segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Aragão a J B: governar não é fazer da guerra uma rotina!

Governar exige compostura!

Conversa Afiada, 30/12/2018

O Conversa Afiada reproduz do DCM trecho de artigo do ex-Ministro da Justiça Eugênio Aragão:


É a cultura do “nuisance”. Incomodar. Encher o saco, na linguagem popular. É isso que os protagonistas da “nova ordem” aprenderam a fazer desde 2013, contando com os olhares condescendentes e, quiçá até, simpáticos da mídia e de carreiras de estado. Uns meninos travessos com pais que sempre lhes passaram a mão na cabeça. O tipo do pichador de paredes sem arte. Uma contracultura sem ser cultura. Gostam de chocar, causar comoção e sobretudo criar confusão. Têm verdadeiro orgasmo quando submetidos a críticas irritadas dos incomodados. Isso pode funcionar – e funcionou – como forma de promover oposição inconsequente e predatória a um governo de que parte do establishment queria se livrar.

Mas funciona para governar? E governar com esse establishment que ficou lhes lançando piscadinhas cândidas durante a derrocada do governo democrático de Dilma Rousseff? Com certeza não. As trapalhadas infantis de Eduardo Bolsonaro em suas andanças norte-americanas e em seus palpites sobre política externa mostram um total despreparo dessa turma para as graves funções de governo.

Governar não é fazer da guerra uma rotina. A guerra, hoje, só é legítima na defesa daquilo que é fundamental e inafastável, quando o núcleo de valores é atacado de modo a colocar em risco a própria sobrevivência de quem o adote. O uso da força é “ultima ratio” e não começo de conversa. Só se guerreia quando há perspectiva de perda, eis que, para conquistar, é melhor a tratativa política. Quem governa não cria conflito de graça, porque além de exigir energia na briga, a exige também para terminá-la. E energia não se joga fora, principalmente quando pode fazer falta para outras ações de governo mais produtivas.

Governar pressupõe um ambiente de paz, em que se podem construir consensos parciais. Exige transigência e capacidade de ouvir mesmo o que não se gosta de ouvir. Não se fere adversários por esporte, porque é melhor tê-los dispostos para negociar quando preciso for. A violência não leva a nada, a não ser ao travamento do diálogo, que deve ser permanente, para dentro e para fora da sociedade doméstica.

Governar exige compostura. Quem ganha tem o dever de ser generoso com o vencido se quiser que sua vitória seja sustentável. Adversário nem sempre é inimigo, sobretudo quando estão em jogo interesses comuns. É preciso sobretudo lembrar sempre que o mundo é redondo e gira. Para quem tem a prática da violência como modo de governar, isso é perigoso, pois sempre haverá o dia da caça e o dia do caçador. É a velha e batida quarta lei de Newton: a toda a ação corresponde uma reação de mesma intensidade, em sentido contrário.

(...)

Onyx usou dinheiro público para bancar voos na campanha de Bolsonaro

Folha: cota de atividade parlamentar não prevê uso eleitoral

Conversa Afiada, 31/12/2018
Só entre São Paulo e Rio, Onyx (D) pediu reembolso para mais de 70 bilhetes, segundo a Folha (Reprodução/YouTube)

O Conversa Afiada reproduz da Fel-lha desta segunda-feira, 31/XII, trecho de reportagemde Ranier Bragon e Camila Mattoso:

“Bolsonaro vem aí! O Brasil vai endireitar e o Brasil vai mudar de verdade.”

A entusiasmada declaração do deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), compartilhada em redes sociais, é do dia da oficialização da candidatura do presidente eleito. O evento ocorreu no Centro de Convenções SulAmérica, no Rio de Janeiro, em 22 de julho.

Registros da Câmara mostram que Onyx, que assumirá a Casa Civil, pediu e obteve reembolso dos cofres públicos por passagens de ida e volta de Brasília para o aeroporto Santos Dumont, nesta data, em um valor de R$ 3.720. 

Ao todo, há no sistema da Câmara informação de reembolso para Onyx de mais de 70 bilhetes cuja origem ou destino são aeroportos do Rio e São Paulo, somando R$ 100 mil.

Desde 2017, ele integra o grupo de parlamentares que coordenou a pré-campanha e a campanha de Bolsonaro.

As regras da cota de atividade parlamentar —verba que congressistas têm para atividades do dia a dia— não permitem o uso para fins eleitorais. 

A cota é “destinada a custear gastos exclusivamente vinculados ao exercício da atividade parlamentar”, segundo ato da Mesa Diretora. 

Os dados da Câmara indicam que Onyx utilizou dinheiro público também no momento mais dramático da campanha: a facada em Bolsonaro em Juiz de Fora (MG), no dia 6 de setembro. 

Há reembolso ao deputado no valor de R$ 469 por uma passagem aérea com saída do aeroporto Presidente Itamar Franco, o mais próximo da cidade mineira, para Congonhas, em São Paulo, nesse dia.

No dia seguinte, 7, Onyx deu entrevista coletiva na porta do hospital Albert Einstein, em São Paulo, para onde o então presidenciável foi transferido.

A Câmara registra reembolso para o deputado de outros quatro bilhetes nos dias 6, 7 e 8 de setembro. De São Paulo para Porto Alegre, de Porto Alegre para o Rio, do Rio para São Paulo e, por fim, de São Paulo de volta a Porto Alegre. 

As viagens de Onyx para São Paulo e Rio que foram reembolsadas pela Câmara se tornaram mais frequentes à medida que a campanha se intensificava, a partir de julho. Uma equipe de coordenadores de sua campanha trabalhava em São Paulo.

As duas cidades também se tornaram QG da campanha porque o então candidato ficou 23 dias internado no Einstein, em setembro. Quando teve alta, foi para sua casa no Rio, onde ficou até o fim da eleição.

Em outro exemplo, Bolsonaro se reuniu entre o primeiro e o segundo turno no Rio com membros da União Democrática Independente (UDI), partido chileno de direita. Onyx também participou.

Há registro de reembolsos de passagens neste dia do então parlamentar de Porto Alegre para o Rio e depois do Rio para Brasília. O valor total foi de R$ 2.700.

Há ainda passagens de assessores do deputado para acompanhá-lo em viagens ao Rio ou a São Paulo.
Um dos principais discursos do novo governo é o da diminuição de gastos públicos. Onyx é um dos divulgadores desse lema. 

(...)

Haddad a Bolsonaro: "Feliz Ano Bozo"

Cuidado com os povos subterrâneos!

Conversa Afiada, 31/12/2018

Na manhã desta terça-feira, 31/XII, o Presidente eleito, Jair Bolsonaro, disse no Twitter que vai "combater o lixo marxista" nas escolas.

Poucas horas depois, veio a resposta de Fernando Haddad:

Dino: o objetivo é vender armas, não melhorar a segurança

Brasil se submete aos EUA

Conversa Afiada, 31/12/2018
(Crédito: Shutterstock)

Do Governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), no Twitter:


O lobby da indústria de armas é muito poderoso, com grande atuação nos Estados Unidos. Vem de lá a inspiração p/ mexer na legislação brasileira. O objetivo é VENDER mais armas, não melhorar a segurança da população. Mais um exemplo da atual submissão do Brasil aos Estados Unidos

Ameaças dão o clima na formação do governo Bolsonaro


247 - "Em Brasília, na equipe de transição, de acordo com duas fontes diversas, o clima não poderia ser pior. Já circulam abertamente, a toda hora, entre integrantes da equipe e de atores externos, ameaças de vingança, golpe, impeachment, destituição, violência, com juras de retaliação", diz o colunista Mario Vitor Santos.

"Os assédios são de diversas instâncias, entidades e indivíduos. A ala militar, na verdade também dividida, é das mais explícitas em manifestar antipatia pelo eleito, desafeto de longa data".

Petrobras elevará em 2,5% preço médio do diesel nas refinarias


A Petrobras elevará o preço médio do diesel vendido em suas refinarias e terminais em 2,5%a partir do dia 1º de janeiro, a R$ 1,8545 por litro, devido ao fim do programa de subsídio ao diesel, do governo federal, informou a companhia em comunicado.

O novo preço, segundo a Petrobras, é inferior em 11,75% ao de 31 de maio de 2018, de R$ 2,1016 por litro, o último valor médio antes do início do programa governamental.

Igreja é radicalmente contra o uso de armas, diz teólogo


O teólogo Fernando Altemeyer Junior, chefe do Departamento de Ciência da Religião da PUC São Paulo, salienta que "as igrejas são radicalmente contra o uso de armas".

"O papa Francisco agora deixou claro que essa indústria de armas norte-americana que financia o (Donald) Trump – e agora a brasileira, que financia o (Jair) Bolsonaro – é anticristã. A Igreja não tem nada a dizer quanto às armas senão um gigantesco não", completa o teólogo.

Não é uma posse, é uma apropriação indébita


O sociólogo e cientista político Emir Sader rechaça a validade da posse de Jair Bolsonaro; "Não poderia haver cerimônia sem legitimidade: Temer entregando o governo a Bolsonazi. Um assaltou o poder por meio de um golpe. O outro, mediante as farsas prisão e condenação do Lula, da facada e das notícias falsas, com financiamento ilegal do empresariado. Tudo fake, tudo fajuto, tudo ilegal e ilegítimo", ressalta.

Para ele, "o que se denominou chamar de posse do dia primeiro de janeiro, na verdade não será uma posse. Será uma apropriação indébita ilegítima, por meio de uma facada".

sábado, 29 de dezembro de 2018

Igualdade e equidade


Posse de Bolsonaro


247 - O jornalista Breno Altman comenta o boicote anunciado por PT, PSOL e PCdoB à cerimônia de posse de Jair Bolsonaro na próxima terça-feira 1º e afirma que o gesto "simboliza que o enfrentamento contra Bolsonaro será implacável, que seu governo é considerado fora dos marcos democráticos e que será incessante o embate contra as reformas e a construção do Estado policial".

Para ele, "a ausência na posse separa nitidamente os campos, inicia o longo período de plantio que antecede a colheita, projeta uma nova estratégia para um novo período histórico".

O primeiro ato da Resistência

Na opinião do jornalista José Reinaldo Carvalho, que também é Jornalista pela Democracia, "foi justa a decisão do PT, acompanhada pelo PSOL e o PCdoB, de não comparecer à cerimônia de investidura do governo da extrema direita".

Para ele, tal ação "é o primeiro ato de uma Resistência que nas novas circunstâncias se afigura prolongada, complexa e sinuosa'.

"Sua posse não será uma cerimônia, uma festa, um protocolo, uma juramentação constitucional, mas o ato oficial de inauguração de uma nova época política. Ilusão pensar que em Primeiro de Janeiro procede-se a uma mera alternância de governo", completa.