terça-feira, 27 de outubro de 2015

Deputado diz que ao editar Zelotes, Globo foi "criminosa"


Deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), que é relator da subcomissão na Câmara que apura o escândalo de corrupção no Carf, denunciou nesta terça-feira 27 a manipulação da imprensa na cobertura da Operação Zelotes.

Em nova fase deflagrada ontem, a Polícia Federal fez buscas na empresa de um dos filhos do ex-presidente Lula, Luis Claudio Lula da Silva; segundo Pimenta, a Rede Globo "mentiu descaradamente" ao informar que a Zelotes é uma operação para investigar compra e venda de Medidas Provisórias para o setor automobilístico.

“A edição dos telejornais da Rede Globo foi criminosa”, protestou; “Estão forçando a barra para dizer que houve pagamento a uma empresa do filho do Lula”, acrescentou; foco da Zelotes, esclarece Pimenta, é a atuação de supostos sonegadores, incluindo o grupo RBS, afiliado da Globo no Rio Grande do Sul.

domingo, 25 de outubro de 2015

Escritório Advogacia Tiago Cedraz atuou em 182 processos no TCU, presidido pelo seu pai

Só dá pra pensar que o pai beneficia o escritório do filho

247 – Reportagem do jornalista Rubens Valente (confira aqui) aponta que o escritório Cedraz Advogados, pertencente a Tiago Cedraz, filho de Aroldo Cedraz, presidente do Tribunal de Contas da União, atuou em nada menos do que 182 processos naquela corte nos últimos anos.

"A relação de processos do escritório no tribunal – entregue pelo TCU ao Congresso Nacional há duas semanas a partir de requerimento do deputado federal Arnaldo Jordy (PPS-PA) – inclui os nomes das pessoas e empresas interessadas nas ações em que o escritório de Tiago atuou, mas não esclarece os clientes exatos do filho do ministro", diz a reportagem.

"Do total de processos ligados aos advogados do escritório de Cedraz, 114 eram TCEs, ou tomadas de contas especiais, procedimentos pelos quais o TCU apura responsabilidade por danos à administração pública federal, a fim de obter ressarcimento. Outros 14 foram relatórios de auditoria –o restante, processos de natureza diversa."

Valente lembra que Cedraz também atuou para clientes como o deputado Paulo Peireira da Silva, o Paulinho da Força (SD-SP), e o banqueiro Daniel Dantas. Tiago foi também citado na delação do empresário Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenharia, como beneficiário de pagamento de R$ 1 milhão para resolver problemas no TCU, tribunal que, recentemente, reprovou as chamadas 'pedaladas fiscais' do governo Dilma.

Em nota, o escritório Cedraz Advogados afirmou, em nota, que tem "mais de 35 mil processos em todos os ramos do direito" e que "pauta sua atuação pelo rigoroso cumprimento da legislação".

Fonte: Brasil 247, 25/10/15

Bumlai nega pagamentos a qualquer parente de Lula


Apontado, na delação premiada de Fernando Baiano, como beneficiário de um pagamento de R$ 2 milhões, que teria como destino uma "das noras do ex-presidente Lula", o pecuarista José Carlos Buimlai negou com veemência as acusações.

“Não paguei conta de nora de Lula,apartamento, nada a ver”, disse ele; Bumlai também afirmou que nunca se aproveitou da amizade com o ex-presidente e que hoje suas empresas atravessam grandes dificuldades financeiras. 

No entanto, ele confirma ter recebido um empréstimo de R$ 1,5 milhão de Fernando Baiano, cujos recursos teriam sido usados para pagar despesas internas; “Paguei a minha folha que no mês estava bastante atrasada”; Bumlai apresentou recibos do depósito e diz que tudo foi "por dentro, contabilizado".

sábado, 24 de outubro de 2015

O golpe não é contra Dilma, Lula ou o PT. É contra você

*Marcelo Zero

O golpe é contra os 54,3 milhões de votos que elegeram a presidenta em eleições livres e limpas. O mandato presidencial a eles pertence. Caso a agressão à soberania popular promovida pelo golpe se concretize, eles é que serão cassados.

O golpe é contra os 42 milhões de brasileiros que ascenderam à classe média, nos últimos 13 anos. É contra os 22 milhões de cidadãos que deixaram a pobreza extrema para trás. É contra as políticas sociais que praticamente eliminaram a miséria no Brasil. Miséria histórica, atávica, contra a qual os representantes do golpismo pouco ou nada fizeram, quando governavam.

O golpe é contra um processo de desenvolvimento que conseguiu tirar o Brasil do Mapa da Fome. Fome secular, vergonhosa, que os golpistas nunca conseguiram saciar. O golpe é para colocar o Brasil no Mapa da Vergonha. 

O golpe é contra a igualdade e pela desigualdade. Os que apostam no golpe também apostam na desigualdade como elemento essencial para o suposto bom funcionamento da economia e da sociedade. Eles apostam na meritocracia dos privilégios.

O golpe é contra a valorização do salário mínimo, que aumentou 76,5%, nos últimos 11 anos. O golpe é pelos salários baixos para os trabalhadores, pois, para os golpistas, salários reduzidos são essenciais para o combate à inflação e a competitividade da economia.

O golpe é contra a geração de 21 milhões de empregos formais, ocorrida nos últimos 12 anos. Quem aposta no golpe aposta num nível de desemprego mais alto, para reduzir os custos do trabalho. Aposta também na redução dos direitos trabalhistas, na terceirização e na volta da precarização do mercado de trabalho.

O golpe é contra a Petrobras e pela Petrobax. O golpe é contra a política de conteúdo nacional, que reergueu nossa indústria naval e reestruturou a cadeia econômica do petróleo. O golpe é contra a nossa maior empresa e tudo o que ela simboliza. O golpe é pela privatização e pela desnacionalização.

O golpe é contra os programas que abriram as portas das universidades brasileiras para pobres e afrodescendentes. O golpe é contra o ENEM e pelo vestibular. O golpe é pela manutenção da educação de qualidade como apanágio para poucos. O golpe é pela privatização do conhecimento. O golpe é contra as novas oportunidades e pelos antigos privilégios.

O golpe é contra o SUS e o Mais Médicos, programa que leva assistência básica à saúde a mais de 60 milhões de brasileiros que antes estavam desassistidos. O golpe é contra a saúde pública e pela mercantilização da medicina. O golpe é contra médicos cubanos e pacientes brasileiros. O golpe é pela doença que rende lucros. O golpe é uma patologia.

O golpe é contra a política externa ativa e altiva. O golpe é contra a soberania e por uma nova dependência. O golpe é contra o Mercosul e a integração regional. O golpe é para desintegrar a projeção dos interesses brasileiros. O golpe é para nos alinhar aos interesses das potências tradicionais. O golpe é contra o grande protagonismo que o país assumiu recentemente. O golpe é para nos apequenar.

O golpe é contra uma presidente honesta e pelos corruptos. O golpe é contra o governo que mais combate a corrupção. Que multiplicou as operações da Polícia Federal de 7 por ano para quase 300 por ano. Que fortaleceu e deu autonomia real a todas as instituições de controle. Que engavetou o engavetador–geral. O golpe é contra as apurações e pela impunidade. O golpe é contra a transparência e a verdade. O golpe é um engodo ético e moral. O golpe é cínico e hipócrita. O golpe é uma grande mentira.

O golpe é contra o futuro e pela restauração do passado. A única proposta do golpe é o golpe.

O golpe é contra a esperança e pelo ódio, para o ódio. O golpe é intolerante. O golpe é mesquinho.

O golpe é contra a grande nação e pela republiqueta de bananas.

O golpe é contra a democracia. Contra o Brasil.

O golpe é, sobretudo, contra você.

*Sociólogo, especialista em relações internacionais e assessor da Liderança do PT no Senado

Para o parlamento, a política virou um negócio


"O sistema político vigente no Brasil atualmente é muito ruim. Nada, aqui, funciona bem. O Estado está estruturado para não dar certo. E para que a chamada governabilidade aconteça depende de acordos espúrios entre os governantes e os parlamentares, e não de alianças políticas legítimas, fundadas em programas e metas. 

Os partidos, salvo raríssimas e inexpressivas exceções, não são formados em torno de ideologias e programas, mas de interesses econômicos e financeiros de seus membros". A constatação é do colunista do 247, Hélio Doyle. 

O jornalista afirma que "é difícil governar dependendo de deputados e senadores que além de fazer seus negócios habituais, querem inviabilizar o governo para derrubá-lo – e, no poder, fazer mais negócios ainda, e mais rentáveis".

A revista VEJA fez uma declaração de amor eterno a Fernando Henrique

E por mais que se esforce não consegue justificar

"Nunca na história deste país, se sentiu tanta falta de um ex-presidente". Com esta frase, a revista Veja promoveu sua capa deste fim de semana, dedicada aos "diários de FHC".

O saudosismo da Abril parece não levar em conta que, com FHC, o desemprego atingiu níveis recordes, o Brasil viveu um apagão, com o racionamento forçado de energia elétrica, e, sem reservas internacionais, o País caiu três vezes no colo do Fundo Monetário Internacional, o que rendeu ao ex-presidente níveis baixíssimos de aprovação popular.

Responsável por aquele "paraíso", FHC pontificou em Veja e disse que "Lula está destruindo a própria história"; na mesma entrevista, também afirmou que o caminho preferido do PSDB para o golpe é a cassação da chapa Dilma-Temer pelo TSE, e não o impeachment.

Uma tragédia histórica nas mãos de Cunha


"Há um aspecto trágico na situação política brasileira. O destino imediato de uma democracia conquistada com tantas dores e muitas dificuldades pode depender de um único fator: o interesse pessoal de Eduardo Cunha, deputado apanhado com R$ 23 milhões em contas secretas na Suíça, em abrir uma investigação contra Dilma Rousseff, presidente eleita com mais de 54 milhões de votos, contra a qual não se aponta o mais leve desvio de conduta".

A afirmação é do colunista do 247 Paulo Moreira Leite; segundo ele, como Cunha tem a prerrogativa de disparar o impeachment, os adversários do PT, de Lula e de Dilma o protegem.

"Eles acreditam que o presidente da Câmara é um político tão leviano e inconsequente que seria capaz de um gesto irracional, semelhante aos instintos de um assassino bestializado, capaz de cometer crimes em série porque está convencido de que não tem mais nada a perder", acrescenta o jornalista.

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Cunha tentou impedir transferência de investigação para o Brasil, diz Suíça

Autoridades da Suíça informaram aos investigadores da Lava Jato que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tentou impedir que o Ministério Público daquele país transferisse para o Brasil a apuração sobre as contas secretas que são atribuídas ao deputado e foram bloqueadas com R$ 9,6 milhões.
Eduardo Cunha, durante visita à Assembléia Legislativa de SP
Segundo a Folha apurou, Cunha chegou a impugnar a decisão do Ministério Público de enviar para a Procuradoria Geral da República dados sobre as quatro contas no banco suíço Julius Bär atribuídas ao peemedebista e a familiares.

De acordo com o Ministério Público, há fortes indícios de que essas contas foram abastecidas por dinheiro desviado da Petrobras.

Foi a partir do dossiê encaminhado pelo Ministério Público da Suíça que o STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou a abertura de um segundo inquérito para apurar a acusação de que o presidente da Câmara participou dos desvios na estatal. Cunha, sua mulher, a jornalista Claudia Cruz, e uma filha são investigados por corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

Em um comunicado, o MP da Suíça confirmou que o deputado foi informado do bloqueio das contas bancárias.

O Ministério Público da Suíça identificou quatro contas na Suíça que foram atribuídas a Cunha, sendo que há cópias de documentos do deputadomostrando que ele seria o real beneficiário, como passaporte diplomático, endereço de sua casa no Rio de Janeiro, além de assinatura.

As contas estão em nomes de offshores. As autoridades da Suíça chegaram a bloquear, em abril deste ano, 2,469 milhões de francos suíços (R$ 9,6 milhões) de Cunha e de sua mulher, a jornalista Claudia Cruz, sendo 2,3 milhões de francos suíços do deputado (R$ 9 milhões).

Os documentos indicam entradas de R$ 31,2 milhões e saídas de R$ 15,8 milhões, entre 2007 e 2015, em valores corrigidos. Os depósitos e retiradas foram feitos em dólares, francos suíços e euros. As informações enviadas pela Suíça mostram uma intensa circulação de dinheiro entre as quatro contas, não sendo possível calcular quanto do dinheiro movimentado foi gasto.

Segundo os investigadores, parte do dinheiro movimentado por Cunha tem como origem um contrato de US$ 34,5 milhões assinado pela Petrobras para a compra de um campo de exploração de petróleo em Benin, na África. De acordo com os documentos, o empresário João Augusto Henriques, lobista que viabilizou o negócio no Benin, repassou 1,3 milhão de francos suíços (R$ 5,1 milhões) a uma das contas atribuídas a Cunha, entre 30 de maio e 23 de junho de 2011.

Os depósitos foram feitos três meses após a Petrobras fechar o negócio na África.

Pedir impeachment é "conspiração", diz Picciani


"É um erro jurídico, político e de fundo democrático. Demonstra que a oposição não se conforma com o resultado das urnas. Isso é conspiração", atacou o líder do PMDB na Câmara, deputado Leonardo Picciani (RJ), nesta sexta-feira 23.

Apesar de dizer que "queria que o Aécio [Neves] tivesse vencido", Picciani bateu duro no senador tucano, derrotado na eleição presidencial de 2014 para a presidente Dilma Rousseff. "É um erro do Aécio. Para não perder o capital político não vai se respeitar o resultado da eleição? É uma pauta personalista. Tanto que há divergências", afirmou, citando o governador Geraldo Alckmin, também do PSDB.

Dilma e os prefeitos: uma chance à CPMF


"Embora Eduardo Cunha continue bombardeando as possibilidades de aprovação da CPMF com prognósticos negativos, o apoio dos prefeitos que se encontraram com a presidente Dilma ontem pode dar novo alento à medida que seria a salvação da lavoura nacional", afirma Tereza Cruvinel, colunista do 247.

Segundo ela, "num segundo momento, a prefeitada desencadearia uma forte ação política sobre o Congresso para garantir a votação ainda este ano, para que a contribuição começasse a ser cobrada em 2016".

Na avaliação da jornalista, a aliança que não deu certo com os governadores pode vingar com os prefeitos. "Prefeitos não votam no Congresso, mas os deputados e senadores precisam muito mais deles do que dos governadores na hora de se elegerem. Por isso a aliança tem chances de prosperar e de garantir a CPMF para todos, melhorando bastante o perfil das contas públicas federais".