quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Rafael Correa: “O processo contra Dilma é uma piada”



Presidente do Equador diz em entrevista ao jornal Valor Econômico que o processo que afastou a presidente eleita Dilma Rousseff no Brasil "é a ditadura da maioria no Congresso, é absolutamente inconstitucional".
 
Ele destaca ainda que Dilma "é acusada de coisas que tanto [Fernando Henrique] Cardoso como Lula fizeram, e que eram permitidas. Então foram proibidas pelo Tribunal de Contas, e a julgam retroativamente".

Planalto opera e Maia adia cassação de Cunha para 12/9

 

Seguindo orientação do Planalto, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), definiu que a votação do processo de cassação do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB) só ocorrerá no dia 12 de setembro, após o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
A estratégia inclui postergar votação da cassação de Cunha para esvaziar sessão e evitar que o ex-presidente da Câmara faça delação explosiva.
O delator disse ontem que Cunha sustentava 200 deputados.

O Clarín admite ter usado ‘jornalismo de guerra’ para destruir Cristina K — o mesmo método da imprensa brasileira



Verguenza

O ambiente jornalístico argentino está em chamas.

O motivo é uma confissão.

O jornalista Julio Blanck, editor chefe e colunista político do Clarín, admitiu, numa entrevista, que seu jornal praticou um “jornalismo de guerra” contra Cristina Kirchner. Ele acrescentou que isso não é “bom jornalismo”.
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É um eufemismo.

É crime. “Jornalismo de guerra” é crime. Você torce as informações para favorecer seus interesses. Ilude o público.

Blanck diz que gostaria que o Clarín voltasse a ser a “consciência média” do argentino. Mas como? Credibilidade, uma vez perdida, adeus. É como virgindade. Ou inocência.

É tentador o paralelo com o que aconteceu no Brasil. A imprensa brasileira fez — ainda faz — um jornalismo de guerra contra Lula, Dilma e o PT.

Um antigo diretor de redação da Veja, pioneira no jornalismo de guerra, usou uma expressão mais suave. Ele falou em “jornalismo de exceção”.

É a mesma coisa, apenas atenuada. Regime de exceção, por exemplo, sempre foi um substitutivo para ditadura.

A diferença entre o caso argentino e o brasileiro foi a resposta dos atacados. Cristina entendeu que estava numa guerra, e guerreou de volta. Dilma, como Lula antes dela, respondeu com flores às bombas. Não exatamente flores, aliás: dinheiro. Dinheiro copioso. Bilhões de reais em publicidade.

Vistas as coisas, você entende o espírito maligno da plutocracia sulamericana. Compreende também por que um ex-presidente da Turquia disse desdenhoso, referindo-se ao golpe fracassado, que seu país não é igual às repúblicas da América do Sul.

(É nisso que os golpistas nos transformaram: num país ridicularizado mundialmente.)

De volta ao jornalismo.

Você admite métodos de guerra. Com isso, interfere diretamente na política e na democracia.

E nada de consequências?

Apenas como comparação. Na Inglaterra, tão logo o centenário tabloide News of the World reconheceu que invadia celulares regularmente em busca de furos, foi sumariamente fechado. Não restou ao dono, Murdoch, outra saída tal o clamor da opinião pública.

Mas no Brasil e na Argentina — e mais genericamente na América do Sul — as coisas são bem diferentes.

A plutocracia faz o que quiser para manter suas mamatas e privilégios, incluído aí o jornalismo de guerra das grandes empresas corporações de mídia.

E não acontece nada.

Os argentinos pelo menos deram um passo à frente em relação a nós. Confessaram, pelo editor chefe do Clarín, o antijornalismo que fizeram.

Nem isso ocorreu no Brasil.

Os donos da mídia fingem, cinicamente, que fazem jornalismo. Seus fâmulos — os comentaristas e colunistas — fazem a mesma coisa.

Mas sabemos todos que o que Globo, Veja, Folha e Estadão praticam está longe de ser jornalismo.

É, para roubar a expressão de Blanck, jornalismo de guerra.
 
Fonte: DCM, 18.07.2016

“Tenho 200 deputados para sustentar”, disse Cunha, segundo delator

Do Brasil 247:

O lobista Júlio Camargo, um dos delatores da Operação Lava Jato, afirmou que em 2011, foi pressionado e extorquido pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ) – ex-presidente da Câmara – a pagar propina de US$ 5 milhões. A denúncia ocorreu na segunda(9) durante depoimento na 6.ª Vara Criminal Federal da Justiça Federal em São Paulo.

Segundo Julio Carmargo, “para justificar a cobrança dos valores, ele (Eduardo Cunha) disse que tinha uma bancada de mais de duzentos deputados para sustentar”, afirmou o delator.

Eduardo Cunha é acusado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de receber ao menos US$ 5 milhões de propina referentes a contratação de um estaleiro para a construção de dois navios-sonda pela Diretoria Internacional da Petrobrás, em 2006 e 2007.

Júlio Camargo não se intimidou com a presença de Cunha que estava presente à audiência. Cara a cara com o acusado, Júlio Camargo reiterou os detalhes da extorsão que afirma ter sofrido.

Júlio Camargo manteve as informações que já havia revelado à força-tarefa da Lava Jato sobre propinas para Eduardo Cunha no âmbito de um contrato para operação de navio-sonda da Petrobrás.

Anteriormente, à Justiça Federal ele contou que na época em que estava sofrendo pressão de Cunha chegou a procurar ajuda do então ministro das Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB/MA). Segundo ele, Lobão ligou para o deputado e disse. “Eduardo, você está louco?” O telefonema, segundo o delator, ocorreu no final da tarde de um domingo, em 2011, na Base Aérea do Aeroporto Santos Dumont, no Rio.

A informação está publicada no blog do jornalista Fausto Macedo através do link.
 
Fonte: DCM,  09.08.2016

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Lula vai ao CNMP contra procuradores da Lava Jato



Advogados do ex-presidente protocolaram nesta quarta-feira 10 uma reclamação ao Corregedor Nacional do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) contra atos de quatro procuradores da República "por terem antecipado juízo de valor em relação a Lula sobre fatos que ainda são objeto de investigação".
 
Na última sexta-feira, dia da abertura da Olimpíada do Rio, a defesa de Lula já havia apontado que a peça divulgada à imprensa pelo Ministério Público teve como objetivo "servir de manchete" na mídia contra o petista.
 
A reclamação diz que procuradores, "em vez de se limitarem à discussão jurídica" em torno da competência do juiz Sérgio Moro, disseram que "já há elementos de prova de que LULA participou ativamente do esquema criminoso" e que recebeu "vantagens indevidas".

Kotscho: “Fecham-se as cortinas, fim de jogo para Dilma”

 

"Mais do que a nova derrota, foi o placar estampado no painel do Senado que selou o destino da presidente afastada, agora tornada ré no processo de impeachment em que é acusada por crime de responsabilidade fiscal", afirma o jornalista, destacando a "goleada de 59 votos a favor do prosseguimento do processo e 21 contra".
 
Para Ricardo Koscho, Dilma "não tem mais chances de voltar ao seu cargo no Palácio do Planalto".

Cícero, Catilina e os traidores do Senado brasileiro

*Robson Sávio Reis Souza

Fonte: Brasil 247, 10.08.2016



Voltemos à Roma antiga. Estamos no ano de 63 a.C. Marcus Tullius Cicero, considerado o maior filósofo romano, tinha o cargo de cônsul, posto mais importante do Senado. Na ocasião, ele descobriu que um de seus colegas, o senador Lucius Sergius Catilina, organizava uma conspiração para assassiná-lo. O mentor do complô era um nobre arruinado por dívidas. Como sempre ocorre nas rodas do poder e da corrupção, Catilina contava com o apoio de outros homens ricos, brancos e militares que também tinham problemas financeiros e articulavam um golpe contra a República.

Ao ser informado dos planos de Catilina, Cícero convocou uma reunião do Senado e proferiu uma série de quatro discursos, que ficariam conhecidos como Catilinárias.

As Catilinárias são um exemplo de correção no exercício do poder público, dado que os discursos de Cícero passaram a ser referenciados sempre que um homem público atenta contra o interesse geral de uma Nação.

Nessa história do Senado romano, Cícero conseguiu sufocar a revolta de Catilina, postergando alguns anos a existência da República, que foi arruinada quando Júlio César invadiu a península itálica, em 49 a.C.

Infelizmente, não temos no Brasil um senador, com "S" maiúsculo, da estatura de Cícero. Mas temos muitos que são iguais ou piores que Catilina. Para defenderem seus interesses e de seus mentores (os donos do dinheiro); para salvarem suas peles a qualquer custo (porque estão enlameados na corrupção); para manterem seus discursos hipócritas de moralistas sem moral, os catilinas do Senado brasileiro crucificarão uma inocente e, com ela, a república e a democracia.

CÍCERO, SENADOR DA ROMA ANTIGA, DÁ UMA LIÇÃO DE DIGNIDADE PARA OS SENADORES QUE ABRIRAM O PROCESSO DE IMPEACHMENT CONTRA DILMA.

Como uma manada sem rumo e sem razão, crentes que estão acima das leis e do julgamento dos brasileiros e do mundo, os catilinas daqui estão com os ouvidos fechados a quaisquer argumentos a comprovarem a parcialidade, o oportunismo e a perversão de um julgamento sem base constitucional. Talvez, nem se tivéssemos no Senado um político da estatura de Cícero se reverteria esse espetáculo de violência à democracia.

Ontem, as páginas da história brasileira foram, mais uma vez, borradas com o que há de pior nessa república: além do espetáculo patético no Senado, quando ouvimos Aécio defendendo a democracia e outros tucanos e peemedebistas falando em respeito às leis, tivemos a absolvição pelo STF de Russomano e a confirmação, pelo PSC, da permanência de Feliciano na liderança daquele "partido". Agora, só falta a Câmara Federal salvar Cunha, com o apoio explícito de Temer. A podridão e a degradação dos três poderes denuncia a decadência da república. O nojo e o asco que sinto em relação aos membros das nossas instituições republicanas faz com que meu estômago fale mais alto que meu cérebro. E isso não é bom...

Mas voltemos ao Senado. A história dos catilinas daqui será contada agora e sempre. Assim como os heróis são lembrados pelos seus exemplos, os políticos e magistrados pífios também entram nos rodapés das páginas da história para que recordemos que a desfaçatez, a desonra, a mesquinhez e outros vícios são os atributos dos traidores, dos hipócritas e daqueles que não merecem um pingo de respeito e consideração.
 

A ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Maria Theresa de Assis Moura determinou ontem que técnicos do tribunal investiguem supostas irregularidades nas contas da campanha eleitoral do senador Aécio Neves (PSDB-MG) à Presidência da República em 2014.
 
Na decisão, Maria Theresa determinou que se investigue, com a ajuda da Receita Federal e do Tribunal de Contas da União, os dados contábeis fornecidos por empresas que prestaram serviços à campanha de Aécio Neves, a relação de empregados contratados e quais empresas foram criadas em 2014, ano da eleição.
 
Depois de ser derrotado em 2014, Aécio pediu investigação sobre a chapa Dilma-Temer, que ainda não foi julgada e que, em tese, poderia levar à cassação dos dois.
 
Agora é sua vez de prestar contas.
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Por 59 a 21, Senado aprova denúncia contra Dilma



Com a decisão desta madrugada, a presidente Dilma Rousseff vira ré no processo de impeachemnt e será julgada pelo plenário.
Na última etapa, após o depoimento das testemunhas, os senadores decidirão pela condenação ou a absolvição da presidente eleita; na fase final, é preciso o voto de 54 dos 81 senadores para confirmar o impedimento.
As sessões de julgamento devem ser agendadas a partir do dia 25 de agosto.
O interino Michel Temer havia ameaçado senadores, deixando claro que só quem votasse pela pronúncia, nesta madrugada, seria contemplado com benesses após a votação final.
Com a decisão, senadores ficam a um passo de consumar o golpe que aniquila a democracia brasileira e derruba 54 milhões de votos sem que tenha havido crime de responsabilidade.

Gaspari diz que Lava Jato chegou ao PSDB, mas lembra impunidade tucana


Gaspari diz que Lava Jato chegou ao PSDB, mas lembra impunidade tucana

"A revelação de que, em 2010, a Odebrecht botou R$ 23 milhões (sem nota fiscal) no caixa da campanha presidencial de José Serra levou a Lava Jato para a porta do PSDB", diz o colunista Elio Gaspari, que lembra ainda os escândalos do metrô paulista e o histórico de impunidade dos tucanos.
 
"O que diferencia as duas investigações é o resultado. Em menos dois anos, a Operação Lava Jato já condenou 76 réus a mais de 680 anos de prisão. A investigação paulista completou oito anos, sem maiores resultados".