segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Protestos encurralam Temer e dificultam missão de estancar a sangria


Colocado no poder por políticos e parlamentares apavorados com a Lava Jato, Michel Temer corre agora o risco de frustrá-los, depois das manifestações deste domingo.

O impeachment da presidente Dilma Rousseff teve como finalidade principal afastar a presidente honesta para que fosse possível, sob o comando de Temer, frear a Lava Jato e "estancar essa sangria", como definiu seu líder Romero Jucá (PMDB-RR).

Emparedado pelos protestos, e com péssimos resultados na economia, Temer já tenta se desvencilhar de sua missão principal, mas corre o risco de ser derrubado pelos mesmos parlamentares que o apoiaram.

"Se não sancionar, cai", disse um representante do baixo clero, que comandou a reação do parlamento às chamadas "10 medidas contra a corrupção".

Manifestações para blindar Temer fracassam


"Poderia ser diferente em atos de convocação de pauta alienada, que não interage com a maioria da população?", questiona o senador Lindbergh Farias (PT-RJ).

"O país passa pela maior crise econômica da história e não existe uma reivindicação econômica nas manifestações deste domingo. O bordão 'é a economia, estúpido' jamais esteve tão atual: o desemprego grassa, a pauta do governo é a retirada de direitos em ataques sucessivos e as manifestações de hoje simplesmente viraram as costas pra isso.

Um brado etéreo contra a corrupção, a sacralização do Poder Judiciário, a romantização de um 'justiceiro' guardando, ao mesmo tempo, a devida blindagem ao governo Temer, que derrete a olhos vistos".

Congresso já articula a aprovação de emenda das Diretas para o pós-Temer


Tramita na Câmara emenda do deputado Miro Teixeira (Rede-RJ) que estabelece eleição indireta só quando a vacância do cargo se der nos seis últimos meses finais do mandato - e não nós dois últimos anos, como é hoje; a emenda já possui parecer favorável do seu relator na Comissão de Constituição e Justiça e poderá ser uma solução para a realização de Diretas Já numa eventual deposição de Michel Temer após janeiro de 2017.

O projeto, no entanto, está parado na CCJ porque o presidente da comissão, Osmar Serraglio (PMDB-PR), aliado de Temer, diz que não acha oportuno colocar a proposta para andar.

A jornalista Vera Magalhães destaca hoje em sua coluna que, antes restrita aos apoiadores de Dilma Rousseff, o movimento das diretas já vem sendo costurado hoje até pelos aliados de Temer.

domingo, 4 de dezembro de 2016

Temer e o desprezo silencioso da Arena Condá, no velório das vítimas da Chape .


A passagem de Michel Temer pela Arena Condá, para acompanhar o velório coletivo das vítimas do acidente aéreo que chocou o país foi solenemente ignorada pela multidão.

"Seu nome foi anunciado. Nenhuma manifestação. Nem vaia, nem aplauso. Foi como se tivessem dado a hora. O nome do embaixador da Colômbia foi anunciado: palmas. Palmas de pé. O contraste foi humilhante", observa o jornalista paulo Nogueira, do Diário do Centro do Mundo.

"Vaiar Temer seria desrespeitar muito mais as vítimas da tragédia do que o próprio Temer. O silêncio foi um gesto de grandeza da multidão. Ao mesmo tempo, foi mais uma prova de que Temer é menor que os brasileiros", destaca.

Michel Temer, o Breve?


O governo Michel Temer pode estar com os dias contados, na avaliação do jornalista Marco Damiani. Entre os sinais de sua fragilidade, ele aponta a dificuldade de Temer em comparecer a locais públicos, a recessão que já se transforma em depressão, as pressões do Congresso para sancionar a anistia aos políticos corruptos e até a ironia do ex-presidente FHC, que o chama de "pinguela" a propalada "Ponte para o futuro" e já fala em eleições diretas.

"Tudo somado, o presidente com sua agenda antipopular, auxiliares engessados por denúncias públicas e projetadas e dissimulação que se desfaz diante dos fatos poderá ser visto pela história como Temer, o breve".

Promotor diz que "homens sem misericórdia" destruíram as 10 medidas


“Esta semana, quando uma tragédia profunda mergulhou o país em um mar de sofrimento, homens sem misericórdia colocaram em curso uma estratégia cruel. Enquanto o Brasil estava de luto pelo acidente aéreo que matou dezenas de jogadores de futebol e enquanto as manchetes estavam cheias de dor, Deputados da Câmara trabalharam durante a noite para fazer o mais forte ataque a Lava Jato ao longo de mais de dois anos de vida”, disse o procurador Deltan Dallagnol, que coordena a Lava Jato.

Nesta semana, ele também afirmou que finalidade do pacote é "estancar a sangria" da Lava Jato, evocando o senador Romero Jucá (PMDB-RR), que dizia ser necessário derrubar a presidente Dilma Rousseff para estancar investigações.

"Lula é o candidato do PT e não tem plano B"

Palavras do presidente do Partido

Em entrevista publicada neste domingo, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirma que a candidatura presidencial de Lula "é uma exigência nacional, não só do PT, mas daqueles que veem nele um líder".

Ele também afirma que Michel Temer deveria renunciar para que o Brasil restaure sua democracia.

"Se ele tivesse um mínimo de preocupação em como vai passar para a história além de usurpador, golpista e traidor, deveria renunciar. Fizeram uma aposta de alto risco, que foi depor um governo eleito e promover um ajuste de acordo com seus interesses. Esse processo está se frustrando", diz ele.

sábado, 3 de dezembro de 2016

Leandro: Moro vai fugir

Ele sabe que está no fim

Conversa Afiada, 03/12/2016

O Conversa Afiada reproduz artigo de Leandro Fortes, no site da CTB:

Operação Lava Jato, dentro de um contexto social e político honesto, teria sido um presente para o Brasil. Acho que ninguém discorda de que, um dia, seria necessário acabar com a cultura da corrupção que sempre ligou empreiteiros e políticos brasileiros.

O fato é que, em pouco tempo, foi fácil perceber que as decisões e ações demandadas pelo juiz Sérgio Fernando Moro estavam eivadas de seletividade. Tinham como objetivo tirar o PT do poder, desmoralizar o discurso da esquerda e privilegiar aqueles que, no rastro da devastação moral levada a cabo pelo magistrado, promoveram a deposição da presidenta Dilma Rousseff.

Hoje, graças à Lava Jato, a economia nacional está devastada, o Estado de Direito, ameaçado, e o poder tomado por uma quadrilha que fez do Palácio do Planalto uma pocilga digna de uma republiqueta de bananas de anedota.

Agora, quando os grupos golpistas ligados ao PSDB e PMDB começam a ser atingidos pela mesma lama que a Lava Jato pensou em represar apenas para o PT, o juiz Moro pensa em tirar um ano sabático, nos Estados Unidos.

Isso, obviamente, não pode ser uma coisa séria.

Um juiz de primeira instância destrói a economia e o sistema político de um país, deixa em ruínas 13 anos de avanços sociais, estimula o fascismo, divide a nação e, simplesmente, avisa que vai tirar férias de um ano?

Não se enganem: o que está havendo é uma fuga planejada.

Leandro Fortes é jornalista e escritor.

Lava-Jato transformou o Brasil numa Bananalândia, diz promotor


O promotor Fuar Farad escreve artigo no qual discorre sobre a reação dos procuradores da Força Tarefa da Operação Lava Jato contra a aprovação do projeto da Câmara, que define os crimes de abuso de autoridade.

"Os pretensos boys magia da Car Wash, na República de Curitiba, foram tragados por alguma espécie de histerismo paranoico diante de uma decisão tomada pela Câmara dos Deputados, em Brasília, que soterrou as desmedidas criadas e capitaneadas pelos magnânimos Redentoristas da Procuradoria da República", afirmou.

Para ele, os procuradores "transformaram nossa terra numa Bananalândia"

Sai a reforma de Temer: 65 anos, pensão menor e privilégios mantidos


Foram definidos os principais pontos da reforma da Previdência de Michel Temer, que será apresentada ao Congresso nesta terça-feira.

Ela castiga a população mais pobre e preserva privilégios das castas mais favorecidas do Estado: a idade mínima será de 65 anos para homens e mulheres; as pensões também serão desvinculadas do salário mínimo – o que significa que ficarão abaixo do piso salarial; as Forças Armadas, no entanto, não serão afetadas e os parlamentares, que votarão a proposta, também devem ser preservados.

As medidas foram anunciadas pelo jornal O Globo, que governa o Brasil em parceria com Temer.