segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Marisa “viva na Itália”, caixão lacrado, doação de órgãos. Jeferson Miola tenta explicar a cólera fascista no Brasil

Viomundo, 05/02/2017
A cólera fascista e o assassinato da humanidade


O golpe liberou as comportas de uma represa envenenada com a cólera fascista da classe dominante e elevou ao paroxismo a fúria dos segmentos da sociedade que odeiam à morte os pobres, gays, lésbicas, negros, mulheres.

O golpe incandesceu uma espécie de fúria maligna naquelas pessoas que detestam o povo, a diversidade e o ideal de igualdade; destapou o subterrâneo assombroso de pessoas que consideram as pessoas diferentes inimigos e, por isso, alvos que devem ser exterminados.

Esse sentimento odioso e intolerante é imanente à natureza da oligarquia brasileira, não nasceu hoje.

Subsiste no tempo em estado de latência, e transborda para a arena pública e contamina o convívio social sempre que a oligarquia sente seus privilégios ameaçados por políticas democráticas de igualdade social e distribuição de renda.

É incrível a semelhança das estratégias, discursos, linguagens, ardis e violências do golpe de 2016 com os eventos que levaram Getúlio ao suicídio em 1954 e com a conspiração que desaguou no golpe de 1964.

Os delírios e as histerias de hoje têm o cheiro da naftalina dos mesmos delírios e histerias de 1954, 1961 e 1964.

Esta cólera fascista está hoje no auge, como esteve naqueles momentos do passado de aguda confrontação ideológica.

O aterrador é que essa desumanidade parece não conhecer fronteira.

Ao invés disso: propaga o fanatismo e a irracionalidade com requintada crueldade humana.

A morte da primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva confrontou-nos com a verdade apavorante de que o Brasil está sendo desumanizado, o sentido da vida esvaziado e a existência humana abastardada.

O que pensar da condição humana quando um macabro procurador de justiça ofende uma pessoa gravemente enferma e deseja a morte que quer celebrar? [“Morre logo, peste! Morra em agonia, desgraçada. Quero abrir o champagne” – Rômulo Paiva Filho, no facebook].

Qual o destino de uma sociedade cujos médicos que deveriam observar o juramento humanitário de Hipócrates [século V a.C, de salvar vidas e curar enfermos com dignidade] apregoam métodos para assassinar um ser humano? [“Tem que romper no procedimento. Daí já abre pupila. E o capeta abraça ela” – Richam Faissal Ellakkis, vai whatsapp].

Estes comportamentos aberrantes não brotam espontaneamente, não surgem do nada; eles se inspiram no “novo normal” criado pelo regime de exceção e que é validado socialmente pela Rede Globo.

Os exemplos dos “heróis” justiceiros, cujos Power Points canalhas são incensados pela Globo, encorajam a disseminação do fascismo pelo tecido social.

O ódio e desrespeito à Marisa inclusive no momento mais débil da sua existência física, é decorrência natural da caçada patológica que é feita ao Lula.

Não fosse Marisa a companheira de sonhos do Lula e parte ativa da trajetória de emancipação do povo brasileiro; não fosse Marisa a “galega” que iluminou a vida do Lula e que agora vai iluminar o céu, e ela não seria destinatária desta cólera fascista.

Pensador americano pede reação contra destruição da democracia brasileira


Cientista político Alexander Main, do Centro de Pesquisa Política e Econômica, em Washinton, denuncia que a presidente Dilma Rousseff foi vítima de uma conspiração liderada por Michel Temer e pede reação do Congresso dos Estados Unidos ao colapso da democracia no Brasil; ele afirma ainda que a falta de reação dos Estados Unidos sinaliza um apoio velado da Casa Branca a um golpe de Estado no Brasil; em seu artigo, o analista lembra a motivação do golpe, que seria proteger políticos corruptos, e condena os excessos do juiz Sergio Moro contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A nomeação de Moreira Franco para ministro, para blindá-lo, poderá trazer dor de cabeça para Temer

Mas, será que essa nomeação vem ao caso?

Para o jornalista Kennedy Alencar, "a nomeação de Moreira Franco para ministro da Secretaria Geral da Presidência poderá trazer dor de cabeça ao governo no STF (Supremo Tribunal Federal (STF)".

Além do fato do novo ministro ser investigado pela Lava Jato, Temer cogita indicar o atual ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, para a vaga na Corte que era do ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF e que faleceu em um acidente aéreo no último dia 19.

"Uma solução seria o próprio Moreira Franco abrir mão do status de ministro e pedir essa providência a Temer. Assim, esvaziaria a contestação no STF e as críticas políticas", destaca.

Recessão de Temer, faz produção de veículos cair 13% em janeiro


Recessão do governo Michel Temer derrubou a produção brasileira de veículos em 12,9% em janeiro ante dezembro de 2016.

Segundo a Anfavea. na comparação com o mesmo período do ano passado, o volume foi 17,1% maior.

Já as vendas recuaram 28% sobre dezembro do ano passado e tiveram queda de 5,2% sobre janeiro de 2016.

Negra, pobre e da rede pública passa em primeiro lugar em medicina da USP


"A casa-grande surta quando a senzala vira médica" é a frase que abre a conta do Facebook de Bruna Sena, primeira colocada em medicina na USP de Ribeirão Preto.

Ela defende sistema de cotas e diz que quer "atender pessoas de baixa renda, que precisam de ajuda, que precisam de alguém para dar a mão e de saúde de qualidade".

Preconceito contra Marisa foi preconceito contra a mulher

E demonstra que tipo de caráter a pessoa tem

"Numa sociedade que, de uns tempos para cá, aprendeu a fingir que respeita a condição de suas mulheres e não costuma perder a chance de pronunciar palavras simpáticas sobre elas, o tratamento preconceituoso oferecido a Marisa Letícia por quase três décadas desmascara a hipocrisia e denuncia o atraso real. Sublinha a duplicidade reservada às filhas, mães e avós, em particular aquelas nascidas em famílias de trabalhadores", escreve Paulo Moreira Leite, articulista do 247. 

"Por mais de três décadas os adversários de Lula tentaram usar Marisa como o elo mais fraco, aquele que poderia produzir um escândalo capaz de retirar de cena o personagem indesejável. Alvo de frequentes demonstrações de instinto assassino, Marisa enfrentou uma perseguição permanente e covarde mas não deixou a vida como vítima, mas como vencedora pela capacidade de resistência, a 'estrela que iluminou minha vida!', como escreveu Lula".

Temer deve indicar tucano para o Supremo entregar Justiça ao PMDB

Por que "estancar a sangria" é preciso!


O tucano Alexandre de Moraes deve ser o novo ministro do Supremo Tribunal Federal, e tem o apoio de políticos do PMDB e do PSDB delatados na Lava Jato.

O projeto para "estancar a sangria", como defendia o senador Romero Jucá (PMDB-RR), contempla ainda a entrega do ministério da Justiça a um nome do PMDB.

A indicação do tucano foi discutida em nova reunião de Temer com o ministro Gilmar Mendes nesse domingo, 5.

Com isso, completa-se o trabalho de confinar a Lava Jato ao PT e livrar todas as outras forças políticas.

Karnal: “Sentir felicidade pela morte de alguém torna pública sua desumanidade”


O filósofo Leandro Karnal escreveu depoimento onde alerta que “a dor e o ressentimento podem enlouquecer alguém”.

Ele faz referência a mensagens de ódio que circularam nas redes sociais por conta do falecimento da ex-primeira-dama Marisa Letícia.

O texto de Karnal, que é professor Doutor na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), já conta com mais de 13 mil compartilhamentos no Facebook.

Miriam Leitão, enfim, culpa Temer pelo rombo fiscal


A jornalista Miriam Leitão, colunista do Globo, finalmente responsabilizou Michel Temer, ainda que parcialmente, pelo maior descalabro fiscal da história do País.

O déficit do ano passado representou uma piora significativa nas contas públicas e há dúvidas sobre se o governo vai cumprir a meta deste ano. A situação fiscal é dramática. O governo Temer concedeu aumentos salariais a servidores que vão continuar elevando as despesas nos próximos anos, disse a jornalista.

Temer já queria se aproximar de Lula, mas não sabia como


Antes da visita de condolências a Lula no hospital Sírio-Libanês, onde dona Marisa Letícia estava internada, Michel Temer já tinha decidido tentar se aproximar do ex-presidente Lula.

A ideia era estabelecer um diálogo com ele, maior líder da oposição hoje no país.

O diagnóstico era o de que a administração Temer precisa ter interlocução com a oposição, mas o presidente não sabia como se reaproximar de Lula.