sábado, 15 de dezembro de 2018

Bolsogate: Filha de ex-assessor repassou até 99% do salário ao pai

Que sacava o dinheiro. Onde está o dinheiro, considerando que aparentemente o ex-assessor, não tem onde "cair morto"?

Nathalia Melo de Queiroz, filha do ex-assessor de Flávio Bolsonaro, o motorista Fabrício de Queiroz, depositou na conta do pai o equivalente a quase 99% do que recebeu como funcionária do gabinete na Alerj no período que está sob investigação.

A informação é de reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, que reforça as suspeitas de que Queiroz era o arrecadador da família Bolsonaro.

Brando com corruptos, Temer é duro com Battisti

reporter1 15/12/2018

Quando o assunto é cadeia, Michel Temer vira um presidente paradoxal. Denunciado duas vezes (corrupção passiva e obstrução de justiça), investigado em outros dois inquéritos (corrupção e lavagem de dinheiro), Temer pega em lanças no Supremo pela prerrogativa de livrar corruptos da cadeia. Com o mesmo ímpeto, ele guerreia pelo direito de extraditar o condenado Cesari Battisti para um cárcere na Itália.

Para devolver o meio-fio aos corruptos brasileiros, Temer capricha na generosidade, dispondo-se a perdoar-lhes 80% das penas e 100% das multas. Para passar o condenado Battisti na tranca, Temer torna-se um ser draconiano, dando de ombros para a alegação de que o condenado não poderia ser devolvido ao seu país porque casou-se com uma brasileira e teve um filho com ela.

Ironicamente, a Itália aproveitou-se da presença de um corrupto brasileiro em seu território para dar uma lição institucional ao Brasil. A coisa aconteceu em 2015. O petista Henrique Pizzolato, mensaleiro condenado pelo Supremo a 12 anos e 7 meses de cana dura, fugira para a Itália, tornando-se uma espécie de Battisti com o sinal trocado.

Preso, Pizzolato recorreu à Justiça italiana para não ser extraditado. Embora dispusessem de amparo legal para se vingar do desaforo sofrido cinco anos antes com a não-extradição de Cesare Battisti, as autoridades italianas preferiram fazer justiça, devolvendo Pizzolatto ao Brasil.

Brasil e Itália firmaram um tratado de extradição em 1989. A peça prevê que os dois países devem devolver um ao outro pessoas que estejam em seus territórios e que sejam procuradas pelas autoridades judiciais para responder a processo penal ou cumprir pena de prisão já definida em sentença. Entretanto, o documento abre uma exceção.

O tratado anota que Brasil e Itália podem optar pela “recusa facultativa da extradição” quando a pessoa procurada for um nacional. Era o caso de Pizzolato. Dono de dupla cidadania, o condenado ostentava, à luz da lei, tanto a condição de italiano quanto a de brasileiro. Ou seja: se quisesse, a Itália poderia reter Pizzolato. E ninguém teria nada com isso.

A tramitação dos casos Battisti e Pizzolato foi parecida. Em ambos a instância máxima do Judiciário dos dois países deferiu a extradição, transferindo a palavra final para as instâncias administrativas. Nesse estágio, os processos ganham contornos políticos.

No episódio envolvendo Battisti, condenado a prisão perpétua por ter passado nas armas quatro pessoas na década de 70, Lula deu de ombros para a decisão do Supremo. Sem cidadania brasileira, Battisti foi premiado com o status de refugiado político. Lula tratou aceitou o argumento de que o condenado correria risco de morrer se fosse devolvido ao seu país. Tratou o regime democrático da Itália como se fosse uma ditadura de quinta categoria.

Deu-se o oposto no caso de Pizzolato. Embora o condenado fosse um nacional, a Itália refugou a alegação de que o julgamento da Suprema Corte brasileira tivera conotação política. E aceitou sem pestanejar as garantias oferecidas pelo Estado brasileiro de que zelaria pela integridade física do preso.

Ao extraditar Pizzolato, a Itália dispensou ao Brasil um respeito que não obtivera no caso de Battisti. De resto, rendeu homenagens a um velho brocardo: a justiça começa em casa. E a casa do hipotético italiano Pizzolato era uma prisão no Brasil. Ele cumpriu o seu castigo na penitenciária da Papuda, em Brasília. Hoje, beneficiado pela progressão do regime, está solto.

Desde o ano passado, Temer pedia ao Supremo que reconhecesse o seu “direito” de extraditar Battisti. Alegou que o refúgio concedido por Lula, em 2010, não é um ato “insindicável”, como sustentam os advogados do italiano.

Por meio da Advocacia Geral da União, Temer argumentou: “Ora, tratando-se a extradição de ato eminentemente político, com ampla carga de discricionariedade, em que há liberdade de decisão e flexibilidade diante do caso concreto, atentando-se aos interesses e ao cumprimento dos tratados internacionais, ‘é notória a possibilidade de revisão [da decisão de Lula], eis que as circunstâncias justificadoras da não entrega do extraditando podem ser alteradas com o passar do tempo e, dessa forma, possibilitar uma nova avaliação do Estado requerido’.”

Relator da matéria, o ministro Luiz Fux, concedera em outubro de 2017 uma liminar pedida pela defesa de Battisti para bloquear, preventivamente, eventual decisão de Temer relacionada à extradição. Mas Fux revogou a liminar, ordenando a prisão de Battisti, que está foragido. E Temer, com a rapidez de um raio, editou o decreto de extradição.

A defesa de Battisti renovou na Suprema Corte os seus antigos argumentos. Alega-se que, afora a suposta impossibilidade de revisão do refúgio concedido por Lula, sua devolução à Itália seria inviável porque ele se casou com uma brasileira. Da união, resultou o nascimento de um filho, cujo sustento dependeria de sua permanência no país. Temer não se sensibilizou com a argumentação.

“…Não basta por si só, a contração de matrimônio e o reconhecimento de prole”, anotou a AGU em peça protocolada no Supremo em nome do presidente. “…Importante frisar, nesse ponto, que tais excludentes só se aplicam ao instituto da expulsão, não sendo extensíveis à extradição, entendimento este pacífico no âmbito do Supremo Tribunal Federal, que já editou o enunciado sumular nº 421, o qual dispõe que ‘não impede a extradição a circunstância de ser o extraditando casado com brasileira ou ter filho brasileiro’.”

Ao decretar a extradição de Battisti, Temer se antecipa a Jair Bolsonaro, que vinha deixando claro desde a campanha seu propósito de embrulhar o condenado para presente, enviando-o para Roma. A defesa de Battisti pede que a decisão monocrática (individual) de Luiz Fux seja submetida ao plenário do Supremo. O problema é que haverá apenas mais uma sessão antes do início do recesso do Judiciário.

Os ministros da Suprema Corte se reunirão pela última vez em 2018 na próxima quarta-feira. A exemplo dos advogados de Battisti, Temer também reivindica que os ministros concluam nesse dia o julgamento sobre a legalidade do decreto de indulto que editou no ano passado.

Iniciado a três semanas, o julgamento sobre o indulto foi interrompido por dois pedidos de vista —de Luiz Fux e de Dias Toffoli. A interrupção ocorreu num instante em que já havia se formado maioria de seis votos a favor da seguinte tese: o decreto de indulto é um ato discricionário do presidente da República. Mantido esse entendimento, Temer poderia, sim, incluir os corruptos no rol dos beneficiários da clemência.

A pauta do plenário do Supremo ainda não foi anunciada. Mas seria divertido, muito divertido, divertidíssimo se a Corte incluísse os dois casos na derradeira sessão do ano, a última antes dos término do governo Temer. Exibidas assim, numa mesma sessão, as duas faces de Temer —a benevolente para os corruptos e a draconiana para Battisti—virariam matéria prima para valiosos estudos sociológicos. Ou psiquiátricos.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Amor de mulher!

Perfis falsos e robôs pró-Bolsonaro continuam ativos, aponta estudo


A atuação de perfis falsos e robôs de Jair Bolsonaro no Twitter caiu fortemente após as eleições, mas ainda há um volume considerável dessas contas agindo com mensagens a favor do presidente eleito, e contra seu principal adversário na eleição, Fernando Haddad (PT), informa a jornalista Patrícia Campos Mello.

A empresa de análises AP/Exata afirma que são 2078 bots em operação mencionando Bolsonaro positivamente neste momento.

Três mil brasileiros inscritos no Mais Médicos ainda não se apresentaram


Depois de forçar o desligamento dos médicos cubanos com declarações preconceituosas e ameaçadoras, Bolsonaro enfrenta um outro problema com Programa Mais Médicos: os três mil brasileiros que se inscreveram no programa ainda não se apresentaram e o prazo para o início do trabalho termina nesta sexta-feira (14).

Os dados foram apresentados pela comissão tripartite que acompanha o programa, informa a jornalista Mônica Bergamo.

Brito: Bolsonaro não cometeu erros, cometeu crimes


Ao analisar o esquemas escusos do clã Bolsonaro, o jornalista Fernando Brito afirma que "cada pequeno trambique que aparece, é só mais um salpico de lama num esquema de nepotismo, extorsão e coleta de dinheiro".

Para Brito, não basta apenas Bolsonaro dizer que "irá pagar pelos seus erros". "Não foram erros, foram crimes e não é possível invocar a 'jurisprudência' de Sérgio Moro e deixar para lá porque, tal como Ônyx Lorenzoni, o ex-capitão arrependeu-se".

Bolsonaro detona as licenças ambientais

É horrível ser desmatador no Brasil


Conversa Afiada, 13/12/2018

Por Mariana Versolato, Ana Carolina Amaral e Phillippe Watanabe, na Fel-lha:


Em discurso em rede social, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) fez várias críticas ao que chama de ‘“indústria da multa” ambiental. Disse que as multas são extorsivas, que há “capricho” por parte de fiscais do Ibama e que a licença ambiental atrapalha a execução de obras de infraestrutura.

“O Ricardo Salles [futuro ministro do Meio Ambiente] é uma pessoa que segue a lei. Não tem ao seu lado aquele tratamento xiita na questão ambiental. E o que nós queremos dele? Que cumpra a lei. O que tivermos de errado, que achar que está um exagero, vamos enviar projetos para a Câmara para que se mude a lei.”

Bolsonaro disse que quer acabar com o chamado ato tendente —segundo a Lei 9.605/98, pescar não é apenas o simples ato de capturar peixe, mas sim "todo ato tendente a retirar, extrair, coletar, apanhar, apreender ou capturar espécimes dos grupos dos peixes, crustáceos, moluscos e vegetais hidróbios, suscetíveis ou não de aproveitamento econômico, ressalvadas as espécies ameaçadas de extinção, constantes nas listas oficiais da fauna e da flora".

Em janeiro de 2012, Bolsonaro foi multado em R$ 10 mil pelo Ibama por pesca ilegal numa estação ecológica protegida por lei. O processo administrativo resultou em uma investigação preliminar na PGR (Procuradoria-Geral da República), em Brasília. Em outubro de 2013, o então procurador-geral, Roberto Gurgel, apresentou denúncia contra o parlamentar —o caso depois foi arquivado pelo STF.

“Você, por exemplo, foi pescar e passou perto de uma área de proteção ambiental. Você é multado por ato tendente. Porque ao passar por aquela área, o fiscal entende que você iria pescar naquela região e taca-lhe uma multa em cima de você. Isso é comum. Vi muitas multas nesse sentido para pescadores pobres da baía de Angras dos Reis. (...) Inacreditável que isso aconteça no Brasil. Um capricho por parte desses fiscais, de alguns fiscais do Ibama que não podem, no meu entender, continuar agindo dessa maneira. Então vamos acertar a questão por ato tendente.”

Bolsonaro também criticou as licenças ambientais. “E essa questão ambiental, quando se fala em licença ambiental, e é obrigado a derrubar uma árvore que ela está ameaçando cair. É uma dificuldade para conseguir essa licença. E toma multa caso derrube essa árvore sem a devida licença e autorização para tal. Então essa questão de licença ambiental atrapalha quando um prefeito, governador, presidente, quer fazer uma obra de infraestrutura, uma estrada, por exemplo, quer rasgar uma estrada, quer duplicar. São problemas infindáveis. Isso acontece muito na região amazônica.”

O Acordo de Paris, assinado em 2015 por 195 países para conter o aquecimento global, também foi criticado por Bolsonaro. 

(...)

Filha de Queiroz, também do esquema Bolsonaro, é personal trainer de 'famosos'


A filha do policial militar Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro que funcionava como um "caixa" do clã Bolsonaro, também apareceu no pente fino do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).

Nathalia Queiroz, que foi secretária parlamentar do então deputado Jair Bolsonaro e foi exonerada no mesmo dia que o pai, em 15 de outubro, antes do segundo turno das eleições, é personal trainer de "famosos" e tem atividade intensa na área.

A função de secretária parlamentar, no entanto, exige, por lei, 40 horas de dedicação semanal, o que indica que ela era apenas repassadora de recursos para o esquema Bolsonaro.

Em O Globo, a família Bolsonaro volta a ser notícia


O Grupo Globo decidiu partir para cima da família Bolsonaro e estampou logo cedo a manchete que denuncia fraudes em depósitos na conta bancária de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro.

A operação de cerco aos Bolsonaro começou na terça-feira, conforme apontou matéria do 247, em que todos os veículos do Grupo de Mídia destacaram o escândalo rastreado pelo Coaf.

Os depósitos mensais, repetidos e de valores idênticos, feitos em dinheiro vivo, somaram R$ 55 mil, de acordo com a reportagem do jornal O Globo.

Pressionado, Bolsonaro fala em cortar publicidade oficial da mídia

Pela postagem de Bolsonaro, se percebe que os fakes news fazem parte de seu dia-a-dia!

Em rota de colisão cada vez mais acelerada com a mídia conservadora do país, acossado pelas duas famílias mais poderosas do segmento, os Marinho e os Frias, Bolsonaro anunciou que vai cortar a verba oficial para a imprensa.

Ele já sinalizou que a prioridade serão os sites, blogs e mídias das redes sociais, além de alguns veículos de extrema-direita ou alinhados integralmente com ele.

Em tuíte, Bolsonaro afirmou que a Caixa Econômica Federal teria gasto R$ 2,5 bilhões em publicidade em 2018. O banco desmentiu-o, informando que o valor gasto é cinco vezes menor.