segunda-feira, 7 de março de 2016

Marco Aurélio: a pior ditadura é a do Judiciário


Ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello vê com indignação a condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Lava Jato: "A pior ditadura é a ditadura do Judiciário", diz.

"Aplaudo o Moro, mas não se avança culturalmente debaixo de vara", acrescenta; ele diz que o país está desprovido de segurança jurídica para a quadra delicada que o país atravessa e lista ainda outras condutas que ‘denotam falta de transparência do poder que deveria dar o exemplo’, como a decisão do seu colega Luiz Edson Fachin de retirar da pauta do plenário a denúncia da Procuradoria Geral da República contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL).

Kennedy: 'Lava Jato reage com arrogância a críticas"


"Quando procuradores da República dizem que criticar a condução coercitiva é cortina de fumaça e que só houve incômodo porque Lula foi atingido, eles adotam uma atitude arrogante", afirma o jornalista Kennedy Alencar.

"A Lava Jato não é imune a críticas"; para Kennedy, a operação do juiz Sérgio Moro em torno do ex-presidente foi uma "estratégia política".

"Vai além do jurídico. Juízes, procuradores e policiais que agem com viés político podem cometer abusos. Isso não é bom para a Lava Jato nem para o país".

E completa: "O ex-presidente Lula tem de dar explicações. Não está acima da lei. Mas como todo cidadão não pode ter seus direitos desrespeitados".

Eventual prisão de Lula seria brincar com fogo, diz Gilberto Carvalho

Pedro Ladeira/Folhapress 
O ex-ministro de Dilma e ex-chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho

Na última quinta-feira (3), véspera da Operação Aletheia, Lula fez um desabafo premonitório ao amigo petista Gilberto Carvalho.

"Eu vou ser preso ou vão fazer a minha condução coercitiva porque, do contrário, a Lava Jato não tem sentido."

A conversa sintetiza a percepção do partido de que a maior investigação das últimas décadas busca fazer "justiçamento, não justiça".

"O doutor Sergio Moro tem uma necessidade de provar que os agentes do PT formam uma quadrilha e que o capo dessa quadrilha agora é o presidente Lula", disse ele.

Para Carvalho, a Lava Jato não tem provas contra Lula, tem teses. E prevê que, no pior caso, tentem prender o ex-presidente: "Não quero falar nessa hipótese. Espero que não brinquem com fogo".

Carvalho não acredita no sucesso do impeachment e duvida que Dilma Rousseff saia do PT.  "Até porque a sobrevivência dela estaria muito ameaçada", avalia.

Fonte:Folha, 07/03/2016

Lava Jato revela seu verdadeiro objetivo, abrir ação contra Lula para impedir sua candidatura


Segundo notícia divulgada hoje pela Folha, "o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode ser alvo de ação civil de improbidade administrativa na Operação Lava Jato, que tem como uma das punições a proibição de disputar eleições." Tal condenação, se houver, deixará Lula inelegível por 10 anos. 

Qualquer pessoa com algum conhecimento já sabia disso há muito tempo. A Lava Jato tem como objetivo massacrar Lula, a maior e principal liderança política brasileira de todos os tempos, de acordo com pesquisas realizadas recentemente.

Está evidenciado um conluio que envolve agentes públicos encrustados na Polícia Federal, no Ministério Público Federal, na Justiça Federal e na imprensa. 

A TV Globo tem uma posição muito clara contra Lula e o PT. As revistas VEJA e ÉPOCA não deixam qualquer dúvida e a Folha de São Paulo e o Estadão, seguem o mesmo roteiro. 

Contra inúmeros fatos não há argumentos que se contraponha.

Que fique bem claro, não sou contra quaisquer investigações para apurar o ilícito, mas o processo tem que ocorrer de acordo com as leis vigentes no País. Outro dado significativo, nenhuma investigação pode ser direcionada, sob pena de ser considerada ilegal. Juízos de valor não podem ser emitidos, porque isso se constitui desvio e irregularidade processual. E, ainda, os vazamentos não podem acontecer e seletivos, piora o quadro, bem como a exploração exaustiva dos fatos pelos meios de comunicação, ensejando um posicionamento político. Nessa mesma linha, todos os envolvidos devem ser investigados, notificados e julgados, independentemente de suas convicções políticas.

Não é preciso ser muito inteligente para perceber os atropelos que vem ocorrendo na operação citada. Um deles, e que chamou a atenção até de ministros do Supremo, foi a condução coercitiva de Lula para prestar depoimento. Lula não está acima da lei, mas há de se convir que ele é um ex-presidente da República, um líder político carismático, uma pessoa a quem devemos um grande respeito e, conduzi-lo assim foi uma afronta em todos os sentidos.  

Analisando os acontecimentos desse processo iniciado há dois anos, cada vez mais tenho certeza que o nome Operação Lava Jato não se aplica, pois o que tem ocorrido na prática é uma Operação Caça Lula, trata-se de uma operação que envolve interesses políticos radicalmente contrários aos do PT e, ainda, interesses econômicos, até porque ambos caminham juntos.

Até aqui, as ações têm sido de tal forma conduzidas nesta operação, que dos processados ou a serem processados, já houve mais que um julgamento e uma condenação prévia, houve uma execração pública. A isso pode se dar o nome de Justiça?

Nunca, na história deste País, um ex-presidente da República foi tão humilhado, enxovalhado e atingido em sua honra quanto Lula. Sua família também foi exposta e atingida. Ministros, ex-ministros e outras autoridades do governo petista, têm sido ofendidas e agredidas ao frequentarem espaços públicos. Qualquer ingênuo sabe do massacre midiático a que Lula e o PT têm sido alvos. O partido também vem sofrendo todo tipo de retaliação. Já teve sedes invadidas, pinchadas, o que se constitui verdadeiras práticas nazifascistas. Tudo isso estimulado pelos senhores agentes públicos que integram a operação, ao extrapolarem os balizamentos da lei, que ganham publicidade exagerada, mentirosa e com a finalidade cristalina de prejudicar os citados.

Por que Aécio Neves, citado por três delatores, não sofreu qualquer arranhão nesse processo? Por que a mídia não deu e nem dá o mesmo tratamento a Aécio quando soube e sabe do envolvimento de seu nome em denúncias graves? A Suíça mandou provas contra Cunha e elas são robustas, no entanto, com o aval de Aécio e por que não dizer da própria Justiça, ele ainda é Presidente da Câmara, o terceiro na linha sucessória à Presidência da República e, todos os dias, faz manobras para que o processo contra si não saia do lugar. Questionamentos não faltam.

Que a Justiça cumpra seu papel, que os acusados respondam nos autos, que o direito de defesa seja exercido amplamente, que os julgamentos ocorram e que as acusações sejam comprovadas e bem fundamentadas e que as sentenças sejam dadas a conhecer e, principalmente, que todos os envolvidos, sem nenhuma distinção tenham os mesmos tratamentos. 

Quando a lei deixa de ser o norte, quando a ética deixa de ser observada, quando a Justiça tem um lado aí, deixa de haver Justiça. Justiça que tem um lado não é Justiça, é Estado de exceção e Estado de exceção implica na supressão do Estado de Direito através do direito.

Finalizando, a responsabilidade daqueles que cometeram erros na condução da Operação não pode ser deixada de lado. A continuidade do processo deve se balizar apenas na lei e os culpados devem ser todos punidos.

Não esqueçamos que a responsabilidade dos condutores dessa operação, depois do episódio de sexta-feira, aumentou bastante, pois o mundo agora, mais que antes está acompanhando o desenrolar dos acontecimentos.

A jovem democracia brasileira não aceita impeachment antecipado, não aceita golpe e nem perseguição política!

domingo, 6 de março de 2016

Constatação


Fonte: Conversa Afiada, 05/03/2016

Saturnino grita de indignação

... como se um criminoso fosse fugir!


O Conversa Afiada reproduz artigo de Saturnino Braga:

SUSPENSÃO

Francamente, não tenho o que dizer neste Correio, além da manifestação de repúdio em relação à violência cometida contra o ex-Presidente Lula, o aparato de força à primeira hora do dia, como se um criminoso fosse fugir. Um ex-Presidente da República conserva ainda todos os contornos honrosos de uma Instituição maior e, por conseguinte, uma aura de respeito que deve ser considerada em qualquer hipótese. Merecia mais respeito, ele mesmo disse, cheio de razão. O Presidente Collor foi deposto mas nunca submetido a operações de força como ex-presidente investigado e julgado. O Presidente Getúlio Vargas, acusado de crimes muito graves, que iam até a tentativa de homicídio do líder da oposição, investigados por forças militares que agiam à margem das regras constitucionais, ia certamente ser deposto, mas não chegou a ser conduzido à força para a república do galeão. É a primeira vez que se quebra no Brasil este padrão de comportamento. É grave. É tudo que me ocorre dizer.

Fico em suspenso, no aguardo dos desdobramentos deste fato grave. Esperando o próximo lance do Juiz Moro, que assumiu a autoridade maior do Pais, mesmo sem passar pela legitimação do voto do povo.

Não só eu, a Nação inteira está em suspenso, e só os interesses estranhos, que lucram com a derrocada política e econômica do Brasil, observam tudo isso com regozijo. Um júbilo capitalista que logo se refletiu na taxa de câmbio e na bolsa de valores.

Fonte: Conversa Afiada, 06/03/2016

Aliada e ex-secretária de Lula vira alvo na Operação Aletheia

O juiz está fugindo da lei, inventando coisas e, provocando, criando uma situação de animosidade
 

Ex-secretária do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no tempo em que ele permaneceu à frente da Presidência da República e atual diretora do Instituto Lula, Clara Ant, foi um dos alvos da Operação Aletheia, 24ª fase da Lava Jatoi, deflagrada na semana passada.

Segundo os investigadores, Clara Ant "é pessoa da mais estrita confiança" do ex-presidente, além de ser "um dos contatos do Instituto Lula com pessoas investigadas na Operação Lava Jato".

"Clara Levin Ant, secretária de confiança do ex-Presidente, é possível que ela lhe confie a guarda de documentos relevantes para a investigação, ainda que não seja ela diretamente investigada", justificou o juiz Federal Sérgio Moro ao autorizar as buscas.

Fonte: Brasil 247, 06/03/2016

Stédile: 'se houver golpe, fecharemos as estradas'


O líder do Movimento Sem-Terra, João Pedro Stédile avisa: se houver tentativa de golpe contra a democracia brasileira, o MST fechará todas as estradas do País.

"O MST vai se somar à luta da classe trabalhadora", diz ele.

Stédile lembra ainda que o movimento que ele lidera tem acampamentos em mais de 2 mil municípios, por onde passam todas as principais estradas do Brasil.

A articuladora do golpe, a Globo se surpreendeu com a onda de solidariedade popular em torno do ex-presidente Lula e já pede ajuda dos militares.

A fala de Stédile, no entanto, é bem mais pacífica do que a da Globo, uma vez que ele sempre enfatiza o "se", indicando que só haverá reação se a Globo e suas forças políticas insistirem no golpe.

O erro da Operação Lava Jato - ou Operação Caça Lula - e o ajuste do roteiro golpista


O roteiro estava traçado, segundo aponta a colunista Tereza Cruvinel: a suposta delação de Delcídio Amaral, a coação imposta ao ex-presidente Lula e milhões nas ruas pedindo impeachment.

O plano, no entanto, deu errado depois da "reação altaneira" de Lula e da onda de solidariedade que se formou em torno do ex-presidente.

"A 'solução final' viria a curtíssimo prazo. Seria uma solução paraguaia via Congresso. Mas deu-se a reação popular, que está em curso, e o roteiro teve que ser ajustado. Novamente a oposição terá que, tal como os militares de 1964, de criar cenas e simulacros de legalidade para o que tem outro nome", diz ela.

FHC muda discurso e sugere diálogo com PT


Diante do risco de implosão da democracia brasileira, graças à tentativa de golpe fomentada pelo PSDB e por grupos de comunicação, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sai da posição de regente irresponsável do caos e assume uma nova postura.

Em novo artigo, ele sugere diálogo e reconhece que "é preciso abrir o jogo: não se trata só de Dilma ou do PT, mas da exaustão do atual arranjo político brasileiro".

Na coluna deste domingo, FHC não usa as palavras renúncia ou impeachment, nem criminaliza o ex-presidente Lula: "É hora, portanto, de líderes, de pessoas desassombradas, dizerem a verdade: não sairemos da encalacrada sem um esforço coletivo e uma mudança nas regras do jogo".

FHC, que apostou no caos, agora acena a bandeira branca.