domingo, 30 de outubro de 2016

Uma possível prisão de Lula é uma declaração de guerra


Coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), que congrega 40 mil famílias em 11 estados, Guilherme Boulos prevê um 2017 de conflitos no Brasil, mas sobretudo na maior cidade do país.

"São Paulo vai virar uma praça de guerra", diz, antevendo que o novo prefeito irá usar a força para reprimir a luta pela moradia; para Boulos, Sergio Moro "não é uma referência de Justiça" e " tem mentalidade de justiceiro".

"Para ele vale qualquer coisa, até passar por cima da constituição, para que ele possa pegar quem ele quer pegar", opina; questionado se o MTST irá às ruas se Lula for preso, ele diz: "Uma prisão arbitrária do Lula não é um ataque apenas ao Lula. É uma declaração de guerra. Evidente que vai gerar reações".

Caso Serra revela o lado B da mídia brasileira


Em artigo sobre o comportamento da mídia após a denúncia da Odebrecht contra José Serra, o jornalista George Marques, que escreve sobre os bastidores da política, analisa: "Passado quase 48 horas que a matéria da Folha denuncia que o ministro José Serra (PSDB) teria recebido cerca de R$ 23 milhões em propina, fruto de corrupção e caixa dois da Odebrecht, os jornais O Globo, Estadão, G1, entre outros veículos e articulistas da Grande Imprensa sequer tocam no assunto. Houve um cala-boca geral nas redações. Esse tipo de conveniência faz parte do jornalismo de omissão, de compadrio, do jornalismo rasteiro e imoral".

"Capturado pelo poder econômico, o jornalismo no Brasil passa por um momento de descrédito, subserviência e de proteção conveniente. Há um outro caminho a seguir?", questiona.

Rapidinhas

Leonardo Picciani
Venda de mineradora de Picciani para cervejaria é informada por órgão de controle à Lava Jato Laços de família A compra pelo Grupo Petrópolis de parte de uma mineradora que tem Leonardo Picciani (Esporte) como sócio entrou na mira de relatório de inteligência financeira feito por órgão de controle da Fazenda para a Lava Jato. O grupo pagou R$ 5,5 milhões aos Picciani logo após ter recebido R$ 36 milhões de uma empresa com capital de R$ 1.000. “A movimentação foi caracterizada pelo recebimento com imediato pagamento ou de transferência a terceiros sem justificativa”, diz o documento.

Outro lado Procurado, Jorge Picciani, pai do ministro e responsável pela empresa, diz que a compra de parte da mineradora pelo Petrópolis foi legal e que ele não tem responsabilidade sobre a origem dos recursos que o pagaram.

Sem mais O Grupo Petrópolis sustenta que se trata de compra e venda de ações.

Errou o alvo Passado o primeiro turno das eleições, ministérios começaram a receber romaria de deputados pedindo algo inusitado: que as pastas cancelassem recursos liberados a pedido deles para municípios em que os aliados foram derrotados.

Meu umbigo Como parte das obras só era esperada para 2017, os parlamentares não querem ver adversários triunfando com o esforço alheio.

Desinteresse público O caso mais emblemático é o de uma cidade em que a mãe de um deputado não fez o sucessor, e ele correu ao governo para pedir o bloqueio.

Do barulho Em uma das visitas ao marido, Isabela Odebrecht ouviu de Marcelo: “Nossa, foram presos uns caras barras-pesadas aqui”.

Ato falho? A mulher do empreiteiro pareceu responder sem pensar, segundo pessoas com acesso à carceragem da PF: “E você acha que é o que para estar aqui?”.

Há vagas O restaurante Tia Zélia, reduto de petistas e o preferido de Lula em Brasília, está em crise desde o impeachment. O local, que chegava a ter 40 minutos de espera, está farto de mesas vazias.

Enquanto é tempo Às vésperas da decisão do Congresso sobre cortar recursos públicos para partidos nanicos, multiplicam-se pedidos de registro de siglas na Justiça Eleitoral. São 52 novos grupos tentando se oficializar.

Gregos e troianos Na lista, há os ligados a causas ambientais, como o Animais; os religiosos, como a UDC do B (União da Democracia Cristã do Brasil); e os esportistas, como o já notório PNC (Partido Nacional Corinthiano).

Mangas de fora Deputados que votaram contra o impeachment — mas agora integram a base de Michel Temer — começam a se acotovelar por espaço no governo.

Mudei de lado Eles tinham ficado fora da partilha inicial, mas, como votaram com o Planalto no teto de gastos, já se acham merecedores de um cargo ou outro.

Casei primeiro As bancadas que estão com Temer desde o início — principalmente as do Nordeste — começam a se movimentar para barrar a concorrência.

Carnê da infelicidade O comando do PR paulista discutiu com Geraldo Alckmin apoio ao tucano na disputa presidencial de 2018. Com a derrota do PT em SP, dirigentes dizem que a “última parcela com o petismo já foi paga” e que, agora, estão livres.

Papel passado Um dos caciques afirma que o PR não quer deixar para selar o casamento com Alckmin na véspera da eleição. Pretende definir a sinecura em São Paulo logo depois do segundo turno das disputas municipais.

Dureza O prefeito Fernando Haddad está angustiado com sua dívida de campanha — R$ 8 milhões, segundo o TSE. Os jantares de arrecadação não estão rendendo muito e, para atrapalhar, amigos dizem que o PT está ajudando menos do que deveria.

Jeitinho O clima não é de velório, é de efervescência do regime democrático. É no tranco da carroça que as abóboras se ajeitam. DE CARLOS AYRES BRITTO, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, sobre a semana de turbulências entre os Poderes Legislativo e Judiciário.

Boca fechada não entra mosquito Durante jantar de João Doria com os 25 vereadores eleitos por sua coligação, na segunda-feira (24), no Terraço Itália, Zé Turin (PHS) disse a Julio Semeghini (PSDB) que o próximo encontro deveria ser em uma churrascaria. Pudera: ele é dono de um açougue.

Estrategista Quando Doria terminou seu discurso, chegou a vez de Turin falar. Semeghini logo interrompeu: 
— Fala o que você me disse ali no canto — encorajou o tucano.
— O quê? — questionou o futuro vereador.
— O que estava me dizendo lá fora, ora!
— Ah! Que eu quero a subprefeitura de Santo Amaro?

sábado, 29 de outubro de 2016

Por que o Jornal Nacional de hoje não falou da denúncia contra Serra?


"Denúncia feita pela Folha de S. Paulo em agosto e agora reiterada pelo jornal, de que Serra recebeu propina da Odebrecht, soma-se a denúncias iguais contra outros tucanos – FHC, Alckmin, Aécio – que ocorrem sempre mas que não se tornam de conhecimento público porque ficam restritas ao único veículo da grande mídia que faz denúncias contra caciques do PSDB: à Folha", escreve Eduardo Guimarães.

Segundo ele, porém, as denúncias "só têm repercussão quando vão para o Jornal Nacional", algo que não aconteceu no caso de Serra; "Serra, Alckmin e FHC são os políticos mais blindados do Brasil", diz ele.

"Hoje o Brasil é governado por uma aliança entre a Globo, a Lava Jato, o PSDB e parte do Supremo. Assim, podemos todos ter certeza de que a denúncia da Odebrecht contra Serra vai para as calendas enquanto o mesmo Serra e seu partido continuarão acusando petistas de terem sido acusados pela Odebrecht", conclui

Moro diz que o Brasil pode não sobreviver à delação da Odebretcht

Ele teria dito que: "Pela extensão da colaboração, haverá turbulência grande. Espero que o Brasil sobreviva". Nela delação serão incriminados o ministro das Relações Exteriores, José Serra e o governador Geraldo Alckmin, ambos do PSDB
O juiz federal Sérgio Moro, que cuida dos processos da Lava Jato em primeira instância, teria feito o seguinte comentário a um interlocutor de Brasília, de acordo com a revista Veja dessa semana: "Pela extensão da colaboração, haverá turbulência grande. Espero que o Brasil sobreviva".

Na capa, a publicação se refere à delação da Odebrecht como "a delação do fim do mundo", que promete atingir parlamentares, governadores e ministros de diversos partidos, sem contar Michel Temer (PMDB), presidente da República.

Trechos da delação já incriminaram o ministro das Relações Exteriores, José Serra, que segundo executivos recebeu R$ 23 milhões em propina da empreiteira por meio de uma conta na Suíça.

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) foi outro cacique tucano citado na delação, como beneficiário de doações de campanha em troca da participação da construtora nas obras do Rodoanel, em São Paulo. Ele seria o "Santo", codinome registrado em planilha da Odebrecht.

Segundo a delação, Temer pediu, em uma reunião com Marcelo Odebrecht realizada no Palácio do Jaburu, R$ 10 milhões para seu partido. Parte do dinheiro teria sido entregue em dinheiro ao atual ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.

O acordo da empreiteira com o Ministério Público Federal deve ser fechado nos próximos dias e promete abalar todos os corredores de Brasília.

Fonte: Brasil 247, 29/10/2016

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Odebrecht entrega Serra: R$ 23 milhões em conta secreta na Suíça


Chega ao fim a carreira política do chanceler brasileiro José Serra; manchete da Folha desta sexta-feira informa que, em seu acordo de delação premiada, a Odebrecht revelou como pagou R$ 23 milhões ao candidato tucano à presidência da República, em 2010, numa conta secreta na Suíça.

Os executivos da empreiteira prometeram entregar os recibos dos depósitos de um valor que, corrigido pela inflação, hoje seria de R$ 34,5 milhões.

Serra foi um dos principais articuladores do impeachment da presidente Dilma Rousseff e, no gabinete de Michel Temer, pretendia se credenciar para chegar à presidência da República, mas foi o primeiro cacique abatido na nova fase da Lava Jato. Sua continuidade no cargo é insustentável.

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

O prefeito eleito de Itaituba, Valmir Climaco, deu uma coletiva à imprensa

Para esclarecer a Operação Deseduca da Polícia Federal
Prefeito eleito Valmir Climaco

O prefeito eleito Valmir Climaco retornou no final da manhã hoje de Brasília, seguindo do aeroporto para o diretório do PMDB, onde concedeu entrevista coletiva à imprensa local, a qual estava inicialmente marcada para amanhã, sexta-feira, às dez horas. Ele falou a respeito da operação Deseduca, da Polícia Federal, que resultou na apreensão de documentos, na prisão de uma pessoa, e na condução de outras para prestar depoimento. Houve muitos boatos pelas redes sociais dando conta de que Valmir teria sido preso, o que nunca aconteceu, tendo ele se apresentado espontaneamente à PF em Brasília.

“Em primeiro lugar, todo mundo, no município de Itaituba sabe que eu estava para Brasília. Fui tratar das emendas parlamentares, já que o prazo para apresentação terminou no dia 22 de outubro. Lá, recebi um telefonema terça-feira (25/10) pela parte da manhã, por volta das sete horas, informando que a Polícia Federal estava na minha residência. Chegaram lá em casa, chamaram meu filho, que estava só em casa, pois a Solange (esposa) estava viajando, e os policiais queriam falar comigo. 

Havia uma ordem judicial para fazer busca e apreensão de uma documentação. O Valmir Filho disse que eu estava para Brasília, tendo pedido para ligar para mim. Em seguida eu conversei com o delegado (que chefiava a operação), o qual pediu que eu fosse até a sede da Polícia Federal em Brasília. Eu disse que assim faria. Como eu só tinha compromisso após as 10 horas, às 9 horas eu fui lá. Fui ouvido por um delegado, na companhia de um advogado nosso, de Belém, Dr. Mailton Ferreira.

As perguntas do delegado foram em cima disso que se fala desde que eu saí do governo, em 31 de dezembro de 2012, que eu teria pago R$ 658 mil da obra de uma creche em Moraes Almeida. Eu nunca paguei esse dinheiro e isso já foi comprovado. Eu vi as fotos que eu não sei quem divulgou, se foi a Polícia Federal, ou se foi alguém, de uma escola. É bom que se diga que em Moraes Almeida tem duas escolas com o mesmo nome, sendo uma grande e uma pequena. A grande, tem dezesseis salas de aula, uma quadra, e a medição que foi feita foi da quadra grande.

Quando chegou em 2013, em que a atual prefeita (Eliene Nunes) assumiu, ela mudou o nome da escola grande, tendo deixado o nome (César Almeida) na escola pequena. Então, se alguém pegar hoje a documentação, vai ver que a obra licitada teria sido na escola pequena, em vez de ser no local correto. Quero deixar bem claro que nunca foi feita nenhuma medição de obra na escola pequena.

Por ocasião da mudança do governo (de Valmir para Eliene), em 2013, a atual administração cancelou os contratos com as empresas que estavam fazendo a obra, não dando oportunidade para ser feito um levantamento completo da obra, com as duas partes. Se havia alguma dúvida, era só ela chamar a administração anterior e a empresa que estava fazendo a obra para checar a medição feita, porque não se pode fazer justiça ouvindo apenas uma parte. Nunca fui chamado para tratar desse assunto.

Eu deixei, somente das quadras, R$ 2 milhões em conta, que a própria prefeita confirmou em março de 2013. Isso, todos os canais de TV tem. O que eles (o atual governo) fizeram? Cancelaram os contratos da empresa que estava fazendo a obra; tem BO (Boletim de Ocorrência) feito na Delegacia, tendo sido levada a Polícia para retirar a empresa que estava trabalhando, respaldada por um contrato. 

Não pagaram a medição do que tinha sido feito, mas não tinha sido ainda pago; cancelaram o contrato, fizeram um laudo supercriminoso, incriminando a mim e minha família, como uma quadrilha que desviava dinheiro público. Nós estamos provando, e vamos provar tudo na Justiça, que não temos nada a ver com isso. Se alguém cometeu algum crime, foi a atual administração. Por quê? Porque tirou o contrato que foi feito após uma licitação e deu para os seus aliados políticos”, afirmou o prefeito eleito.

A imprensa perguntou a Valmir Climaco, o que ele tinha a dizer a respeito das acusações sobre um saque de mais de R$ 500 mil, que teria sido feito no dia 31 de dezembro de 2012, último dia de seu governo. Ele explicou o que houve.

“O meu mandato foi até meia-noite do dia 31 dezembro de 2012, conforme a lei. E eu não paguei nada no último dia. A medição que eu paguei foi no dia 28 de dezembro. Por que eu paguei no dia 28? Porque a medição tinha sido feita há dias; o controle interno da prefeitura pode provar isso. A medição foi feita pelos técnicos da prefeitura e a lei não proíbe o pagamento de contas nos últimos dias de governo. Paguei dia 28 de dezembro porque foi naquele dia que o dinheiro entrou na conta. Então, não havia como ter pagado antes. E por que eu não paguei a medição das quadras, já que o dinheiro chegou também no dia de dezembro de 2012? 

Não paguei, porque as medições não estavam prontas! Ficou para o novo governo pagar, e a empresa apresentou as medições depois do dia 2 de janeiro de 2013. O estranho foi terem cancelado as obras e entregar para os aliados políticos da prefeita. Foi para o Paulo Gilson, que era aliado dela, para o Fernando, que também era aliado e para a família D’Almeida, do grupo dela.


Ao assumir o governo eu vou fazer diferente. Quando eu tomar posse, em 1º de janeiro do ano que vem, as obras que estiverem sendo feitas, não vou chamar somente um engenheiro do meu lado para fazer laudo. Vou chamar um engenheiro da nossa administração e outro da administração atual para visitar as obras e fazer o que tiver que ser feito. É dessa forma que vamos trabalhar”, finalizou Valmir.

Fonte: Blog do Jota Parente, 27/10/2016

Na ONU, a primeira derrota dos vira-latas


"Numa prova risível de sua capacidade de confundir a realidade com os próprios desejos, a mídia amiga de Temer divulgou que a ONU havia arquivado denúncia apresentada pelos advogados de Lula. Na realidade, o caso segue seu curso normal e cabe ao governo brasileiro, agora, responder as denúncias apresentadas pela defesa de Lula", afirma Paulo Moreira Leite.

"Num país submetido a opressão do pensamento único, o caso na ONU pode reproduzir situação que ocorria durante a censura da ditadura militar, quando denúncias de abusos de direitos humanos eram feitas no exterior para depois chegar aqui".

Na ONU, a primeira derrota dos vira-latas


"Numa prova risível de sua capacidade de confundir a realidade com os próprios desejos, a mídia amiga de Temer divulgou que a ONU havia arquivado denúncia apresentada pelos advogados de Lula. Na realidade, o caso segue seu curso normal e cabe ao governo brasileiro, agora, responder as denúncias apresentadas pela defesa de Lula", afirma Paulo Moreira Leite.

"Num país submetido a opressão do pensamento único, o caso na ONU pode reproduzir situação que ocorria durante a censura da ditadura militar, quando denúncias de abusos de direitos humanos eram feitas no exterior para depois chegar aqui".

CNBB: PEC 241 elege os pobres para pagarem a conta

Qual foi mesmo o posicionamento da Igreja Católica quando do golpe contra a democracia?

Conferência Nacional dos Bispos dos Brasil (CNBB), presidida pelo arcebispo dom Sérgio da Rocha, faz crítica contundente contra aprovação da PEC 241.

A entidade católica lembra a medida não estabelece nenhum teto para pagamento dos juros da dívida pública e diz que a PEC é "injusta e seletiva".

"Ela elege, para pagar a conta do descontrole dos gastos, os trabalhadores e os pobres, ou seja, aqueles que mais precisam do Estado para que seus direitos constitucionais sejam garantidos".

CNBB defende mobilização e lança sobre o Senado a responsabilidade de dialogar com a população.

"Pesa, neste momento, sobre o Senado Federal, a responsabilidade de dialogar amplamente com a sociedade a respeito das consequências da PEC 241".