terça-feira, 5 de julho de 2016

"O estrago deles em dois meses faz a gente temer"


A presidente Dilma recebeu nesta terça um grupo de juristas contra o impeachment no Palácio da Alvorada, onde discursou duro contra as medidas econômicas do "governo interino provisório e usurpador" de Michel Temer.

"O estrago deles em dois meses faz a gente temer por um tempo maior. Faz a gente ter um medo imenso. Porque você destrói as políticas", disse Dilma.

Segundo ela, a política "da austeridade pela austeridade", aplicada por Temer, vem dando errado. "Estão gastando no curto prazo para quem mais ganha no governo brasileiro", criticou.

"Eles pensam muito mais em se manter para executar o que querem. Daí porque a questão jurídica é muito importante. Porque para fazer isso, eles não têm o menor pudor", acrescentou a presidente, que agradeceu o apoio dos juristas nesse momento político.

Kátia Abreu: “Impeachment é obra do Sr. Eduardo Cunha”


Senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) saiu em defesa da presidente Dilma e disparou críticas contra o processo de impeachment no Twitter.

"Dilma não quebrou o país. E estão pegando pêlo em ovo sim. Castigar alguém por ações que foram praticados por todos os ex é preconceito", postou.

"Qual partido neste país não está envolvido em denúncias e delações?Muitos que hoje criticam Dilma eram seus ministros até 2 meses atrás", alfinetou.

Kátia destacou ter "convicção" de que está "do lado certo". "Ela não é corrupta", afirmou.

Temer veio para tirar os pobres do orçamento


O colunista do 247 Marcelo Zero destaca que "os governos do PT colocaram os pobres no orçamento" e que isso "deu certo, muito certo", mas que "o governo Temer/Cunha não engana ninguém. Ele não veio simplesmente para tirar Dilma Rousseff do poder. Ele veio para tirar os pobres do orçamento".

"O governo do golpe coloca a culpa na crise nos pobres. Com efeito, o governo golpista vê o investimento nos pobres como 'gasto'. Gasto excessivo e inútil. O ministro Meirelles já afirmou que o Brasil andou 'gastando muito' com Educação e Saúde. Parece piada, mas não é. É trágico", afirma.

Zero denuncia ainda que "o governo golpista não quer mexer no 'andar de cima'. Não tem interesse em combater a sonegação e a evasão fiscal. Não quer mexer nas contas suíças" e nem "deseja incluir os ricos na arrecadação".

MPF cobra devolução de R$ 1 mi de presidente do DEM


Ministério Público Federal do Rio Grande do Norte ingressou nessa segunda-feira, 4, com uma ação civil pública contra o senador e presidente nacional do DEM, José Agripino Maia (RN), pedindo a devolução de cerca de R$ 1 milhão por acúmulo ilegal de rendimentos no Senado e pensão.

Segundo o MPF, além do salário de R$ 33.763 do Senado, Agripino tem direito, desde 1986, a uma pensão vitalícia especial por ter exercido o cargo de governador no Rio Grande do Norte, no valor de R$ 30.471,11.

Os dois rendimentos somam R$ 64.234,11, 90,2% a mais do teto constitucional para vencimentos, que atualmente é de R$ 33.763.

‘Dilma poderá voltar se assumir compromisso com plebiscito’


Senador Telmário Mota (PDT-RR) afirmou que os fatos desencadeados desde o afastamento só reforçaram que não há crime de responsabilidade da presidenta Dilma e que o impeachment se trata de um golpe.

"Sinto que vários senadores estão constrangidos, outros não estão satisfeitos e querem uma alternativa plausível para que possam encaminhar uma votação diferente daquela que foi feita no impeachment. Seria desastroso a aprovação do impeachment. Isso é um golpe que deram o nome de impeachment", disse Telmário em entrevista ao Portal Vermelho.

Temer tem estratégia inspirada em Maquiavel


O interino Michel Temer deixou claro que age como uma raposa política e segue os conselhos do pensador italiano Maquiavel, ao prometer "medidas impopulares a partir de um certo momento"; a lógica é clara: na interinidade, gastança e "pacotes de bondades"; após a eventual aprovação do impeachment, arrocho fiscal; o erro de Temer, no entanto, é abrir suas cartas, revelando ao público a lógica de sua ação política; para Fernando Brito, editor do Tijolaço, Temer deixou claro que comete um estelionato, gastando agora o que terá que gastar depois; "O Brasil é o único país do mundo onde a mídia aceita – quando não aplaude – um estelionato anunciado", diz ele.

‘Não há imputação que justifique afastamento de Dilma’, diz Unasul


Secretário-geral da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), Ernesto Samper, defendeu "que a presidenta tenha o direito de legítima defesa" e afirmou que "não há uma imputação que razoavelmente possa levar a pensar hoje que se justifica sua desvinculação permanente do Poder Executivo".

Segundo ele, o resultado do impeachment afetará a região; "O Brasil é um ator muito poderoso na região, pesa muito, e seria ingênuo desconhecer que o que acontece no Brasil não vai, de alguma forma, afetar para o bem ou para o mal o que acontece na região. E isto não é uma exceção".

‘Não há razão para o Brasil ficar em um cantinho’, diz Celso Amorim


Ex-chanceler Celso Amorim afirmou que o Brasil não pode ficar "no cantinho" em matéria de política externa.

"Quando se fala que a política externa tinha que ser ativa e altiva, é porque não há razão para o Brasil ficar num cantinho, e nem havia razão para o Brasil se curvar diante de pressões externas", disse ele, durante evento do Instituto Lula em São Paulo.

Amorim disse também que atual chanceler, José Serra (PSDB-SP), faz política internacional pensando em "relação mesquinha de custo-benefício".

Gastador, Meirelles perde a blindagem da mídia


Depois de ampliar o rombo fiscal para R$ 170 bilhões neste ano e sinalizar que irá repeti-lo em 2017, ao mesmo tempo em que promete um duro ajuste fiscal, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, vem perdendo rapidamente sua credibilidade diante dos analistas econômicos.

"Ao mesmo tempo em que envia ao Congresso as propostas para controlar gastos, aprova aumentos de gastos. Falta coerência no combate ao déficit fiscal", disse Miriam Leitão, na CBN.

Vicente Nunes, do Correio Braziliense, bateu duro; "Meirelles chegou à Fazenda prometendo mundos e fundos. Contudo, nada de concreto fez até agora a não ser repetir o que seus antecessores faziam: prometer medidas e aumentar as previsões de rombo nas contas públicas", disse ele. "Num país sério, a máscara do ministro já tinha caído há muito tempo".

Após revogar escolhas de Dilma, Temer nomeia 12 conselheiros de educação


As nomeações para o Conselho Nacional da Educação (CNE) foram publicadas nessa segunda-feira (4) no Diário Oficial da União, assinadas em conjunto com o ministro da Educação, Mendonça Filho.

Michel Temer manteve seis dos nomes indicados por Dilma. Esta é a primeira vez na história do CNE que nomeações de conselheiros são revogadas.

Para o ex-ministro da Educação, Aloizio Mercadante, a ação é "desrespeito com as nomeações feitas por Dilma, que tinha legitimidade para fazê-las".