quarta-feira, 1 de março de 2017

Para STF, Sarney merece ter foro privilegiado; Lula, não! Por quê?



O STF mostrou que trata de maneira distintas os ex-presidentes José Sarney (PMDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Apesar de não ser contemplado por nenhuma das exigências que garantem foro privilegiado, Sarney acabou recebendo esse benefício, enquanto o ex-presidente Lula, não.

O petista é réu em quatro processos e, até o momento, todos serão julgados pelo juiz Sergio Moro.

A diferença de tratamento expõe contradições na Corte e mostra que o relator Edson Fachin deve ter ter dificuldades para emplacar suas teses.

Contra a reforma da Previdência, PT vai pressionar aliados de Temer em redutos eleitorais


Para combater a reforma da Previdência, o PT pretende pôr em prática uma estratégia semelhante à que foi usada no impeachment pelos adversários de Dilma Rousseff.

A sigla elencou as dez cidades nas quais cada deputado aliado de Michel Temer foi mais votado.

O plano é constranger a base do governo nesses locais, principalmente no Nordeste, por meio de vereadores e movimentos populares, intensificando assim a campanha contra a reforma.

Mello Franco mostra hipocrisia do PSDB no caso da CPMF


"Em fevereiro de 2016, parlamentares do PSDB encheram o Congresso de placas com a inscrição "Xô, CPMF". O deputado Luiz Carlos Hauly despontava entre os críticos mais ácidos da proposta, que classificou como "inaceitável" e "inadmissível". 

Um ano depois, Hauly e a CPMF estão de volta ao noticiário. A novidade é que o tucano mudou de discurso. Escolhido para relatar a reforma tributária, ele abandonou as críticas e se converteu num entusiasmado defensor do imposto", escreve o colunista Bernardo Mello Franco nesta quarta-feira.

Recessão de Temer aumenta déficit habitacional


A recessão recorde da administração de Michel Temer fez disparar o gasto com aluguel, o que, somado ao encolhimento do setor de construção civil e do programa Minha Casa, Minha Vida, deve fazer avançar o déficit habitacional no país. 

Dados preliminares da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) mais recente, de 2015, aponta crescimento anual de cerca de 30% dos lares afetados pelo alto comprometimento da renda com pagamento do aluguel.

No total 3,8 milhões de moradias têm esse problema, dado que agrava o déficit habitacional.

Além disso, entre 2013 e 2015 houve redução de quase 400 mil unidades na produção de novos domicílios, após mais de cinco anos de avanço.

Le Monde, da França, descreve Brasil de Temer como “o reinado da impunidade”


Edição desta terça-feira, 28, do jornal francêsl Le Monde destaca a impunidade que impera no Brasil sob o governo de Michel Temer.

Jornalista Claire Gatinois critica a blindagem de Temer a ministros envolvidos na operação Lava Jato e diz que o peemedebista "não para de dar sinais ambíguos", como a indicação de Alexandre de Moraes para o STF e a escolha de Osmar Serraglio para o Ministério da Justiça.

"Se formos ouvir os mais cínicos, tudo leva a crer que Temer já estaria esquentando a sua pizza quatro queijos", escreve a correspondente do Le Monde.

Março promete emoções fortes para Temer


"O governo também terá que enfrentar uma onda de mobilizações em março. Na quarta-feira 8, Dia Internacional da Mulher, estão previstas manifestações em todo o País, que serão marcadas por pautas feministas, mas que também terão o "Fora Temer" como um elemento unificador.

Uma semana depois, no dia 15, a Central Única dos Trabalhadores promete uma greve geral. E a Força Sindical, do deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), que integra a base de Temer, também organiza protestos contra a reforma da previdência", diz Leonardo Attuch, editor do 247.

"Março será o mês decisivo para saber se a “pinguela" cairá ou se chegará até 2018. Se Temer conseguir atravessar esse período, dificilmente deixará de chegar ao fim do mandato".

terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Ex-deputado aliado de Bolsonaro é preso por incitar motim na PM-ES


Ex-deputado federal e capitão da reserva Lucinio Castelo de Assumção se entregou nesta terça-feira, 28, na Corregedoria da Polícia Militar do Espírito Santo.

Junto com outros três militares, Assumção tinha mandado de prisão expedido pela Justiça Militar, sob acusação de participação no motim que paralisou o policiamento no Espírito Santo, deixando 198 mortos.

Desde o início do motim, o ex-deputado aliado de Bolsonaro compartilhou em redes sociais cerca de 30 vídeos incentivando o movimento de familiares que bloqueou os portões dos batalhões e criticando o governo do Espírito Santo.

"A responsabilidade por esta onda de violência é do governo do Espírito Santo intransigente", escreveu.

Se Temer apodrecer de vez, Gilmar pode aparecer

Afinal, é um tucano emplumado e da hora

A cada dia que passa, surgem sinais de que Michel Temer se tornou um fardo pesado demais para a direita brasileira e a junta financeira que governa o País carregarem.

No escândalo mais recente, o melhor amigo de Temer, José Yunes, disse ter sido "mula" do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, num esquema de propinas.

Se as delações da Odebrecht inviabilizarem de vez Temer, a tese das eleições indiretas poderá ganhar corpo e um potencial candidato é o ministro Gilmar Mendes, que tem feito acenos aos congressistas, como a promessa de manter o foro privilegiado.

A propósito: Gilmar é quem tem o poder de liquidar Temer, caso coloque em pauta o processo no Tribunal Superior Eleitoral, que pede a cassação da chapa Dilma-Temer.

Globo se rende e admite que este foi o Carnaval do “Fora Temer”


No último dia do carnaval e depois de milhares de manifestações em todas as regiões do País, muitas delas transmitidas ao vivo, finalmente a Globo resolveu abordar o Fora Temer

A reportagem do G1 mostrou nesta terça-feira, 28, que "Gritos de 'Fora, Temer' foram ouvidos no carnaval de São Paulo, Salvador, Rio de Janeiro e Belo Horizonte".

Houve, no entanto, manifestações em praticamente todas as regiões do País.

Defender Alcântara é defender a nossa soberania!

Desmonte é executado "em segredo"

Conversa Afiada, 27/02/2017


Vamos instalar uma Trump Tower em Alcântara

O Conversa Afiada reproduz do portal Clube da Engenharia:

“Nós não sabemos, não sabe a sociedade nem o Congresso, os termos da retomada das negociações, pois elas estão sendo levadas a cabo em segredo”, adverte o cientista político Roberto Amaral, que estava à frente do Ministério de Ciência e Tecnologia entre 2003 e 2004. Na ocasião, uma primeira versão de acordo para uso da base pelos americanos foi retirada do Congresso Nacional, após os termos acertados ainda na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso terem sido considerados “lesivos à soberania nacional” pela Câmara dos deputados ao aprovar parecer elaborado pelo deputado Waldir Pires. Coube ao chanceler Celso Amorim comunicar ao governo americano que o assunto estava encerrado.

Por isso, a volta dessa discussão preocupa Roberto Amaral. “Tememos todos, pois o precedente é grave. Os termos do acordo firmado no governo FHC eram antinacionais e lesivos à soberania nacional”.

Posição estratégica

A base está localizada na península de Alcântara, no Maranhão, e é operada pela Agência Espacial brasileira. Entre suas principais vantagens constam a facilidade do acesso aéreo e marítimo, a baixa densidade populacional e a proximidade da linha do Equador, que representa economia de combustível no lançamento de satélites. Diz Amaral que os EUA têm interesse apenas em usar a base como se fosse deles, e o nosso espaço para lançamentos comerciais ou militares deles. O que ganhamos com isso? questiona.”

Conjuntura mundial

A professora Nadine Borges, advogada que coordena a área de Relações Externas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), lembra que os termos apresentados na primeira tentativa de acordo com os EUA impunham várias proibições ao Brasil. E autorizavam o desembarque de contingentes militares na base, com acesso exclusivo às suas instalações. “A tecnologia e o conhecimento utilizados eram fechados, não poderiam ser conhecidos pelos brasileiros, e isso significaria alienar parte do nosso território”, diz Nadine.

Ela destaca, ainda, o contexto geopolítico global, lembrando que a localização da base é adequada também para o lançamento de mísseis. Outro problema, na avaliação da especialista, é a falta de divulgação das intenções governamentais. “Não sabemos os objetivos do governo brasileiro, não sabemos os termos da proposta, nem o que está sendo negociado”, afirma. “

“A confirmação de que há uma negociação decorreu de vazamentos na imprensa, o que é preocupante também.” Embora o acordo tenha que passar pelo Congresso Nacional, teme-se que tramite sem tempo para debates e a participação da sociedade.

Autonomia espacial

Roberto Amaral aponta a intenção deliberada dos EUA de impedir o Brasil de obter autonomia na área espacial. O ex-ministro se reporta a algumas, entre outras, das cláusulas críticas do acordo que se pretende ressuscitar: “Previa a possibilidade de veto político (sem necessidade de justificativa) dos EUA a lançamentos, brasileiros ou não, a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (...); proibia nosso país de cooperar (entenda-se como tal aceitar ingresso de equipamentos, tecnologias, mão de obra ou recursos financeiros) com países não membros do regime de Controle de Tecnologia de Mísseis (Missile Techonology Control Regime - MTCR - art. III, b); proibia o Brasil de incorporar ao seu patrimônio ‘quaisquer equipamentos ou tecnologias que tenham sido importados para apoiar atividades de lançamento’ (art. III, C); proibia o Brasil de utilizar recursos decorrentes dos lançamentos no desenvolvimento de seus próprios lançadores (art. III, E); obrigava o Brasil a assinar novos acordos de salvaguardas com outros países, de modo a obstaculizar a cooperação tecnológica (art. III, f); proibia os participantes norte-americanos de prestarem qualquer assistência aos representantes brasileiros no concernente ao projeto, desenvolvimento, produção, operação, manutenção, modificação, aprimoramento, modernização ou reparo de Veículos de Lançamento, Espaçonaves e/ou Equipamentos afins (art. v, 1).”