terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Desbancando Eduardo Bolsonaro, PSL oficializa indicação de Joice para a liderança da Câmara

Oficialmente, a Secretaria-Geral da Câmara precisa reconhecer a suspensão dos 14 parlamentares, incluindo o deputado Eduardo Bolsoanro (SP), para que Joice assuma a liderança da bancada.

‘Moro de saias’ é cassada por caixa dois e abuso de poder econômico

A maioria dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) votou hoje (10) a favor da cassação do mandato da senadora Selma Arruda (Podemos-MT) por abuso de poder econômico e caixa dois nas eleições do ano passado

Brasil 247, 10/12/2019, 23:22 h Atualizado em 10/12/2019, 23:35
 (Foto: Geraldo Magela)

A maioria dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) votou hoje (10) a favor da cassação do mandato da senadora Selma Arruda (Podemos-MT) por abuso de poder econômico e caixa dois nas eleições do ano passado.

Até o momento, cinco dos sete ministros que compõem o plenário votaram pela cassação da senadora e dois suplentes que formaram a chapa. Faltam dois votos. A Corte ainda deve decidir nesta noite se novas eleições serão convocadas pela Justiça Eleitoral do Mato Grosso.

Em abril, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Mato Grosso cassou o mandato da senadora pela suposta omissão de R$ 1,2 milhão na prestação de contas da campanha do ano passado. Porém, Selma Arruda e seus suplentes puderam recorrer ao TSE.

Durante o julgamento, o advogado Gustavo Bonini Guedes, representante da senadora, afirmou que a parlamentar não praticou caixa dois e abuso de poder econômico. 

"A senador Selma Arruda foi eleita com base nas plataformas de combate à corrupção, que sempre defendeu como juíza no Mato Grosso, determinado a prisão de presidente da Assembleia Legislativa e ex-governador", disse a defesa.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Desigualdade derruba Brasil em Índice de Desenvolvimento da ONU

País tem a segunda maior concentração de renda do mundo!

Conversa Afiada,  09/12/2019
São Paulo: em primeiro plano, o bairro de Paraisópolis. Ao fundo, o Morumbi, um dos bairros mais caros da cidade (Créditos: Vilar Rodrigo/Wikimedia Commons)

A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou na manhã desta segunda-feira 9/XII a nova edição de seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O ranking, calculado anualmente pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), leva em consideração fatores como emprego, saúde e acesso à educação e distribui, para cada país, uma pontuação de 0 a 1 - quanto mais alto, mais desenvolvido.

Neste ano, o Brasil alcançou um IDH de 0,761. Trata-se de um aumento ínfimo de 0,001 em relação ao ano passado - para além disso, o país caiu uma posição no ranking: da 78a colocação para a 79a, em um total de 189 nações.

Assim, o Brasil fica próximo de outros países de altíssimo nível de desenvolvimento - superpotências como a Bósnia e Herzegovina (0,769), Granada (0,763) e a Macedônia do Norte (0,759).

De acordo com o relatório da ONU, o IDH brasileiro cresceu, em média, 0,78% ao ano nos últimos 18 anos.

O PNUD também calculou um IDH "ajustado às desigualdades" - um segundo índice que mede a distribuição desigual dos recursos do desenvolvimento humano.

É aí que o Brasil se destaca de verdade!

Como o amigo navegante do Conversa Afiada sabe, a desigualdade cresceu no Brasil após o Golpe dos canalhas e canalhas em 2016.


Nesse "IDH da má distribuição", o Brasil acumula 0,574 pontos e ocupa a 102a posição!

Quase 33% de todas as riquezas produzidas no Brasil estão acumuladas nas mãos do 1% mais rico da população - é a segunda maior concentração de renda do mundo, atrás apenas do Catar!

Enquanto os mega-ricos vivem como os sheiks de um petro-emirado, a maior parte da população vive entre a Zâmbia e o Lesoto...

E, se depender do Bolsonaro, isso ainda vai piorar...

Em tempo: os países no topo do ranking da ONU são a Noruega (0,954), Suíça (0,946) e a Irlanda (0,942).

Marcos Coimbra: em um ano, Bolsonaro definhou!

Presidente termina 2019 tão Bolsonaro quanto antes...

Conversa Afiada, 09/12/2019
(Créditos: Divulgação/ABr)

O Conversa Afiada reproduz, da Carta Capital, artigo de Marcos Coimbra, sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi:

Entramos no décimo segundo mês do governo (?) do ex-capitão Jair Bolsonaro. Daqui a alguns dias, seu primeiro ano estará concluído. Sem foguete, sem retrato e sem bilhete.

Não houve surpresas na política em 2019. O que se podia esperar de ruim aconteceu. Nada de bom fez com que reconsiderássemos as expectativas sombrias do início do ano. Talvez haja nisso exagero. No lado da ruindade houve, sim, imprevistos. Quem conseguiria imaginar que o péssimo ministério do início pudesse piorar? Foi o que aconteceu. Todos os ministros que saíram cederam lugar a gente ainda mais desqualificada. Afundou a abissal qualidade.

No fim de seu primeiro ano, Bolsonaro está tão Bolsonaro quanto antes. A mesma grosseria, a mesma mesquinhez, a mesma incapacidade de qualquer gesto de grandeza, a mesma falta de inteligência e educação. Sua equipe é constituída por gente tosca e despreparada. O nível é tão baixo que há quem suponha que eles se entretêm com um jogo perverso: descobrir até onde podem descer, até que ponto podem chegar na afronta aos sentimentos e valores da maioria.

De acordo com as pesquisas, passado um ano, o ex-capitão lidera o ranking dos piores presidentes que o Brasil conheceu. Sozinha, a proporção daqueles que o avaliam desta forma equivale à soma do segundo e terceiro colocados, Fernando Collor e Dilma Rousseff. A situação de um cidadão em início de mandato que tem uma rejeição igual à soma de dois presidentes que foram depostos não pode ser boa.

O tamanho do núcleo que o apoia na sociedade diminuiu mês a mês. Bolsonaro não foi apenas incapaz de atrair novos simpatizantes, mas de preservar o patrimônio que uma vitória eleitoral costuma assegurar. Perante a opinião pública, chefiar o governo não somente não o fortaleceu, mas o enfraqueceu.

Resta-lhe a avaliação efetivamente positiva de algo perto de 15% da população. É essa a parcela que gosta dele e aprova suas políticas mais importantes, para a saúde, a educação, a valorização do salário mínimo, a geração de empregos, o meio ambiente. É a mesma proporção daqueles que consideram que o governo cuida e projeta uma boa imagem internacional do País.

No fundo, existir um em cada dez cidadãos que aplaude o governo é extraordinário. Que cabeça é essa de quem aceita os despropósitos cometidos na educação, no meio ambiente e na cultura? O que pensa quem não se envergonha dos fiascos e das declarações estapafúrdias do ex-capitão?

Ao terminar o ano, o que sustenta Bolsonaro é apenas o tempo. A maioria da população, indiferente à política e mal informada, acha que é cedo para decretar que ele não presta. Se o tempo de governo não fosse ainda pequeno, as cobranças seriam maiores e menor a paciência. A incompetência não seria desculpada como fruto da inexperiência ou da “novidade”.

O problema com esse tipo de capital é que ele decai a cada dia e é impossível renová-lo. O tempo passa e nunca dão certo as tentativas de ganhar mais algum.

Logo depois da eleição de 2018, o Datafolha fez uma pesquisa e constatou que a maioria dos brasileiros, mesmo quem não havia votado em Bolsonaro, esperava melhoras em dois aspectos: na economia, com a retomada do desenvolvimento, e na segurança, com a redução da criminalidade. Até agora, nada disso aconteceu.

A melhora na economia não é algo que precisa ser explicado. Ou é uma constatação que decorre da experiência concreta das famílias, de seus bons empregos, dinheiro no bolso, casa própria e comida na geladeira ou é conversa fiada. Com a política econômica do governo, a chance de que uma melhora verdadeira aconteça nos três próximos anos é perto de zero. Os crédulos, entre os quais se perfila a mídia, que esperem o improvável futuro no qual o modelo dará certo, enquanto engolem os sapos que o ex-capitão despeja.

Coisa semelhante vale na segurança pública. Bolsonaro e sua turma engrossam a voz e fazem arminha, mas não têm a menor capacidade ou vontade de enfrentar a criminalidade. Só o que podem exibir são fotos de pistolas na cintura e a imagem desbotada de um ex-juiz que alguns acham respeitável.

Tudo considerado, que Bolsonaro e seus amigos comemorem 2019, pois os anos que vêm pela frente lhes serão mais desfavoráveis. A menos, é claro, que o Exército resolva dar um golpe e entronize o ex-capitão. É ridículo, mas não impossível.

O significado do pedido de desculpas

Quem aprova Bolsonaro? Os brancos e ricos!

Datafolha: mulheres, jovens e negros avaliam governo como ruim ou péssimo!

Conversa Afiada, 09/12/2019
Manifestantes pró-Bolsonaro em Brasília, 27/05/2019 (Créditos: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O Datafolha divulgou neste domingo 8/XII sua pesquisa sobre a aprovação da população ao governo de Jair Bolsonaro.

De acordo com o levantamento, 30% acreditam que o governo Bolsonaro é ótimo ou bom. 32% consideram o governo regular, e 36% ruim ou péssimo.

Quando indagados qual nota de zero a dez dariam ao trabalho de Bolsonaro, a média concedida pelos entrevistados foi de 5,1 pontos.

À beira da reprovação, portanto.

Mas... Quem aprova Bolsonaro?

Quem acredita em suas promessas, seu programa de governo?

Segundo o Datafolha, a aprovação do presidente entre os mais pobres é apenas metade da observada entre os mais ricos: entre os entrevistados que ganham até dois salários mínimos por mês, 22% dizem que o governo Bolsonaro tem desempenho ótimo ou bom. Entretanto, entre os mais ricos - renda superior a cinco salários mínimos por mês - esse índice salta para 44%.

Já a desaprovação é de 43% entre os entrevistados de baixa renda e 28% entre aqueles que ganham acima de dez salários mínimos mensais.

Entre os que avaliam o governo de Jair Bolsonaro como ótimo ou bom estão 35% dos homens, 35% das pessoas com ensino superior, 37% dos brasileiros brancos, 39% dos evangélicos neopentecostais, 40% dos moradores do Sul e 58% dos que se declaram "empresários".

Bolsonaro, afinal, faz um governo para os ricos: perdoa as dívidas dos bilionários, fala fino com os bancos, diz que é difícil ser patrão no Brasil, promove uma política neoliberal que perpetua a desigualdade...

E os segmentos que avaliam o governo como ruim ou péssimo?

São 41% das mulheres, 41% dos brasileiros mais jovens (16 a 24 anos), 46% dos pretos e pardos, 48% dos desempregados, 50% dos indígenas, 50% dos moradores do Nordeste e 55% dos seguidores de religiões de matriz africana.


Reprodução: Folha de São Paulo

Em tempo: o Datafolha também questionou os entrevistados a respeito da confiança em Jair Bolsonaro. Apenas 19% dos brasileiros confiam no que o presidente diz. 37% confiam às vezes e 43% nunca confiam.

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Aprovação de Moro despenca em um ano!

Datafolha: avaliação positiva de ministro caiu 10% em oito meses

Conversa Afiada, 09/12/2019
(Créditos: Valter Campanato/Ag. Brasil.)

O Conversa Afiada mostrou neste domingo 8/12 que, segundo o Instituto Datafolha, 30% dos brasileiros aprovam e 36% desaprovam o governo Bolsonaro.

A nota média concedida ao governo do Jair Messias, de zero a dez, é de apenas 5,1 pontos - se fosse uma sala de aula, Bolsonaro estaria à beira da reprovação!

Bolsonaro governa para os brancos e para os bancos: segundo o Datafolha, a aprovação ao governo concentra-se entre os homens brancos, moradores do Sul, com renda superior a cinco salários mínimos.

O presidente virou um animador de sua própria plateia, como definiu Leonardo Sakamoto em seu blog.

O Datafolha também divulgou os índices de aprovação dos ministros do governo Bolsonaro.

O ministro da Justissa Sérgio Moro, o ex-Judge Murrow, por exemplo, foi avaliado como ótimo ou bom por 53% dos entrevistados. Outros 23% o consideram regular e 21% o avaliam como ruim ou péssimo.

Ele é mais popular que o próprio presidente Bolsonaro, portanto.

A avaliação positiva de Moro, entretanto, está em queda livre desde a primeira pesquisa do Datafolha sobre o tema, no início deste ano.

Em abril de 2019, o Datafolha revelou que 63% dos brasileiros avaliavam Sérgio Moro de forma positiva.

Em julho, o mesmo instituto revelou um total de 55% de ótimo ou bom - uma queda que pode ser explicada pelo início da divulgação das reportagens da Vaza Jato do Intercept Brasil, que escancararam os bastidores da Operação Lava Jato.

Em setembro, a aprovação de Moro teve nova queda e chegou a 54%.

A avaliação atual - 53% - corresponde, assim, a uma queda de 10% em oito meses!

Ou seja: não adiantou em nada espalhar aqueles outdoors pró-Moro pelo Brasil!

Os que aprovam o trabalho de Sérgio Moro são 88% dos que avaliam o governo Bolsonaro positivamente, 73% dos que têm renda familiar superior a dez salários mínimos, 64% dos moradores do Sul, 59% dos homens, 58% dos maiores de 60 anos e 61% dos brancos e brancas.

O Datafolha entrevistou 2.948 pessoas em 176 municípios de todo o país, entre os dias 5/XII e 6/12.

Em tempo: segundo o Datafolha, Moro possui a melhor avaliação entre os ministros de Bolsonaro. Em seguida, vem a ministra Damares (43%), Paulo Guedes (39%) e Abraham Weintraub (34%). Ricardo Salles, do Meio Ambiente, possui apenas 27%.

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Blindado pelo CNMP, Deltan processa Gilmar e quer receber R$ 59 mil por danos morais

O procurador Deltan Dellagnol, que não recebeu punições severas do Conselho Nacional do Ministério Público a despeito de todos os fatos revelados pela Vaza Jato, decidiu partir para a ofensiva; agora, ele abriu processo contra o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal por "danos morais

Brasil 247, 09/12/2019, 10:17 h

  Deltan Dallagnol e Gilmar Mendes (Foto: ABr | STF)

O procurador Deltan Dallagnol, que foi exposto em várias condutas atípicas pela Vaza Jato, decidiu partir para a ofensiva e abriu processo contra o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, por "danos morais", numa ação em que pede indenização de R$ 59 mil.

"Na ação movida na última semana, o procurador da República aponta entrevistas e manifestações de Gilmar Mendes em que ele teria o ofendido. Uma entrevista citada na ação foi concedida à Rádio Gaúcha em 7 de agosto de 2019 pelo ministro. Nela, ele afirmou que a força-tarefa coordenada por Deltan Dallagnol seria uma organização criminosa, formada por “gente muito baixa, muito desqualificada”, insinuando que os procuradores praticariam crimes", informa o blog do jornalista Fausto Macedo.

Gilmar chamou os integrantes da força-tarefa de “cretinos”, “gentalhada”, “desqualificada”, “despreparada”, “covardes”, “gângster”, “organização criminosa”, “voluptuosos”, “voluntaristas”, “espúrios”, “patifaria” e “vendilhões do templo”.

Lava Jato destruiu a imagem do Brasil e das empresas brasileiras, aponta Marcelo Odebrecht

"Do jeito que a Lava Jato foi divulgada, acabou parecendo que o Brasil é o país mais corrupto do mundo, e que as empresas brasileiras exportavam corrupção. Não é verdade —nem uma coisa nem outra. Mas nossos competidores no mundo souberam tirar vantagem disso", diz o empresário Marcelo Odebrecht, que ficou quatro anos preso

Brasil 247, 09/12/2019, 05:56 h Atualizado em 09/12/2019, 09:30

O empresário Marcelo Odebrecht concedeu sua primeira entrevista depois que passou quatro anos preso, à jornalista Bruna Narcizo, da Folha de S. Paulo, e apontou os danos causados pela Operação Lava Jato à imagem do Brasil e das empresas brasileiras. "Do jeito que a Lava Jato foi divulgada, acabou parecendo que o Brasil é o país mais corrupto do mundo, e que as empresas brasileiras exportavam corrupção. Não é verdade —nem uma coisa nem outra. Mas nossos competidores no mundo souberam tirar vantagem disso. Vários países culpam a Odebrecht. Essa é uma questão que vamos ter de superar", disse ele.

Marcelo Odebrecht também fez uma defesa enfática do BNDES, contra a acusação de que seria uma caixa-preta, e falou em detalhes do financiamento a Cuba, para a construção do porto de Mariel. "Até antes da Lava Jato, nenhum projeto nosso teve default [termo usado na economia como sinônimo descumprimento de acordo para pagamento]. Nenhum governo que a gente atuava entrou em default. Era uma coisa que a gente fazia questão de acompanhar, porque sabíamos que podia matar a galinha dos ovos de ouro. Por isso, a gente acompanhava de perto. Agora, depois da Lava Jato, com a destruição que foi feita da nossa imagem no exterior, ficou difícil de a gente ficar no pé dos governos para que os financiamentos fossem pagos", disse ele.

"Por exemplo, a questão do porto de Mariel, em Cuba. Estão dizendo que tem um default de Cuba com o Brasil. Mas veja bem, o que o Brasil tinha que pagar de Mais Médicos [pelo acordo, o governo brasileiro pagava apenas uma porcentagem aos profissionais, o restante ia para o governo cubano]. Era menos do que Cuba tinha que pagar para o Brasil. Agora, o Brasil vai e acaba com o Mais Médicos. Quer dizer: o Brasil acabou com a fonte de recurso que ajudava Cuba a pagar o financiamento. 

Se a gente fosse a Odebrecht de antes da Lava Jato, no momento em que a gente percebesse que o governo está ameaçando o Mais Médicos, nós teríamos usado de nossa influência para tentar manter o programa. Não em cima de nada ilícito, mas provando ao governo que o Mais Médicos é que iria pagar o financiamento que Cuba pegou do Brasil. Essa capacidade de negociar, de certo modo, a gente perdeu. A gente ajudava para que a geopolítica dos países fosse bastante fluída", afirmou.

domingo, 8 de dezembro de 2019

“O discurso de Bolsonaro é criminoso e de alta periculosidade”, afirma psicanalista Christian Dunker

Em entrevista à TV 247, em Lisboa, o professor e psicanalista Christian Dunker analisou o discurso fascista de Bolsonaro e falou das relações do neoliberalismo e do capital com o sofrimento. "O capitalismo descobriu o sofrimento como capital", disse. Assista

Brasil 247, 08/12/2019, 11:01 h
Christian Dunker e Jair Bolsonaro (Foto: 247 | PR)

Um dos intelectuais públicos brasileiros de grande relevância para além dos muros da universidade, o internacionalmente reconhecido professor da USP e psicanalista Christian Dunker, concedeu uma entrevista exclusiva para o programa Conexão Lisboa da TV 247.

Esteve na capital portuguesa para uma semana de aulas, conferências e palestras, contudo, encontrou um tempo para falar sobre a realidade brasileira e os avanços dos movimentos neofascistas no mundo. 

Na sua diversidade de análises, sinalizou para uma compreensão mais alargada do que é e o que representa o neoliberalismo. Nesse sentido, Dunker afirma que o “capitalismo descobriu o sofrimento como capital” e o neoliberalismo utiliza o sofrimento como elemento fundamental para reprodução da vida social. Ou seja, o neoliberalismo forja um novo tipo de moralidade, que não restringe apenas a um modo de produção, mas é uma componente crucial para compreendermos o ressurgimento do fascismo. 

Ao comentar o caso do massacre em Paraisópolis durante uma ação da Polícia Militar que matou nove jovens, o professor enfatiza que “o discurso de Bolsonaro é criminoso e de alta periculosidade.” 

Dunker faz mais reflexões da ordem da psicanálise em seu canal do Youtube, “Falando Nisso”.