sexta-feira, 14 de julho de 2017

Lula começa pelo Nordeste a articulação para 2018


Ex-presidente viajará aos Estados da região em agosto; elaboração da agenda tem a contribuição de um nordestino, o ex-deputado Márcio Macêdo, vice-presidente nacional do PT; primeira articulação foi o encontro entre Lula e o governador de Sergipe, Jackson Barreto (PMDB).

Ao governador, o ex-presidente pediu para que dispute o Senado e defendeu a união das forças progressistas em torno de um projeto capaz de tirar o Brasil da crise.

"Lula avalia que um governo progressista irá necessitar mais do que nunca de um Congresso Nacional que apoie as decisões que beneficiem o povo", diz Jackson.

Vice-presidente do PT diz que "ganhando a eleição, o ex-presidente vai construir a unidade nacional".

Sentença reforça semelhança de ‘triplex do Lula’ com ‘apartamento do JK’

Blog do Mário Magalhães, 13/07/2017 10:54


A leitura das 92.742 palavras da sentença assinada ontem pelo juiz federal Sérgio Fernando Moro permite supor que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha mesmo cometido os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro pelos quais foi condenado a nove anos e seis meses de reclusão.

A decisão permite igualmente supor que Lula seja inocente no processo, relativo ao triplex no Guarujá. O conjunto indiciário não parece oferecer provas acima de qualquer dúvida razoável de que o ex-presidente seja ou tenha sido o dono do imóvel cuja propriedade seria ocultada e dissimulada por ele. Não é evidente que tenha pedido, recebido ou aceito promessa de vantagem indevida em virtude da função pública que exerceu.

Os indícios e provas colhidos na investigação expõem a inequívoca promiscuidade entre Lula e o empreiteiro José Adelmário Pinheiro Filho, vulgo Léo Pinheiro, sócio da OAS. ''O Léo'', como Lula se referiu ao empresário, com intimidade, no interrogatório em Curitiba.

A relação promíscua é certa e provada, mas não o cometimento de crimes decorrentes ou na origem dela. Ao menos na ação sobre o triplex _há outras quatro em andamento, com Lula na condição de réu. É a impressão que fica ao percorrer os 581.882 caracteres da sentença (incluindo espaços).

Existem provas acima de qualquer dúvida razoável de que no governo Lula a corrupção vigorou na Petrobras, assim como nas administrações da sua sucessora, Dilma Rousseff, e do seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso. E de que o Partido dos Trabalhadores manteve e eventualmente ampliou esquemas criminosos de financiamento de campanha e roubalheiras aparentadas (talvez nunca se saiba se a corrupção se ampliou ou se o que aumentou foi o controle sobre a rapina do patrimônio público). O PT igualou-se a PMDB, PSDB e companhia. Lambuzou-se, no eufemismo consagrado do petista Jacques Wagner.

Daí a provar cabalmente que o triplex do Condomínio Solaris é ou era de Lula, ou lhe foi prometido como propina, há distância.

A sentença judicial reforça a semelhança do caso do ''triplex do Lula'' com o do ''apartamento do JK''. Como contado aqui no blog no ano passado, o ex-presidente Juscelino Kubitschek foi investigado pela ditadura como alegado proprietário oculto de um apartamento na avenida Vieira Souto, debruçado sobre a praia de Ipanema. Ele morava lá. Sua mulher, Sarah, mudou o projeto do imóvel, provocou demissão de um mestre de obras. Mais tarde confirmou-se que o dono do apartamento era um empresário amigo de Juscelino.

Pode ser que eu esteja errado. Mas o caso do triplex do século 21 continua lembrando o episódio do apartamento dos anos 1960.

Abaixo, reproduzo o post de março de 2016 com pormenores sobre o ''apartamento do JK''.

Tudo é história.

*

Tratado como ladrão, JK foi acusado de ser dono de imóvel em nome de amigo

Depois de deixar a Presidência, Juscelino Kubitschek (1902-1976) foi morar num apartamento novinho em folha na avenida Vieira Souto, Ipanema, o metro quadrado mais caro do país.

A empreiteira que ergueu o prédio havia tocado na região Sul uma obra concedida pela administração JK (1956-1961).

O projeto arquitetônico do prédio foi desenhado por Oscar Niemeyer, que nada cobrou pelo serviço.

Mais de uma vez o ex-presidente visitou as obras do apê que viria a ocupar.

Idem sua mulher, dona Sarah, que pediu numerosas alterações no projeto original.

Um mestre de obras foi afastado, devido a reclamações da antiga primeira-dama.

O imóvel era espaçoso. Jornais publicariam que tinha 1.400 metros quadrados, o que parece exagero. Mas nele JK chegou a discursar para centenas de pessoas.

Juscelino pagava um aluguel irrisório ou morava de graça _as versões variam.

O apartamento em frente ao mar estava em nome de uma empresa controlada pelo banqueiro Sebastião Pais de Almeida.

Multimilionário, o empresário era amigo de JK, em cujo governo havia sido ministro da Fazenda.

Em junho de 1964, a ditadura recém-instalada cassou o mandato de senador de Juscelino e suspendeu seus direitos políticos por dez anos.

O ex-presidente teve a vida devassada, investigado em inquéritos policiais militares.

As autoridades o acusaram de um sem-número de falcatruas, como se fosse um ladrão voraz.

A acusação de maior apelo entre os opositores do ex-governante era a de que, na verdade, o apartamento da Vieira Souto era de Juscelino.

Sem renda para justificar tamanha ostentação, o ex-presidente ''corrupto'' teria preferido ocultar o patrimônio.

Portanto, Sebastião Pais de Almeida seria um laranja. Atípico, tal a sua fortuna, mas laranja.

Certa imprensa fez um Carnaval, chancelando as acusações da ditadura, como se vê em títulos de jornal reproduzidos neste post.

Na Justiça comum, nem julgamento houve.

O procurador considerou não haver provas de que Juscelino fosse o dono do apartamento.

E enumerou provas de que o imóvel pertencia mesmo a Sebastião Pais de Almeida, que o emprestara ao amigo JK.

O juiz mandou arquivar o processo.

Dei com as notícias _onze, abaixo e acima_ na apuração do meu próximo livro, uma biografia de Carlos Lacerda (1914-1977), cujo triplex na praia do Flamengo foi alvo dos seus adversários.

Os recortes integram o acervo do velho SNI, Serviço Nacional de Informações, criado justamente em junho de 1964. Estão no Arquivo Nacional.

É certo que outras publicações jornalísticas trataram do apartamento onde a família Kubitschek vivia.

Mas eu reproduzo o que tenho à mão, a papelada sobre Juscelino selecionada pelos arapongas.

O nome do jornal que veiculou cada texto é identificado pelos burocratas da ditadura na folha de papel onde os recortes foram colados.

Há um caso em que não se informa qual é o jornal.

E outro em que o título foi manuscrito.

Hoje, Juscelino Kubitschek é considerado grande brasileiro.

Dona Sarah dá nome a uma rede de hospitais de reabilitação.

Lula

A história do apartamento que não era de JK significa que o triplex do Guarujá não pertence ao ex-presidente Lula?

Não necessariamente.

Desconheço minúcias do inquérito e do processo sobre o petista.

Isso é com a polícia, o Ministério Público e a Justiça.

Sei é que, sem prova, pode se supor muita coisa.

Mas condenar por suposição não é fazer justiça.

Promiscuidade

Tanto no caso de JK quanto no de Lula há indícios de promiscuidade entre agentes públicos e privados.

Tal promiscuidade é condenável e faz mal ao Brasil.

Se é sempre crime ou não, são outros quinhentos.

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quinta-feira, 13 de julho de 2017

Em edição extra, VEJA condena Lula, enquanto juristas condenam Moro


247 - A revista Veja divulgou nesta quinta-feira 13 uma edição especial para celebrar o quanto antes a condenação do ex-presidente Lula pelo juiz Sergio Moro a 9 anos e meio de prisão.

Enquanto a publicação da Abril traz destaque para a condenação do ex-presidente, diversos representantes da comunidade jurídica criticaram a sentença do juiz de Curitiba, que cuida dos processos da Lava Jato em primeira instância.

O professor de Direito Constitucional na PUC-SP, Pedro Estevam Serrano, por exemplo, considera que o processo contém vícios evidentes. Doutor e mestre em Ciências Criminais, Salah H. Khaled Jr considera que Sérgio Moro sustenta, mais uma vez, a reputação de juiz justiceiro sob forte apelo midiático.

Zveiter acusa Temer de obstruir Justiça e admite ‘vitória artificial’ do governo na CCJ


Relator na CCJ da Câmara da denúncia contra Michel Temer, o deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ) acusa o peemedebista de nova obstrução de Justiça

De acordo com Zveiter, a liberação de emendas parlamentares, trocar integrantes do colegiado e distribuir cargos a aliados dos políticos para garantir a rejeição do seu parecer pedindo a continuidade do julgamento contra Temer no STF configuram o crime.

Vitorioso na CCJ, Temer não tem o que festejar

Josias de Souza13/07/2017 19:39

Quando as coisas vão mal para um presidente, até as vitórias se parecem com derrotas. Michel Temer prevaleceu na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (veja aqui e aqui). Porém, o presidente teria amargado uma derrota se o Planalto não tivesse recorrido à malandragem de expurgar da comissão os deputados que votariam a favor da denúncia que acusa Temer de corrupção. Os silvérios governistas foram substituídos por colegas que tinham milhõe$ de razões para enterrar com vida o escândalo da JBS.

A teatralidade truculenta da CCJ será inútil se o governo não conseguir concluir o velório no plenário da Câmara. O plano original era o de lançar a última pá de cal sobre a denúncia contra Temer nesta sexta-feira. Entretanto, o presidente da Câmara, que se comporta como pretendente ao trono, fixou o quórum mínimo para abertura da sessão em 342 deputados. E o governo, que outrora se jactava de ter 411 votos na Câmara, se deu conta de que não dispõe da infantaria necessária.

O ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) expressou a resignação do Planalto: ''Pode ser agora ou pode ser em agosto, quem quer receber a denúncia é quem tem de colocar o quórum. Essa é a posição pessoal do Rodrigo Maia e nós temos de nos resignar com a posição dele, já que é ele quem comanda a pauta.''

Quando a urucubaca se abate sobre um governo, até o que parece fácil se torna difícil. Para impedir que a Câmara autorize o STF a converter a denúncia em ação penal contra Temer, o governo precisa de 172 aliados. Para assegurar o recebimento da denúncia a oposição terá providenciar 342 votos —dois terços da Câmara.

Os governistas alegam que já dispõem de algo como 270 votos. É o suficiente para evitar que os rivais de Temer formem a maioria de 342 a favor de que precisam. Mas é pouco para um governo que tem pressa para realizar uma sessão com o mesmo número de presenças. Ao farejar o raquitismo legislativo de Temer, a oposição e os governistas rebelados decidiram esvaziar o plenário, empurrando a encrenca para agosto, depois das férias dos deputados.

Temer tinha pressa porque morre de medo do que está por vir: as delações tóxicas do doleito Lúcio Funaro e do ex-deputado Eduardo Cunha, a segunda denúncia do procurador-geral Rodrigo Janot, quiçá uma terceira acusação. Tudo isso e mais o contato que os deputados terão durante as férais com uma sociedade que nutre aversão crescente pelo presidente e seu governo.

O presidente ainda sonha em deter a abertura de uma ação penal que o afastaria da Presidência por pelo menos seis meses e permitira ao Supremo lançar luz sobre seu encontro clandestino com o delator Joesley Batista, a mala com a propina de R$ 500 mil entregue ao preposto Rodrigo Rocha Loures e a suspeita de compra do silêncio de Cunha e Funaro.

Apagando as luzes, a Câmara acenderá o forno. E tudo acabará em pizza. O problema é que, nessa hipótese, a gestão de Temer tende a virar orégano. Um presidente que não consegue reunir o mínimo de 308 votos exigidos para aprovar uma emenda constitucional como a da Previdência não é senão uma evidência de que certas vitórias tornam o poder impotente.

Nobel da Paz condena golpe judicial contra a democracia brasileira


O ativista argentino Adolfo Perez Esquivel, Nobel da Paz em 1980, classificou a condenação do ex-presidente Lula como um golpe do "Partido Judicial", representado pelo juiz Sergio Moro, contra a democracia brasileira.

Ele afirma que o Brasil foi primeiro vítima de um golpe parlamentar, com o afastamento da presidente legítima Dilma Rousseff, e agora de um segundo golpe, com a tentativa de inviabilizar a participação de Lula no processo eleitoral brasileiro.

Detalhe: Lula lidera todas as pesquisas eleitorais e é considerado o melhor presidente de todos os tempos pelos brasileiros.

Moro confirmou seu papel no golpe


"A condenação do Lula pelo Moro fecha a 'quadratura do círculo' do golpe. Ela é publicada no dia seguinte à aprovação do pacto escravocrata no Senado [reforma trabalhista].

No mesmo dia da liberação de Geddel Vieira Lima da cadeia.

Na semana em que o Senado desiste de cassar Aécio Neves, e em que o STF libera da prisão o “mula” Rodrigo Rocha Loures, que carregou a mala de 500 mil reais de Temer.

E na semana em que a Câmara inicia a discussão que poderá safar o 'chefe da maior e mais perigosa quadrilha do Brasil' de ser julgado pelo STF", diz o colunista Jeferson Miola.

"Moro é um ator da estratégia golpista, e busca desempenhar seu papel no golpe, de implodir a candidatura do ex-presidente na eleição de 2018".

Moro usou matéria do Globo como ‘prova documental’ que triplex é do Lula


O juiz Sergio Moro elaborou uma síntese das "provas documentais" que, segundo ele, confirmam a denúncia da Lava Jato contra Lula por conta do triplex, e inseriu entre elas uma reportagem publicada pelo jornal O Globo, em 2010, com a informação de que o apartamento no Guarujá pertenceria à família do ex-presidente.

DataVeja: Para 86%, Lula será presidente


247 - A revista Veja, que publicou uma edição especial nesta quinta-feira 13 para condenar o ex-presidente Lula, fez uma enquete com seus leitores no site da publicação e o resultado foi frustrante.

Para 86% dos internautas que responderam à pesquisa, Lula será presidente da República. E para apenas 14%, ele será preso. 

Lula foi condenado ontem por corrupção passiva e lavagem de dinheiro a 9 anos e 6 meses de prisão pelo juiz Sergio Moro.

Acompanhe aqui o resultado da enquete, que já tem mais de 52 mil votos.

Sem comprar deputados, Temer teria levado surra


A substituição de 13 membros da CCJ pelo Palácio do Planalto revela que Michel Temer tinha apenas 27 votos para segurar a admissibilidade da denúncia por corrupção passiva. O cálculo é do senador Roberto Requião (PMDB-PR), presidente da Frente Ampla.

“Se foram 13 as trocas da comissão teríamos 38 votos a favor da admissibilidade e 27 contra”, tuitou o senador do PMDB.

“É obstrução à Justiça usar dinheiro público para que deputados venham aqui votar a favor de um arquivamento esdrúxulo, inadequado, inoportuno”, reagiu ainda o relator Sergio Zveiter (PMDB-RJ).

Troca-troca indecoroso promovido por Michel Temer, apontado como corrupto por 80% dos brasileiros, foi aceito pela presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia.