sábado, 2 de janeiro de 2016

Feliz Ano Novo!!!

Dicas rápidas para entender as novas regras da Língua Portuguesa

Que passaram a valer a partir desta sexta-feira (1º/1); fique por dentro das mudanças

Desde 1º de janeiro de 2009, as novas regras conviviam com as velhas. Agora o cadáver foi pra cova. Esperneios, jeitinhos & cias. insatisfeitas ficaram pra trás. É hora de olhar pra frente. As mudanças são poucas, muito poucas. Poderiam ter sido mais ousadas, mas optaram pela timidez. Dicionários, gramáticas, livros didáticos etc. e tal do velho time foram pro lixo. Abriram alas pra edições atualizadas. Não há volta. É adotar. Ou adotar. 

Sem bobeira 1 A reforma é ortográfica. Refere-se só à grafia das palavras. Pronúncia, concordância, regência, crase continuam do mesmo jeitinho, sem alteração. 

Sem bobeira 2 A mudança nos acentos atingiu apenas as paroxítonas. Proparoxítonas, oxítonas e monossílabos tônicos não foram nem arranhados. Mantêm-se como sempre foram.

O que mudou?

Alfabeto - O abecedário ganhou três letras. k, w e y tornaram-se gente de casa. O que era fato agora é direito. Nada mais. O emprego do trio continua como antes. Abreviaturas e nomes que se escreviam com as ex-intrusas mantêm a grafia. É o caso de km, Wilson, Yara. Atenção, não se precipite. Grafar wísque e kilo? Nem pensar. Fique com uísque e quilo.

Trema - O trema se foi, mas a pronúncia ficou. Frequente, tranquilo, lingueta, linguiça & cia. agora se grafam assim, leves e soltos. Olho vivo! Trema não é acento. Por isso não discrimina oxítonas, paroxítonas ou proparoxítonas. Para ele, tudo o que cai na rede é peixe. Nenhuma palavra portuguesa tem trema. 

Oo - O chapéu do hiato oo se despediu: voo, abençoo, perdoo, coroo & demais oos livraram-se do incômodo acessório. Xô!

Eem - O circunflexo do hiato eem disse adeus. Veem, creem, deem, leem ganharam forma mais leve e descontraída. Não vacile. Caiu o acento da duplinha eem. O solitário êm não tem nada com a história. Está firme como sempre esteve na 3ª pessoa do plural de vir, ter e derivados: eles vêm, têm, convêm, detêm, contêm.

U - O u tônico dos verbos apaziguar, averiguar, arguir & cia. perdeu o grampinho: apazigue, averigue e argue. 

I e u - O i e u antecedidos de ditongo perdem o grampo: feiura, baiuca, Sauipe. Atenção: não confunda Germano com gênero humano. Caiu o acento do i e u antecedidos de ditongo. Pouquíssimas palavras — talvez meia dúzia — se enquadram na regra. A norma que acentua o i e o u antecedidos de vogal continua firme e forte. É o caso de saída, saúde, caí, baú.

Ei e oi - O acento dos ditongos abertos ei e oi se despediram nas paroxítonas: ideia, joia, jiboia, heroico. Lembra-se? A reforma só atingiu as paroxítonas. O grampinho permanece inalterável nas oxítonas e monossílabos tônicos: papéis, herói, dói.

Acentos diferenciais - Foram-se os das paroxítonas. Pêlo, pélo, pára, pólo, pêra ficaram mais leves. Assim: pelo, para, polo, pera. Exceção? Só duas. Mantém-se o chapéu de pôde, passado do verbo poder. E o verbo pôr fica com o chapéu à mostra. (Ele é monossílabo tônico. Escapou da facada, que só cortou o acessório das paroxítonas.)

Hifen

Vogais: só entram na jogada os prefixos que terminam por vogal e se juntam a outra palavra também iniciada por vogal. Portanto, é vogal com vogal. São duas regras:

Não se usa hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal com que se inicia o segundo elemento: aeroespacial, agroindústria, antieducação, autoescola, coedição, coautor, infraestrutura, plurianual, semiopaco. Usa-se o hífen quando o segundo elemento começar pela mesma vogal com que termina o hífen: anti-inflamatório, auto-observação, contra-ataque, micro-ondas, semi-internato.

Exceção: co- se junta ao segundo elemento mesmo quando ele acaba com o: coordenar, coobrigação. Resumo da ópera: os diferentes se atraem; os iguais se rejeitam. (O co- é exceção que confirma a regra.)

Prefixos terminados em vogal que se juntam a palavras começadas por R ou S: no caso, valem duas observações. Uma: o hífen não tem vez. A outra: pra manter a pronúncia, duplicam-se o R e o S: antirrábico, antirrugas, antissocial, biorritmo, contrassenso, infrassom, microssistema, minissaia, multisseculas, neossocialismo, semirrobusto, ultrarrigoroso, ultrassom.

Sufixos de origem tupi-guarani açu, guaçu e mirim: Use o hifen: amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu. 

Os iguais se rejeitam: quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma consoante: hiper-rico, inter-racial, sub-bloco, super-resistente, super-romântico. (O sub vai além. Usa hífen com palavra iniciada por r: sub-região, sub-raça.

Fonte: Correio Braziliense, 01/01/2016

Marta Suplicy, uma grande comntradição



Marta Suplicy foi a Marta Suplicy do ano. Em janeiro, numa entrevista ao Estadão, falou dos “desmandos” do PT, do “Volta, Lula”, da incompetência e Dilma, de como perdeu poder e prestígio na legenda.

Em 28 de abril, desfiliou-se do partido no qual militou durante 34 anos. Em tese, a situação poderia ser resumida de maneira simples: ela não via mais espaço e procurou outro caminho. Do jogo.

O ressentimento de Marta, porém, a transformou numa Rachel Sheherezade de calças. E o ressentimento, como se sabe, é um veneno que você toma esperando que o outro morra.

A Marta que nasceu de sua filiação ao PMDB guarda todas as características da encarnação anterior, especialmente a arrogância, mas agora é também um pote até aqui de mágoa.

Embarcou no discurso moralista mais rasteiro, topou o impeachment, apostou no cavalo do Temer. Meses antes, era ministra da Cultura. Haja vontade de tratar o eleitor como idiota.

“A gente quer um Brasil livre da corrupção, livre das mentiras, livre daqueles que usam a política como meio de obter vantagens pessoais. Afinal, estou no PMDB do Doutor Ulysses, que democratizou o país. E no PMDB do doutor Michel, que vai reunificar o país”, disse ao se filiar.

“Doutor Michel” é de um sabujice linda. Como ela se referia a Lula? Ao seu lado, naquela noite, Eduardo Cunha e Renan Calheiros sorriam como répteis.

Em outubro, chegou a diminuir as acusações contra Cunha. “Tem [denúncias contra ele], como tem em qualquer partido de relevância. Tem contra o PSDB. Acho que só o PSol não deve ter, né? Não sei. Mas partido grande, me diga um que não tenha. Tem no PSB, com o Bezerra, né? Todos têm, não passa por aí. A contaminação é grande na política brasileira. O que importa é nós termos uma união diferente do que está acontecendo.”

Ué, mas a ideia não era dizimar o câncer da corrupção? Ou não é um problema tão grave, dependendo do autor do delito?

Marta vai concorrer à prefeitura de São Paulo em 2016. Continuará colocando suas fichas na falta de discernimento dos paulistanos. Em sua coluna na Folha de hoje, mistura alhos e bugalhos, direita, esquerda, centro e um tal cônego Severino.

Como exemplo de “renovação diante das crises”, elenca “movimentos” como Brasil Livre e Vem pra Rua, juntamente com o Podemos e o Cidadãos da Espanha. São grupos que defendem uma “nova ordem política e social e preservação de direitos”, segundo a autora. “Bem vindos. Viva a democracia!”, vibra a senadora.

Pobre Podemos, pobre Syriza. Que direitos os kataguiris querem preservar é um mistério que Marta e seus amigos terão de responder em algum momento.

2015 foi pródigo em rancores, manifestações de ódio, oportunismo e maus perdedores. Marta Supicy juntou a isso uma impressionante quantidade de laquê e de falta de visão ao embarcar na canoa do Doutor Michel e do Achacador em seu desespero para não sumir.

Fonte: DCM, 01/01/2016

PT quer imposto sobre fortunas e CPMF

Para superar ajuste, partido pede mais impostos e empréstimos da China

Em O Globo:


Documento entregue por deputados ao governo traz pacote de medidas econômicas 

SÃO PAULO — Para superar a pauta do ajuste fiscal, a bancada do PT na Câmara vai intensificar a pressão sobre a presidente Dilma Rousseff com o objetivo de que o governo adote um pacote de medidas na economia, como a reformulação da cobrança do imposto de renda com adoção de alíquota de até 40%, a tributação de lucros distribuídos por empresas a acionistas, além da busca de empréstimos na China.

(...)

AS 14 PROPOSTAS

1) Vender papéis da dívida ativa da União para bancos e levantar recursos para obras

2) Adotar sete faixas de alíquotas do Imposto de Renda — a mais alta, de 40% para salários acima de R$ 108 mil mensais — e isenção para quem ganha até R$ 3.390

3) Instituir imposto de renda sobre lucros e dividendos e remessa de recursos para o exterior

4) Fim da possibilidade de empresas poderem abater do IR o valor pago como juros para os acionistas

5) Aumentar o Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) das propriedades improdutivas

6) Mudar tributação sobre cigarros

7) Criar um imposto sobre grandes fortunas

8) Elevar imposto sobre heranças e doações

9) Instituir imposto semelhante ao IPVA para jatinhos e helicópteros

10) Legalizar jogos de azar

11) Volta da CPMF (já encampada)

12) Alterar legislação para acordos de leniência (já encampada)

13) Repatriação de recursos mantidos no exterior (já encampada)

14) Captação de empréstimo na China para financiar empresas brasileiras

Como fica o tempo hoje?

2016, campanhas eleitorais sem dinheiro das empresas. Será o fim da corrupção?

Já que essas "doações" foram a causa principal dos escândalos recentes

247 – O ano de 2015, que muitos consideram perdido, produziu uma das maiores conquistas da democracia brasileira em décadas: o fim do financiamento empresarial de campanhas políticas.

A decisão foi sacramentada no dia 17 de setembro, quando 8 dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal consideraram inconstitucionais as doações de empresas para políticos.

A conquista foi histórica porque foi duramente combatida pela plutocracia brasileira. Basta lembrar que o ministro Gilmar Mendes manteve seu voto na gaveta durante mais de um ano. Além disso, antes da decisão do STF, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tentou emplacar uma reforma política que praticamente gravaria na Constituição o direito às doações privadas, também defendidas pelos barões da mídia.

No entanto, o STF atendeu aos argumentos da Ação Direta de Inconstitucionalidade proposta pela Ordem dos Advogados do Brasil, diante da constatação de que as doações privadas estão na raiz de praticamente todos os escândalos de corrupção recentes – do 'trensalão' paulista ao chamado 'petrolão'.

"Chegamos a um quadro absolutamente caótico, em que o poder econômico captura de maneira ilícita o poder político", disse o ministro Luiz Fux, relator da ação. 

"A influência do poder econômico culmina por transformar o processo eleitoral em jogo político de cartas marcadas, odiosa pantomima que faz do eleitor um fantoche, esboroando a um só tempo a cidadania, a democracia e a soberania popular", argumentou a ministra Rosa Weber.

"Há uma influência que eu considero contrária à Constituição, é essa influência que desiguala não apenas os candidatos, mas desiguala até dentro dos partidos. Aquele que detém maior soma de recursos, é aquele que tem melhores contatos com empresas e representa esses interesses, e não o interesse de todo o povo, que seria o interesse legitimo", disse a ministra Carmen Lúcia.

Segundo o presidente da corte, Ricardo Lewandowski, a decisão do STF será aplicada já nas próximas eleições – ou seja, na disputa municipal de 2016. Portanto, será a primeira vez, desde a redemocratização, que o Brasil viverá uma disputa eleitoral sem a contaminação da política pelo dinheiro privado.

Será um importante ensaio para disputa presidencial de 2018 e também para a eleição do próximo Congresso.

Fonte: Brasil 247, 01/01/2016

Como o orçamento da Bolsa Família é fixo, se aumentasse o valor diminuiria os beneficiados

Mas o jornal do contra deu outra manchete. Confira

A manchete do Estadão sobre os vetos apostos pela Presidente Dilma Rousseff contém uma destas “jaboticabas”, as coisas que só acontecem no Brasil.

É o que estabelecia a correção dos valores dos benefícios do Bolsa Família em algo próximo de 16%.

Muito bom, muito bem, seria digno de aplauso.

Mas, espere... Não era lá no Congresso que queriam cortar o orçamento do Bolsa-Família para arranjar o tal superávit fiscal?

Não era o Estadão que, há pouco mais de um ano, chamava o programa de “Bolsa-Voto”?

A tática da maldade é disfarçar-se de bondade.

Como a dotação orçamentária para o Bolsa Família é fixa, o que acontece quando se aumenta o valor do benefício?

Sim, como o valor total é o mesmo, menos benefícios poderão ser pagos.

Logo, pessoas teriam de ser desligadas do programa.

Mas o reajuste não seria correto? Seria, e seria também desastroso.

Encher-se-ia mais o prato de uns, com todo o merecimento, esvaziaria-se o de outro, sem a menor piedade.

O inimigo do bom, dizia minha santa avó, é o ótimo.

Fonte: Brasil 247, 02/01/2016

Na política, tudo vai continuar como está

Dilma, Temer e Cunha, nos seus lugares

1) Não haverá impeachment. Nem precisava o STF ter aprovado o novo rito. Mas com ele ficou mais fácil. Cunha não tinha 2/3 da Câmara para derrubar Dilma quando o PSDB estava unido com ele. Agora que os tucanos estão no mínimo divididos tem menos ainda. Ele está na situação daquele time que sabe que já perdeu, mas quer evitar uma goleada histórica. Se der uma zebra e, apesar de todos os sinais de derrota Cunha conseguir os 2/3 também não vai adiantar muito porque a bola vai para o Senado, onde o presidente já deu seu voto a favor de Dilma. E voto do presidente tem um peso muito grande. Não passa na Câmara. Acho até que vai perder feio, pois os deputados não vão se expor sabendo que, seja qual for seu voto, ele será derrubado no Senado. Se passar na Câmara não passa no Senado. Zé fini.

2) O assunto do afastamento de Cunha é delicado. Não sei se o Janot fez a coisa certa. Se houvesse a urgência que teve o caso Delcídio, Teori já teria defenestrado Cunha sozinho – para depois levar o caso à corte. Se não defenestrou é porque está em dúvida. In dubio pro reu. Será mais lógico o STF tirar o corpo fora e declarar que não é com ele. Os deputados que se entendam. Delcídio era apenas senador; Cunha é presidente de um Poder. Não é fácil tirar do Poder um presidente sem crime em flagrante. E todos os argumentos do Janot caem por terra por não haver flagrante. Por isso acho que o STF tende a recusar o pedido tecnicamente. Janot pede o afastamento imediato. Mas o STF não toma decisões imediatas. Leva anos para decidir. Tem de investigar, julgar, dar direito de defesa e só então julgar e condenar.

3) Não acredito mais no rompimento do PMDB com o PT. Depois da intervenção do STF no rito do impeachment e a previsível vitória do governo , a tendência de Temer é baixar a bola. Sua anunciada viagem pelo Brasil tem mais a ver com sua permanência na presidência do PMDB do que com mudança para o Planalto. Ele já sabe que Dilma vai continuar. E, se o PMDB romper a aliança a sua situação na vice-presidência fica comprometida. Talvez tivesse de renunciar. Como continuar se a aliança acabar? Sem falar nos demais ministros e sabe-se lá quantos cargos ocupados por peemedebistas na malha governamental. Por isso eu acho que o PMDB fica como está até 2018, se romper vai ficar à míngua;

4) Temer será reconduzido à presidência do partido. Com a condição de nunca mais escrever cartas à presidente;

5) Esse julgamento das contas de campanha pelo TSE virou uma novela. Se até agora o tribunal não conseguiu chegar a uma conclusão é melhor deixar para lá. Uma decisão negativa em 2016 vai tumultuar ainda mais o ambiente político. O país não merece. O TSE tem que pagar o preço da lentidão.

6) O Conselho de Ética que deveria julgar Cunha vai continuar emperrado. Já se sabe que o placar é de 11 a 10 contra Cunha. Seu único trunfo é adiar indefinidamente o dia da votação.

Fonte: Brasil 247, 02/01/2016