domingo, 20 de março de 2016

A História não terminou


"Por que a ofensiva contra Lula?", pergunta Roberto Amaral, colunista do 247.

Ele mesmo responde: "Com Lula no governo, o poder que parecia vazio revelar-se-ia ocupado.

O governo que parecia sem rumo passaria a ter um timoneiro e a política sem estratégia passaria a dispor de um articulador trazendo à sociedade a sensação de segurança. Foi tudo isso que o juiz curitibano – agora com a colaboração de seu colega brasilense– intentou impedir".

Para Amaral, já em função do desdobrar da crise o Brasil pode, já proximamente ou em 2018, enfrentar a possibilidade de eleição de "um outsider que poderá chamar-se Moro".

Ministro da Justiça estuda ação contra vazamentos de conversas de Dilma

Eugênio Aragão, afirmou que ao longo da semana deverá concluir que providências podem ser tomadas contra o juiz federal Sérgio Moro, por autorizar gravações envolvendo a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula.

Aragão disse também que não irá aceitar "comportamento com finalidades políticas" na Polícia Federal.

"No caso de ficar uma fundada suspeita no comportamento irregular de vazamento com finalidades políticas, claro que eu tenho que me mexer. Não vou deixar isso acontecer porque fatalmente isso acaba atrapalhando o devido processo legal", afirmou.

"Apenas acho que a gente tem que avisar essas coisas porque está parecendo uma grande festa de sair dando informações que, às vezes, estão sob resguardo do sigilo dos autos, que sai a torto e a direito pela imprensa".

Janio: Lava Jato cria regime autoritário por combate à corrupção

Colunista Janio de Freitas afirmou neste domingo, 20, que em nome do combate à corrupção, está se instalando no Brasil um regime autoritário. 

"Os excessos do juiz Sergio Moro e os da Lava Jato devem-se, em grande parte, à irresponsabilidade de uns e à má informação da maioria que incentivam prepotência e ódio porque não podem pedir sangue e morte, que é o seu desejo", afirmou.

Janio criticou os grampos e sua divulgação ilegal, bem como o argumento defendido pela mídia de que o conteúdo da conversa justifica a ação ilegal.

PT questiona Gilmar por dar liminar contra Lula pedida por advogada do seu instituto

Segundo o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), a advogada que assina a petição do PPS no mandado de segurança contra a posse de Lula na Casa Civil seria a coordenadora de pós-graduação de Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), Marilda Silveira.

O ministro Gilmar Mendes é sócio proprietário do IDP, o que o coloca em suspeição para julgar a matéria. "O juiz é impedido de julgar ações em que sejam partes parentes, pessoas aí ele vinculadas de alguma forma como vínculo de trabalho por exemplo", afirmou Pimenta.

O próprio grampo prova que Dilma não agiu para proteger Lula


Jornalista Fernando Brito elenca uma série de fatos que mostram que a presidente Dilma Rousseff, que sabia que o ex-presidente Lula estava sendo monitorado, poderia ter evitado a interceptação.

"Se grava a presidenta da República, que dirá os advogados? Que dirá a mim e a você", questiona; "Se há desvio de finalidade na prática de atos de ofício, este é de Sérgio Moro. Porque usa – e já teve nisso o beneplácito de Gilmar Mendes, embora espere-se que não vá tê-lo do Supremo – não apenas uma prova ilegal, mas uma atitude imoral", critica.

Veríssimo prevê cadáver e diz que Moro pode tudo


"Do jeito que vão as coisas e as pessoas, entramos num período de expectativa técnica: quem será o primeiro cadáver dessa guerra? Não se sabe seu gênero, sua idade, sua raça ou o que o matará – mas ele toma forma, e vem vindo. Depois, os dois lados se culparão mutuamente pela sua morte, e todos lamentarão a tragédia – o que para ele não fará a menor diferença", avisa o escritor Luis Fernando Verissimo, um dos maiores intelectuais brasileiros, sobre o clima de pré-guerra civil instalado no País.

Em sua crônica, ele também critica o que considera abusos do Paraná; "as leis brasileiras foram simplificadas a uma só diretriz: o Moro pode tudo"

Lula vai a Teori contra liminar de Gilmar Mendes



Advogados do ex-presidente Lula ingressaram com ação no Supremo Tribunal Federal (STF), solicitando que o ministro Teori Zavascki reafirme sua competência para analisar as ações contra Lula remetidas ao STF no último dia 16, após o juiz Sérgio Moro declinar de fazê-lo.

Roberto Teixeira e Cristiano Zanin afirmam que não cabia ao ministro Gilmar Mendes, ao analisar as ações do PSDB e do PPS, definir o órgão competente para dar continuidade às investigações que procuram envolver o ex-presidente.

Na sexta-feira, já havia sido pedido a Teori Zavascki providências para preservar o sigilo das gravações decorrentes de interceptações telefônicas, como estabelece a lei.

Ministro Gilmar Mendes suspendeu a posse do ex-presidente Lula e remeteu a ação contra o ex-presidente para o juiz Sérgio Moro.

Falta de rumo da oposição é ainda mais surpreendente que a ruína do governo

Josias de Souza/Uol, 20/03/2016

O governo e seus símbolos estão submetidos a uma atmosfera apocalíptica. Além de reprovar Dilma (69%), a maioria dos brasileiros deseja o seu impeachment (68%) ou a sua renúncia (65%). Para piorar, mais da metade do eleitorado (57%) afirma que jamais votaria em Lula. Diante de um quadro assim, seria razoável que a oposição vivesse um momento áureo. Mas sucede o oposto. O Datafolha informa que Aécio Neves encolhe e Marina Silva não consegue crescer.

Alvo de quatro ações de cassação na Justiça Eleitoral, Dilma pode ter o mandato passado na lâmina pelo TSE. Se isso acontecer ainda neste ano de 2016, haverá nova eleição. Hoje, informa o Datafolha, Marina (21%), Aécio (19%) e Lula (17%) estão embolados nas três primeiras colocações. Em pesquisa realizada há 20 dias, Aécio ostentava 24%. Despencou cinco pontos. Marina ficou do mesmo tamanho.

Poder-se-ia repetir a velha cantilena segundo a qual a oposição não dispõe de projeto. Mas na verdade o problema é ainda mais grave. Em meio a um cenário de borrasca moral e desespero econômico, os antagonistas do governo não conseguem oferecer esperança.

Não é só: o grão-tucano Aécio, que esteve na bica de derrotar Dilma em 2014, prepara-se para escalar o monturo da Lava Jato na condição de investigado. O delator Delcídio Amaral acusou-o de receber verbas sujas desviadas da estatal elétrica Furnas, num caso mal investigado que se arrasta desde 2005. Aécio diz que a denúncia é “mentirosa” e “requentada.” A Procuradoria da República quer tirar a prova dos nove num inquérito.

Além da hipótese de cassação pela Justiça Eleitoral, Dilma corre o risco de ser impedida pelo Congresso. Nessa hipótese, assume o cargo o vice-presidente Michel Temer, também citado na delação de Delcídio como patrono da nomeação de um petrogatuno.

Pois bem, apenas 16% dos brasileiros acreditam na capacidade de Temer de entregar um governo ótimo ou bom. Na opinião de 35% dos entrevistados, um governo Temer seria ruim ou péssimo. A plateia tem fundadas razões para levar o pé atrás. Temer preside o PMDB, uma legenda que, entre outros azares, inclui o réu Eduardo Cunha e o investigado Renan Calheiros, alvo de meia dúzia de inquéritos no STF.

Ludibriada em 2014 pela marquetagem petista de João Santana, a plateia não parece disposta a fazer papel de boba novamente. Daí o receio de que Temer vire uma espécie de São Jorge que, enviado para salvar a donzela, acaba se casando com o dragão.

O Brasil não é novato em matéria de impeachment. Já arrancou da Presidência Fernando Collor, o notório. Naquela ocasião, todos os partidos políticos com alguma relevância juntaram-se ao redor do então vice-presidente Itamar Franco - todos, salvo o PT. Deu no Plano Real, que rendeu o fim da hiperinflação e dois mandatos presidenciais a Fernando Henrique Cardoso.

Hoje, vista de longe, Brasília parece mais uma comédia mal escrita, sem direção, com atores fora de suas marcas, escalados às pressas para substituir o espetáculo anterior, que talvez saia de cartaz porque o público já não suporta o elenco que está em cena. A política nunca esteve tão por baixo.

sábado, 19 de março de 2016

O Brasil é um mar de camisas vermelhas!


Avenida Paulista já cheia antes do ato começar

Nesta sexta-feira (18), milhares de manifestantes foram às ruas em defesa da Democracia e contra o Golpe que tenta derrubar a Presidenta eleita Dilma Rousseff.






Salvador

Ontem em Salvador


Em vídeo, artistas defendem democracia e cobram imparcialidade da Justiça

Artistas como as atrizes Letícia Sabatella e Zezé Polessa e os cantores Chico César, Tulipa Ruiz e Zelia Duncan gravaram um vídeo em defesa da democracia e contra um eventual golpe no país. Eles também cobraram imparcialidade da Justiça. O grupo se diz apartidário.
Em uma espécie de jogral, os artistas abrem o vídeo com um apoio ao combate à corrupção. Em seguida, alertam, porém, que este combate "já foi usado como justificativa para muitos abusos" na história do país e citam como o golpe de 1964 que desencadeou uma ditadura.

"Em 64, a ditadura derrubou o governo eleito falando contra a corrupção. E depois de muito sofrimento e muita dor, descobrimos que na ditadura também havia corrupção", afirmam.
O grupo também diz que "a corrupção nunca foi tão investigada como está sendo hoje", mas cobra imparcialidade da Justiça. "Sou contra justiça só para alguns. Sou contra justiça tendenciosas que só investiga um lado".
No encerramento, os artistas enfatizam o apoio à democracia. "Sou contra o golpe. Sou a favor da democracia. Queremos combate à corrupção, mas com democracia".
Também participaram do vídeo os cantores Lirinha e Flavio Renegado, os atores Daniel Dantas, Humberto Carrão, Irandhir Santos e Johnny Massaro, a cartunista Laerte, o humorista Gregorio Duvivier e a cineasta Anna Muylaert, entre outros.