terça-feira, 4 de julho de 2017

Marcelo Odebrecht diz que em Cuba a corrupção beira zero


Ex-presidente da Odebrecht afirmou em sua delação premiada que não houve nenhum pedido de vantagem por parte de autoridades cubanas na construção do Porto de Mariel.

Marcelo chega a dizer que a corrupção em Cuba "beira zero".

Mais explicações de Aécio para o quê?

Blog do Noblat, 18/05/2017

Senador Aécio Neves (PSDB-MG)
(Foto: Andressa Anholete / Getty Images)
A bancada do PSDB na Câmara dos Deputados espera que o senador Aécio Neves (MG), gravado pedindo R$ 2 milhões em dinheiro sujo para se defender das acusações de usar dinheiro sujo, lhe ofereça com urgência explicações cabais, convincentes e definitivas a respeito. Do contrário...

Do contrário o quê? Pedirá que ele renuncie à presidência nacional do partido? Ou quem sabe também ao mandato de senador?

Ontem mesmo, por meio de nota oficial, Aécio disse que tem a consciência tranquila e que suas relações com Joesley Batista, dono do Grupo JBS, jamais envolveram dinheiro público. Ora, ora...

Ninguém disse que há dinheiro público envolvido neste caso. Há dinheiro sujo, de caixa dois, cobrado por Aécio no auge da Lava Jato. No auge, não, porque não se sabe quando a Lava Jato atingirá seu auge.

Cada vez mais parecido com o PT, o PSDB poderia tentar se distinguir dele pelo menos por tomar providências rápidas quando algum dos seus líderes é atingido por uma pesada acusação.
Aécio se diz vítima, mas não explica mala de dinheiro entregue a seu primo
Resultado de imagem para Imagens de Aécio

"Não cometi crime algum. Não recebi recursos de origem ilícita. Tampouco atuei para obstruir a Justiça", discursou Aécio Neves (PSDB-MG) na tribuna do Senado nesta terça-feira 4, dia em que retornou à Casa após ter sido afastado por conta de acusações da delação da JBS.

"Fui, sim, vítima de uma armadilha, engendrada por um criminoso confesso de mais de 200 crimes. Procurei, sim, esse cidadão, cuja face delinquente o Brasil ainda não conhecia", disse, em referência ao empresário Joesley Batista, a quem pediu R$ 2 milhões, e sem citar nenhuma vez a mala de dinheiro entregue para seu primo, Frederico Pacheco, que chegou a ser preso.

Gilmar relatará novo inquérito sobre Aécio


Outros sete inquéritos sobre a delação da Odebrecht foram redistribuídos no Supremo Tribunal Federal.

O ministro Gilmar Mendes relatará o inquérito sobre o senador Aécio Neves (PSDB-MG), sobre fraudes na Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig).

Lula vai ao CNMP contra procurador da Lava Jato




Em nota, os advogados do ex-presidente Lula afirmam que "o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima tem reiteradamente postado em sua página do Facebook manifestações desrespeitosas e de nítido caráter político contra o ex-Presidente Luiz Inacio Lula da Silva" e que "tal comportamento viola as regras de conduta estabelecidas pelo Conselho Nacional do Ministério Público".

"Não é de hoje que Lima age assim, marcando suas preferências ideológicas a partir de ataques à honra e à imagem de Lula, chegando a questionar sua aptidão para exercício da presidência da República", afirma a defesa, que protocolou representação junto ao CNMP contra o procurador nesta terça-feira 4, a fim de que órgão "verifique eventual desvio funcional e violação às suas recomendações".

Marcelo Odebrecht detona Temer e diz que ele e Cunha são do mesmo grupo


Depois de ter cinco aliados presos, Eduardo Cunha, Henrique Alves, Rodrigo Rocha Loures, Tadeu Filipelli e Geddel Vieira Lima, Michel Temer recebeu mais um petardo nesta terça-feira.

Em depoimento à Justiça Federal, o empreiteiro Marcelo Odebrecht confirmou o que todos sempre souberam: que Temer e Cunha são parte de um mesmo grupo.

"Cláudio [Melo Filho] dizia pra mim que Michel Temer fazia parte desse grupo", disse Marcelo, respondendo à pergunta de procurador da República Anselmo Henrique Cordeiro Lopes sobre se o ex-executivo tinha conhecimento de quem integrava o grupo de Cunha e Eduardo Alves na Câmara.

Dirigentes de bancos inocentam Lula diante de Moro


Dirigentes do Merrill Lynch, Bradesco, Santander e Citibank disseram ao juiz Sergio Moro que, durante as auditorias que fizeram por conta do processo de capitalização da Petrobras, não detectaram qualquer irregularidade nos negócios da Petrobras.

"Mas Lula tinha que saber", pontua o jornalista.

Kátia sobre Temer: “não existe mais governo”


A senadora Kátia Abreu (PMDB) bateu duro no governo de Michel Temer, durante evento em que inaugurou a extensão de seu gabinete do Senado em Palmas. De acordo com a parlamentar, a crise atual, tanto política quanto ética, é a mais grave da história.

“Não existe mais governo. Não existe mais ação de governo”, atacou. Em seu discurso, Kátia também criticou a gestão do governador Marcelo Miranda (PMDB). A congressista comparou o Tocantins de hoje ao período em que ainda era parte da região norte de Goiás.

“O nosso querido Estado realmente está doente. Estamos abandonados como nos velhos tempos, em que éramos um nortão de Goiás”, disparou.

Temer tenta comprar apoio de Valdemar, condenado no Mensalão, para se manter no poder


247 – Michel Temer procurou nesta segunda-feira o ex-deputado federal Valdemar Costa Neto, que é condenado no mensalão, em busca de votos do PR para tentar se livrar da denúncia por corrupção que será votada contra ele.

A informação foi publicada pela jornalista Andréia Sadi, da Globonews.

Costa Neto é o principal cacique do PR e tem total influência sobre a bancada na Câmara. Temer tem tido uma agenda intensa com deputados para discutir a denúncia, que deve ser votada até o dia 17 na Casa.

Nesta segunda, Temer convidou Valdemar para um encontro no Palácio do Planalto. A reunião não constou da agenda oficial, mas foi confirmada pela assessoria de Temer à GloboNews. Nesta terça, a agenda de Temer está focada no encontro com os parlamentares, a fim de ganhar seus votos.

Em entrevista nesta segunda, Michel Temer disse ter 'quase certeza absoluta' que vai conseguir os votos suficientes na Câmara para barrar a denúncia contra ele.

Fornazieri: Brasil não tem alma, não tem caráter, não tem dignidade e não tem um povo

Viomundo, 04 de julho de 2017 às 12h41

Um país que não tem dignidade não sente indignação

por Aldo Fornazieri* (sugerido no Facebook)

O presidente da República foi flagrado cometendo uma série de crimes e as provas foram transmitidas para todo o país.

Com exceção de um protesto aqui, outro ali, a vida seguiu em sua trágica normalidade.

Em muitos outros países o presidente teria que renunciar imediatamente e, quiçá, estaria preso.

Se resistisse, os palácios estariam cercados por milhares de pessoas e milhões se colocariam nas ruas até a saída de tal criminoso, pois as instituições políticas são sagradas, por expressarem a dignidade e a moralidade nacional.

Aqui não.

No Brasil tudo é possível.

Grupos criminosos podem usar as instituições do poder ao seu bel prazer.

Afinal de contas, no Brasil nunca tivemos república.

Até mesmo a oposição, que ontem foi apeada do governo, dá de ombros e muitos chegam a suspeitar que a denúncia contra Temer é um golpe dentro do golpe.

Que existem vários interesses em jogo na denúncia, qualquer pessoa razoavelmente informada sabe.

Mas daí adotar posturas passivas em face da existência de uma quadrilha no comando do país significa pouco se importar com os destinos do Brasil e de seu povo, priorizando mais o cálculo político de partidos e grupos particulares.

O Brasil tem uma unidade política e territorial, mas não tem alma, não tem caráter, não tem dignidade e não tem um povo.

Somos uma soma de partes desconexas.

A unidade política e territorial foi alcançada às custas da violência dos poderosos, dos colonizadores, dos bandeirantes, dos escravocratas do Império, dos coronéis da Primeira República, dos industriais que amalgamaram as paredes de suas empresas com o suor e o sangue dos trabalhadores, com a miséria e a degradação servil dos lavradores pobres.

Índios foram massacrados; escravos foram mortos e açoitados; a dissidência foi dizimada; as lutas sociais foram tratadas com baionetas, cassetetes e balas.

A nossa alma, a alma brasileira, foi ganhando duas texturas: submissão e indiferença.

Não temos valores, não temos vínculos societários, não temos costumes que amalgamam o nosso caráter e somos o povo, dentre todas as Américas, que tem o menor índice de confiabilidade interpessoal, como mostram várias pesquisas.

Na trágica normalidade da nossa história não nos revoltamos contra o nosso dominador colonial.

Ele nos concedeu a Independência como obra de sua graça.

Não fizemos uma guerra civil contra os escravocratas e não fizemos uma revolução republicana.

A dor e os cadáveres foram se amontoando ao longo dos tempos e o verde de nossas florestas foi se tingindo com sangue dos mais fracos, dos deserdados.

Hoje mesmo, não nos indignamos com as 60 mil mortes violentas anuais ou com as 50 mil vítimas fatais no trânsito e os mais de 200 mil feridos graves.

Não nos importamos com as mortes dos jovens pobres e negros das periferias e com a assustadora violência contra as mulheres.

Tudo é normal, tragicamente normal.

Quando nós, os debaixo, chegamos ao poder, sentamos à mesa dos nossos inimigos, brindamos, comemoramos e libamos com eles e, no nosso deslumbramento, acreditamos que estamos definitivamente aceitos na Casa Grande dos palácios.

Só nos damos conta do nosso vergonhoso engano no dia em que os nossos inimigos nos apunhalam pelas constas e nos jogam dos palácios.

Nunca fomos uma democracia racial e, no fundo, nunca fomos democracia nenhuma, pois sempre nos faltou o critério irredutível da igualdade e da sociedade justa para que pudéssemos ostentar o título de democracia.

Nos contentamos com os surtos de crescimento econômico e com as migalhas das parcas reduções das desigualdades e estufamos o peito para dizer que alcançamos a redenção ou que estamos no caminho dela.

No governo, entregamos bilhões de reais aos campões nacionais sem perceber que são velhacos, que embolsam o dinheiro e que são os primeiros a dar as costas ao Brasil e ao seu povo.

No Brasil, a mobilidade social é exígua, as estratificações sociais são abissais e não somos capazes de transformar essas diferenças em lutas radicais, em insurreições, em revoltas.

Preferimos sentar à mesa dos nossos inimigos e negociar com eles, de forma subalterna.

Aceitamos os pactos dos privilégios dos de cima e, em nome da tese imoral de que os fins justificam os meios, nos corrompemos como todos e aceitamos o assalto sistemático do capital aos recursos públicos, aos orçamentos, aos fundos públicos, aos recursos subsidiados e, ainda, aliviamos os ricos e penalizamos os pobres em termos tributários.

Quando percebemos os nossos enganos, nos indignamos mais com palavras jogadas ao vento do que com atitudes e lutas.

Boa parte das nossas lutas não passam de piqueniques cívicos nas avenidas das grandes cidades.

E, em nome de tudo isto, das auto-justificativas para os nossos enganos, sentimos um alívio na consciência, rejeitamos os sentimentos de culpa, mas não somos capazes de perceber que não temos alma, não temos caráter, não temos moral e não temos coragem.

Da mesma forma que aceitamos as chacinas, os massacres nos presídios, a violência policial nos morros e nas favelas, aceitamos passivamente a destruição da educação, da saúde, da ciência e da pesquisa. Aceitamos que o povo seja uma massa ignara e sem cultura, sem civilidade e sem civilização.

Continuamos sendo um povo abastardado, somos filhos de negras e índias engravidadas pela violência dos invasores, das elites, do capital, das classes políticas que fracassaram em conduzir este país a um patamar de dignidade para seu povo.

Aceitamos a destruição das nossas florestas e da nosso biodiversidade, o envenenamento das nossas águas e das nossas terras porque temos a mesma alma dominada pela cobiça de nos sentirmos bem quando estamos sentados à mesa dos senhores e porque queremos alcançar o fruto sem plantar a árvore.

Se algum lampejo de consciência, de alma ou de caráter nacional existe, isto é coisa restrita à vida intelectual, não do povo.

O povo não tem nenhuma referência significativa em nossa história, em algum herói brasileiro, em algum pai-fundador, em alguma proclamação de independência ou república, em algum texto constitucional em algum líder exemplar.

Somos governados pela submissão e pela indiferença.

Não somos capazes de olhar à nossa volta e de perceber as nossas tragédias.

Nos condoemos com as tragédias do além-mar, mas não com as nossas.

Não temos a dignidade dos sentimentos humanos da solidariedade, da piedade, da compaixão.

Não somos capazes de nos indignar e não seremos capazes de gerar revoltas, insurreições, mesmo que pacíficas.

Mesmo que pacíficas, mas com força suficiente para mudar os rumos do nosso país.

Se não nos indignarmos e não gerarmos atitudes fortes, não teremos uma comunidade de destino, não teremos uma alma com um povo, não geraremos um futuro digno e a história nos verá como gerações de incapazes, de indiferentes e de pessoas que não se preocuparam em imprimir um conteúdo significativo na sua passagem pela vida na Terra.
*Aldo Fornazieri é Professor da Escola de Sociologia e Política