quarta-feira, 9 de março de 2016

Delcídio cita Renan Calheiros e Aécio Neves em delação premiada

Mas contra Aécio Neves não tem problema, não vem ao caso, não é ele que nós queremos.A Operação é Caça Lula!

Evaristo Sá/AFP 
O senador Delcídio do Amaral deixa batalhão em Brasília

A delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), além de agravar a crise política e reacender na oposição a pressão pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff, traz citações a vários políticos, incluindo colegas do Senado.

A Folha apurou com pessoas próximas à investigação que Delcídio fez referências a integrantes das cúpulas de PMDB, PSDB e PT. A reportagem não teve acesso ao contexto do suposto envolvimento desses políticos.

Entre os nomes citados pelo senador estão parlamentares que já são investigados em inquéritos da Lava Jato no STF (Supremo tribunal Federal), como o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), Edison Lobão (PMDB-MA), Romero Jucá (PMDB-RR) e Valdir Raupp (PMDB-RO).

Delcídio também fez referências ao senador Aécio Neves (MG). O presidente do PSDB já foi citado pelo doleiro Alberto Yousseff e pelo transportador de valores Carlos Alexandre Rocha, o Ceará, mas ambos os procedimentos com menções ao tucano foram arquivados.

A simples menção feita pelo senador petista não indica que os citados cometeram crimes ou que serão investigados.

Agora, os investigadores da Lava Jato vão analisar se os fatos atribuídos aos senadores têm indícios mínimos para justificar o pedido de abertura de inquérito.

Segundo a Folha apurou, a citação a Renan, por exemplo, teria sido lateral. O presidente do Senado é alvo de seis inquéritos que apuram sua suposta ligação com os desvios da Petrobras.

A delação de Delcídio ainda está na Procuradoria-Geral da República aguardando um ajuste solicitado pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato.

Na semana passada, a revista "IstoÉ" revelou trechos da colaboração do petista nos quais ele implica Dilma e o ex-presidente Lula, que negam ilegalidades.

OUTROS LADOS

A assessoria de Aécio Neves afirmou que não iria comentar a citação pela falta de "informação concreta" sobre o envolvimento do senador com Delcídio.

Valdir Raupp afirmou à Folha que recebe com "estranheza" a informação de que teria sido citado. "Eu nunca tive uma relação mais próxima com Delcídio. Minha relação com ele sempre foi muito republicana", disse.

A reportagem não conseguiu localizar na noite de terça (8) os demais senadores citados por Delcídio. Procurada, a defesa do petista disse desconhecer a delação.

Delcídio implica Lula e Dilma em delação, diz revista

Reprodução/Revista "Istoé"

Fonte: Folha, 09/03/2016

Assinatura falsa foi utilizada para encerrar o processo de cassação de Cunha

Pedro Ladeira/Folhapress 
Vinícius Gurgel (PR-AP) em reunião do Conselho de Ética sobre cassação de Cunha

A tentativa de enterrar o processo de cassação contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), envolveu a falsificação da assinatura de um deputado federal, atestam dois laudos grafotécnicos encomendados pela Folha.

Os peritos consultados asseguram que a assinatura do deputado Vinícius Gurgel (PR-AP), na carta em que ele renuncia à vaga de titular no Conselho de Ética, documento entregue ao órgão por aliados de Cunha, é uma falsificação "grosseira" e "primária".

Gurgel, que é aliado e voto declarado a favor de Cunha, estava fora de Brasília na noite do dia 1º de março e na madrugada do dia 2, quando o Conselho de Ética aprovou por margem apertadíssima –11 votos a 10– dar sequência ao processo de cassação contra o presidente da Câmara.

Em um cenário em que cada voto era considerado decisivo, Cunha e aliados queriam evitar que o suplente de Gurgel, um deputado do PT e contrário a Cunha, votasse.

Para isso, era preciso que Gurgel renunciasse à vaga no Conselho, o que abriria a possibilidade de o PR indicar outro deputado pró-Cunha.

De forma atípica, Cunha esticou naquele dia 1º uma esvaziada sessão do plenário da Câmara até após as 23h, com pouco mais de dez aliados presentes.

O objetivo era atrasar a votação no Conselho –que só poderia ocorrer após o plenário encerrar as atividades– até que a operação para a troca de Gurgel fosse concluída.

A carta de renúncia de Gurgel chegou ao Conselho às 22h40. Seis minutos depois, chegava a indicação, para a vaga, do líder da bancada, Maurício Quintella Lessa (AL), que votou a favor de Cunha.

A Folha encaminhou para a perícia cópia da carta de renúncia de Gurgel e três assinaturas do deputado reconhecidamente autênticas, dadas em outros documentos da Câmara dos Deputados.

O Instituto Del Picchia, de São Paulo, emitiu laudo afirmando que a assinatura da carta de renúncia apresenta características "peculiares às falsificações produzidas por processo de imitação lenta, quais seja, imitação servil ou decalque", com "inequívocos índices primários das falsificações gráficas".

O outro laudo, assinado por Orlando Garcia –perito oficial da CPI que investigou o esquema PC Farias, nos anos 90– e Maria Regina Hellmeister, afirma que os exames comparativos mostram variados antagonismos gráficos que levam à conclusão de que a assinatura é "produto de falsificação grosseira".

O presidente da Câmara é réu no Supremo Tribunal Federal e investigado em outros inquéritos sob a acusação de integrar o esquema do petrolão. Há no STF um pedido da Procuradoria-Geral da República para que o peemedebistaseja afastado do cargo sob o argumento, entre outros, de que age ilegalmente para barrar o seu processo na Câmara.

OUTRO LADO

O deputado federal Vinícius Gurgel (PR-AP), 37, afirma que embora estivesse fora de Brasília durante a votação deixou em seu gabinete diversas cartas de renúncia assinadas. Segundo ele, a falsificação apontada pelos peritos pode decorrer da tremedeira por tê-las assinado de ressaca. "Se eu assinei com pressa, se eu tava [de] porre, se eu tava de ressaca, se eu assinei com letra diferente, não vou ficar me batendo por isso", disse.

Ressaltando que manifestou por telefone ao PR sua intenção de renúncia e que a operação de sua troca não interferiu no resultado, ele não quis ver os laudos que sustentam ser falsa a assinatura.

"Podem ser 20, 40 [laudos]. Não tô, assim, justificando nem tirando a coisa. Eu bebo. Podia estar de ressaca. Quando a pessoa está de ressaca, não escreve do mesmo jeito, fica tremendo, acho que tinha bebido um dia antes, assinei com pressa no aeroporto, pode não ter sido igual, rabisquei lá", diz o deputado.

Mais adiante, ele é mais assertivo sobre o momento e a circunstância em que assinatura teria sido colocada no papel.

"A assinatura realmente era minha, acho que eu tinha bebido muito no dia anterior, estava de ressaca, assinei com pressa, e não posso fazer nada se eles acham que não é minha."

O deputado do Amapá diz que objetivo de deixar várias cartas de renúncia no seu gabinete era impedir que o suplente do PT assumisse e votasse contra Cunha.

"A minha convicção é de não cassar colegas, assim como o impeachment da Dilma. O povo não elegeu? Burro de quem elege. A hora que acabar o mandato dele, a Câmara, com o colegiado de 513 deputados, se achar que ele é um ladrão, um bandido, não tô dizendo que ele é, mas se acham que ele é alguma coisa, que votem em uma pessoa ilibada", afirma.

Maurício Quintella Lessa afirma que recebeu a carta da assessoria do deputado, negou interferência de Cunha, e disse que cabe a Gurgel responder por eventuais questionamentos ao documento.

terça-feira, 8 de março de 2016

Lula pede a Moro a relação de casos em que é citado


"Em nome do Princípio da Ampla Defesa", advogados do ex-presidente Lula protocolaram nesta terça-feira 8 na Justiça do Paraná o pedido de uma certidão com a relação de todos os processos que envolvam o nome de Lula ao juiz Sérgio Moro, da Lava Jato; defesa menciona "todos os processos, procedimentos ou incidentes vinculados ao presente feito ou não, em regime de sigilo ou não", que envolvam o nome do ex-presidente.

Na 24ª fase da investigação, deflagrada na última sexta-feira, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão na casa e em empresas de Lula e de seus filhos e ainda de condução coercitiva contra o ex-presidente.

Também nesta terça, os advogados de Lula recorreram no STF contra a decisão da ministra Rosa Weber, que negou a suspensão das investigações da Lava Jato e do MP-SP até que seja definido qual órgão será responsável pelos casos.

Ministério Público arquiva caso Aécio sem ouvir testemunha chave


O Ministério Público pediu o arquivamento da investigação envolvendo o senador Aécio Neves (PSDB) na Lava Jato, sem ouvir a testemunha principal.

Os fatos: Carlos Alexandre de Souza Rocha, conhecido como "Ceará", transportador de dinheiro do doleiro Alberto Youssef, fez acordo de delação premiada com a PGR e, delatou Aécio Neves. Disse que, por volta de setembro ou outubro de 2013, Youssef o mandou entregar R$ 300 mil no escritório da empreiteira UTC no Rio de Janeiro para um diretor de nome Miranda. Este se mostrou tenso, ansioso, e disse que Aécio era "o mais chato para cobrar" e que estava em cima dele atrás desse dinheiro.

Porém, do pedido de arquivamento feito pelo MP consta que Miranda não foi ouvido.

A decisão do ministro do STF Teori Zavascki, acatando o pedido de arquivamento, descreve apenas duas outras oitivas tomadas nesta investigação: a do doleiro Alberto Youssef e a de Ricardo Pessoa, dono da empreiteira UTC. Não ouviram Miranda.

Confira reportagem de Helena Sthephanowitz, na Rede Brasil Atual.

Para Le Figaro : condução coercitiva de Lula foi 'ação violenta'


Em reportagem de uma página nesta terça-feira, 8, o jornal francês Le Figaro analisou a investida da Lava Jato contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva; jornal lembra que a denúncia de que Lula teria recebido R$ 30 milhões de empresas brasileiras por palestras não é uma prática nova. "Ela já era adotada por Fernando Henrique Cardoso e não despertou nenhuma inquietação antes".

Texto finaliza dizendo que, inocente ou culpado, Lula é "alvo da fúria de uma parte da elite que espera que a sua queda o desqualifique definitivamente para as eleições de 2018".

Desrespeito e humilhação na Lava Jato


Ao comentar a 24ª fase da Operação Lava Jato, contra o ex-presidente Lula, o colunista do 247 Paulo Moreira Leite avalia que "assistiu-se a um espetáculo absurdo, errado, mas não convém avaliar o que se passou como um 'erro' do juiz Sérgio Moro".

"Reescrevendo uma lição universal deixada por um dos grandes mestres da política, é mais razoável reconhecer que a demonstração de truculência foi uma prova de que não é possível fazer uma omelete sem quebrar os ovos", diz ele.

"No atual momento político brasileiro, a brutalidade das ações da Lava Jato é um movimento típico de quem se imagina capaz de aplicar um golpe decisivo, no rumo do homicídio institucional: convencer os adversários de que sua superioridade é tão grande, tão absoluta, que não vale a pena resistir. Agindo como um governo paralelo, seu argumento não é a razão, mas o medo", escreve o jornalista.

"Querem dar a Petrobras a alguma das 7 irmãs"


Senador Roberto Requião (PMDB-PR) criticou o projeto que retira a obrigatoriedade da Petrobras de participar de todos os consórcios na exploração do pré-sa.

Segundo ele, a proposta foi apresentada "aos brasileiros e aos tolos do Congresso como possibilidade de investimentos das Sete Irmãs que a Petrobras não poderia fazer", em referências às sete maiores companhias de petróleo no mundo. "Mentira absoluta", rebateu.

Em discurso durante ato contra a Globo e pela liberdade de expressão, Requião disse que é preciso se mobilizar para "resistir à direita orquestrada internacionalmente através dos meios de comunicação".

"A mídia é um instrumento de amortecimento da consciência nacional, um instrumento de precarização da utilidade, do Estado, do Congresso e das leis que protegem os trabalhadores".

Constatação

Furtado: Lula recebia propina de Furnas? Não. Esse é o Aécio também


Cineasta gaucho Jorge Furtado faz perguntas sobre onde anda a corrupção no Brasil e questiona operação da Lava Jato contra o ex-presidente Lula: ‘Lula é o cara chato que cobrava propina da UTC? Não. Esse era o Aécio. Lula comandava o estado que roubou 1 bilhão do metrô e da CPTM? Não. Esses são o Serra e o Alckmin. Lula ameaçou empresários, exigiu 5 milhões de dólares, só de um deles? Não. Esse também é o Cunha, o homem do impeachment da oposição. 

Isso é para quem acha que Moro e turma querem combater a corrupção’.

8 de março, dia Internacional da Mulher