quinta-feira, 5 de maio de 2016

O impeachment de Dilma é um jogo de cartas marcadas

O impeachment de Dilma é um jogo de cartas marcadas e o pior, com trapaças durante todo o seu percurso.

Um processo totalmente maculado e que envergonha no Brasil no contexto internacional. Salta aos olhos a que interesses servem esse processo.

A decisão de afastar Cunha também faz parte do script. Primeiro se prepara o ato de afastamento da presidente Dilma e depois, pra dar uma satisfação a sociedade, retira-se o Cunha do cenário. Pra completar, dá-se um jeito e também se atinge o Lula para retira-lo da disputa de 2018.

É preciso desenhar?

Cardoso pedirá a anulação do golpe de Cunha


O advogado-geral da União, ministro José Eduardo Cardozo, afirmou nesta quinta-feira 5 que vai pedir ao Supremo Tribunal Federal a anulação do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff com base na decisão que afastou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

"Nós já estamos pedindo e vou pedir. A decisão do Supremo mostra clarissimamente. Indiscutível. Eduardo Cunha agia em desvio de poder", afirmou Cardozo.

Segundo ele, o afastamento de Cunha é uma prova "muito importante" de que o peemedebista usava o cargo para finalidades estranhas ao interesse da função.

Neste momento, Cardozo apresenta a defesa da presidente no Senado.

Alckmin pedalou. Vão cassá-lo?


Enquanto a presidente Dilma Rousseff vem sendo alvo de um golpe parlamentar sob a acusação de ter usado recursos de bancos oficiais para pagar programas sociais, ressarcindo depois as instituições federais, há um caso muito mais grave em São Paulo.

No principal estado governado pelo PSDB, Geraldo Alckmin usou recursos do Metrô e depois, simplesmente, deu calote de R$ 333 milhões na empresa.

Quem denuncia a "pedalada" é o jornal O Globo.

Até recentemente, Alckmin dizia que a presidente não deveria ser afastada pelo que chamava de "motivo fútil", pois, segundo ele, todos os governadores e prefeitos estariam ameaçados.

Depois, Alckmin mudou de ideia e passou a apoiar o golpe.

A questão é: ele também será cassado?

Cunha caiu. Agora falta derrubar o seu golpe


Com atraso, o Supremo Tribunal Federal decidiu agir em relação ao deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que, na condição de presidente da Câmara, levou adiante um pedido de impeachment sem base legal.

Chamado de "delinquente" pelo procurador-geral Rodrigo Janot, Cunha instaurou o processo contra a presidente Dilma Rousseff por vingança, ao ter negados três votos contra a sua cassação no Conselho de Ética.

Esse mesmo Cunha que sabotava o governo Dilma com sua pauta-bomba, que provocou recessão e desemprego, negociava apoio e pedia cargos ao vice-presidente Michel Temer.

A questão, agora, é: se um "delinquente" sequestrou o parlamento, o seu golpe ainda deve ser levado adiante?

Chico Lopes defende anulação de atos ilegais de Eduardo Cunha


Para o deputado federal Chico Lopes (PCdoB-CE), decisão sobre afastamento do presidente da Câmara pode representar uma grande reviravolta contra a tentativa de golpe.

Na avaliação do parlamentar, todos os atos praticados por Eduardo Cunha nesse período devem ser anulados, inclusive a votação do impeachment.

Chico Lopes afirma ainda que o STF deve explicações a todos os brasileiros em função da demora em tomar essa medida, causando graves prejuízos à democracia.

Dilma diz à BBC que, se sair, voltará ao governo


"Eu acho que nós vamos continuar lutando para voltar ao governo. O que nós iremos fazer é resistir, resistir e resistir. E lutar para quê? Para ganhar no mérito e retornar ao governo", disse a presidente Dilma Rousseff, em entrevista concedida à BBC, na qual já antevê uma provável derrota no Senado, no próximo dia 11 de maio.

"O que vem acontecendo na América Latina e não só no Brasil? Vem ocorrendo a substituição de golpes militares, das décadas de 60 e 70, por golpes parlamentares. O que acontece num golpe parlamentar? Na prática, geralmente, são feitos por aqueles que não têm votos suficientes e, portanto, legitimidade suficiente, nem aprovação, nem popularidade suficientes".

Dilma definiu o vice Michel Temer como "usurpador".

Para historiadora da Sorbonne o Brasil comete suicídio político


Para a historiadora Juliette Dumont, do Instituto de Altos Estudos sobre a América Latina (Iheal), da universidade parisiense Sorbonne Nouvelle, o provável afastamento da presidente Dilma Rousseff "vai fragilizar o Brasil e prejudicar, durante muitos anos, a credibilidade do país no cenário internacional".

"O Brasil cometerá um suicídio político", se o Senado aprovar o pedido de impeachment de Dilma, diz.

Cai Eduardo Cunha, réu e condutor do golpe contra a democracia


Presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi afastado por liminar do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal; ele perde não só a presidência da Câmara dos Deputados, mas também o mandato de deputado federal.

Teori atendeu a um pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Citado em diversos escândalos de corrupção e beneficiário de várias contas no exterior, Cunha foi o principal responsável pelo golpe parlamentar contra a presidente Dilma Rousseff, que coloca em risco a democracia brasileira.

Com o afastamento, a era Cunha chega ao fim.

Na peça em que pediu a decisão de Teori, Janot se referiu a Cunha como "delinquente".

Janio: Anastasia não conseguiu nem preservar as aparências


"Antonio Anastasia é do PSDB, que encabeça os partidos pelo impeachment, e associado a Aécio Neves. Em termos políticos e éticos, uma indicação de relator que atendeu apenas à formalidade", ressalta o colunista Janio de Freitas.

"O relatório evidenciou que suas conclusões e preparação ficaram concluídas antes das etapas finais da defesa", diz.

Verissimo denuncia a pantomima do Senado


"No Senado, onde julgam a Dilma, continua o seminário sobre como ser eleito sem precisar de votos. No julgamento, todos os membros do júri já tinham seu veredito pronto antes de começar. O que certamente apressou a pantomima", disse o escritor Fernando Verissimo.

Indicado pelo PSDB para relatar a admissibilidade do impeachment no Senado, o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), braço direito do tucano Aécio Neves, apresentou ontem um parecer sem surpresas a favor do golpe.