossa população e produzindo com abundância, respeito ao meio ambiente e à saúde humana, que o Brasil quer contribuir para saciar a fome no mundo.

Senhoras e senhores,

Esta assembleia foi criada, ao final da mais devastadora guerra de todos os tempos, para construir a paz, promover a educação, a saúde, o trabalho digno, a produção de alimentos e o equilíbrio nas relações econômicas.

Passados 75 anos, não tivemos sequer um dia sem guerras. O colonialismo deu lugar a outro tipo de dominação, ditada pela concentração de capitais e a especulação financeira. O acesso à educação e saúde é uma miragem para a imensa maioria. As relações de trabalho regridem ao que eram no século 19.

E, vergonha das vergonhas: 800 milhões de crianças passam fome todos os dias, no mesmo planeta em que uns poucos privilegiados nem sabem como gastar – ou sequer como contar – suas inacreditáveis fortunas.

Como alertou papa Francisco: “Não há democracia com fome, nem desenvolvimento com pobreza, nem justiça na desigualdade”.

No Brasil, a partir de hoje, tudo que o estado fizer será no sentido de reverter séculos de desigualdade, o racismo estrutural que nos legou a escravidão, o patriarcado que discrimina as mulheres, superar o preconceito, a fome, a pobreza, o desemprego.

A partir de hoje o Brasil exercerá plenamente sua soberania, não para oprimir quem quer que seja, mas para promover a integração da América Latina, a cooperação com a África, relações econômicas equilibradas e democráticas entre os países, defender o meio ambiente e a paz mundial.

O Brasil quer para si o que deseja para todos os povos do planeta: soberania, autodeterminação, acesso compartilhado ao conhecimento, às vacinas e medicamentos imprescindíveis, regras justas de comércio, ação internacional efetiva para o desenvolvimento e o combate à pobreza no mundo.

O Brasil quer para todos democracia, paz e justiça.

Um farsante nas Nações Unidas

"O temido discurso de abertura nas Nações Unidas não decepcionou: a mentira predominou em praticamente todas as declarações", escreve a jurista Carol Proner sobre o pronunciamento de Jair Bolsonaro na ONU. "Bolsonaro nos envergonhou mais uma vez, nos humilhou diante de chefes de Estado e de autoridades de todo o mundo"

Brasil 247, 22/09/2020, 16:03 h Atualizado em 22/09/2020, 19:53
   Jair Bolsonaro (Foto: Marcos Corrêa - PR)

Esta é a grande semana da diplomacia mundial, que celebra os 75 anos de existência da Organização das Nações Unidas, entidade criada para a promoção da paz, a cooperação internacional e a contenção das guerras. Se, de lá pra cá, é verdade que o mundo não viveu uma nova guerra mundial, também não significa que tenha sido um lugar pacífico. 

Os conflitos e as catástrofes humanitárias prosseguem por outros meios: da guerra do Vietnam às ocupações africanas, passando por ditaduras militares com forte ingerência externa, intervenções “ditas” humanitárias, revoluções coloridas e golpes de novo tipo, formas inéditas de conflito prosperam sem cessar e comprometem a vida de milhares de seres humanos. 

A iminência de uma nova guerra fria como ameaça à sobrevivência humana esteve entre os destaques na abertura da ONU, dados os sinais cada vez mais hostis no contexto das guerras comerciais e na corrida armamentista entre as grandes potencias. Mas a tônica deste aniversário não poderia ser outra se não a da pandemia da Covid-19. 

O Secretario Geral, Antonio Guterres, destacando o desafio das soluções multilaterais e cooperativas para lidar com a pandemia, ressaltou o fracasso do populismo e do nacionalismo. Aliás, o discurso oficial da entidade parecia sob medida para os Estados Unidos e para o Brasil, ou diretamente para Trump e Bolsonaro, governantes que ostentam o macabro pódio de primeiro e segundo lugar na responsabilidade pelas mortes por Covid-19. 

A violação do dever de proteger a população já vem sendo apontada, por relatores e organismos da ONU, como em franco descumprimento pelo Brasil, em especial a vida e a saúde das populações mais vulneráveis. Como já comentamos em outra oportunidade, são mais de 50 denúncias em órgãos internacionais contra o atual governo, e o país será alvo, em breve tempo, de uma avalanche de relatórios desabonadores que trarão consequências em cascata para a imagem e a economia do Brasil.

Alguns efeitos já vêm sendo sentidos, mesmo antes da conclusão dos relatórios oficiais. Produtores brasileiros já enfrentam dificuldades em comprovar o cumprimento dos critérios ambientais, sociais e de governança. Até mesmo setores do agronegócio se queixaram, em carta recente enviada a Bolsonaro (com copia a Mourão, aos ministros da agricultura, do meio ambiente e da ciência e tecnologia, e até mesmo para embaixadas de países europeus), alertando para os riscos no descontrole na proteção ambiental. Entre as ações propostas pela JBS, Klabin, Natura, Unilever, entre outras empresas, esta a “intensificação de ações de fiscalização e punição dos responsáveis por órgãos como o Ibama, o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) e a Funai”. É no mínimo curioso que, num país como o Brasil, o agronegócio chegue ao ponto de pedir fiscalização do Ibama e da Funai.

E Jair Bolsonaro, como responde diante do mundo? 

O temido discurso de abertura nas Nações Unidas não decepcionou: a mentira predominou em praticamente todas as declarações. Porém, algumas mentiras foram mais ultrajantes que outras. É espantosa a coragem de dizer que o enfrentamento à Covid-19 foi da forma correta, combinando preocupação com a vida e com o desemprego. E os eventuais maus resultados? Responsabilidade delegada aos governadores e prefeitos. E quanto aos problemas meio-ambientais, os incêndios da Amazônia e do Pantanal, Bolsonaro jura que fiscaliza, combate, protege e atribuiu, como culpa pelas queimadas, aos hábitos vitais dos caboclos e dos índios. Talvez o único momento em que tenha dito à verdade foi quando admitiu a ampliação do uso da hidroxicloroquina no trato da Covid e da subalternidade explícita aos Estados Unidos no trato com a Venezuela, ambas práticas que colocam em risco a vida da população.

Pois bem, Bolsonaro nos envergonhou mais uma vez, nos humilhou diante de chefes de Estado e de autoridades de todo o mundo. E sem as salvaguardas imperialistas que dá a Donald Trump o direito de fazer pouco da ONU, o Brasil pagará caro.

Carol Proner é Doutora em Direito, professora da UFRJ, diretora do Instituo Joaquín Herrera Flores – IJHF

Flávio Bolsonaro falta a acareação no Rio, mas grava em Manaus música com teor sexual para ser exibida em horário para crianças

Zoando com a cara da Justiça

Viomundo, 21/09/2020 - 20h48
   Reprodução de montagem fotográfica disseminada no twitter

O procurador Eduardo Santos de Oliveira Benones, do Ministério Público Federal, disse que “toda pessoa que desobedece injustificadamente a uma ordem de uma autoridade legalmente constituída, comete o crime de desobediência”.

Ainda assim, Flávio Bolsonaro faltou a uma acareação com o empresário Paulo Marinho marcada para acontecer no Rio.

Ele alegou que tinha compromisso em Manaus.

A defesa do senador disse que, por causa do mandato de senador, ele tem o privilégio de escolher local, data e hora.

“Essa possibilidade foi levantada há cerca de um mês, por escrito, diretamente ao MPF, que não quis alterar a data apesar de expressa disposição legal. Hoje a defesa ingressou com nova petição, sugerindo a data de 05/10/2020 para a realização do ato”, escreveu a defesa em nota.

O empresário Paulo Marinho, candidato do PSDB a prefeito do Rio, foi um importante cabo eleitoral de Jair Bolsonaro em 2018.

Ele alega que, entre o primeiro e o segundo turno das eleições de 2018, Flávio foi avisado por um delegado bolsonarista da Polícia Federal de que estava em preparação a Operação Furna da Onça.

A operação teria sido adiada para preservar Jair Bolsonaro.

O alvo central dela foi a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, onde Flávio foi deputado estadual e teria operado, com a ajuda do laranja Fabrício Queiroz, o esquema de rachadão que financiou despesas pessoais e possivelmente eleitorais do clã Bolsonaro.

No rachadão, Queiroz depositou 89 mil reais na conta da primeira dama Michelle Bolsonaro. No mesmo esquema, parentes da ex-mulher de Bolsonaro, Ana Cristina Valle, fizeram 4.294 saques de 500 reais em dinheiro, totalizando R$ 2,1 milhões. Há indícios de que eles eram funcionários fantasmas do gabinete de Flávio na Alerj e ajudaram o clã a desviar dinheiro público.

“Eu não sei se ele está mentindo. Eu estou dizendo a verdade. Se a tese dele é frontalmente contrária ao meu relato, provavelmente ele está mentindo”, disse Paulo Marinho a jornalistas depois da acareação fracassada.

Enquanto isso, Flávio Bolsonaro compareceu a uma gravação do programa de Sikêra Jr. em Manaus, ao lado do irmão Carlos Bolsonaro.

No programa, que é exibido em horário livre, ambos cantaram ao lado de um burro de pelúcia um improviso de caráter sexual e homofóbico:

“Todo maconheiro dá o anel”.


quinta-feira, 17 de setembro de 2020

Bolsonaro perdido: um dia depois de vetar Renda Brasil, volta atrás e autoriza criação do programa

"Não adianta agora a gente especular do que vai tirar, onde que vai cortar, mas estou autorizado pelo presidente, ele me deu sinal verde", disse o relator do Orçamento da União para 2021, senador Márcio Bittar

Brasil 247, 16/09/2020, 14:18 h Atualizado em 16/09/2020, 16:53
   Bolsonaro deve ser operado para retirada de cálculo nas próximas semanas, diz médico (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

O relator do Orçamento da União para 2021, senador Márcio Bittar (MDB-AC), afirmou que Jair Bolsonaro autorizou a inclusão de despesas com um novo programa social em seu relatório. Nesta terça-feira (15), Bolsonaro anunciou que não iria insistir na criação do Renda Brasil, que consistia na ampliação do Bolsa Família, e que o assunto estava proibido de ser discutido internamente pelo governo até 2022.

“Tomei café da manhã com o presidente da República e fui solicitar ao presidente se ele me autorizava a colocar dentro do Orçamento a criação de um programa social que possa atender milhões de brasileiros que foram identificados ao longo da pandemia e estavam fora de qualquer programa social. O presidente me autorizou”, disse Bittar nesta quarta-feira (16) conforme reportagem do G1.

Segundo o parlamentar, o momento não é de "especular" sobre a origem dos recursos que serão empregados para viabilizar o novo programa social que deverá ser apresentado na próxima semana.

"Não adianta agora a gente especular do que vai tirar, onde que vai cortar, mas estou autorizado pelo presidente, ele me deu sinal verde. E, a partir de agora, vou conversar com os líderes do governo no Senado e na Câmara, conversar com a equipe econômica. Mas, a semana que vem, a ideia é apresentar um relatório que tenha as PECs e a criação desse programa”, disse.

Pantanal arde em chamas, mas governo Bolsonaro mandou só 290 militares para combatê-las

Enquanto o Pantanal é cada vez mais consumido pelo fogo, o governo federal enviou somente 290 militares para combater os incêndios. Segundo o Inpe, a destruição chegou a quase 3 milhões de hectares no bioma, mas Jair Bolsonaro acusa criminosamente os indígenas por uma das maiores crises ambientais do País

Brasil 247, 17/09/2020, 09:28 h Atualizado em 17/09/2020, 10:41
   Jair Bolsonaro e militares apagando foto no Pantanal (Foto: PR | TC Blondé/Exército Brasileiro)

Enquanto o Pantanal é cada vez mais consumido pelo fogo, o governo Jair Bolsonaro enviou somente 290 militares para combater os incêndios. De acordo com o Ministério da Defesa, há 200 militares em cidades no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Na terça-feira (15) foram enviados mais 90 militares para Alcinópolis (MS). Outros 230 agentes de órgãos civis, como Ibama e ICMBio, também ajudam nas operações. A informação foi publicada na coluna de Guilherme Amado

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a destruição chegou a quase 3 milhões de hectares no Pantanal, o equivalente à área da Bélgica, na Europa. Bolsonaro, no entanto, tem ignorado os incêndios no bioma e, nesta quarta-feira (16), acusou os indígenas do País.

Leia a reportagem do Brasil 247:

Bolsonaro voltou a minimizar a quantidade gigantesca de incêndios que destroem Pantanal, Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica. Ele justificou o “fenômeno” falseando dados do ano passado: “ano passado, quase não pegou fogo, sobrou uma massa enorme de vegetais bons para isso que está acontecendo agora".

A reportagem do portal Uol destaca que "Jair Bolsonaro (sem partido) falou que existem "críticas desproporcionais" ao conversar com apoiadores sobre as queimadas no Pantanal e na Amazônia. Assim como fez no ano passado, o mandatário citou como exemplos os incêndios florestais em outros países e regiões. "(Existem) críticas desproporcionais à Amazônia e ao Pantanal. A Califórnia está ardendo em fogo, a África tem mais foco que o Brasil", comparou ao chegar no Palácio da Alvorada hoje.”

A matéria ainda informa: "sobre a causa dos incêndios, o presidente repetiu o argumento já utilizado de que o fogo é gerado, principalmente, por causas naturais. "Pega fogo, né? O índio taca fogo, o caboclo, tem a geração espontânea. Lá na Amazônia, no Pantanal, a temperatura média é 43 graus. Ano passado, quase não pegou fogo, sobrou uma massa enorme de vegetais bons para isso que está acontecendo agora", afirmou o presidente na conversa com apoiadores."