sábado, 10 de dezembro de 2016

Denúncia contra Lula em dia de delação contra tucanos: coincidência providencial


"No dia em que Temer, Padilha, Moreira, Alckmin e outros peemedebistas e tucanos foram alvejados pela primeira delação da Odebrecht, o Ministério Público Federal resolveu apresentar mais uma denúncia contra o ex-presidente Lula, numa coincidência que teve o condão, calculado ou não, de dividir as atenções e equilibrar as avarias", comenta Tereza Cruvinel, para quem a denúncia de que Lula fez tráfico de influência no caso da compra dos caças suecos Grippen "agride a lógica dos fatos".

À jornalista, o ex-ministro da Defesa da época, Celso Amorim, disse considerar a denúncia absurda e espantosa e aponta as razões que levaram a Aeronáutica a optar pelos aviões suecos.

Ex-ministro da Justiça diz que Moro é criminoso


Um dos autores da carta em que intelectuais brasileiros protestaram contra o convite da Universidade de Heildeberg, na Alemanha, a Sérgio Moro, o ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão acusa o juiz responsável pelos processos da operação Lava Jato de ser "um criminoso".

Em mensagem enviada ao professor alemão Markus Pohlmann, Aragão diz ainda que "Moro é um criminoso, também sob a perspectiva alemã. Ele se tornou punível quando violou sigilo funcional, para não falar em prevaricação".

Em e-mail à universidade, Aragão criticou o convite a Moro: "Não consigo imaginar que o senhor convidasse como conferencista um gatuno, para que expusesse a seu honrado público, friamente, sob a perspectiva científica, seu procedimento de gatunagem".

O ex-ministro disse ainda que Moro está "a serviço do PSDB e da Rede Globo".

Está provado que Dilma, a honesta foi afastada pelo golpe dos corruptos


A capa deste sábado do jornal O Globo desmoraliza o golpe de 2016 e todas as forças que o apoiaram – incluindo a própria Globo.

A manchete é a prova de que Dilma foi afastada "por uma assembleia de bandidos, presidida por um bandido", como definiu o escritor português Miguel Sousa Tavares.

Os personagens que feriram a democracia brasileira para sempre e hoje aparecem delatados por corrupção nem cabem na primeira página do jornal: Temer, Renan, Maia, Padilha, Moreira, Alckmin, Serra.

E agora: vão pedir desculpas e devolver o poder a quem o conquistou pelo voto? Ou o Brasil será governador por réus e candidatos a réus?

Aécio, o Mineirinho, está la também na lista da Odebrecht: 15 milhões


Principal responsável pela quebra da economia brasileira, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que lançou o Brasil no abismo ao não aceitar sua derrota eleitoral em 2014, irrompe com tudo nas delações da Odebrecht.

Ele é o Mineirinho, que recebeu nada menos que R$ 15 milhões do departamento de propinas da empreiteira.

Nesta semana, Aécio apareceu sorridente numa foto ao lado do juiz Sergio Moro, que reconheceu, ao ser alvo de protestos na Alemanha, que a imagem foi infeliz.

Moro afirmou que não havia nada sobre Aécio na sua jurisdição. Agora tem, pois, ainda que Aécio tenha foro privilegiado, isso não vale para seus tesoureiros.

A renúncia de Temer, um presente de Natal para o Brasil


"O fim do governo Temer foi anunciado ontem pelo vazamento da delação do lobista da Odebrecht Claudio Melo Filho. Ao invés de esperar por um descarte humilhante, seja por que via for, Temer prestaria um grande serviço ao Brasil renunciando ainda este ano, evitando mais um desastre político, a eleição indireta de um presidente pelo atual Congresso. Sua renúncia seria um presente de Natal para o Brasil, garantindo a convocação de eleições diretas sem a necessidade de um remendo constitucional em 2017", escreve Tereza Cruvinel.

Segundo ela, "as informações sobre uma primeira delação acabam com as ilusões sobre uma travessia com o atual governo até 2018".

Temer foi a matéria principal do Jornal Nacional de hoje e já pode preparar a renúncia


Numa reportagem correta do repórter Júlio Mosquera, no Jornal Nacional, Michel Temer foi apresentado ao público como o chefe do esquema do PMDB na Câmara dos Deputados e uma espécie de negociante de interesses privados no parlamento e no Executivo.

Ao todo, o telejornal dedicou 25 minutos aos capítulos da delação de Claudio Melo Filho dedicados ao PMDB, onde Temer e seus principais assessores, Eliseu Padilha, Moreira Franco e Geddel Vieira Lima (já demitido), aparecem como operadores de interesses da empreiteira.

O Jornal Nacional destacou o trecho em que Melo Filho fala da via de mão dupla entre a empreiteira e Temer: ela dava dinheiro e ele oferecia favores.

Rejeitado pela população e, agora, sem o apoio da Globo, Temer já pode começar a redigir sua carta de renúncia.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

‘Asfalto intima Temer a optar entre ética e aliados’



Jornalista Josias de Souza, do portal Uol, destaca que, neste domingo, "o asfalto roncou a favor da Lava Jato e contra os políticos que cruzam o caminho da investigação com o propósito de 'estancar a sangria'.

Para ele, "Michel Temer foi, por assim dizer, informado do seguinte: se quiser fazer os brasileiros de bobos, não encontrará material".

Protestos encurralam Temer e dificultam missão de estancar a sangria


Colocado no poder por políticos e parlamentares apavorados com a Lava Jato, Michel Temer corre agora o risco de frustrá-los, depois das manifestações deste domingo.

O impeachment da presidente Dilma Rousseff teve como finalidade principal afastar a presidente honesta para que fosse possível, sob o comando de Temer, frear a Lava Jato e "estancar essa sangria", como definiu seu líder Romero Jucá (PMDB-RR).

Emparedado pelos protestos, e com péssimos resultados na economia, Temer já tenta se desvencilhar de sua missão principal, mas corre o risco de ser derrubado pelos mesmos parlamentares que o apoiaram.

"Se não sancionar, cai", disse um representante do baixo clero, que comandou a reação do parlamento às chamadas "10 medidas contra a corrupção".

Manifestações para blindar Temer fracassam


"Poderia ser diferente em atos de convocação de pauta alienada, que não interage com a maioria da população?", questiona o senador Lindbergh Farias (PT-RJ).

"O país passa pela maior crise econômica da história e não existe uma reivindicação econômica nas manifestações deste domingo. O bordão 'é a economia, estúpido' jamais esteve tão atual: o desemprego grassa, a pauta do governo é a retirada de direitos em ataques sucessivos e as manifestações de hoje simplesmente viraram as costas pra isso.

Um brado etéreo contra a corrupção, a sacralização do Poder Judiciário, a romantização de um 'justiceiro' guardando, ao mesmo tempo, a devida blindagem ao governo Temer, que derrete a olhos vistos".

Congresso já articula a aprovação de emenda das Diretas para o pós-Temer


Tramita na Câmara emenda do deputado Miro Teixeira (Rede-RJ) que estabelece eleição indireta só quando a vacância do cargo se der nos seis últimos meses finais do mandato - e não nós dois últimos anos, como é hoje; a emenda já possui parecer favorável do seu relator na Comissão de Constituição e Justiça e poderá ser uma solução para a realização de Diretas Já numa eventual deposição de Michel Temer após janeiro de 2017.

O projeto, no entanto, está parado na CCJ porque o presidente da comissão, Osmar Serraglio (PMDB-PR), aliado de Temer, diz que não acha oportuno colocar a proposta para andar.

A jornalista Vera Magalhães destaca hoje em sua coluna que, antes restrita aos apoiadores de Dilma Rousseff, o movimento das diretas já vem sendo costurado hoje até pelos aliados de Temer.