sábado, 22 de outubro de 2016

Polícia do Senado é acusada até de cárcere privado para proteger Collor


O diretor da Polícia do Senado, Pedro Ricardo de Carvalho, principal alvo da Operação Métis, é acusado até de cárcere privado em trabalho para proteger o senador Fernando Collor de Melo.

A denúncia é da agente da Polícia Federal Andréa Pinho Albuquerque, que diz que ela e sua equipe foram coagidos pela Polícia do Senado e impedidos de deixar um apartamento do senador quando cumpriam um mandado de busca e apreensão em 2015.

"Se Bolsa Família é compra de votos, qualquer outra política também seria"



O cientista político da Fundação Getúlio Vargas, Cesar Zucco, que há tempos estuda o impacto eleitoral do Bolsa Família nas eleições, contestou a declaração do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, que voltou a associar o Bolsa Família à prática de compra de votos.

Para o pesquisador, não há qualquer evidência de que o programa criou um eleitorado cativo do PT.

“Esse efeito já existia em 2002, quando José Serra (PSDB) disputou a eleição. Naquele ano, os beneficiários do Bolsa Escola, da Bolsa Alimentação, tinham maior probabilidade de votar no candidato da situação”

Polícia prende polícia, MP acusa MP: ainda há ordem?


O protagonismo do Poder Judiciário, que domina a agenda nacional com operações policiais quase diárias, produziu duas situações atípicas nesta sexta-feira.

De manhã, policiais federais prenderam policiais legislativos, que foram acusados de fazer contraespionagem contra a Operação Lava Jato.

À tarde, o procurador Cássio Conserino, do MP-SP, desmereceu a denúncia do também procurador Deltan Dallagnol, do MP-PR, dizendo que a acusação contra o ex-presidente Lula pelo apartamento no Guarujá (SP) deveria correr em São Paulo e não no Paraná.

Com tantos atores disputando holofotes, a questão é: ainda há ordem e segurança jurídica no País?

Kotscho questiona: quem deu tanto poder a Gilmar?


"Embora seja apenas um dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal, ele dá a impressão de ser muito mais supremo juiz do que os outros, o dono da verdade definitiva, indiscutível, absoluta, uma espécie de autonomeado 'ombudsman geral' da República", diz o jornalista Ricardo Kotscho.

"É como se fosse um novo poder, paralelo e solitário, acima dos outros três. Quem lhe deu este poder, de onde vem tanta autoridade?", questiona, lembrando ainda que o ministro não esconde sua ação política.

Lula pede a Janot que apure denúncia contra Moro


Por meio de seus advogados Cristiano Zanin e Roberto Teixeira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva protocolou representação dirigida ao procurador-geral Rodrigo Janot, para que seja a apurada a denúncia feita pelo Ministério Público de São Paulo contra o juiz Sergio Moro.

Os promotores acusam o juiz da Lava Jato de ter feito um "conluio" com uma juíza paulista para que as investigações sobre o apartamento no Guarujá (SP) fossem transferidas para o Paraná, sem que, na visão deles, tivessem qualquer conexão com o chamado "petrolão".

Lula pede a Janot que tome "as providências legais que julgar cabíveis para o restabelecimento da ordem jurídico-penal eventualmente violada".

Cunha a Geddel: "Vou ser preso, façam alguma coisa"


A última ligação de Eduardo Cunha antes da prisão foi para o Palácio do Planalto; quem atendeu foi seu amigo Geddel Vieira Lima, hoje articulador político do governo Michel Temer; "Geddel, eu vou ser preso! Vocês precisam fazer alguma coisa!"; ao lado de Geddel, estava o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, que entrou em ação para saber se Cunha precisaria de alguma coisa; a ligação é interpretada como uma ameaça do novo homem-bomba do País; em seu livro sobre o impeachment, Cunha pretendia revelar como aliados de Michel Temer impediram um acordo para que todos os pedidos de afastamento da presidente Dilma Rousseff fossem arquivados, comprovando a tese de desvio de finalidade no golpe parlamentar de 2016.

Revista ÉPOCA: Venda do PMDB ao PT por R$ 40 milhões em 2014 pode derrubar Temer


Revista da Editora Globo já prepara o terreno para a queda de Michel Temer. A reportagem de capa deste fim de semana aponta que o PMDB vendeu seu apoio ao PT, na reeleição de 2014, por R$ 40 milhões.

Eduardo Cunha, preso na quarta-feira, seria o tesoureiro informal do partido e todos os pagamentos aos candidatos seriam avalizados por Temer. Os recursos viriam de grandes fornecedores da Petrobras, como as empreiteiras, e abasteciam a turma do PMDB.

Esta acusação deve dar fôlego à ação no Tribunal Superior Eleitoral contra a chapa Dilma-Temer, que vem sendo conduzida a toque de caixa pelo relator Herman Benjamin. Época já fala em eleições indiretas em 2017.

Fonte: Brasil247, 22/10/2016

PEC/241 - Uma Ilusão

Dez questões respondidas que demonstram o fracasso da PEC/241
Retirado de: Sul21

Da RBA

Em sua página na rede social Facebook, a economista e professora da USP Laura Carvalho organizou uma lista de perguntas e respostas sobre a Proposta de Emenda Constitucional 241, que limita o crescimento dos gastos públicos.

Para organizar a lista, a Laura baseou-se na apresentação que fez na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, no início da semana. “Espero que ajude aqueles que estão sendo convencidos pelo senso comum. Lembrem-se: o orçamento público é muito diferente do orçamento doméstico”, escreveu

A economista aponta as principais dúvidas sobre a proposta do governo Temer, que congela investimentos públicos por 20 anos, ao impor que o Orçamento seja corrigido anualmente apenas pela inflação do ano anterior. De forma didática, Laura ajuda a desconstruir alguns mitos em relação ao tema.

Leia a íntegra:

1. A PEC serve para estabilizar a dívida pública?

Não. A crise fiscal brasileira é sobretudo uma crise de arrecadação. As despesas primárias, que estão sujeitas ao teto, cresceram menos no governo Dilma do que nos dois governos Lula e no segundo mandato de FHC. O problema é que as receitas também cresceram muito menos – 2,2% no primeiro mandato de Dilma, 6,5% no segundo mandato de FHC, já descontada a inflação. No ano passado, as despesas caíram mais de 2% em termos reais, mas a arrecadação caiu 6%. Esse ano, a previsão é que as despesas subam 2% e a arrecadação caia mais 4,8%.

A falta de receitas é explicada pela própria crise econômica e as desonerações fiscais sem contrapartida concedidas pelo governo e ampliadas pelo Congresso. Um teto que congele as despesas por 20 anos nega essa origem, pois não garante receitas, e serve para afastar alternativas que estavam na mesa no ano passado, como o fim da isenção (de 1995) sobre tributação de dividendos, o fim das desonerações e o combate à sonegação. A PEC garante apenas que a discussão seja somente sobre as despesas.

A PEC também desvia o foco do debate sobre a origem da nossa alta taxa de juros – que explica uma parte muito maior do crescimento da dívida, já que se refere apenas às despesas primárias federais. Uma elevação da taxa de juros pelo Banco Central tem efeito direto sobre o pagamento de juros sobre os títulos indexados à própria taxa Selic, por exemplo – uma jabuticaba brasileira.

A PEC é frouxa no curto prazo, pois reajusta o valor das despesas pela inflação do ano anterior. Com a inflação em queda, pode haver crescimento real das despesas por alguns anos (não é o governo Temer que terá de fazer o ajuste). No longo prazo, quando a arrecadação e o PIB voltarem a crescer, a PEC passa a ser rígida demais e desnecessária para controlar a dívida.

2. A PEC é necessária no combate à inflação?

Também não. De acordo com o Banco Central, mais de 40% da inflação do ano passado foram causados pelo reajuste brusco dos preços administrados que estavam represados (combustíveis, energia elétrica…). Hoje, a inflação já está em queda e converge para a meta. Ainda mais com o desemprego aumentando e a indústria com cada vez mais capacidade ociosa, como apontam as atas do BC.

3. A PEC garante a retomada da confiança e do crescimento?

O que estamos vendo é que o corte de despesas de 2015 não gerou uma retomada. As empresas estão endividadas, têm capacidade ociosa crescente e não conseguem vender nem o que são capazes de produzir. Os indicadores de confiança da indústria, que aumentaram após o impeachment, não se converteram em melhora real. Os últimos dados de produção industrial apontam queda em mais de 20 setores. A massa de desempregados não contribui em nada para uma retomada do consumo. Que empresa irá investir nesse cenário?

Uma PEC que levará a uma estagnação ou queda dos investimentos públicos em infraestrutura física e social durante 20 anos em nada contribui para reverter esse quadro, podendo até agravá-lo.

4. A PEC garante maior eficiência na gestão do dinheiro público?

Para melhorar a eficiência é necessário vontade e capacidade. Não se define isso por uma lei que limite os gastos. A PEC apenas perpetua os conflitos atuais sobre um total de despesas já reduzido. Tais conflitos costumam ser vencidos pelos que têm maior poder econômico e político. Alguns setores (da atividade econômica) podem conquistar reajustes acima da inflação, e outros pagarão o preço.

5. A PEC preserva gastos com saúde e educação?

Não, estas áreas tinham um mínimo de despesas dado como um percentual da arrecadação de impostos. Quando a arrecadação crescia, o mínimo crescia. Esse mínimo passa a ser reajustado apenas pela inflação do ano anterior. Claro que como o teto é para o total de despesas de cada Poder, o governo poderia potencialmente gastar acima do mínimo.

No entanto, os benefícios previdenciários, por exemplo, continuarão crescendo acima da inflação por muitos anos, mesmo se aprovarem outra reforma da Previdência (mudanças demoram a ter impacto). Isso significa que o conjunto das outras despesas ficará cada vez mais comprimido.

O governo não terá espaço para gastar mais que o mínimo em saúde e educação (como faz hoje, aliás). Gastos congelados significam queda vertiginosa das despesas federais com educação por aluno e saúde por idoso, por exemplo, pois a população cresce.

Outras despesas importantes para o desenvolvimento, que sequer têm mínimo definido, podem cair em termos reais: cultura, ciência e tecnologia, assistência social, investimentos em infraestrutura, etc. Mesmo se o país crescer…

6. Essa regra obteve sucesso em outros países?

Nenhum país aplica uma regra assim, não por 20 anos. Alguns países têm regra para crescimento de despesas. Em geral, são estipuladas para alguns anos e a partir do crescimento do PIB, e combinadas a outros indicadores. Além disso, nenhum país tem uma regra para gastos em sua Constituição.

7. Essa regra aumenta a transparência?

Um Staff Note do FMI de 2012 mostra que países com regras fiscais muito rígidas tendem a sofrer com manobras fiscais de seus governantes. Gastos realizados por fora da regra pelo uso de contabilidade criativa podem acabar ocorrendo com mais frequência.

O país já tem instrumentos de fiscalização, controle e planejamento do orçamento, além de metas fiscais anuais. Não basta baixar uma lei sobre teto de despesas, é preciso que haja o desejo por parte dos governos de fortalecer esses mecanismos e o realismo/transparência da política fiscal.

8. A regra protege os mais pobres?

Não mesmo! Não só comprime despesas essenciais e diminui a provisão de serviços públicos, como inclui sanções em caso de descumprimento que seriam pagas por todos os assalariados. Se o governo gastar mais que o teto, fica impedido de elevar suas despesas obrigatórias além da inflação. Como boa parte das despesas obrigatórias é indexada ao salário mínimo, a regra atropelaria a lei de reajuste do salário mínimo impedindo sua valorização real – mesmo se a economia estiver crescendo.

O sistema político tende a privilegiar os que mais têm poder. Reajusta salários de magistrados no meio da recessão, mas corta programas sociais e investimentos. Se nem quando a economia crescer, há algum alívio nessa disputa (pois o bolo continua igual), é difícil imaginar que os mais vulneráveis fiquem com a fatia maior.

9. A PEC retira o orçamento da mão de políticos corruptos?

Não. Apesar de limitar o tamanho, são eles que vão definir as prioridades no orçamento. O Congresso pode continuar realizando emendas parlamentares clientelistas. No entanto, o Ministério da Fazenda e do Planejamento perdem a capacidade de determinar quando é possível ampliar investimentos e gastos como forma de combate à crise, por exemplo. Imagina se a PEC 241 valesse durante a crise de 2008 e 2009?

10. É a única alternativa?

Não. Há muitas outras, que passam pela elevação de impostos sobre os que hoje quase não pagam (os mais ricos têm mais de 60% de seus rendimentos isentos de tributação, segundo dados da Receita Federal), o fim das desonerações fiscais que até hoje vigoram e a garantia de espaço para investimentos públicos em infraestrutura para dinamizar uma retomada do crescimento. Com o crescimento maior, a arrecadação volta a subir.

Wellington Araújo Silva, autor do artigo, é Estudante de Direito. Participou do projeto Proninc, através da Incubadora Social da PUCRS ,na área jurídica, promovendo e estimulando a autogestão, cooperativismo... e a Economia Solidária. Foi Diretor da Juventude Universitária Católica-7

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Para Gilmar, Bolsa Família é compra de votos institucionalizada


 

Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, disse que o programa Bolsa Família – criado pelos governos do PT e que atualmente atende cerca de 13,9 milhões de famílias com renda per capita mensal entre R$ 85,00 e R$ 170,00 – é uma forma de "comprar" votos e de "eternizar" um governo no poder.


"Com o Bolsa Família, generalizado, querem um modelo de fidelização que pode levar à eternização no poder. A compra de voto agora é institucionalizada", afirmou .

Esposa visita Cunha na carceragem da PF



Jornalista Claudia Cruz, mulher do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso nesta quarta-feira (19) no âmbito da Operação Lava Jato, visitou o marido na carceragem da Polícia Federal em Curitiba (PR).
 
Ela esteve no local acompanhada pelo advogado Marlus Arns e sai do local sem ser reconhecida por populares e sem falar com a imprensa.