domingo, 11 de dezembro de 2016

Maior vendedor de leis é líder do governo Temer


Esquema para aprovar 14 MPs custou R$ 17 milhões, afirma o delator Cláudio Melo Filho, ex-diretor da empresa, segundo quem o principal interlocutor do ex-diretor no Legislativo era o senador Romero Jucá (PMDB-RR), atual líder do governo de Michel Temer no Congresso.

Jucá é chamado pelo delator de o "Resolvedor da República no Congresso" e lembra que ele já foi líder de vários governos e que atuava como "anteparo das manobras que podiam surgir na Câmara dos Deputados".

De acordo com o ex-diretor da empreiteira, pagamentos feitos ao senador de Roraima ultrapassam R$ 22 milhões. Ele nega as irregularidades envolvendo seu nome.

‘Caju’ protestava contra a corrupção enquanto recebia R$ 22 milhões


Hoje líder do governo Temer no Congresso, senador Romero Jucá (PMDB-RR) foi às ruas contra Dilma Rousseff, o PT e, segundo ele, contra a corrupção.

Nos bastidores, porém, conforme aponta delação da Odebrecht, ele era o líder na venda de leis para a empreiteira e pagamentos feitos pela empresa a ele passaram dos R$ 22 milhões.

Marta dizia que PMDB não tem sistema de corrupção

E agora, diante da delação da Odebrecht, o que ela tem a dizer?

Num discurso em 28 de julho último, quando era candidata a prefeita de São Paulo, a senadora Marta Suplicy afirmou que seu partido, o PMDB, não tinha sistema de corrupção organizado como, segundo ela, havia no PT, sua antiga legenda.

"Senti-me traída (pelo PT). O PMDB tem gente investigada e não tem sistema de corrupção organizado como tem o PT", disse Marta há quatro meses.

Ela ainda não se pronunciou sobre o esquema de compra de medidas provisórias no Congresso, que era liderado pelo atual líder do governo Temer, senador Romero Jucá, seu correligionário.

O PMDB liderava o número de parlamentares que trabalhavam em favor da Odebrecht.

Delator aponta propina de R$ 4 milhões para Moreira Franco


Um dos integrantes do governo mais próximos de Michel Temer, Moreira Franco, chefe da Secretaria-Executiva do Programa de Parcerias de Investimentos,o "primo", é também um dos políticos mais atingidos pela delação de Paulo Cesena, ex-presidente da Odebrecht Transport.


Segundo Cesena, Moreira recebeu R$ 4 milhões à empreiteira em nome do PMDB em 2014, quando era ministro da Aviação Civil no governo Dilma Rousseff.

Ele fez o pedido a Cláudio Melo Filho, outro delator. Segundo Cesena, o pagamento teve com objetivo ter livre acesso ao ministro, que tinha papel importante na infraestrutura do País.

Rapidinhas

Recordar é viver Já tem partido da base fazendo as contas de quando será o melhor momento para desembarcar da gestão Michel Temer. Até habitués do Planalto passaram a incluir em seus cálculos políticos o fator Odebrecht. Ninguém — nem mesmo aqueles ainda fiéis — aposta na melhora do ambiente depois dos tiros contra a cúpula palaciana. Aliados começam a reclamar do governo em escala semelhante às queixas que eram feitas à petista Dilma Rousseff no início da crise que a destituiu.

Uma atrás da outra O escândalo que afastou Geddel Vieira Lima do governo atiçou descontentes. A avaliação é que, conforme os detalhes da delação venham a público, o grupo a favor do presidente perca argumentos.

Abraço de afogado De todos os tucanos mais emplumados, Geraldo Alckmin é único cacique que vem mostrando maior resistência ao aprofundamento do matrimônio entre PSDB e PMDB.

Vai que eu vou depois O governador de SP ponderou em reunião recente que é preciso haver distância regulamentar do aliado — ou o partido será arrastado pela crise junto com o governo.

Deixa lá O Ministério da Fazenda não é entusiasta da ideia aventada no Planejamento de liberar parte do FGTS para que brasileiros quitem empréstimos com bancos. Avalia que o fundo — poupança do trabalhador — não pode ser desvirtuado.

Ixi A pasta tampouco vê com bons olhos a redução do compulsório — recursos que os grandes bancos depositam no BC — para aumentar a oferta de crédito na praça.

Arroz com feijão Na avaliação interna, a melhor medida para elevar o crédito e reduzir o nível de endividamento de famílias e empresas é a baixar Selic — só possível com a inflação controlada.

Corra, Temer, corra O Planalto espera que, em um “calendário duro”, o Senado aprove a Previdência em dois meses. Se a Câmara honrar o cronograma e passar a bola até junho, a PEC poderia ser promulgada em outubro.

Só milagre Aliados reclamaram da tímida ofensiva do governo para defender a reforma na mídia. Ocorre que a campanha publicitária custou R$ 12 milhões, um terço do que Dilma gastou para alardear suas medidas fiscais.

Voz da experiência O ex-presidente Fernando Collor vai lançar o livro “Réplica para a História: Uma Catarse”, em que reúne discursos e artigos sobre o processo de impeachment vivido por ele em 1992 e o enfrentado por Dilma Rousseff em 2016.

Quem sabe sabe Para o hoje senador pelo PTC, a comparação mostra “o grau de prejulgamento” que ocorreu há 14 anos. “O rito era o mesmo; o ritmo, o rigor e, agora, o remate, não. O Senado praticamente decretou a inexistência da lei no Brasil”, escreve na quarta capa.

Deixa comigo O deputado Sergio Zveiter, que deve presidir a comissão da reforma da Previdência, é também o mais cotado para relatar a medida provisória das concessões. Ele é do PMDB do Rio, assim como Moreira Franco, secretário da área.

Dia do fico Os líderes na Câmara esbravejam, mas já tem presidente de partido do centrão dizendo, em rodas de conversa, ver com bons olhos a candidatura de Rodrigo Maia (DEM) à reeleição.

Cartão vermelho Do deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), sobre o caso Renan: “Partida decisiva de campeonato, o juiz expulsa um atacante, que se recusa a sair. Ele recorre ao STJD, e o órgão máximo da Justiça Esportiva decide que o atleta fica em campo, mas não pode fazer gol”.

Caravana O Muda PT, que reúne as correntes de esquerda da sigla, atua para disseminar a defesa de troca no comando do partido nas esferas municipais e estaduais.

A coisa tá feia A delação da Odebrecht é a mais democrática de todas. O resultado vai na linha do velho Raul: ‘Para o mundo que eu quero descer’.

Sem papas na língua O presidente da Câmara paulistana, Antonio Donato (PT), fez um balanço de sua gestão à TV Câmara. O apresentador pergunta como o vereador avalia o recuo do prefeito eleito, João Doria (PSDB), em relação ao limite de velocidade nas marginais Tietê e Pinheiros.
— O que vimos até agora é um vaivém de declarações e até hoje ninguém sabe o que vai acontecer.
E emenda:
— Acho que o prefeito Fernando Haddad acertou nessas políticas, mas errou no jeito de implantar. Implantou de maneira autoritária e abrupta, sem dialogar com a cidade. Quero dizer isso com todas as letras!

STF abaixou a cabeça para Renan, que já fala em nova sabatina de Marco Aurélio

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Pouco depois de vencer no plenário do Supremo e se manter no cargo de presidente do Senado, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) defendeu que o ministro Marco Aurélio Mello, autor da liminar que determinava seu afastamento - mas que não foi cumprida - passe por uma nova sabatina.

"Minha proposta era que houvesse uma nova sabatina no Senado, mas ele se revoltou e eu acabei retirando", diz Renan.

"Mas errei. O Marco Aurélio é um ministro que precisava da nova sabatina".

Em pesquisa do DataFolha, 63% querem renúncia de Temer e Diretas Já


Pesquisa Datafolha divulgada neste domingo representa a pá de cal no governo Temer.

O levantamento, feito antes da delação da Odebrecht, que aponta Michel Temer como chefe do esquema da Odebrecht na Câmara e beneficiário de propinas da empreiteira, revela que 63% dos brasileiros querem sua saída imediata e diretas já – número que deve crescer após as denúncias da construtora.

A pesquisa também confirma o óbvio: para 65% dos brasileiros a economia piorou, ou seja, o golpe contra a presidente Dilma Rousseff e contra a democracia brasileira foi, além de uma fraude que envergonha o Brasil diante do mundo, o mais absoluto fracasso.

Brasileiro vê Temer como falso, desonesto e protetor dos ricos

Segundo a pesquisa a população considera Michel Temer falso (65%), muito inteligente (63%) e defensor dos mais ricos (75%); metade dos brasileiros veem Temer como autoritário e 58%, desonesto; de zero a dez, a nota média dada ao desempenho do governo Michel Temer é 3,6.

Se ainda tiver um mínimo de dignidade, Temer renunciará em 2016, permitindo a volta da democracia, que foi ferida por sua conspiração.

Lula exige que o Ministério Público diga quem ele corrompeu


Em entrevista ao jornalista Fernando Morais, do site Nocaute, o ex-presidente Lula demonstrou indignação com o Ministério Público Federal de Brasília, que o acusou de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa por ter supostamente se beneficiado com aprovação de emendas e com a compra dos caças Gripen pelo governo brasileiro.

Segundo Lula, o Ministério Público terá que apontar quem ele corrompeu: "Eles acusaram, agora vão ter que provar. Vão ter que dar, um por um, os nomes que afirmam que eu corrompi".

Lula exige que o Ministério Público diga quem ele corrompeu


Em entrevista ao jornalista Fernando Morais, do site Nocaute, o ex-presidente Lula demonstrou indignação com o Ministério Público Federal de Brasília, que o acusou de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa por ter supostamente se beneficiado com aprovação de emendas e com a compra dos caças Gripen pelo governo brasileiro.

Segundo Lula, o Ministério Público terá que apontar quem ele corrompeu: "Eles acusaram, agora vão ter que provar. Vão ter que dar, um por um, os nomes que afirmam que eu corrompi".

PGR vai investigar vazamento. É pra rir ou pra chorar?


Quem questiona é Fernando Brito, editor do Tijolaço; "O Dr. Janot, a valente 'Esperança do Brasil' só muito recentemente, depois do impeachment de Dilma Rousseff, aderiu à tese de que 'delação vazada é delação anulada'”, diz ele.