segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Confiança da indústria fecha 2015 com alta em dezembro


O Índice de Confiança da Indústria (ICI) encerrou o ano com ganhos em dezembro devido à melhora das expectativas, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta segunda-feira; o ICI teve alta de 1,1 ponto em dezembro na comparação com o mês anterior, atingindo 75,9 pontos.

"A alta do ICI no quarto trimestre traz boas notícias, como o movimento no sentido de normalização dos estoques e alguma melhora das expectativas", afirma a coordenadora da pesquisa, Tabi Thuler Santos.

Filósofo diz que Dilma garante independência da Lava Jato


"Pode-se dizer qualquer coisa, o que não se pode dizer é que o Governo Dilma bloqueou a Lava Jato. Agora, se alguém disser que ninguém é capaz de bloquear a Lava Jato, não é verdade", diz o filósofo e cientista político Marcos Nobre, em entrevista ao El Pais.

"Outro Governo, um eventual Temer, por exemplo, vai obstruir? Não sei, mas o fato do movimento político, capitaneado por Eduardo Cunha, de deflagrar o impeachment é um sinal de que há alguma esperança de que, derrubando o Governo, e colocando o vice, seja possível adiar a prestação de contas com a Justiça".

Para Noblat, com carta, Temer deu ensejo a ser chamado de traidor


247 – O jornalista Ricardo Noblat avalia que o vice-presidente Michel Temer cometeu um erro primário, ao enviar uma carta à presidente Dilma Rousseff, em que chora suas mágoas e se coloca como alternativa de poder.

"A carta de Temer a Dilma foi o maior erro de um vice que pareceu cansado de esperar", escreveu Noblat. "Temer jamais poderia tê-la escrito nos termos que o fez; apequenou-se; e deu ensejo a ser chamado de traidor".

O risco, agora, está dentro do próprio PMDB. "Temer jamais poderia tê-la enviado a Dilma sem a certeza de que o PMDB respaldaria seu gesto. Ele corre o risco de, confrontado pelo senador Renan Calheiros e pelo PMDB chapa-branca, perder a presidência do partido."

Fonte: Brasil 247, 28/12/2015

domingo, 27 de dezembro de 2015

Prêmio Nobel de Economia diz que o capitalismo não está funcionando

Um terço dos americanos vive na pobreza!

(Imagem de Omar Motta, no facebook)


Saiu no RT, em espanhol:


El premio Nobel de Economía en 2001, Joseph Stiglitz, asegura que un modelo económico que no proporciona bienestar a los ciudadanos es un fracaso.

En un foro de investigadores en Montevideo, Uruguay, el ganador del Nobel de Economía en 2011, Joseph Stiglitz, ha señalado que "un sistema económico que no proporciona bienestar a una parte muy importante de la sociedad, es un sistema económico que fracasa", según cita sus palabras la cadena TeleSur. 

"Los ingresos no solo han estado estancados, sino que además están reduciéndose", sostuvo Stiglitz criticando el actual modelo capitalista. El Nobel de Economía opina que los bancos de desarrollo multilaterales tienen que desempeñar un papel principal para llevar a cabo la reforma de los mercados financieros.

Tras su visita a Uruguay durante la entrega del título de Doctor Honoris Causa por la Universidad de la República (Udelar), Stiglitz también ha compartido su punto de vista sobre la economía y el estado actual del capitalismo con el medio uruguayo 'El País'.

"Lo que está pasando es el inicio de un diálogo político que, al menos para Estados Unidos y Europa, dice que la economía de mercado no está funcionando de la manera que se supone que debería", opina Stiglitz, destacando que el salario mínimo en Estados Unidos actualmente es más bajo que el de hace 60 años. "Por lo menos la tercera parte de los estadounidenses pasan parte de sus vidas en la pobreza. ¿Cómo puede ser?"

Navalha
Sobre por que o capitalismo não está funcionando, ler em Piketty.

Aqui, os defensores do sistema que não está funcionando são os tucanos e seus trombones pigais, como a Urubóloga, que entrevista economistas de bancos e neles se abastece de lugares comuns (e carcomidos).

Por falar nisso, a comunidade acadêmica internacional, de Cambridge a Cambridge, ainda não deu seu veredito sobre a obra de Piketty à espera de que a Urubóloga sobre ele se pronuncie.

Paulo Henrique Amorim, em Conversa Afiada, 27/12/2015

Janot, JanÔÔÔÔt, a lista de Furnas te persegue!

O elo entre a lista de Furnas do Aecim e o tucanato

De Dona Mancha, no C Af

O Conversa Afiada reproduz do DCM:


No ano de 2001, ao emergir do subterrâneo da política, Nilton Antônio Monteiro entregou ao Ministério Público e a um deputado do Espírito Santo documentos que revelavam o envolvimento da mineradora Samarco no pagamento de propina a autoridades do estado, à época governado pelo tucano José Ignácio Ferreira. Alguns meses depois, alguns políticos estavam presos e secretários foram demitidos.

Em 2005, Nilton Monteiro entregou a políticos do PT e à Polícia Federal recibos de depósitos, procurações e uma lista com nomes de políticos mineiros que receberam em 1998 dinheiro desviado do governo de Eduardo Azeredo através do publicitário Marcos Valério, no esquema que ficou conhecido como Mensalão de Minas Gerais.

Demorou dez anos para sair a primeira condenação no caso do Mensalão de Minas Gerais. O ex-governador Eduardo Azeredo foi condenado a 20 anos e 10 meses de prisão. Foi uma decisão de primeira instância, ainda sujeita a recursos, mas na sentença chama a atenção o número de vezes em que Nilton Monteiro é citado: 66 vezes, numa sentença que tem 125 páginas.

Nilton Monteiro é também o autor da denúncia da Lista de Furnas e a pergunta que sobressai da leitura do texto que condena Azeredo é: se Nilton Monteiro acertou quando denunciou o esquema de propina no Espírito Santo e teve suas revelações confirmadas pela sentença do Mensalão de Minas Gerais, por que a Procuradoria Geral da República ainda não investigou os políticos que integram a Lista de Furnas?

No início da semana passada, eu fiz esta pergunta à assessoria de imprensa da Procuradoria Geral da República, em Brasília, que me pediu para formalizar o questionamento via e-mail. Foi o que fiz, e até agora não recebi resposta.

Também procurei a assessoria do senador Aécio Neves, em razão do protagonismo dele na Lista de Furnas, seja por indicar pessoas que deveriam receber recursos, inclusive sua irmã, Andrea, seja por ser apontado como padrinho político do diretor de Engenharia, Planejamento e Construção de Furnas, Dimas Toledo, que a lista revela como o mentor do esquema de corrupção.

“Não posso. Tem pressão do Aécio, tem pressão do Aécio”, teria dito em 2004 o então ministro chefe da Casa Civil, José Dirceu, quando o deputado delator do Mensalão de Brasília Roberto Jéfferson, presidente do PTB, cobrou a indicação de um apadrinhado seu para o posto de Dimas Toledo. A assessoria prometeu enviar uma nota do senador, que é presidente do PSDB, ou me colocar em contato com ele, mas não fez nem uma coisa nem outra.

A matéria é rica em detalhes e caso você queira lê-la integramente acesse o link: Janot-Janoooot, a lista de Furnas te persegue

Fonte: Conversa Afiada, 27/12/2015



"Cadê o prejuízo?", pergunta o relator do parecer negativo do TCU contra Dilma


Em seu relatório de 243 páginas sobre a resolução do TCU que rejeita as cotas de Dilma em 2014, o senador Acir Gurgacz (PDT-RO) acusa o tribunal de agir como se o país estivesse sob a ditadura do AI-5 e diz que os ministros não foram sequer capazes de apontar qual o "efetivo prejuízo" produzido pela ação da presidente; "Documento denso, alimentado por observações técnicas e boa jurisprudência, o relatório de Gurcagz pode auxiliar o país a enfrentar um debate necessário sobre as contas públicas, evitando o baixo nível e a improvisação alimentada pela pequena política", diz o colunista Paulo Moreira Leite

Cunha alucina e diz que a Globo apoia o PT


O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB) ficou revoltado com a informação divulgada ontem por Lauro Jardim, de O Globo, de que ele teria viajado para Cuba com sua família. Além de rebater a nota, Cunha, alucinado, usou o seu Twitter, neste domingo (27), para acusar as Organizações Globo de apoiarem o PT e de tentarem fazer dele o vilão do país.

"No futuro assistiremos as organizações Globo, a exemplo do que já fez com a ditadura militar, pedirem desculpas por apoiarem o PT", postou o peemedebista.

Segundo ele, "todos dias assistimos o JN com matérias longas de apoio à presidente e matérias longas tentando me colocar como vilão do país, como se eu fosse o chefe do governo que assaltou a Petrobras".

Resta saber que edição do Jornal Nacional Cunha tem assistido na qual Dilma é alvo de qualquer reportagem positiva.

Cai a ficha da elite: Dilma é quem combate a corrupção


O recuo da socialite Rosângela Lyra em relação ao eventual impeachment da presidente Dilma Rousseff é um fato marcante não pela representatividade (pequena) da empresária na sociedade, mas sim pelas razões apontadas por ela: "Meu ponto de virada foi quando eu percebi a importância da Lava Jato e a não interferência da presidente. Esse meu posicionamento vai ao encontro do que pensam os investigadores da Lava Jato. Na última coletiva, perguntaram se havia interferência do governo na operação. Os investigadores disseram que não havia. Poderiam ter se esquivado ou respondido com menos ênfase, mas foram categóricos", afirmou.

Antes dela, o colunista Roberto Pompeu de Toledo, de Veja, havia dito que um eventual governo Michel Temer representaria um freio na Lava Jato, ou seja, a elite se dá conta de que apenas Dilma permite o combate à corrupção "doa a quem doer".

sábado, 26 de dezembro de 2015

Nascemos para amar

Esquizofrenia Política - Parte I

*Leandro Dias

No filme “Obrigado por fumar”, Nick Naylor (vivido por Aaron Eckhart) é o porta-voz da “Academia para Estudos do Tabaco”, um grupo de estudos científicos que na prática serve de fachada para o lobby da indústria do cigarro. Durante uma acareação sobre os malefícios do cigarro, Naylor é questionado por um senador se as prioridades do seu grupo de estudos eram afetadas pelo fato de as corporações de cigarro serem os maiores patrocinadores dele. Sr. Naylor responde: “Não. Da mesma forma que, certamente, as contribuições de campanha não afetam o seu mandato” (Thank you for smoking, citado em IMDB).

O silêncio irritado do senador que se segue exala o cinismo que se instaura na democracia moderna quando o assunto é o financiamento de candidaturas políticas: é óbvio que as prioridades de um senador financiado por determinados grupos econômicos são afetadas pelos interesses de seus patrocinadores, da mesma forma que um centro de estudos financiado pela indústria do tabaco jamais servirá para dar prejuízo para quem paga suas contas. A lógica já foi denunciada há 150 anos pelo filósofo que adoram odiar: “o governo moderno não é senão um comitê para gerir os negócios comuns de toda a classe burguesa” (Karl Marx, Manifesto Comunista, cap. 1). E não é segredo que a ideia original de parlamento não fosse exatamente democrática, como Eric Hobsbawm escreveu em seu A Era das Revoluções:

No geral, o burguês liberal clássico de 1789 (e o liberal de 1789-1848) não era um democrata, mas sim um devoto do constitucionalismo, um Estado secular com liberdades civis e garantias para a empresa privada e um governo de contribuintes e proprietários. (1977, p. 106-107, grifo nosso).

Não há, portanto, cinismo ou dissonância do lobismo em relação aos princípios democráticos. Inclusive, dada a lógica de mercado, é de se supor que, quanto mais rico seja o grupo de interesses privados, maior seja sua influência sobre o parlamento (GILLENS, 2012). Em vista disso, é imensamente importante para um país capitalista que se pretende republicano e transparente estabelecer parâmetros legais para o lobby empresarial, a fim de instituir instrumentos de controle legal sobre a influência de grupos de interesses privados nas políticas públicas.

Não é por acaso que hoje seja difícil encontrar um país capitalista rico em que não haja regulamentação ao lobby. Isto é, a atividade de lobista no interior do parlamento se tornou algo tão reconhecidamente estabelecido que, mesmo nos países onde ela já seria protegida pela liberdade de expressão como os EUA, Alemanha ou no parlamento da União Europeia, fez-se necessário dar transparência e organização ao “mercado de congressistas”. Assim, admite-se que haja, desde que de maneira pública, organizada e legalizada, a influência inevitável de grupos de interesses particulares sobre as decisões dos congressistas. Isso inclusive reforçaria a ilusão de que “qualquer um pode influenciar igualmente o seu parlamentar” e que o eleitor pode fazer a escolha mais “informada”. O afirmado tacitamente é que, sem a regulamentação do lobby, o que reina é a mais rasteira e escusa corrupção, a troca de favores e a concessão de privilégios nos bastidores, exatamente como era na corte real do Ancien Régime que os burgueses liberais vieram a derrubar no final do século XVIII.

Leia integralmente a matéria, através deste link: Esquizofrenia politica

Fonte: Pragmatismo Político, 28/08/2015