segunda-feira, 10 de julho de 2017

Compra de vaga na CCJ reforça nova acusação contra Temer


Episódio emblemático ocorrido nesta segunda-feira 10 pode dar força à nova denúncia que já será feita pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra Michel Temer pelo crime de obstrução à Justiça, por ter mandando silenciar Eduardo Cunha e Lúcio Funaro.

O deputado Delegado Waldir, do PR de Goiás, acusou hoje o governo Temer de "comprar" sua vaga na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, para ganhar votos contra a denúncia por corrupção que será votada esta semana no colegiado.

"Me venderam. Governo corrupto, vai cair. Sabem o que é isso? Barganha!", disse, aos gritos, o parlamentar substituído, que também chamou Temer de "bandido".

Com o feito, Temer reincidiu na obstrução.

Deputado do PR acusa Temer de comprar sua vaga e o chama de bandido

Vários parlamentares foram substituídos

Pouco antes da sessão da CCJ em que foi lido o parecer do relator sobre a denúncia contra Michel Temer, diversos partidos trocaram os titulares da comissão com o intuito de angariar votos contra a denúncia.

O deputado Delegado Waldir (PR-GO), revoltado, acusou o PR de "vender" sua vaga no CCJ ao governo.

"Me venderam. Governo corrupto, vai cair", acusou.

"Sabem o que é isso? Barganha!", disse aos berros.

Antes, ele havia afirmado que votaria a favor da denúncia.

Relator acole denúncia contra Temer por corrupção


Deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ), que lê nesta tarde na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ) seu parecer sobre a denúncia por corrupção contra Michel Temer, afirmou que, "por ora, temos indícios, que são sérios o suficiente" para justificar o recebimento da denúncia, cujo prosseguimento será definido pelo plenário da Casa.

Ele destacou que a acusação "é grave" e, diante dela, "não podemos silenciar".

"Não é fantasiosa a acusação", disse, rebatendo a defesa de Temer; "É preciso que se faça a investigação. São várias as pessoas envolvidas e a verdade precisa ser esclarecida", acrescentou; ter um ocupante da presidência investigado por corrupção é fato inédito na história do Brasil.

Tijolaço: a imoral “estratégia” tucana para aprovar a reforma e largar Temer


"Há coisa mais indecorosa que a reunião do tucanato, hoje, para decidir que abandonará o governo Michel Temer amanhã, depois de aprovada a reforma trabalhista?", questiona o jornalista Fernando Brito, do Tijolaço, que define o encontro dos tucanos como uma "das coisas mais imorais da política brasileira".

"Há um cheiro de traição mútua nas votações do Congresso", diz ele.

PR troca 80% dos membros da CCJ por votos pró-Temer


Temer manobra na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara para tentar barrar denúncia da Procuradoria-Geral por corrupção passiva.

PR troca quatro dos cinco deputados na Comissão, de forma a tentar ajudar Temer a escapar; José Rocha, líder do partido, diz que os parlamentares substituídos não se sentiam confortáveis votando contra a denúncia.

Para Marcos Nobre, PMDB só virou governo devido à Lava Jato


Para o filósofo da Unicamp, o PMDB não tem capacidade nem intenção de governar – seu objetivo é oferecer estabilidade para o governo em troca de poder.

Segundo ele, Dilma Rousseff teria caído por não garantir nem recursos nem proteção judicial aos políticos do partido.

Relatório do MPT diz que reforma trabalhista de Temer é inconstitucional


Projeto da reforma trabalhista proposta pelo governo Michel Temer e que deverá ser votada nesta terça (11) no Senado Federal viola princípios básicos da Constituição, de acordo com relatório do Ministério Público do Trabalho.

MPT afirma que pelo menos 12 pontos do projeto de lei que altera a legislação trabalhista ferem direitos constitucionais do trabalhador.

As mudanças violam os princípios da dignidade humana e da proteção social do trabalho, e podem ameaçar até o salário mínimo, segundo o procurador-geral do Trabalho, Ronaldo Fleury. 

O documento foi apresentado ao senadores no último dia 26 de junho.

Corte de gastos do governo Temer deve fechar metade das agências do INSS


Corte de gastos promovido pelo governo Michel Temer, que deve fechar o ano com um déficit da ordem de R$ 139 bilhões, deve afetar até o atendimento do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), levando a suspensão do atendimento à população em até cerca da metade das agências da instituição em todo o país.

O corte ordenado pelo Ministério do Planejamento teria alcançado 40% dos recursos destinados às agências do INSS.

O golpe parlamentar que colocou Michel Temer ao poder continua fazendo vítimas principalmente entre os mais fracos: aposentados, pensionistas e trabalhadores.

Renan: Câmara vai degolar o Temer

Ele sempre soube que o Cunha é ladrão

Conversa Afiada, 10/07/2017

O Conversa Afiada reproduz trechos da entrevista de Renan Calheiros a Talita Fernandes, na Fel-lha.

(Se Renan se jogar lá de cima, pode ir atrás, porque tem água embaixo - se diz em Alagoas...)
(...)

Foi o maior equívoco defender uma agenda unicamente do mercado. O presidente, pela circunstância, foi colocado na cadeira de piloto de um avião sem plano de voo, sem saber de onde estava vindo nem para onde estava indo. 

(...)

Por isso esse sentimento de que o governo já foi. Não devemos descartar o Rodrigo Maia como alternativa constitucional e como primeiro e decisivo passo para essa inevitável travessia que nós deveremos ter de fazer.

(...)

Porque a turbulência está insuportável. 

​(...)

​O governo parece um filme de terror. As pessoas foram ver um entretenimento e estão saindo desesperadas com um filme pavoroso. Foram ver o Batman e o Charada dominou a cena.

(...)

Acho que o papel do Eduardo Cunha na política brasileira foi deletério. Tinha uma visão completamente distorcida da política e da representação. Isso foi terrível do ponto de vista do abuso do poder, da chantagem com atores econômicos. Michel, que era o líder dessa facção, foi alertado em vários momentos.

(...)

... a minha obrigação é de olhar as coisas com um distanciamento histórico. Portanto, nunca convivi com fatos tão graves. Com tantas pessoas presas, outras desesperadas se oferecendo para delatar. Pela gravidade, esse parece ser um caminho sem volta. Essa denúncia é séria. Vai ser entendida como tal pela Câmara dos Deputados.

Precisa desenhar?

Nassif: força-tarefa da Lava Jato foi jogada ao mar


O jornalista Luis Nassif avalia que a força-tarefa da Lava Jato foi desmontada por uma razão simples: já cumpriu a missão político-partidária para a qual servia.

"Deslumbrados e despreparados, julgaram que A Força jamais os abandonaria. Não se deram conta de que, depois de entregue o trabalho que a mídia almejava, seriam descartados como carne fraca ao mar", diz ele.