segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Independência de joelhos

Na realidade, um "novo normal" será repleto de DESIGUALDADE, afinal um novo proletariado "nadinha independente": não consegue fazer quarentena, para se proteger da sua morte e vida brasileira; e hoje neste 07 de setembro: ele está ajoelhado diante de um fascismo que avança

Brasil 247, 07/09/2020, 10:32 h

Segundo o filósofo Zygmunt Bauman, vivemos “Tempos líquidos”: mergulhados em uma rede de sociabilidade que privilegia uma casta de ditos “empresários criativos” que na realidade são apenas integrantes da espécie Homo sapiens digitalis, que buscam se apoiar na muleta da uma Revolução tecnológica que avança por mares navegáveis e exploratórios em busca de conquistar “terras na web”; para fincarem sua bandeiras ideológicas.


Observem o trecho a seguir: “Instrumento mediador, que pode da forma mais criativa possível transformar um cantor desafinado em um milionário de plantão”; ou ofensivamente um proficiente humorista em um "bobão". O que quero dizer é que realmente Zygmunt Bauman, está correto em sua filosófica "retórica" quanto aos tempos líquidos, através dos quais nadamos rumo ao subjetivismo e aniquilação do memorável. Se os séculos XIX e XX comunicavam suas marcas através do tripé: Terra, trabalho, e capital. Tenho certeza, que no oceano digital, existe uma tribo usando os remos da doutrinação neoliberal "pronta" para realizar a mágica da inversão dos valores. E isso é taxado de colaboração e inovação. Parece que o público não tem mais a chance de refletir e opinar. Será?

O coronavírus vai muito além da biologia, ele é ecológico, e filosófico; e por isto nos coloca na balança de um Deus, que se for capitalista, terá que escolher quem deve morrer. A coerção agora se faz on-line.

A contaminação virótica é igual para todos? Ou o "isolado endinheirado", beneficiado pela voracidade do capital que o abraça de forma milenar: proporciona-lhe ganho fácil, através da antiga expropriação?

Somos todos orgânicos, claro. Mas, na realidade, apesar de alguns esforços científicos para detectar o genoma do "dito cujo" SARS-COV-2 e sua maléfica ação; no sentido de entender sua aspiração à categoria de ser “reinante", que devasta o organismo: obviamente que teremos atendimento diferenciado em vacinas e/ou (outras profilaxias) para ricos e pobres, ou seja, qualquer resultado positivo será vendido a peso de ouro. E certamente, as famílias mais abastadas e dominadoras do planeta irão receber a primazia, para se manterem vivazes.

O vírus não é democrático, ele atinge os menos adaptados ao Ecossistema social, que com sua pirâmide de base alargada: atira milhões de brasileiros na arena do trabalho pelo trabalho, ou seja, se efetua com base servil contemporânea. 


Fora as subnotificações. “Oficialmente” temos 127 mil mortos no Brasil pela CODIV-19. E tal estatística já é uma nova conjuntura, “um novo normal”. Na Finlândia, até a data de hoje morreram 10 pessoas. E dos 2.000 casos, quase a totalidade, se recuperou.

O “nosso novo normal” é neocolonial. Ele segrega e espanca. Tanto que centenas de lives atapetadas geralmente por desafinados sertanejos universitários, ou o que o valha, continuam engordando suas contas bancárias, enquanto seus milhares de incautos fãs: já pereceram.

Na realidade, um "novo normal" será repleto de DESIGUALDADE, afinal um novo proletariado "nadinha independente": não consegue fazer quarentena, para se proteger da sua morte e vida brasileira; e hoje neste 07 de setembro: ele está ajoelhado diante de um fascismo que avança…

Valéria Guerra Reiter, Escritora, historiadora, atriz, diretora teatral, professora e colunista

Weisbrot: Governo Biden deve revelar papel dos EUA no impeachment de Dilma

Mark Weisbrot, pesquisador e co-diretor do Centro de Pesquisa Econômica e Política em Washington, defende que caso Joe Biden vença a eleição presidencial norte-americana, o seu governo deve revelar qual foi a participação dos EUA no golpe contra Dilma Rousseff

Brasil 247, 07/09/2020, 13:36 h Atualizado em 07/09/2020, 15:14
       Mark Weisbrot (Foto: Roberta Namour)

Clarissa Carvalhaes, na Carta Capital - Co-diretor do Centro de Pesquisa Econômica e Política em Washington, um dos thinks thanks mais influentes dos Estados Unidos, Mark Weisbrot se dedicou nos últimos anos a entender também a política e a economia da América Latina.

Na entrevista a seguir, Weisbrot discorre sobre as chances de reeleição de Trump, os reflexos do movimento “Vidas Negras Importam” no resultado das urnas e o que o governo Bolsonaro pode esperar se o candidato do Partido Democrata, Joe Biden, vencer a disputa.

CartaCapital: Entre Donald Trump e Joe Biden, quem tem o plano mais convincente para recuperar a economia dos EUA?

Mark Weisbrot: Os democratas claramente têm um plano melhor. É muito difícil prever o que Trump faria, pois ele vai além até mesmo do mais oportunista dos presidentes anteriores ao não ter nenhum objetivo político discernível ou crenças além de seu próprio autoengrandecimento. Então, temos de considerar as ideias do Partido Republicano. E, no momento, o partido prevalece sobre a disposição anterior de Trump de violar o conservadorismo fiscal neoliberal convencional, muitas vezes inconsistente. O governo Trump promoveu déficits fiscais de 4,9% do PIB anualmente, quando o desemprego estava no menor nível em 50 anos, algo que nenhum presidente “normal” faria.

CC: E como os republicanos se comportam neste caso?

MW: Os republicanos rejeitaram um pacote de ajuda de 3 trilhões de dólares aprovado em maio pela Câmara, controlada pelos democratas. O resultado imediato foi retirar um benefício de seguro-desemprego federal de 600 dólares semanais, que constituía a maior parte da renda de dezenas de milhões de desempregados. Os democratas, por outro lado, apoiaram o projeto de lei de alívio de 3 trilhões, que inclui uma extensão do seguro-desemprego e cerca de 900 bilhões para governos estaduais e locais. Isso indica, no momento, uma grande diferença entre as duas partes. De certa forma, esse é um momento muito importante para a política macroeconômica dos Estados Unidos, mas os democratas no poder têm uma chance muito melhor de fazer o que é necessário para a recuperação econômica. Qualquer recuperação, claro, dependerá do caminho da pandemia Covid-19. Também está claro que o governo Trump administrou mal o problema, desde o início. Seria outro motivo para esperar uma chance melhor de recuperação econômica com os democratas.

CC: Biden seria o melhor nome para derrotar Trump?

MW: Como velho conhecido dos norte-americanos, tanto por servir seis mandatos consecutivos como senador quanto por ser vice-presidente na chapa com Barack Obama, a imagem de Joe Biden é difícil de desconstruir. Não por acaso, Trump e seus estrategistas de campanha decidiram que o alvo a ser atacado é Kamala Harris, que atualmente sofre ataques racistas e sexistas, estratégia que funcionou no passado. Trump repete os ataques sexistas que usou contra Hillary Clinton, combinados com uma dose de racismo que faz parte de seu modus operandi, contra Kamala Harris. Não está claro, porém, se a estratégia terá muito impacto. Em uma pesquisa Gallup do ano passado, 94% dos entrevistados disseram que votariam em uma mulher para presidente, mas isso não quer dizer que os republicanos não tentarão usar o sexismo e o racismo contra Kamala Harris, ou que tais tentativas sejam irrelevantes.
Leia a íntegra na Carta Capital.  

7 de setembro tem bandeiras dos EUA e de Israel em frente ao Planalto

Manifestantes bolsonaristas levantaram no Planalto até cartaz em defesa da reeleição do presidente dos EUA, Donald Trump. Em São Paulo, um trio elétrico estendia a bandeira dos EUA (vídeo)

Brasil 247, 07/09/2020, 13:14 h Atualizado em 07/09/2020, 15:14
      Manifestantes pró-Bolsonaro no 7 de setembro (Foto: Metrópoles)

Manifestantes bolsonaristas levaram bandeiras dos Estados Unidos e de Israel, além da do Brasil, para celebrar o 7 de setembro no gramado do Palácio do Planalto nesta segunda-feira.

O gesto é um sinal da submissão do Brasil a uma outra nação, tão bem representada pelo governo Bolsonaro, e repercutida pelos seus apoiadores. Um dos manifestantes chegou a levar um cartaz em defesa da reeleição do presidente dos EUA, Donald Trump, como mostrou a galeria de imagens do site Metrópoles.

Mais cedo, em uma cerimônia promovida pelo Planalto, Bolsonaro se aglomerou sem máscara, em meio a crianças e centenas de apoiadores, sem respeitar qualquer regra de isolamento social durante a pandemia de coronavírus.

Em São Paulo, na Avenida Paulista, o jornalista e pré-candidato a vereador William De Lucca postou o vídeo de um trio elétrico mostrando cartazes de Trump e a bandeira dos Estados Unidos. Assista:






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Projeto de perdão de dívida das igrejas foi apresentado pelo filho de RR Soares

Emenda que perdoa dívidas no valor de cerca de R$ 1 bilhão das igrejas junto à Receita Federal foi apresentada pelo deputado federal Davi Soares, filho do missionário R. R. Soares, da Igreja Internacional da Graça de Deus. Pai do parlamentar tem R$ 37,8 milhões inscritos na Dívida Ativa da União

Brasil 247, 07/09/2020, 14:15 h Atualizado em 07/09/2020, 15:14
    Deputado federal Davi Soares (DEM-SP) (Foto: Agência Câmara)

247 - A emenda ao projeto de lei (PL) 1581/2020, que perdoa dívidas no valor de cerca de R$ 1 bilhão das igrejas junto à Receita Federal, foi apresentada pelo deputado federal Davi Soares (DEM-SP), filho do missionário R. R. Soares. A proposta já foi aprovada em agosto pelo Congresso Nacional e agora aguarda sanção de Jair Bolsonaro.

A Igreja Internacional da Graça de Deus, fundada pelo pai do parlamentar, possui débitos da ordem de R$ 37,8 milhões inscritos na Dívida Ativa da União, além de outras pendências milionárias em fase de cobrança administrativa, de acordo com reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.

O perdão das dívidas das igrejas teria sido discutido em abril, quando Bolsonaro promoveu um encontro entre David Soares e o secretário especial da Receita Federal, José Barroso Tostes Neto. O assunto interessa diretamente a Bolsonaro, já que a bancada evangélica é um dos pilares de sua base política no Congresso.

Pronunciamento de Lula neste 7 de setembro

Em discurso pelo Dia da Independência, ex-presidente faz um diagnóstico da situação brasileira, denuncia crimes cometidos por Bolsonaro e se coloca à disposição do povo brasileiro para reconstruir o País

Brasil 247, 07/09/2020, 15:31 h Atualizado em 07/09/2020, 16:04
   Ex-presidente Lula em pronunciamento de 7 de setembro (Foto: Reprodução)

“Minhas amigas e meus amigos.

Nos últimos meses uma tristeza infinita vem apertando meu coração. O Brasil está vivendo um dos piores períodos de sua história.

Com 130 mil mortos e quatro milhões de pessoas contaminadas, estamos despencando em uma crise sanitária, social, econômica e ambiental nunca vista.

Mais de duzentos milhões de brasileiras e brasileiros acordam, todos os dias, sem saber se seus parentes, amigos ou eles próprios estarão saudáveis e vivos à noite.

A esmagadora maioria dos mortos pelo Coronavírus é de pobres, pretos, pessoas vulneráveis que o Estado abandonou.

Na maior e mais rica cidade do país, as mortes pelo Covid-19 são 60% mais altas entre pretos e pardos da periferia, segundo os dados das autoridades sanitárias.

Cada um desses mortos que o governo federal trata com desdém tinha nome, sobrenome, endereço. Tinha pai, mãe, irmão, filho, marido, esposa, amigos. Dói saber que dezenas de milhares de brasileiras e brasileiros não puderam se despedir de seus entes queridos. Eu sei o que é essa dor.

Teria sido possível, sim, evitar tantas mortes.

Estamos entregues a um governo que não dá valor à vida e banaliza a morte. Um governo insensível, irresponsável e incompetente, que desrespeitou as normas da Organização Mundial de Saúde e converteu o Coronavírus em uma arma de destruição em massa.

Leia o discurso de Lula, na íntegra, acessando: Pronunciamento de Lula neste 7 de setembro

Jessé: reforma administrativa vai milicianizar o serviço público

Escritor e sociólogo afirma que o projeto de Paulo Guedes e Jair Bolsonaro é criminoso

Brasil 247, 07/09/2020, 09:41 h Atualizado em 07/09/2020, 12:03
      Jessé Souza, Jair Bolsonaro e Paulo Guedes (Foto: Brasil 247 | Reuters)

“A ´reforma´ administrativa tem apenas dois objetivos: destruir o que resta do Estado para o saque do mercado; e a ´milicianização´ do funcionalismo público. Um projeto criminoso construído por justiça e imprensa corruptas e pela ascensão de uma clique de canalhas ao poder”, postou o escritor e sociólogo Jessé Souza, em seu twitter.

A reforma apresentada ao Congresso retira a estabilidade dos futuros servidores, subtrai benefícios e torna mais fácil demissões.

sábado, 5 de setembro de 2020

TRF4 manda para São Paulo ação da Lava Jato e comprova que perseguiu Lula

Em decisão unânime, a 8ª Turma do TRF4 reconheceu que a 13ª Vara de Curitiba não tem competência para julgar uma ação penal contra executivos do Grupo Petrópolis. Com base no entendimento da Corte, ação do triplex contra Lula não poderia ter sido julgada em Curitiba

Brasil 247, 04/09/2020, 18:41 h Atualizado em 04/09/2020, 18:51

Por unanimidade, a 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) reconheceu a incompetência da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR) para julgar a ação penal em que 20 executivos do Grupo Petrópolis, incluindo o proprietário Walter Faria, respondem a acusações de lavagem de dinheiro.

O colegiado considerou que não há conexão entre os fatos narrados na ação e a Operação Lava Jato. Assim, o processo será encaminhado para a Justiça Federal de São Paulo, competente para analisar o caso.

O entendimento adotado pelo relator do HC na Corte, desembargador federal João Pedro Gebran Neto, foi no sentido de que “a utilização de esquema semelhante e com a presença de personagens comuns não atrai o simultaneus processus, pois a competência se firma em razão de fatos, não em razão de pessoas ou da sistemática de atuação de grupos criminosos diferentes”.

Na ação penal do Grupo Petrópolis, o Ministério Público Federal do Paraná acusou os réus de lavagem de dinheiro para o Grupo Odebrecht, pagamentos ilegais de dinheiro desviado da Petrobras, além de pagamentos disfarçados de doações eleitorais que, segundo os procuradores, foram feitas pelo Grupo Petrópolis, por interesse da Odebrecht.

Entendimento diferente para julgar Lula 

A decisão do TRF-4 reforça o argumento da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de perseguição política da Lava Jato na ação em que Lula no caso do triplex do Guarujá. 

Os advogados Valeska Martins e Cristiano Zanin explicam em vídeo o que levou o processo relacionado à propriedade de um apartamento triplex no Guarujá, no litoral do Estado de São Paulo, a ir parar na 13ª Vara Federal de Curitiba, capital do Paraná, onde trabalha o juiz de primeira instância Sérgio Moro.

O apartamento fica no Guarujá, a verdadeira proprietária, a empresa OAS, tem sede na Bahia, e aquele que acusam de ser “proprietário de fato” (figura inexistente no Direito brasileiro) reside em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo.

Os procuradores alegaram que o processo deveria ir para Curitiba porque tinha relação com contratados assinados pela OAS com a Petrobras, mas o próprio Moro admitiu posteriormente que nunca “afirmou que os valores obtidos pela Construtora OAS nos contratos com a Petrobras foram usados para pagamento da vantagem indevida para o ex-Presidente.”

Todas as outras pessoas investigadas na questão do triplex foram julgadas (e inocentadas) em São Paulo, menos Lula.

Assista: 

Preços de alimentos sobem no Brasil com real desvalorizado e aumento das exportações para a China

Parte do aumento é atribuído ao aumento das compras feitas pela China, que vem ampliando seus estoques estratégicos impulsionada pela desvalorização do real, que chega a quase 40% nos últimos 12 meses

Brasil 247, 05/09/2020, 08:32 h Atualizado em 05/09/2020, 08:33
      (Foto: REUTERS/Amanda Perobelli)

A atual conjuntura do agronegócio, influenciada pela alta do dólar, safra abundante e valorização dos preços dos produtos, elevou os preços para o consumidor no Brasil. Parte do aumento é atribuído ao aumento das compras feitas pela China, que vem ampliando seus estoques estratégicos ao longo dos últimos 12 meses. A desvalorização do real, que chega a quase 40% no período e atraiu compradores internacionais, é apontada como uma das razões para a alta nos preços internos. 

Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, a China investiu cerca de US$ 24 bilhões no agronegócio brasileiro entre janeiro e julho deste ano, volume de recursos quase 30% superior ao registrado no mesmo período de 2019.

Entre os principais produtos comprados pela China estão as carnes de aves, bovinos e suínos, além da soja, que representou 72% das compras feitas pelo país asiático. Nos primeiros sete meses do ano, as exportações brasileiras de soja rumo ao mercado chinês cresceram 32% ante o ano anterior, chegando 50,5 milhões de toneladas. 

Essa movimentação fez com que o Brasil, maior produtor de soja mundial, importasse 400 mil toneladas do grão. O volume é quatro vezes maior que a apontada no mesmo período de 2019. A próxima safra de soja já está com 45% da produção previamente vendida para o país asiático. Em relação às carnes, a China respondeu por 49% das vendas externas de suínos pelo Brasil.

Tutelada por militares, Apex assegura renda de até R$ 84 mil para generais e almirantes da reserva

Nomeação de 10 generais, almirantes e capitães de mar e guerra para cargos de chefia na Apex resultou em uma renda mensal de até R$ 84 mil para estes militares. Valor é resultante da soma do pagamento de salários com os vencimentos da aposentadoria

Brasil 247, 05/09/2020, 10:12 h Atualizado em 05/09/2020, 12:57
      Fachada da Apex e presidente da Apex, o contra-almirante da Marinha Sérgio Segovia 
                      (Foto: Divulgação | Reprodução)

A decisão do governo Jair Bolsonaro de entregar a chefia da Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) para os militares resultou na nomeação de 10 generais, almirantes e capitães de mar e guerra que – ao acumular os salários pagos pela agência e a aposentadoria militar – recebem vencimentos mensais de até R$ 84 mil.

Segundo reportagem da Gazeta do Povo, o presidente da Apex, o contra-almirante da Marinha Sérgio Segovia, recebe R$ 76 mil mensais. O valor pago ao militar é 146% mais alto que o salário do presidente da República. A Presidência atualmente é ocupada por Jair Bolsonaro, ex-capitão do Exército. 

Ainda de acordo a reportagem, o general Mauro Lorena Cid recebe R$ 84 mil e o vice-almirante Ederaldo Teixeira de Abreu, que ocupa o cargo de diretor de Gestão Corporativa, acumula rendimentos da ordem de R$ 70,5 mil. 

Nenhum dos militares nos cargos de chefia da Apex sofre o chamado abate-teto pelo fato da agência ser considerada uma entidade de direito privado e, portanto, não estar enquadrada no limite do teto constitucional.

Lula defende reeducação do povo brasileiro contra o fascismo e Marcia Tiburi avisa: vai demorar décadas

Após o ex-presidente Lula alertar sobre as consequências do discurso de ódio de Jair Bolsonaro, a filósofa Marcia Tiburi avisou que o processo de reeducação da sociedade brasileira, para se libertar do fascismo, poderá durar muito tempo

Brasil 247, 05/09/2020, 09:40 h Atualizado em 05/09/2020, 10:22
       Marcia Tiburi e Lula (Foto: Mídia NINJA | Ricardo Stuckert)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um importante alerta na entrevista que concedeu à revista Fórum, nesta sexta-feira, e nas suas redes sociais. “O povo sabia que o Bolsonaro não gostava de preto e votou nele mesmo assim. Sabiam que ele não gostava de mulher e votaram mesmo assim... Temos que conversar com as pessoas que embarcaram no discurso do Bolsonaro e tentar reeducá-las. Trazer elas de volta pra democracia”, postou Lula.

Ao ver o comentário, a escritora e filósofa Marcia Tiburi, autora do livro “Como conversar com um fascista”, fez um alerta: isso vai levar muito tempo. “Um imenso projeto de educação e cultura que vai demorar décadas ou séculos para vingar... A guerra cultural anticivilizatória venceu até agora. Bolsonaro é o efeito de uma catastrófica história de autoritarismo e ressentimento. O ovo da serpente chocado na ditadura”, anotou a professora.