terça-feira, 28 de junho de 2016

Outro agosto


Cientista social Emir Sader avalia que "o que se decide em agosto no Senado" é: "Quem está a favor da retomada do desenvolvimento com distribuição de renda e quem é favorável à brutal expropriação de direitos da grande maioria, à alienação de patrimônio público pela privatização, aos gigantescos cortes dos recursos para as políticas sociais. Quem está a favor de um governo entregue nas mãos dos banqueiros e dos políticos mais corruptos".

Depois de citar o agosto de 1954, quando Getúlio Vargas "se imolou para impedir o golpe, conseguindo adiá-lo por 10 anos", e o agosto de 1961, quando houve a "renúncia de um salvador da pátria, um blefe da direita para tirar a esquerda do governo", em referência a Jânio Quadros, o "agosto de 2016 será a confirmação do vigor e da resistência da democracia, do respeito à vontade da maioria, ou será a fatídica data de um novo golpe, que se somará ao de primeiro de abril de 1964".

A falta de pudor de Temer


Em nova coluna, a jornalista Tereza Cruvinel comenta o desmanche do Conselho Nacional de Educação, cujos titulares tinham mandato de quatro anos, pelo interino Michel Temer.

"A independência dos 24 conselheiros do CNE é garantida por mandatos de quatro anos. Em abril, ainda ministro, Mercadante publicou a lista das 39 entidades civis de educação que haviam feito indicações. 

Dilma fez as nomeações a partir da lista de indicados, embora pudesse sacar do bolso metade dos conselheiros. Por terem sido nomeados por ela, estão sendo todos exonerados, apesar do mandato. Dane-se o regimento do CNE", diz Tereza.

A ação de Temer contra mandatos já está virando rotina: ele fez o mesmo contra o presidente da EBC e contra o presidente da Anater.

Senador Requião diz que que impeachment encomendado por R$ 45 mil tinha que ser muito ruim



Senador Roberto Requião (PMDB) detona o pedido de impeachment contra Dilma Rousseff feito pela advogada Janaina Paschoal: “Um impeachment encomendado a Janaina por R$ 45 mil tinha mesmo que ser muito ruim. Mal feito e mal pago”, postou ele no Twitter.


A jurista admitiu ter recebido a soma do PSDB para, junto com Miguel Reale Júnior, elaborar um parecer sobre o afastamento da presidente.

Um laudo assinado por três técnicos do Senado e entregue nesta segunda-feira à comissão do impeachment, a pedido da defesa da presidente, rebate denúncia de que ela praticou "pedalada fiscal”.

“É preciso entender que não se trata de questão jurídica, mas de rejeição econômica, política e pessoal. Simples assim!”, acrescentou Requião.

segunda-feira, 27 de junho de 2016

A verdade apareceu! E agora golpistas?

Perícia do Senado não consegue esconder verdades


"Cheio de sofismas, o parecer da perícia feita no Senado sobre as acusações de descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal não consegue esconder várias verdades que mostram que o processo de impeachment de Dilma Roussef não tem a menor base legal", escreve o jornalista Fernando Brito, do Tijolaço.

"A história dos decretos estarem em desacordo com as metas se desmancha no reconhecimento da própria comissão de perito de que 'o Poder Executivo cumpriu a meta estabelecida'", destaca ele, depois de dizer que Dilma não atuou nos repasses para o Plano Safra.

Temer está administrando Cunha pessoalmente


A jornalista Helena Chagas, do site "Os Divergentes", afirma que o presidente interino Michel Temer atua para "tentar acalmar" o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha.

Segundo ela, "Michel vai ter que se equilibrar entre a cruz de uma delação detonadora de Cunha e a caldeirinha que transformará em carvão todo aquele que tentar salvá-lo no plenário da Câmara".

"Ou seja, vai ter que receber, conversar e tentar acalmar o companheiro peemedebista. Este é o verdadeiro desafio a colocar em prova o decantado talento político do presidente interino", ressalta.

Requião: Temer quer comprar o Senado


Sem os votos necessários para consolidar o impeachment, o interino Michel Temer vem reforçando o assédio sobre senadores indecisos quanto à condenação da presidente Dilma Rousseff.

“O Temer está comprando a bancada. É uma compra explícita de apoio”, denuncia o senador Roberto Requião (PMDB-PR).

Na luta para conseguir votos, Temer já nomeou o filho de Zezé Perrella (PTB-MG), dono de um helicóptero apreendido com 450 quilos de cocaína, prometeu uma secretaria a Romário (PSB-RJ) e negocia apoios a parlamentares em disputas municipais, como é o caso de Omar Aziz (PSD-AM).

Ele também recebeu pedidos inusitados, como o de Hélio José (PMDB-DF), que queria a presidência de Itaipu e dos Correios.

Janot pede virada histórica e nova representação politica


No mais político discurso de sua carreira, o procurador-geral Rodrigo Janot bradou contra praticamente toda a elite política brasileira, nesta segunda-feira (27), durante a abertura de um seminário que vai discutir os grandes casos criminais do Brasil e da Itália.

Ele disse que movimentações de políticos tentam frear as investigações da Lava Jato e afirmou que o Ministério Público "não se sujeitará à condescendência criminosa" em favor de uma" pseudo estabilidade destinada a poucos".

Para Janot, a operação revelou que políticos e empresários transformaram "o Estado em um clube para desfrute de poucos".

"Chegou a hora de quebrarmos também os grilhões do patrimonialismo, de nos libertarmos de um modo de ser que não nos pertence, daquele malfadado jeitinho associado à corrupção da lei que não traduz nossa verdadeira natureza. É hora de nos desvencilharmos da cultura de espoliação e do egoísmo. O país fartou-se desse modelo político", disse.

Glesi: ação da PF foi tentativa de afetar processo do impeachment


Em sua primeira fala após a prisão do marido, Paulo Bernardo, na última quinta-feira, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) discursou em plenário nesta segunda, quando classificou a Operação Custo Brasil como "surreal", pelo uso "desnecessário" de "helicóptero, força policial armada e muitos carros" e a prisão do ex-ministro de "abusiva" e fomentada para intimidar a atuação dos senadores contrários ao impeachment da presidente Dilma Rousseff.

A senadora também procurou relacionar o juiz que determinou a prisão, Paulo Bueno de Azevedo, com a advogada Janaína Paschoal, que conduz os trabalhos da acusação na Comissão Processante do Impeachment no Senado.

"O que aconteceu com a isenção que exige-se da Justiça?", questionou, criticando a "pré-condenação em praça pública antes de julgamento".

Temer te encontro secreto com Cunha


Poucos dias depois da sessão do STF, que, por 11 a zero, transformou Eduardo Cunha réu em um segundo processo na corte, o interino Michel Temer decidiu recebê-lo no Palácio do Jaburu para "avaliar o quadro político atual".

Cunha não confirmou o encontro, que acabou sendo confirmado por assessores de Temer; com a filha e a esposa nas mãos do juiz Sergio Moro e prestes a ser cassado na Câmara, Cunha, que foi o responsável principal pelo impeachment sem crime de responsabilidade, apela a Temer para tentar sobreviver.