quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

'Conta não foi declarada, mas dinheiro é lícito'


O advogado Fábio Tofic, que faz a defesa de João Santana e Mônica Moura, afirmou que a cliente conseguiu demonstrar cada movimentação da conta no exterior no depoimento prestado à Polícia Federal nesta quarta (24).

"Eles receberam recursos lícitos pelo trabalho honesto que fizeram ao longo de anos. Não são lavadores de dinheiro, não são corruptos, nunca tiveram contrato com o poder público. Os recursos são lícitos, não envolvem campanha brasileira", disse.

Segundo ele, "está claro que ela e João Santana estão presos por um crime de manutenção de conta não declarada no exterior".

O depoimento de João Santana foi remarcado para as 9h30 desta quinta (25).

Acarajé leva governo a comprar briga com Moro


Depois de pouco mais de dois anos de Operação Lava Jato, o governo federal chegou à conclusão de que o objetivo do juiz Sergio Moro, que conduz a força-tarefa curitibana, é contribuir para a derrubada da presidente Dilma Rousseff e impedir a eventual volta do ex-presidente Lula ao poder.

A gota d'água foi a etapa batizada como Acarajé, que levou à prisão o marqueteiro João Santana; nesta quarta-feira, o ministro Ricardo Berzoini afirmou que a Lava Jato "está comandada por uma visão midiática e uma tentativa de criar um clima de constrangimento no país".

A partir de agora, Moro não será mais tratado como um juiz isento pelo governo federal, mas como o braço jurídico de uma oposição, liderada pelo senador Aécio Neves, disposta a encontrar atalhos para o poder.

Senado abre Pré-Sal, mas Petrobras tem preferência


Com o apoio do governo, o Senado aprovou substitutivo do projeto de lei que abre mão de manter a Petrobras como operadora única do pré-sal.

Para aprovar o projeto que retira a obrigatoriedade da estatal de participar de todos os consórcios com 30%, o Planalto acordou com o senador Romero Jucá (PMDB-RR) um texto que agrade a todos.

A lei estabelece que a Petrobras deverá se manifestar sobre sua preferência como operadora dos campos que serão licitados e essa manifestação será avaliada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).

A palavra final do CNPE é sempre da Presidência da República.

Com a votação nominal, o resultado final da aprovação do substitutivo do senador Romero Jucá ao PLS 131/2015, do senador José Serra (PSDB), foi de 40 votos sim, 26 não e uma abstenção.

João Santana é um preso político


"Deixa ver se eu entendi: a Polícia Federal e o juiz Sergio Moro afirmaram, textualmente, que a prisão de João Santana não tem nada a ver com as campanhas do PT e mesmo assim a imprensa e a oposição fazem ilações de que vai sobrar para a presidente Dilma?", questiona Alex Solnik, colunista do 247.

"Por que então prenderam João Santana? Para que voltem a bater panelas, como voltaram? Para reacender a brasa adormecida do impeachment, como reacendeu? As três perguntas têm a mesma resposta: sim", afirma o jornalista.

"Quer dizer, então, que é uma prisão com fins políticos. Prisão política. E quando o caldeirão de cultura do golpe estiver fervilhando ele será solto", acrescenta.

O que deu errado no crime perfeito da dupla FHC e Globo

FHC e a Globo cometeram um crime quase perfeito.

Tiraram Mírian Dutra de cena numa operação ganha-ganha. FHC ganhou a presidência. A Globo ganhou o controle sobre um presidente que reinou oito anos.

Roberto Marinho celebra um feito do companheiro FHC
Alguém pode imaginar o que significa esse controle? Num país cujas verbas publicitárias federais são brutalmente altas, é a garantia de dinheiro fácil e farto para uma emissora.

E o acesso ao dinheiro do BNDES? Um presidente nas mãos da Globo abriria os cofres do BNDES. Mírian tocou nisso em sua entrevista ao DCM. É repulsiva a foto na qual FHC e Roberto Marinho estão abraçados na inauguração de uma supergráfica do Globo financiada pelo BNDES, no final dos anos 90.

A descarada confraternização mostrava que as duas partes estavam certas de que o crime era perfeito.

E foi – até aparecer uma coisa chamada internet.

A internet rompeu o monopólio da mídia nas informações que chegam aos brasileiros.

Não fosse isso, Mírian não teria como publicar sua história. Bater na Folha? Esqueça. Na Veja? Conte outra piada. No Estadão? Hahaha.

Mas a barreira do silêncio não vigora na internet. E uma modesta revista digital, a Brazil com Z, se incumbiu de dar voz a Mírian.

Era tão forte o que ela tinha a dizer que a mídia foi obrigada a correr atrás – com vergonhoso atraso.

O pretexto usado por mais de vinte anos para não tocar no assunto era o triunfo da hipocrisia: era uma “questão privada”.

Ora, era privada apenas porque ninguém investigou o assunto.

Quem acredita que um pacto entre um presidente e a Globo é questão privada acredita em tudo, para usar a celebrada frase de Wellington.

A Globo protegeria FHC por simpatia e amizade?

Ora, ora, ora.

A Globo vendeu caro seu apoio aos militares em plena ditadura. Num livro com os documentos de Geisel, Roberto Marinho surge a certa altura cobrando novas concessões da ditadura com o argumento de que era seu “melhor amigo” na imprensa.

No livro o que se vê é um Roberto Marinho paranoico, para o qual uma empresa que não cresce logo declina.

Se com os generais foi assim, como terá sido com um presidente fraco?

FHC viveu o bastante – 83 anos agora – para ver a lama enfim emergir e lhe roubar a possibilidade de continuar a posar como um moralista perante brasileiros ingênuos e desinformados.

Quanto à Globo, o caso mostra quanto é ruim para uma empresa ser mimada com privilégios e vantagens infames.

A Globo jamais teve que ser competente. Caiu tudo para ela no colo.

Fosse competente, continuaria a pagar o mensalão de Mírian Dutra até o final de sua vida.

É monstruoso o preço da economia de custo que algum burocrata da Globo vislumbrou com a supressão do salário de Mírian.

A Globo é uma história de muita esperteza e pouca inteligência.

Mas, como diz o provérbio, a esperteza quando é demais come o dono.

Neste caso, comeu não só a Globo como FHC.

Fonte: DCM, 21/02/2016

E só buscar os anais da História pra saber disso

Lição do dia
















Pergunta que não quer calar

Se todos são iguais perante a lei, por que os petistas são tratados de modo diferente pela "Justiça"?

A ditadura do Poder Judiciário

O “erro” de datas ligando a Odebrecht ao Instituto Lula obedece a um padrão da Lava Jato: a mentira e o espetáculo midiático



A Polícia Federal está produzindo, na Lava Jato, um arsenal de ilações e acusações que, com freqüência cada vez maior, atropelam os fatos. Um relatório da nova fase, cujo ápice foi a prisão do marqueteiro João Santana e da mulher, diz que Lula deve ser investigado por causa do “possível envolvimento em práticas criminosas”.

Quais práticas? A Odebrecht teria financiado a “construção e o planejamento” da sede do Instituto Lula no bairro do Ipiranga, em São Paulo. Foi recolhida uma planilha de uma mulher que mantinha “vínculo empregatício” com a empreiteira, denominada ”Posição Programa Especial Italiano”.

Ali está a anotação “Prédio (IL)” e um número (12.422.000). No relatório policial, lê-se que “pode ser uma alusão ao Instituto Lula”. Mais: no celular de Marcelo Odebrecht havia uma menção a “prédio novo” em 22 de outubro de 2010.

O delegado Filipe Hille Pace aponta no documento que “é importante que seja mencionado que a investigação policial não se presta a buscar a condenação e a prisão de ‘A’ ou ‘B’. O ponto inicial do trabalho investigativo é o de buscar a reprodução dos fatos.”

Na verdade, o objetivo é outro e, se os fatos não estiverem de acordo, que sejam distorcidos. Em 2010, o Instituto Lula não existia. Foi fundado em 2011 no lugar onde ficava um certo Instituto Cidadania. O sobrado é de 1991.

A equipe de vazamentos da Lava Jato sabe que contar com a mídia amiga é fundamental. Não é preciso muito esforço para provocar o efeito desejado. Basta juntar as palavras Odebrecht e Lula para fazer as manchetes. Inclua uma cifra, ou algo que pareça uma cifra, e uma vontade irrefreável de aparecer, e o serviço está pronto.

Não foi a primeira vez e não será a última em que coisas simples como datas não batem. Você precisa ser muito inocente para acreditar que é um erro casual. A ideia é fazer caber na narrativa que Moro está criando, com a ajuda dos suspeitos de sempre.

Há poucos meses, o pedido do Ministério Público Federal na operação que resultou na prisão do pecuarista José Carlos Bumlai declarava, textualmente, o seguinte:

“Em 3/02/2005, pouco tempo depois de BUMLAI auxiliar na obtenção de empréstimo em favor do Partido dos Trabalhadores, quando ainda estava inativa, a SÃO FERNANDO AÇUCAR E ALCOOL LTDA (CNPJ Nº 05.894.060/0001-19) recebeu R$ 64.664.000,00 de crédito do BNDES . A empresa voltaria a obter créditos do BNDES em 12/12/2008, quando recebeu investimentos de aproximadamente R$ 388.079.767.”

Trocando em miúdos, fala-se de um empréstimo em 2005, pouco tempo depois de Bumlai dar dinheiro ao PT.

Acontece que os 64 milhões são de 2009. Por que o “deslize” de situar o caso em 2005? Para fazer caber na história de que Lula estava por trás das maracutaias no auge do mensalão.

“Os personagens são basicamente os mesmos do mensalão, José Dirceu e Pedro Correa. E agora temos essa tipologia de concessão de empréstimos que jamais são quitados”, disse o procurador Diogo Castor de Mattos na tradicional coletiva.

Os dados estavam disponíveis no site do BNDES, neste link. Por que ninguém checou?

Porque não se trata de checar nada, mas de juntar peças de um quebra cabeça que, frequentemente, não se encaixam. O importante é que se forme, no final das contas, o monstro de duas cabeças chamado Lula e Dilma.

Fonte: DCM, 23/02/2016