domingo, 6 de março de 2016

Constatação

Ex-ministro da Justiça de Lula cobra reformas no partido, protesta contra condução coercitiva, mas evita discutir o mérito das suspeitas

Mauro Pimentel/Folhapress 
Ex-ministro da Justiça do governo Lula, Tarso Genro (PT)

BERNARDO MELLO FRANCO/FOLHA, 06/03/2016

Ministro da Justiça no segundo governo Lula, o petista Tarso Genro acusa o juiz Sergio Moro de adotar "métodos de exceção" contra investigados da Lava Jato.

Ele diz que o magistrado reproduz o ideário de Carl Schmitt (1888-1985), jurista e filósofo alemão que colaborou com o nazismo.

Líder da segunda maior corrente interna do PT, Tarso cobra reformas no partido e diz que o atual ciclo de poder do petismo, inaugurado em 2003, está chegando ao fim.

O ex-ministro recebeu a Folha na manhã de sexta (4), em seu apartamento de veraneio no Rio, enquanto Lula prestava depoimento à Polícia Federal em São Paulo.

Ele protestou contra a condução coercitiva, mas evitou discutir o mérito das suspeitas contra o aliado. "Assim como o ex-presidente Lula não conhece minha vida financeira privada, eu não conheço a dele", disse.

Pesquisa da Vox Populi constata ação contra Lula foi um tiro pela culatra


O Instituto Vox Populi foi o primeiro a medir o impacto da operação deflagrada pelo juiz Sergio Moro contra o ex-presidente Lula.

Com mais de 15 mil questionários válidos, a pesquisa comprova que o efeito foi contrário ao desejado pela Globo e pelos demais meios de comunicação engajados na destruição de Lula.


56% desaprovaram a inclusão de Lula na Lava Jato e 43% desaprovaram a conduta de Moro (mais do que os 34% que aprovam).

Além disso, 65% viram exagero na condução coercitiva e 57% disseram acreditar na palavra de Lula.

Para completar, no dia de ontem, nada menos que 63% dos entrevistados disseram ter visto a entrevista de Lula na sede do PT.

Dados mostram que ainda não mataram o "jararaca".

sábado, 5 de março de 2016

Vox Populi: Moro e Globo tomam uma surra

Lula é inocente !

O Conversa Afiada publica informações de pesquisa Vox Populi: Resultado com 15 mil questionários válidos:

1) Qual o seu sentimento em relação ao fato de que o ex-presidente Lula foi incluído na investigação da Lava Jato? 
Gostei, eu aprovo - 41%
Não gostei, não aprovo - 56%
Não sei responder - 3%

2) Qual a avaliação que você faz do trabalho do juiz Moro nesse processo da Lava Jato? 
Aprovo, ele está fazendo um excelente trabalho - 34%
Aprovo, mas ele tem exagerado em algumas medidas - 22%
Desaprovo - 43%
Não sei responder - 1%

3) Com qual das frases você se identifica mais? 
Não vejo problema algum na forma como foi feita a condução do Lula para depor na Polícia Federal - 34%
ou
Achei um exagero a forma como o ex-presidente Lula foi levado a depor pelos agentes da Polícia Federal - 65%
Não sei responder - 1%

4)Você acredita na inocência do ex-presidente Lula? 
Sim, acredito nele - 57%
Nao, ele é culpado - 34%
Não sei responder - 8%

5) Depois que o ex-presidente depôs na Policia Federal ele concedeu uma entrevista coletiva na sede do PT em São Paulo que foi transmitida pela televisão. Você assistiu à entrevista dele? 
Sim, assisti tudo - 63%
Sim, assisti partes da entrevista - 25%
Não, mas fiquei sabendo - 11%
Não, estou sabendo disso agora - 1%

Fonte: Conversa Afiada, 05/03/2016

Fascistas atacam a sede do PT em Belo Horizonte

Posicionamentos como o de Aécio Neves só estimulam essas atitudes condenáveis sob todos os aspectos

Escalada de ódio, fruto da campanha contra Lula que vem sendo promovida por alguns meios de comunicação, teve um novo capítulo neste sábado, a sede do PT-MG, em Belo Horizonte, foi pichada e depredada por fascistas.

O deputado Rogério Correia acredita que ataque possa ser fruto da radicalização do momento político e repudia a ação como um "ato terrorista".

O boletim de ocorrência será registrado amanhã. Também hoje, o Instituto Lula foi pichado, mas a agressão foi substituída pela mensagem "mais amor, menos ódio".

Marco Aurelio Mello, do STF, sobre Moro: amanhã fará um “paredão”?

POR FERNANDO BRITO · 04/03/2016

Da Folha, a opinião de Marco Aurélio Mello, Ministro do Supremo. sobre o mandado de condução coercitiva de Sérgio Moro contra Lula.

Duas observações.

A primeira: percebam o que o atropelo de Moro está fazendo com setores nada alinhados ideologicamente com a esquerda.

A segunda: muito bom, resta saber até quando um juiz de província vai atropelar, no grito da mídia, os poderes da República?

Leia o texto:

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello fez críticas contundentes à decisão do juiz Sergio Moro de conduzir coercitivamente o ex-presidente Lula para depoimento.

“Condução coercitiva? O que é isso? Eu não compreendi. Só se conduz coercitivamente, ou, como se dizia antigamente, debaixo de vara, o cidadão de resiste e não comparece para depor. E o Lula não foi intimado”, afirma ele.

O ministro diz que “precisamos colocar os pingos nos ‘is’. Vamos consertar o Brasil. Mas não vamos atropelar. O atropelamento não conduz a coisa alguma. Só gera incerteza jurídica para todos os cidadãos. Amanhã constroem um paredão na praça dos Três Poderes.”

A Folha conversou com outro magistrado do STF que concorda com a opinião de Mello, embora prefira não se manifestar publicamente.

Mello ironiza o argumento de Moro e dos procuradores de que a medida foi tomada para assegurar a segurança de Lula.

“Será que ele [Lula] queria essa proteção? Eu acredito que na verdade esse argumento foi dado para justificar um ato de força”, segue o magistrado. “Isso implica em retrocesso, e não em avanço.”

O fato de se tratar de um ex-presidente agravaria a situação, segundo ele.

Para Mello, o juiz Moro “estabelece o critério dele, de plantão”, o que seria um risco. “Nós, magistrados, não somos legisladores, não somos justiceiros.”

O ministro afirma ainda: “Se pretenderem me ouvir, vão me conduzir debaixo de vara? Se quiserem te ouvir, vão fazer a mesma coisa? Conosco e com qualquer cidadão?”

Ele segue: “O chicote muda de mão. Não se avança atropelando regras básicas”.

Lula surpreende a todos, desce de apartamento e entra no meio da multidão

O ex-presidente abraçou simpatizantes que faziam uma vigília na porta do seu apartamento

Na tarde deste sábado (5), por volta das 13h, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desceu do seu apartamento em São Bernardo do Campo, em São Paulo, para falar com militantes e simpatizantes que faziam uma vigília no local.

Segundo informações da GloboNews, Lula supreendeu a todos e entrou no meio da multidão que o acolheu calorosamente, distribuindo abraços aos apoiantes.

Após os excessos da Polícia Federal, Dilma faz visita solidária a Lula


Presidente Dilma Rousseff chegou à residência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em São Bernardo do Campo (SP), para encontro com Lula.

A visita de solidariedade acontece um dia após a Polícia Federal ter conduzido de forma coercitiva o ex-presidente para prestar depoimento na 24ª fase da Operação Lava Jato.

Ontem, Dilma criticou o aparato utilizado na operação que envolveu Lula.

Lula recebe Dilma e afirma que está pronto para o combate


Encontro entre a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ocorreu em "um clima bom", de solidariedade e alegria, conforme relato do deputado federal Vicente Paulo da Silva (PT-SP).

O ex-presidente teria demonstrado animação e afirmado que "está pronto para o combate".

O assunto central do encontro foi o "abuso cometido pelo juiz Sérgio Moro", referindo-se aos excessos da condução coercitiva do ex-presidente nesta sexta-feira (4), na 24ª fase da Operação Lava Jato.

Dilma voltou a criticar o "espetáculo" da operação e afirmado: "Você é muito importante para o país e para os trabalhadores, Lula".

Jurista da Faculdade de São Paulo questiona a perseguição ao PT

E preciso que todos os partidos que possam ter cometido irregularidades sejam investigados, mas atualmente, apenas o PT é alvo das apurações. “O PSDB, o PMDB, o DEM são todos santos? 

Todo mundo sabe como funciona o financiamento de campanha no Brasil. Porque só um partido é atacado? Tem que atacar todos. Se há desvio e irregularidades, todos têm que ser investigados e, eventualmente, se forem culpados, punidos. Mas o que a gente vê é que só tem um lado”, condenou. 
Gilberto Bercovicinou/Jurista e professor titular 
da Faculdade de Direito da USP