sábado, 11 de novembro de 2017

Lula traz caravanas ao Rio para consolidar campanha no Sudeste



Para ampliar o apoio a sua candidatura no Rio, onde enfrenta o crescimento do nome de Bolsonaro pela direita, o ex-presidente Lula percorrerá todas as regiões do Estado, entre os dias 4 e 8 de dezembro, em sua caravana popular. 

A decisão foi anunciada ontem, durante o ato de lançamento da plataforma de consultas “ O Brasil que o Povo Quer”, que visa a colher contribuições para o programa de governo do partido, relata o jornalista Ricardo Bruno, em reportagem especial para o 247.

Enquanto a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que o PT não tem plano B, o ex-chanceler Celso Amorim também discursou e foi aclamado como futuro governador do Rio pelos militantes.

Operação militar do Brasil e EUA, na Amazônia, tem Venezuela como alvo


247 – Em novembro, uma tropa do Exército dos Estados Unidos vai participar de um exercício militar inédito, com duração de dez dias, na tríplice fronteira amazônica entre Brasil, Peru e Colômbia, do qual participarão também os dois últimos países. Em maio, o Ministério da Defesa informou que a iniciativa e o convite partiram do Brasil. Mas, segundo artigo do jornalista venezuelano Manuel José Montañez, publicado no site www.Aporrea.org, a operação foi uma imposição americana ao governo de Temer, através do embaixador Peter McKinsey, com vistas ao estudo do teatro de operações no sul da Venezuela. O objetivo não seria uma invasão militar mas o estímulo à ocupação de uma porção do território venezuelano por narcotraficantes, mercenários e “forças irregulares” que atuam na região da Cabeça do Cachorro, na tríplice fronteira Brasil-Colômbia-Perú, abrindo caminho para a criação de uma “zona ocupada”, no mesmo modelo que foi aplicado na Líbia, para desestabilizar o governo Kadafi, e depois na Síria.

Segundo o site venezuelano, participarão das manobras pelo menos 800 homens das Forças Especiais, denominadas Seal, do exército norte-americano. Recentemente, recorda o autor da matéria, depois do agravamento da crise venezuelana e das declarações de Donald Trump, dizendo não descartar a “solução militar” contra o governo de Nicolás Mauro, seu assessor de segurança Herbert McMaster esclareceu que os Estados Unidos não pensavam em ação militar direta, mas em apoiar qualquer iniciativa que partisse de nações do continente “para resgatar o povo venezuelano” do governo bolivariano. A operação militar conjunta, denominada América Unida, pode coincidir com a realização de eleições para governador nas províncias da Venezuela, marcadas para o início de dezembro, momento em que a temperatura política pode subir ainda mais na Venezuela.

“Ainda que do ponto de vista estratégico estas manobras não representem o início de uma invasão militar, na realidade, por detrás delas esconde-se um objetivo mais perverso, geopoliticamente falando. Ou seja, permitir um “melhor estudo” do teatro de operações sul-venezuelano para, no momento oportuno, empurrar para nosso território a maior quantidade possível de forças irregulares que contribuiriam para aprofundar o caos e a crise delinquencial neste espaço geográfico, com a possibilidade de criação de uma espécie de território sem autoridade, no qual operaria um “exército difuso” contra o governo central da Venezuela. Este é o formato que foi utilizado por eles no Norte da África, contra a Libia, e depois contra a Siria, hoje mergulhados no caos”, diz um texto do artigo.

O articulista menciona ainda uma resistência do comandante do Exército brasileiro, general Vilas-Boas, ao modelo da operação, que por isso estaria enfrentando pressões para renunciar ao posto.

A operação militar dos EUA na Amazônia está sendo vista como traição pelo Exército brasileiro

Por Diario do Centro do Mundo27 de julho de 2017

Os americanos estão chegando, e eles vêm fardados. O desembarque será no coração da Amazônia, em Tabatinga, na tríplice fronteira entre Peru, Brasil e Colômbia. Ficarão por lá sete dias, entre 6 e 13 de novembro. O convite foi feito pelo Exército brasileiro e a operação faz parte do projeto AmazonLog – um exercício militar inspirado numa atividade da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), realizada em 2015, da qual o Brasil foi um dos observadores.

O convite causou cizânia entre os militares. A ala nacionalista chiou. A região é considerada estratégica do ponto de vista dos interesses nacionais por concentrar a maior biodiversidade do planeta e ser fonte de recursos hídricos e reservas minerais. A proximidade irritou especialmente os oficiais da reserva. À boca pequena, via e-mail, deixaram claro o grau de insatisfação: “Convidar as forças armadas dos EUA para fazer exercícios conjuntos com nossas Forças Armadas, na Amazônia, é como crime de lesa-pátria. Ensinar ao inimigo como nos combater na selva Amazônica é alta traição.

Oficialmente, o Exército brasileiro nega que a intenção seja criar uma base multinacional em plena Floresta Amazônica, ainda que esta tenha sido um dos subprodutos da operação da Otan, realizada na Hungria, há dois anos. Lá, a operação foi militar; aqui, é descrita como uma “cooperação de paz e ajuda humanitária comum em áreas remotas e desassistidas”, ainda que a região seja visada pelo narcotráfico como rota de passagem.

Mudança de rota

Ainda que a operação AmazonLog não tenha sido a primeira a colocar lado-a-lado militares brasileiros e americanos no país – às vésperas das Olimpíadas no Rio de Janeiro, as Marinhas dos dois países fizeram uma atividade conjunta com foco no combate ao terrorismo -, ela vem à reboque de outros acordos militares assinados entre Brasil e Estados Unidos, e que sinalizam uma mudança de rota nas relação bilateral entre os dois países.

“No fim da Guerra Fria, o Brasil se deparou com um país (EUA) que era aliado estratégico e que, de repente, começou a agir de forma totalmente independente, como superpotência única. Isso provocou uma reação de hiperdefesa da Amazônia e de afastamento”, avalia o cientista político João Roberto Martins Filho, professor da Universidade Federal de São Carlos e ex-presidente da Associação Brasileira de Estudos de Defesa.

Em março último, o comandante do Exército Sul dos Estados Unidos, o major-general Clarence K.K Chinn, recebeu a medalha da Ordem do Mérito Militar. Na ocasião, visitou instalações do Comando Militar da Amazônia – uma demonstração clara de que a doutrina de defesa da Amazônia perdia força, depois de ter dominado durante décadas o pensamento corrente nas forças armadas brasileiras.

Martins não acredita que o gesto de aproximação entre Temer e Trump redunde em liberar a estratégia militar de guerra na selva, mas tem um “peso simbólico” importante, já que representa uma ruptura com a política de defesa do Brasil.

Especialista em assuntos estratégicos e editor da Agência de Notícias DefesaNet, Nelson Düring, considera um retrocesso criticar a parceria entre os dois países: “Até hoje, não descobri qual a razão de tanta restrição aos EUA por uma parte grande dos militares. O exercício trata-se de uma interação com outras forças militares. Até recentemente, não eram aceitos militares estrangeiros no Centro de Instrução de Guerra na Selva (Cigs). Agora, já tivemos americanos, europeus e até chineses. Cabe ao Brasil preservar os seus segredos. Muito do que poderia ser mantido em sigilo antes é hoje devastado pelos satélites de observação”.

PT rebate Ciro Gomes e o compara a Doria

10 de novembro de 2017 às 17h32
Paulo Pimenta pergunta a Ciro Gomes: Qual é a tua?

da assessoria do deputado Paulo Pimenta, via WhatsApp, com UOL

O presidenciável Ciro Gomes disparou várias críticas à política de alianças do ex-presidente Lula nos últimos dias.

Em Belo Horizonte, disse: “O Lula é o grande responsável por ter feito esse tipo de aliança que botou Michel Temer na Vice-Presidência e na linha de sucessão. É o grande responsável por ter ‘empoderado’ o [deputado cassado] Eduardo Cunha (PMDB).”

Ciro também criticou contradições do PT, que ensaia alianças com partidos que ajudaram a derrubar Dilma. Setores do partido pregam o pragmatismo tanto na campanha de Lula quanto em eventuais alianças para governar.

“O PT votou no Eunício [Oliveira] para a presidência do Senado. Como é que a gente diz para o povo que houve ‘golpe’ e, ato contínuo, pratica a contradição de confraternizar com o chefe dos ‘golpistas’? O presidente do Senado que praticou o golpe era o Renan Calheiros (PMDB-AL). Não é possível que quem tenha essa fidelidade ao povo doure a pílula. É por que vai ser candidato? Romero Jucá (PMDB-RR) vai ser líder de novo? Meirelles, ministro da Fazenda? Comigo não, violão”, disse o pedetista.

Aliados de Lula reagiram às críticas.

Para o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), Ciro repete a estratégia do tucano João Doria.

O parlamentar diz que Ciro deveria olhar para as próprias alianças do PDT.

“Atacar o ex-Presidente Lula e o PT, no Brasil, virou uma forma de ganhar visibilidade. O Ciro Gomes deveria, antes de mais nada, cuidar do seu próprio partido, que passou a mão na cabeça da maioria dos deputados e senadores que se aliaram aos golpistas para tirar a Dilma. Além disso, estão coligados em governos como de São Paulo, Alagoas e, até pouco tempo, no Rio Grande do Sul, aliados de primeira hora de Temer e da banda golpista que defende e a retirada de direitos da classe trabalhadora. Ao criticar Lula, Crio sequer é autêntico, ele copia João Doria que para tentar crescer eleitoralmente ataca Lula. Ao fim, Ciro revela que, na verdade, tem muitas afinidades com os políticos que diz combater”, afirmou Pimenta.

Professor de Ética e Política, da Unicamp, diz que impedir a candidatura de Lula é a mesma coisa que acender o fósforo muito perto da gasolina

Na sua visão, uma atitude drástica contra o presidente pode eliminar atenuantes políticos e colchões sociais que contribuem para a preservação das instituições brasileiras e produzir "uma explosão sem que você saiba quais são os riscos"



Professor de ética e política da Universidade de Campinas (Unicamp), Roberto Romano discutiu em entrevista à TV 247 o que pode acontecer na sociedade brasileira caso Lula seja impedido de disputar a presidência. "Significa que você está colocando o fósforo muito perto do barril," diz ele. 

Para Roberto Romano, 73 anos, sete livros publicados, uma atitude drástica contra o presidente pode eliminar atenuantes políticos e colchões sociais que contribuem para a preservação das instituições brasileiras e produzir "uma explosão sem que você saiba quais são os riscos."

Intelectual conhecido pela postura independente, de quem já fez críticas duras ao Partido dos Trabalhadores e à esquerda em geral, Roberto Romano diz na entrevista que o enfraquecimento de Michel Temer é um elemento de preocupação para a evolução da situação política. 

"Quando você fica acuado você fica inventivo", diz, referindo-se a Temer. "Sobretudo quando tem sinais de outros poderes – e agora o Judiciário está dando sinais, mais e mais – de que uma regressão institucional seria aceitável". 

Na entrevista, o professor diz que a Lava Jato emprega "métodos de investigação conhecidíssimos no Brasil: os métodos autoritários". Afirma que se ignora a presunção da inocência dos acusados, transferindo para eles a "coleta de provas. Isso é próprio de regimes ditatoriais". Referindo-se a entrevista do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal e também do TSE, que antecipou uma visão contrária a presença de Lula na campanha, Romano afirma que "este senhor deveria ter mais contenção. Na Constituição está claro que você não pode abolir o princípio de presunção da inocência." Conforme o professor, "ele está no lugar errado. Ou volta a uma leitura coerente com a Constituição ou seria necessário que fosse impedido ou saísse".

Estudioso com um ótimo manejo de inglês e francês, um domínio acima do razoável do alemão e capaz de boas leituras em russo, Roberto Romano emprega uma imagem do filósofo holandês Baruch Espinoza (1632-16677) para explicar a importância de Lula no atual momento político brasileiro, que descreve como "regressão antropológica, regressão cultural e nas liberdades públicas." Lembra que, pelas regras do Direito Natural, "o peixe grande come o pequeno. Mas como ele (Espinoza) é um democrata, a única maneira de acabar com esse monopólio é os peixes pequenos se juntarem e fazer força suficiente para barrá-lo". Ele foi a assinatura numero 13 de um manifesto que pediu o lançamento da candidatura de Lula em março e está convencido de que ele representa uma "defesa social" para barrar "essa avalanche de direita" no país. Mesmo reconhecendo que o papel dos intelectuais, na vida pública, é diferente daquele assumido pelos políticos, o professor adverte para um ponto que tem preocupado eleitores dentro e fora do PT: "cuidado com essas alianças. Se alguém traiu uma vez trairá de novo. O PMDB tem-se mostrado especialista nisto."

Convidado frequente para debates sobre questões éticas na política, Roberto Romano acha que o país enfrenta "uma inflação" de discussões sobre esse assunto e faz uma pequena provocação quando lhe perguntam se o Brasil é o país mais corrupto do mundo. "Quer exemplo de sociedade corrupta para caramba? Chama-se Suíça," explica, lembrando que naquele país se faz a lavagem mundial de recursos criminosos – terrorismo, narcotráfico, corrupção – e a maioria da população não reclama disso. "E não me venha com a história do que o povo suíço não sabe", ri.

Tijolaço: na política, as elites brasileiras estão colaborando com Lula

Evidentemente, que sem o menor interesse de colaborar

Jornalista Fernando Brito analisa o desespero das elites brasileiras depois do esfacelamento do PSDB na guerra interna deflagrada pelo senador Aécio Neves.

"Atiram-se, como se vê, na esperança de qualquer um que as livre de Lula e de Bolsonaro, que elas próprias criaram com a tática fácil do 'inimigo interno' de violência e da criminalidade, como se estas fossem pragas do Egito, das quais só nos livraremos pela conversão fundamentalista", diz Brito.

"Estão dispostas a um concurso de calouros, a gritar para o povo – peço desculpas ao velho Abelardo Barbosa: 'vai para o trono ou não vai?' É incrível, mas as elites brasileiras, na política, estão colaborando com Lula".

Presidente do TRF4 vê Lula julgado antes da eleição e fala em interesse da Nação

Ele está esquecendo de dizer que magistrado não pode e nem deve falar fora do processo, porque isso fere o princípio e a ética da Magistratura

O presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, afirmou na noite dessa sexta-feira 10 que a corte julgará o recurso contra condenação do ex-presidente Lula até agosto, isto é, em tempo hábil para que a candidatura de Lula à Presidência da República seja impedida.

"Minha expectativa inicial é que até agosto do ano próximo o Tribunal já estaria em condições de julgar este processo", afirmou.

O magistrado, que já declarou que a sentença do juiz Sérgio Moro é "irrepreensível" e "entrará para a história", sinalizou que o tribunal fará de tudo para impedir um candidato que já se aproxima de 40% dos votos, excluindo o nome mais forte do campo popular da disputa.

"É um interesse da própria nação e dos réus envolvidos".

Ele está esquecendo de dizer que é um interesse da nação, a observância da Constituição Federal. Ele está esquecendo de dizer que magistrado não pode e nem deve falar fora do processo, porque isso fere o princípio e a ética da Magistratura.

É a barbárie: desmonte da CLT acaba com proteção ao trabalhador

Temer deu o golpe apoiado pela elite favorecer ao máximo a classe dominante  

A lei trabalhista de Temer, que entra em vigor neste sábado, dia 11, dá aos empresários um poder sem limites, um poder absoluto de fazer e desfazer da vida dos trabalhadores e das trabalhadoras.

Entre as mudanças aprovadas por este Congresso Nacional corrupto, liderado por Temer, está o direito de as empresas poderem fazer um termo de quitação anual.

Sabe o que isso significa? A cada ano de trabalho, o RH vai chamar o trabalhador ou a trabalhadora para assinar o chamado "Termo de Quitação Anual", que nada mais é do que um comprovante de que o/a trabalhador/a recebeu tudo que tinha direito naqueles 12 meses, como salários, 13° salário, férias, PLR etc.

O trabalhador que assinar o termo de quitação não poderá reclamar na Justiça Trabalhista caso descubra que no período foi desrespeitado algum direito, como por exemplo, a empresa não depositou o FGTS em sua conta individual, ou não pagou as horas extras devidas.

Agora, você deve estar pensando: e daí, como eu saio dessa?

Não podemos nos deixar intimidar. Se o trabalhador não quiser, não assina (mas pode ser demitido).

A nova Lei trabalhista prevê isso. Lá diz que o Termo de Quitação é facultativo.

Se, sozinho e com a pressão do patrão ele conseguir ter tranquilidade para analisar e descobrir irregularidades no termo, ele pode pedir para a empresa tomar providências e correr o risco de ser demitido.

Não é mais novidade que a nova lei trabalhista de Temer beneficiou os patrões mais conservadores e gananciosos e legalizou a exploração no mercado de trabalho brasileiro. O que poucos prestaram atenção é na extensão das maldades. Voltamos a escravidão e à servidão humana.

Para Temer e os deputados aliados ao seu governo golpista e ilegítimo, não bastava jogar no lixo 100 itens da CLT que protegiam os trabalhadores e as trabalhadoras de empresários inescrupulosos. Era fundamental dar a essa turma de empresários segurança jurídica para explorar, enganar, intimidar e impedir que os sindicatos agissem para combater a má-fé, o ataque aos direitos adquiridos, o não pagamento de direitos, os depósitos ao INSS e ao FGTS.

Hoje, para garantir os direitos a transparência, a homologação das rescisões de contratos de trabalho com no mínimo um ano de registro em carteira deve ser feita no sindicato, com a presença da empresa e do trabalhador. Qualquer problema, como o não recebimento de valores corretos de verbas rescisórias, o trabalhador acionava a Justiça do Trabalho, mesmo que tivesse assinado acordo entre as partes. Isso porque, a lei vetava tudo que significasse perda para o trabalhador, independentemente de ter assinado. A lei se sobrepunha ao acordo manipulado pelos patrões.

A partir do próximo dia 11, não é mais obrigatório homologar no sindicato, mesmo que você tenha mais de um ano de registro. E ainda existe a brecha para que a Justiça do Trabalho aceite acordos extrajudiciais de rescisão contratual, assinados entre patrões e empregados.

Com a nova lei, o trabalhador também vai negociar sozinho sua demissão, checar o termo de rescisão para ver se as contas estão certas, se tudo está sendo pago e formalizar o desligamento na sede da própria empresa. E ao assinar o acordo, ao invés de 40% da multa do FGTS receberá 20%, a sua conta individual do FGTS também será tungada em 20% e ele só poderá sacar 80% do que tiver depositado. Ah, o aviso prévio também será pela metade e, para piorar, ao assinar o acordo perderá o direito ao seguro-desemprego.

É ou não é uma barbárie?

Só tem uma saída: resistir, lutar pela anulação da reforma, ocupar as ruas, denunciar as barbaridades contidas na lei, se organizar nos locais de trabalho, procurador o seu sindicato e agir coletivamente. Sozinhos somos fracos, juntos somos fortes.

Nesta sexta, dia 10, estaremos nas ruas de todo o país protestando e denunciando o desmonte da CLT, os ataques à aposentadoria e ao combate ao trabalho escravo. A CUT também está fazendo uma Campanha Nacional pela Anulação da Reforma Trabalhista. Quando alcançarmos 1,300 milhão de assinaturas necessárias, vamos apresentar ao Congresso Nacional um Projeto de Lei de Iniciativa Popular para anular a reforma.

Casa da Moeda desmente governo e mostra superávits sucessivos

Revista Fórum, 25 de agosto de 2017

De acordo com o presidente da estatal, o lucro diminuiu, mas está longe de apresentar prejuízos recorrentes, conforme anunciou Moreira Franco ao anunciar a privatização.

Da Redação*

Ao anunciar a venda da Casa da Moeda do Brasil (CMB), na última quarta-feira (23), o governo brasileiro anunciou que a estatal tem tido prejuízos recorrentes. O presidente da estatal, Alexandre Borges Cabral, desmentiu o governo e declarou ao jornal Valor Econômico que a instituição registrou sucessivos superávits nos últimos anos.

De fato, a empresa tem apresentado resultados menores desde 2016 e deve chegar a um prejuízo neste ano – mas a companhia diz esperar revertê-lo já em 2018. “Se o governo quiser avaliar [a privatização], é uma decisão estratégica válida. Mas estamos fazendo nosso dever de casa”, disse Cabral.

Segundo ele, as dificuldades financeiras começaram em 2016 especificamente devido ao efeito da Desvinculação de Receitas da União (DRU), que teria impactado a Casa da Moeda em mais de R$ 500 milhões. Além disso, houve uma mudança no sistema de fiscalização da indústria de bebidas que reduziu as receitas da estatal.

Os relatórios financeiros mostram que a companhia teve superávit de mais de R$ 300 milhões em 2015, que caiu para R$ 60 milhões em 2016 – uma redução de aproximadamente 80%. A empresa afirma que, em 2017, o déficit previsto será coberto com recursos próprios da instituição – sem necessidade de aporte do Tesouro Nacional.

No ano que vem, o presidente espera que a estatal já volte ao azul com base em medidas que reduzem despesas de até R$ 14,1 milhões ao ano, como a extinção de três superintendências, 28 gerências e 99 cargos comissionados. Além disso, será posto em prática um Programa de Desligamento Voluntário que vai gerar uma economia potencial de R$ 55 milhões por ano a partir de 2018.

Para o aumento de receita, a empresa defende que diferentes projetos estão em andamento, como a “ampliação da venda dos produtos existentes, além do desenvolvimento de novos produtos como o novo sistema de controle e rastreamento de bebidas” – que deve começar a funcionar no início de 2018. “Acredito que não é o fato de ser empresa privada ou pública que torna [a gestão] eficiente ou não, vai depender do trabalho das pessoas. Mas [privatizar] é uma decisão de governo”, afirma Cabral.

Indicado pelo PTB, o presidente da Casa da Moeda é funcionário de carreira do Banco do Nordeste e assumiu o posto da estatal que fabrica o dinheiro do país após a chegada do presidente Michel Temer à Presidência. Ele foi o terceiro a conduzir a empresa em 2016 e em um ano tumultuado de problemas na confecção de passaportes por conta da falta de equipamentos.

Os números da Casa da Moeda contrastam com a versão divulgada na quarta-feira pelo Palácio do Planalto, que dizia que a estatal estava tendo prejuízos recorrentes. Segundo disse em cerimônia sobre as privatizações no Planalto o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Moreira Franco, o avanço tecnológico e a queda na demanda do país por cédulas e moedas têm causado prejuízos “sucessivos” ao órgão.

Procurada para responder sobre a contradição da fala de Moreira Franco com os números, a assessoria do ministro afirmou que as afirmações sobre prejuízos “sucessivos” eram sobre a redução do superávit e sobre o déficit em 2017 – que, diz, pode passar de R$ 300 milhões. “A redução drástica dos lucros entre 2015 e 2016, bem como o déficit que a Casa da Moeda terá em 2017 representam prejuízos sucessivos de fato”. “A venda de ativos pelo governo federal pretende oferecer melhores serviços aos brasileiros, bem como promover emprego e renda no país”, completou nota da assessoria.

O Ministério da Fazenda reconhece que a Casa da Moeda, vinculada à pasta, teve lucro em anos anteriores – mas o que preocupa é a situação de agora em diante. Segundo a pasta, a principal fonte de receita foi o Sistema de Controle de Produção de Bebidas – suspenso por ser considerado caro. Além disso, lembra a pasta, o Banco Central foi recentemente autorizado por lei a importar cédulas e moedas, o que diminui a perspectiva de receitas da estatal. “Há risco relevante de a Casa da Moeda tornar-se uma estatal dependente de aportes do Tesouro”, afirma a Fazenda em posicionamento.

Fabiano Jantalia, consultor legislativo da Câmara dos Deputados que produziu um levantamento sobre o mecanismo de produção de moedas pelo mundo, diz que o processo de privatização encontra diferentes exemplos nas práticas internacionais. “Não vejo nenhum tipo de solução tupiniquim, nenhuma jabuticaba”, afirmou em entrevista. Segundo ele, pode haver “fortíssimo” interesse de empresas na Casa da Moeda. “Há fortes players internacionais nesse segmento”, diz.

*Com informações do jornal Valor Econômico/Foto: USP Imagens

Moreira diz que Casa da Moeda vem dando prejuízos seguidos

O ministro da Secretaria-geral da Presidência afirmou que o negócio principal da empresa é produzir moeda, contudo, o consumo de moeda no Brasil está caindo

Estadão, 23 ago 2017, 18h12
Moreira Franco: "Usamos cada vez menos papel moeda e moeda" (Adriano Machado/Reuters)

Brasília – A ideia de privatização da Casa da Moeda foi levada pelo Ministério da Fazenda ao governo federal e fortemente apoiada pelo ministro da Secretaria-geral da Presidência da República, Wellington Moreira Franco.

Um dos argumentos do governo é que há prejuízos crescentes na estatal ao mesmo tempo em que, diante do avanço tecnológico, brasileiros usam cada vez menos cédulas e moedas.

“A Fazenda vai aprofundar estudos sobre o destino da Casa da Moeda, que vem tendo prejuízos sucessivos. Isso acontece porque o negócio principal da empresa é produzir moeda e acontece que o consumo de moeda no Brasil cai. Ou seja, usamos cada vez menos papel moeda e moeda”, disse o ministro, após reunião do conselho do Programa de Parceria de Investimento (PPI).

“Isso significa que a saúde financeira está extremamente debilitada pelo avanço da tecnologia”, completou.

Moreira Franco defende a venda da estatal antes que a companhia chegue a uma situação de prejuízos tão grandes que passaria a depender do dinheiro do Tesouro Nacional.