sexta-feira, 11 de março de 2016

A presidente Dilma diz: " ninguém tem o direito de pedir minha renúncia"

Renunciar só que a direita quer?

Presidente diz que "não está resignada diante de nada", ao negar reportagem da Folha de S. Paulo nesta sexta-feira 11, e afirma que "ninguém tem o direito de pedir" sua renúncia. "Solicitar a minha renúncia é reconhecer que não há base para o impeachment", afirmou à imprensa, acrescentando que o governo lutará contra o processo.

Dilma pediu também "mais seriedade" da imprensa e criticou o "clima de vazamento absolutamente seletivos" no País. "Por que, de 400 páginas, vazaram só páginas que diziam respeito a mim?", questionou, sobre a suposta delação do senador Delcídio Amaral (PT).

Para ela, o pedido de prisão contra Lula "passou de todos os limites". "Não existe base nenhuma para esse pedido. É um ato que ultrapassa ao bom senso, um ato de injustiça".

Jamais desista de ser feliz

O pedido de prisão de Lula desgasta e desmoraliza o Ministério Público

Até entre integrantes do MP há o consenso de
que a imagem da instituição ficou arranhada
"Poucas vezes vimos tamanha unanimidade contrária a uma decisão tomada por agentes públicos que deveriam zelar pelo cumprimento das leis", afirmou o jornalista Ricardo Kotscho sobre a ação dos promotores Cássio Conserino, José Carlos Blat e Fernando Henrique Araújo, que pedem a prisão preventiva do ex-presidente Lula: "Criou-se uma verdadeira gincana entre os procuradores da Operação Lava Jato e os promotores do MP paulista para ver quem pega Lula primeiro", afirmou.

Em troca de mensagens entre os integrantes do Ministério Público de São Paulo, o consenso é de que os promotores Cássio Conserino, José Carlos Blat e Fernando Araújo cometeram um "erro grave", que terá forte reflexos sobre o papel institucional do MP, ao pedirem prisão preventiva do ex-presidente Lula: "O Ministério Público está inflamado. Ninguém acredita que eles fizeram isso", disse um procurador.

Os juristas defendem que a prisão preventiva não pode ser "banalizada".

A presidente Dilma recebe hoje reitores das universidades federais e o ministro das Cidades, Gilberto Kassab

A presidenta Dilma Rousseff se reúne, nesta sexta-feira (11), no Palácio do Planalto, com reitores das universidades federais. Em seguida, às 11h, recebe reitores dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia.

De tarde, às 17h, terá uma reunião com o ministro das Cidades, Gilberto Kassab.

Moro estaria indignado com o pedido de prisão de Lula


Investigadores da força-tarefa da Operação Lava Jato e o próprio juiz Sérgio Moro acreditam que a peça do promotor Cássio Conserino pedindo a prisão preventiva do ex-presidente Lula não está bem fundamentada, de acordo com reportagem da revista Época, da Globo.

A peça do Ministério Público de São Paulo, na interpretação dos investigadores, foi feita com pressa e atrapalha a Lava Jato, que segundo eles é conduzida com cautela e esmero.

A Globo também escalou seus colunistas, como Merval Pereira e Ricardo Noblat, para criticar o pedido de prisão do MP-SP, porque preferia que Lula fosse preso por Moro.

Nove homens e nenhum segredo

BERNARDO MELLO FRANCO

Folha de São Paulo - 11/03/2016

Um jantar de nove homens, na quarta, selou a reaproximação das bancadas de PMDB e PSDB no Senado. O assunto à mesa não era segredo: a busca de um acordo para derrubar Dilma Rousseff.

O repasto foi servido no apartamento do senador Tasso Jereissati. Do lado tucano, compareceram os ex-presidenciáveis José Serra e Aécio Neves. Do peemedebista, a estrela foi o senador Renan Calheiros.

Os dois partidos discutiram os cenários que poderiam levar à saída da presidente antes das eleições de 2018. Ainda não há um acordo definitivo porque ninguém quer abrir mão de comandar o novo regime.

O PMDB defende o impeachment, que entregaria a Presidência ao vice Michel Temer. O PSDB sonha com eleições antecipadas. Apesar da divergência nos métodos, os dois partidos se uniram no essencial: a promessa de partilhar o poder futuro.

"Vamos trabalhar juntos para encontrar uma saída para a crise", declarou Tasso após a sobremesa. "Não viemos aqui derrubar o governo Dilma. Viemos buscar uma saída para a crise", emendou o líder do PMDB, Eunício Oliveira. Na primeira frase dele, acredita quem quiser.

O pacto PMDB-PSDB reprisa a velha tradição brasileira da transição conservadora, comandada por poucos. Como sempre, os tradicionais detentores do poder articulam a conciliação para melhor ocupá-lo.

Até aí, não há novidade. Mas o jantar assustou o governo por causa da presença de Renan, que atuava como fiador de Dilma e se recusava a discutir a deposição da presidente.

O presidente do Senado é investigado em nada menos que cinco inquéritos da Lava Jato. Agora virou a noiva cortejada pelo PSDB, que está convocando eleitores para protestar contra a corrupção no domingo.

Corruptos contra a corrupção? Pode?

Renan Calheiros, o presidente do Senado é investigado em nada menos que cinco inquéritos da Lava Jato. Agora virou a noiva cortejada pelo PSDB, que está convocando eleitores para protestar contra a corrupção no domingo.

Por outro lado, o PSDB, que está convocando para o protesto contra Dilma e contra a corrupção, tem como presidente nacional, o senador Aécio Neves, que foi citado em, pelo menos, três delações.

Grande parte dos parlamentares federais respondem a processos no Supremo e o pior, enquanto pessoas que tem foro privilegiado, eles farão tudo para continuar nessa condição, pois reside aí a expectativa de impunidade.

O que muita gente não entendeu ainda é Aécio e os demais puxadores da manifestação, com raras exceções, estão envolvidos em denúncia de corrupção, ou seja, não têm moral para falar contra a corrupção.

E, finalmente, a questão é apenas política, pois se eles tivessem efetivamente alguma prova contra Dilma, capaz de cassá-la, eles já teriam feito isso há muito tempo. 

Juiz de direito: nem boca da lei, nem xerife

Gerivaldo Neiva *

A conjuntura política brasileira está repercutindo fortemente no Direito Brasileiro e caminhamos para um quadro de perigosa insegurança jurídica, do salve-se quem puder e que agora tudo é permitido em nome da realização da justiça e punição de corruptos ou desafetos políticos. Mais grave ainda é ver alguns juízes de direito, juristas e integrantes de outras carreiras jurídicas ocuparem redes sociais em defesa do indefensável juridicamente, justificando-se com alegações de “efetividade das decisões primeira instância” ou “fim da impunidade”. Ora, se a grande mídia estabeleceu o clima de disputa irracional, despida de qualquer debate político, aos juízes e juristas competem exatamente preservar o Direito e as conquistas históricas da humanidade no que diz respeito às garantias constitucionais.

(...)

(...) Nem boca da lei simplesmente e nem xerife. O juiz, antes de tudo, tem o papel fundamental de defender a Constituição e, na interpretação e aplicação da lei, ter sempre como paradigma a principiologia e garantias constitucionais.

Neste sentido, é de se estranhar quando o juiz, de vontade sua, determina a produção de provas ou diligências. Ora, isto não é tarefa das partes? Além disso, fica muito estranho quando o juiz assume uma postura de inquisidor em busca da verdade. Ora, basta lembrar que a petição inicial é o resultado da tradução da fala da parte em linguagem escrita e revestida dos contornos judiciais e que a prova testemunhal é apenas um relato de um momento passado e também contaminado pela compreensão da pessoa que presenciou e que agora faz seu relato ao juiz. É possível, portanto, falar em “busca da verdade”. Qual a verdade? Aquela que o juiz quer que seja ou aquela que as partes querem. No fim, é preciso ter consciência que a verdade simplesmente não é.

Por enquanto, na falta dessa “teoria da decisão”, o norte que os juízes não podem se afastar é a Constituição. Portanto, garantias constitucionais devem ser, na ordem atual, o vetor máximo e definitivo para as decisões judiciais. Nesta esteira, os princípios construídos ao longo da história da humanidade devem ser seguidos com o rigor que a própria história impõe. Logo, não há como se pensar em mitigação ou relativização dos princípios da dignidade da pessoa humana, da presunção da inocência, devido processo legal, contraditório, ampla defesa, inviolabilidade do domicílio etc. Assim, entre a vontade do juiz e a decisão, deverá sempre haver o filtro constitucional para moldar essa decisão. Em consequência, entre a vontade desenfreada de punir do juiz e o criminoso, deve-se sempre obedecer as garantias constitucionais, sob pena de retorno à barbárie e ao estado de exceção.

* Juiz de Direito (Ba), membro da Associação Juízes para a Democracia (AJD) e conselheiro do Conselho Nacional de Política Criminal e penitenciária (CNPCP).

Fonte: Blog do Gerivaldo Neiva, 11/03/2016

Jurista diz que pedido de prisão de Lula desmoraliza o Ministério Público


Jurista Dalmo Dallari acredita que órgão não está se orientando por critério jurídico e que a medida é um "ato político".

"O presidente Lula está no Brasil, vive aqui e tem sua família aqui no Brasil e poderá ser processado normalmente, sem necessidade da prisão. Não há a mínima justificativa para uma prisão preventiva”, afirma.

PSDB recebeu maior fatia de doações da Andrade em 2014


Do total de R$ 62,6 milhões que a construtora Andrade Gutierrez doou para as agremiações em 2014, os tucanos ficaram com R$ 24,1 milhões - sendo 23,9 milhões para o diretório nacional e R$ 200 mil para o partido no Maranhão.

Foram feitos 113 repasses à campanha do candidato Aécio Neves, num total aproximado de R$ 12 milhões.

Os dados constam na prestação de contas entregue ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

O PT ficou em 2° lugar entre os beneficiários.

Em uma ação no TSE, o partido de Aécio tenta usar um suposto repasse ilegal da Andrade para cassar a chapa de Dilma Rousseff.