quinta-feira, 17 de setembro de 2015

O mal vem de longe

Deputado aponta propina da Odebrecht em 1980
Documento entregue nesta quinta-feira à CPI da Petrobras pelo deputado Jorge Solla (PT) traz a contabilidade extraoficial da Odebrecht do fim da década de 1980, que aponta pagamento de propina para políticos como percentual das obras executadas pela empreiteira naquela época.

Na lista, há políticos aposentados e parlamentares que estão na ativa, como o deputado baiano Antônio Imbassahy, do PSDB, membro da CPI e identificado com o codinome de 'Almofadinha'. Entre os mais conhecidos, estão o senador Jader Barbalho (PMDB), o ex-ministro Edison Lobão (PMDB), o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio (PSDB), o ex-deputado João Agripino Maia Neto, o empresário Fernando Sarney, o deputado José Sarney Filho e a ex-governadora Roseana Sarney.

Recado de Dilma aos políticos da oposição: "Aceitem o resultado das urnas!"


Durante cerimônia de posse do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, presidente disse que a sociedade quer um país em que políticos "aceitem o veredicto das urnas" e que busquem o poder por meio do voto.

Dilma exaltou o papel das instituições e defendeu que "as duras sanções da lei recaiam sobre todos os que praticaram atos ilícitos, sem exceção (...), com respeito ao princípio do contraditório e de ampla defesa" e com juízes atuando com imparcialidade, sem "paixões político-partidárias".

Ontem ela chamou de "versão moderna do golpe" o gesto de usar a crise para tentar chegar ao poder. Nesta quinta, o tucano Aécio Neves rebateu afirmando que "golpe é ganhar votos com dinheiro do crime".

In dubio, pro Dilma


"Os que eram adultos em 1992 hão de se lembrar que o presidente Fernando Collor sofreu impeachment porque não havia dúvidas a respeito, não havia divisões", recorda o jornalista Alex Solnik, em artigo para o 247; "É muito diferente do que acontece hoje. 

O país está dividido", acrescenta; na avaliação de Solnik, "se não há unanimidade nem entre os juristas, que não estão disputando o poder, muito menos entre os políticos e menos ainda nas mesas de bar, seria sensato os dois lados reconhecerem essa divisão, essa dúvida, essa ausência de unanimidade e se lembrarem de uma frase lapidar para situações como essa: 'in dubio, pro reu'. Na dúvida, pro réu".

"Ainda que seja precipitado colocar a presidente na condição de ré, a frase cabe como uma luva nesse caso. O país está em dúvida e quando há dúvida o acusado tem que receber o benefício", destaca.

Finlândia irá aumentar impostos de ricos para abrigar mais refugiados

Crianças descansam enquanto famílias sírias esperam no porto da ilha de Lesbos (Grécia) para embarcar para Atenas nesta segunda-feira (7). A ilha de 100 mil habitantes tem passado por mudanças depois da chegada de 20 mil migrantes, a maioria da Síria, Iraque e Afeganistão Petros Giannakouris/AP

Nas últimas semanas muitos refugiados vindos, principalmente, da Síria estão ocupando as fronteiras europeias em busca de asilo. Para tentar acolher mais pessoas, a Finlândia pretende aumentar os impostos cobrados da parcela mais rica da população.

Na semana passada, o governo de centro-direita do país anunciou uma proposta, apelidada de "imposto de solidariedade", que deve durar dois anos e que prevê um aumento nas arrecadações para equilibrar as contas nacionais.

Com isso, aqueles que ganham mais de 72.300 euros (cerca de R$ 318 mil) por ano irão pagar o imposto. Apesar de aumentar as arrecadações, o governo também vai precisar reduzir a ajuda destinada aos refugiados que chegam ao país, passando de US$ 360 (R$ 1.400) para US$ 226 (R$ 880) por mês, além de cortar o orçamento de programas de integração.

Postura humanitária

O primeiro-ministro finlandês, Juha Sipilä, espera que o país seja um exemplo na crise dos refugiados da Europa. Enquanto muitos líderes do velho continente estão receosos com o movimento migratório e procuram medidas para evitar a entrada dos Sírios, Sipilä chegou a oferecer a sua própria casa, em Kempele, para abrigar os deslocados a partir do início de 2016.

"Todos nós devemos dar uma olhada no espelho e perguntar como nós podemos ajudar", afirmou em entrevista para uma emissora local. "Peço a todos que pararem todo o discurso de ódio e se concentrem em cuidar de pessoas que fogem da zona de guerra, de modo que eles se sintam seguros e bem-vindos aqui na Finlândia".

O presidente do Banco Central do país, Erkki Liikanen, também anunciou que vai doar um mês do seu salário, algo em torno de 10 mil euros, para ajudar os vulneráveis. (As informações são dos jornais "Quart"z, "The Washington Post" e "The Star").

Fonte: Uol Notícias, 17/09/2015

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

FHC diz que Brasil não aceitará de "bom grado" o impeachment


O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) reagiu, nesta quarta (16), à declaração da presidente Dilma Rousseff, que fez um duro ataque contra os que querem tirá-la do cargo.

Mais cedo, Dilma afirmou que tentativas da oposição de usar a crise para chegar ao poder são uma "versão moderna" do golpe. 

Para FHC, as movimentações a favor do impeachment não são golpistas e ganharam força porque o povo está sofrendo com a crise e se perguntando quando ela vai acabar. No entanto, o tucano afirmou que os brasileiros não aceitarão de "bom grado" o processo de impeachment sem alguém que renove a esperança no país; "Por enquanto não houve ninguém para assumir essa liderança", disse.

Após filiar-se ao PDT, Ciro Gomes dá entrevista e fala de Cunha: “É o maior vagabundo de todos”

A declaração horas após Cid Gomes (irmão de Ciro) ser condenado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal a pagar R$ 50 mil de indenização a Cunha, por chamá-lo de achacador.

Após filiar-se ao PDT, o ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes, em entrevista, criticou o movimento pró-impeachment e chamou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de “maior vagabundo de todos”.

A declaração horas após Cid Gomes (irmão de Ciro) ser condenado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal a pagar R$ 50 mil de indenização a Cunha, por chamá-lo de achacador.

“Cid Gomes era ministro [da Educação] e denunciou que havia um processo de apodrecimento das relações do governo federal com o Congresso Nacional, e que essa deterioração se assentava no achaque, na chantagem. Dito isso, foi lá, meteu o dedo na cara desse maior vagabundo de todos, que é o presidente da Câmara –digo pessoalmente, não como PDT–, pegou o paletó e foi para casa”, disse Ciro.

“Primeiro, eu fico muito impressionado com a agilidade desse juiz. Eu vou examinar isso. Se ele tiver julgado antes de procedimentos mais antigos, ele vai se explicar no Conselho Nacional de Justiça. Segundo, o meu irmão vai recorrer. Porque quem fala a verdade neste país não pode ser criminalizado. Criminoso é quem está denunciado como ladrão”, disse Ciro.

Fonte: Br, 16/09/2015

Professora aposentada escreve carta aberta para Aécio: “V.Ex.ª é o político mais burro desse país”

Meu nome é Maria Aparecida Franco Góes. Sou professora aposentada pelo estado de Minas Gerais. Trabalhei durante 32 anos fazendo aquilo que eu mais desejava: formar pessoas de caráter. Falhei muitas vezes, assim como todo mortal. E hoje carrego comigo a lição mais importante que aprendi nesses anos todos: SEMPRE APRENDER COM O ERRO! O ERRO DE HOJE PODE SER A CHAVE PARA O SUCESSO DE AMANHÃ.

Tive uma infância pobre e simples. Nunca fiz papel de vítima perante a vida e a sociedade. Cresci,estudei,me formei e conquistei tudo que tive graças ao meu esforço pessoal. Na cidade que escolhi viver, nunca precisei de cabide de emprego público e, tampouco de favores de políticos locais ou estaduais. Apesar de meu cargo ser considerado público, eu o conquistei por merecimento. Passei em um concurso e conquistei o quarto lugar.

Caro senador Aécio Neves

(Maria Aparecida Franco Góes exclusivo para o BR29)

Vou usar o pronome de tratamento V.Ex.ª (vossa excelência) para me referir ao senhor. Não farei isso por protocolo, como fazem os políticos. Farei isso pura e simplesmente por ironia e sarcasmo. Se eu pudesse escolher o pronome correto para me referir à sua pessoa, usaria um pronome que, na língua inglesa, se refere a coisas. É uma pena que esse pronome (it) não tenha uma palavra semelhante em nossa língua portuguesa.

Em primeiro lugar, gostaria de dizer que sempre fui sua eleitora. Votei várias vezes em V.Ex.ª, inclusive nas últimas eleições de 2014. Portanto, me poupe de ser taxada como petista, petralha, comunista ou qualquer outro adjetivo semelhante.

Resolvi lhe escrever essa carta aberta porque a atual situação do meu estimado Brasil tem me incomodado bastante, assim como tem incomodado a grande maioria da população brasileira.

Nós perdemos as eleições meu caro Aécio. Eu fui uma das mais de 51 milhões de pessoas que votaram em V.Ex.ª. Eu também amarguei o sentimento de fracasso junto com V.Ex.ª.

A única diferença entre nós dois é que eu consegui aceitar esse contratempo, enquanto V.Ex.ª transformou todo esse episódio de derrota em raiva, ódio, mágoa, despeito e hipocrisia.

Nosso país tem tomado alguns rumos que, talvez, não sejam os melhores. Algumas decisões da equipe econômica da presidente Dilma Rousseff tem sido precipitadas e, certamente estão em desencontro com tudo aquilo que ela pregou durante a campanha de 2014.

Mas isso é motivo para o comportamento agressivo, mesquinho, egoísta, individualista e infantil que V.Ex.ª tem manifestado diante da mídia e das redes sociais?

Qual a proposta que o senhor tem a oferecer para ajudar a conter atual crise política e econômica pela qual o meu país está atravessando?

Aliás, quais são as propostas que V.Ex.ª tem apresentado, como senador, ao meu estado de Minas Gerais durante esses últimos quatro anos?

Que tipo de contribuição social V.Ex.ª ou o seu partido (que já não é mais o meu partido) tem dado às pessoas pobres desse imenso Brasil ?

Cansei sr. Aécio. Hoje posso dizer claramente que me arrependo de todos os votos de confiança que destinei à sua pessoa. Já estou aposentada, não tenho mais medo de dizer o que penso e correr o risco de sofrer alguma retaliação de gente maldosa como você. Não podem mais me tirar o cargo, me transferir, me aplicar sanções disciplinares ou até mesmo me demitir por dizer aquilo que penso sobre a podridão que infesta o meio político.

Hoje digo do fundo do meu coração que V.Ex.ª não passa de um “João ninguém”. V.Ex.ª é o político mais burro desse país.

Falo isso sem ódio. O único sentimento que me resta com relação à sua pessoa é pena. O motivo? Eu explico:

Me lembro dos garotinhos mimados e ricos que convivi na infância. Eles iam jogar futebol contra outros garotos (de baixa renda, assim como eu na época) e quando o time dos mimados tomava um gol dos garotos pobres, sabe o que eles faziam? Eles pegavam a bola e iam embora pra casa. Encerravam o jogo!

Isso reflete você hoje Aécio! Não conseguiu aprender que a vida tem vitórias e derrotas. E muitas vezes, sr.senador, é na derrota que somos vencedores ! É no fracasso que podemos ressurgir mais fortes e preparados para o próximo desafio.

Vossa excelência, infelizmente, não conseguiu enxergar isso. Tinha tudo para se tornar o próximo presidente da República. Seria o líder de uma nova geração. Poderia ajudar o atual governo com propostas úteis para superar a atual crise e surgir como o novo salvador da pátria. Mas preferiu fazer o jogo da vingança, da avareza e da burrice.

Tenho vergonha de dizer que um dia fui sua eleitora! Passar bem.

Fonte: Br29, 15/09/2015

"Debate do impeachment só serve para dividir a nação!"

"Basta ler o artigo 85 da Constituição para se concluir que só sobra uma coisa do atual debate sobre impeachment: o golpismo de 1964", afirmou nesta manhã o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), pelo Twitter.

Segundo ele, "o debate sobre impeachment só serve para tumultuar e dividir a Nação, impedindo o debate sério sobre propostas para retomada do crescimento". 

Há dois dias, Dino participou de um jantar com Dilma Rousseff junto com outros 18 governadores que apoiam a conclusão do mandato da presidente.

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Lula presta queixa contra historiador tucano


Os advogados do ex-presidente Lula entraram nesta terça (15) com queixa-crime contra o historiador Marco Antonio Villa, por causa de afirmações proferidas por ele na edição de 20 de julho do Jornal da Cultura 2ª edição, na TV Cultura.

No comentário, Villa disse que o ex-presidente “mente, mente”, que é culpado de “tráfico de influência internacional, sim”, além de “réu oculto do mensalão”, “chefe do petrolão”, “chefe da quadrilha” e teria organizado “todo o esquema de corrupção”.

No texto protocolado na Justiça Estadual de São Paulo, a defesa de Lula aponta que as acusações de Villa incorrem em calúnia, injúria e difamação. "Essas afirmações foram emitidas sem qualquer elemento que pudesse respaldá-las. Villa promoveu descabidos e rasteiros juízos de valor sobre Lula e, ainda, fez afirmações mentirosas sobre sua trajetória política, conduta e identidade”, diz a queixa.

Deputados batem boca em discussão sobre impeachment na Câmara

Alan Marques/ Folhapress 
Sessão de votação da Câmara teve cartazes contra a volta da CPMF

A Câmara dos Deputados reservou a maior parte da sessão desta terça-feira (15) para discutir o impeachment da presidente Dilma Rousseff. O plenário foi palco de intenso bate-boca, com direito a gritos e vaias, e segundo a oposição, marcou o início do processo de impedimento da petista.

A confusão teve início com a apresentação, pela oposição, de um questionamento ao presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ), sobre o rito que ele irá adotar na análise dos pedidos de impeachment de Dilma Rousseff.

Após mais de três horas de discussão, uma das votações marcadas para esta noite (os destaques da proposta do ISS) acabou adiada para quarta (16).

A oposição preparou placas com o dizer "Xô CPMF" e chamou, em discursos, a presidente de "mentirosa". Já os governistas improvisaram uma placa menor, com "Xô golpistas", e acusaram os adversários de "golpe" com o pedido de afastamento de Dilma.

O clima começou a ficar acirrado enquanto o líder do DEM, Mendonça Filho (PE), lia o documento entregue a Cunha. Os defensores de Dilma argumentaram que não havia embasamento regimental para a apresentação dos questionamentos. Já a oposição defendia sua questão de ordem. O presidente Eduardo Cunha não deu um prazo para responder, mas afirmou que não se furtará à questão.

Logo após Mendonça, o vice-líder do governo na Casa, Sílvio Costa (PSC-PE), acusou Cunha de "desrespeito à democracia" e de estar "fazendo o jogo dos golpistas". "Se não estivesse comprometido com eles, não os deixariam nem ler", afirmou na tribuna. Em seguida, desabafou: "Isso é golpe! Fico engasgado com isso que está acontecendo".

MOVIMENTO

Para a oposição, a discussão desta noite marca o início do processo de afastamento da presidente Dilma. Os deputados afirmam que até quinta-feira (17) pretendem apresentar o pedido de impeachment feito pelo jurista Hélio Bicudo, que eles endossaram.

Um a um, os deputados tomam a tribuna da Casa, em defesa e em ataque à Dilma, intercalados.

O líder do governo, José Guimarães (PT-CE), fez um discurso acalorado em salvaguarda ao governo e às medidas anunciadas na segunda (14). Foi vaiado pela oposição. "Vejo o cartaz 'Xô CPMF'. Foram você que criaram no passado. A gente precisa ter um pouco de caráter."

Para o petista, "a oposição quer de qualquer jeito cassar o mandato de uma mulher limpa". "Não cutuquem a onça com vara curta. Pensem duas vezes. Não é como ameaça, mas temos capacidade de mobilização."

Durante seu discurso, houve uma discussão paralela entre parlamentares no meio do plenário. Jair Bolsonaro (PP-RJ) e Orlando Silva (PcdoB-SP) trocaram ofensas e foram afastados pelos colegas.

Jandira Feghali (PcdoB-RJ) subiu à tribuna em seguida e foi uma das mais aplaudidas. Também em defesa de Dilma, a deputada disse que "guerra é guerra". "Nossas armas estão na luta popular e saberemos fazê-la."

Fonte: Folha de São Paulo, 15/09/2015