sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Os 32 partidos do Brasil. Para quê e por quê?


Existem atualmente 32 partidos políticos no Brasil e mais um aguardando registro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). São tantos que as siglas acabam virando uma "sopa de letrinhas" na cabeça do eleitor. Por isso, o UOL reuniu cada uma delas, seus principais representantes e quanto receberam, no ano passado, dos R$ 286,2 milhões destinados ao Fundo Partidário

PT (Partido dos Trabalhadores) - É a legenda da atual presidente do Brasil, Dilma Rousseff, e que tem administrado o Executivo nacional desde 2003, com a eleição de um de seus fundadores, Luís Inácio Lula da Silva. Nomes importantes do partido foram condenados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por envolvimento no mensalão, dentre eles o deputado federal José Genoino e o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. A sigla recebeu registro definitivo do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em fevereiro de 1982 e surgiu da organização sindical de operários paulistas no final dos anos 1970. Tem como atual presidente o advogado Rui Falcão e, em 2012, recebeu R$ 43,2 milhões do Fundo Partidário

PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro) - É a legenda mais antiga do país. Tem como membro o vice-presidente do Brasil, Michel Temer (à esq.), e é dirigida nacionalmente pelo senador Valdir Raupp (RO) (à dir.). Apesar de ter obtido registro definitivo no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em junho de 1981, tem suas origens no antigo MDB (Movimento Democrático Brasileiro), que fazia oposição à Arena (Aliança Renovadora Nacional) durante a ditadura militar. Os presidentes da Câmara e do Senado, Henrique Eduardo Alves (RN) e Renan Calheiros (AL), respectivamente, também são do PMDB. Em 2012, o partido recebeu R$ 36,4 milhões do Fundo Partidário

PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira) - É presidido nacionalmente pelo senador Aécio Neves (MG), provável candidato à Presidência da República em 2014. Foi a legenda que comandou o Executivo nacional entre 1995 e 2002, tempo de mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Foi registrado definitivamente pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em agosto de 1988, originário de cisões dentro do PMDB. Em 2012, a sigla recebeu R$ 30,2 milhões do Fundo Partidário

PP (Partido Progressista) - Tem como um dos seus vice-presidentes o senador Ivo Cassol (RO; foto), que foi recentemente condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por fraudes em licitação quando era prefeito de Rolim de Moura, em Rondônia. É presidido nacionalmente por Ciro Nogueira e já teve Esperidião Amim (SC) como presidente nacional. Surgiu no início dos anos 1990, quando o PPR (Partido Progressista Reformador) se uniu com o antigo PP para fundar o PPB (Partido Progressista do Brasil). Em 2003, os membros da legenda decidiram, em convenção nacional, retirar a última letra da sigla. No ano passado, recebeu R$ 20,6 milhões do Fundo Partidário

PSB (Partido Socialista Brasileiro) - Tem como presidente nacional o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, provável candidato à Presidência da República em 2014. Obteve registro definitivo no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em julho de 1988, mas teve suas origens na chamada Esquerda Democrática, na década de 1940, e teve no seu quadro de filiados o líder das Ligas Camponesas, Francisco Julião. Em 2012, o PSB recebeu R$ 20,1 milhões do Fundo Partidário

PR (Partido da República) - É presidido pelo senador Alfredo Nascimento (AM) e tem como membros os deputados federais Anthony Garotinho (RJ), que já foi candidato à Presidência em 2002, e Tiririca (SP), além do senador Blairo Maggi (MT), ex-governador do Mato Grosso. Surgiu da fusão do PL (Partido Liberal) e do Prona (Partido de Reedificação da Ordem Nacional), recebendo registro definitivo do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em novembro de 2006. Em 2012, recebeu do Fundo Partidário R$ 19,4 milhões

DEM (Democratas) - É atualmente presidido pelo senador José Agripino Maia (RN) e tem como filiado o atual prefeito de Salvador, ACM Neto (foto). Foi criado a partir do antigo PFL (Partido da Frente Liberal), em março de 2007, com a proposta de renovação da legenda, que herdou políticos da Arena (Aliança Renovadora Nacional). Em 2012, recebeu R$ 18,2 milhões do Fundo Partidário

PDT (Partido Democrático Trabalhista) - O partido é presidido nacionalmente pelo ex-ministro do Trabalho e Emprego Carlos Lupi (SP; foto), que pediu demissão do governo Dilma em 2011, após suspeitas de irregularidades na pasta. Também faz parte da legenda o ex-ministro da Educação Cristovam Buarque (DF). A sigla também tem sua origem no trabalhismo de Getúlio Vargas e foi criada oficialmente em novembro de 1981. Teve entre seus fundadores Leonel Brizola e Darcy Ribeiro. Em 2012, recebeu R$ 14,4 milhões do Fundo Partidário

PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) - É o partido do ex-deputado federal Roberto Jefferson (RJ; foto), delator do mensalão e presidente nacional da legenda. Foi licenciado do cargo após ser condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por envolvimento no esquema. Quem assumiu a direção foi ex-deputado federal Benito Gama (BA). A sigla foi registrada definitivamente no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em novembro de 1981, mas tem suas origens no trabalhismo de Getúlio Vargas, fundador do antigo PTB. Figuras importantes da história, como os ex-presidentes João Goulart e Jânio Quadros, fizeram parte do PTB, que, em 2012, recebeu R$ 11,9 milhões do Fundo Partidário

PV (Partido Verde) - O atual presidente do partido é o deputado federal José Luiz Penna (SP; foto). Alcançou notoriedade nacional quando lançou a ex-senadora Marina Silva como candidata à Presidência da República em 2009. Marina deixou o partido em julho de 2011. Foi criado em 1986 no Rio de Janeiro, por um grupo composto por escritores, jornalistas, ecologistas, artistas e também por ex-exilados políticos, entre eles Alfredo Sirkis, Lucélia Santos e Fernando Gabeira. Em 2012, o PV recebeu R$ 10,7 milhões do Fundo Partidário

PSD (Partido Social Democrático) - Tem como principal expoente o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (foto), presidente nacional da legenda, além do atual vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos. É um dos mais jovens partidos brasileiros. Fundado por políticos saídos, principalmente, do DEM, do PP e do PSDB, teve registro definitivo no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em setembro de 2011. Recebeu R$ 9,3 milhões do Fundo Partidário em 2012

PSC (Partido Social Cristão) - O ex-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, o pastor Marco Feliciano (SP), faz parte da legenda, que tem como presidente nacional Vitor Nósseis. Tem sua base na chamada Doutrina Social Cristã e recebeu registro definitivo do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em março de 1990. Em 2012, recebeu R$ 8,8 milhões do Fundo Partidário

PC do B (Partido Comunista do Brasil) - Tem como um dos seus membros mais representativos o atual ministro dos Esportes, Aldo Rebelo (foto), sendo presidido nacionalmente por Renato Rabelo. Conquistou registro definitivo no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em junho de 1988, mas tem suas origens no antigo Partido Comunista - Seção Brasileira da Internacional Comunista, criado em 1922. Em 2012, o PC do B recebeu R$ 8,2 milhões do Fundo Partidário

PPS (Partido Popular Socialista) - É presidido nacionalmente por um dos seus fundadores, o deputado federal Roberto Freire (SP; foto), e teve em seus quadros o ex-ministro da Integração Nacional do primeiro governo Lula, Ciro Gomes (CE), hoje no PSB. Também teve suas origens no antigo Partido Comunista - Seção Brasileira da Internacional Comunista, criado em 1922. Seu registro definitivo foi concedido pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em março de 1990. Em 2012, recebeu R$ 6,5 milhões do Fundo Partidário

PRB (Partido Republicano Brasileiro) - Tem como membro expoente o candidato à Prefeitura de São Paulo em 2012 Celso Russomanno e é presidido nacionalmente por Marcos Antônio Pereira. É conhecido por aglutinar no seu corpo de filiados uma grande quantidade de políticos provenientes da Igreja Universal do Reino de Deus. Teve como figura importante na política nacional José Alencar, vice-presidente do governo Lula. Obteve registro definitivo no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em agosto de 2005 e recebeu, em 2012, R$ 5,5 milhões do Fundo Partidário


PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) - Fazem parte da legenda Plínio Sampaio, que concorreu à Presidência da República em 2010, e o deputado estadual Marcelo Freixo (RJ; foto). É presidido nacionalmente por Ivan Valente. Surgiu de uma cisão dentro do PT (Partido dos Trabalhadores), sendo fundado pela ex-senadora Heloísa Helena (AL), que já foi candidata à Presidência pela legenda em 2006, entre outros. Conseguiu registro definitivo no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em novembro de 2005. Em 2012, o PSOL recebeu R$ 3,8 milhões do Fundo Partidário

PMN (Partido da Mobilização Nacional) - É presidido nacionalmente pelo advogado Oscar Noronha Filho. Tem como fundador o ex-ministro da Educação do governo de Juscelino Kubitschek Celso Brant, tendo recebido registro definitivo do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em outubro de 1990. No ano passado, recebeu R$ 3,1 milhões do Fundo Partidário

PHS (Partido Humanista da Solidariedade) - Eduardo Machado é o atual presidente nacional da legenda, que obteve registro definitivo no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em março de 1997, quando ainda se chamava PSN (Partido Solidarista Nacional). Foi fundado pelo carioca Phillipe Guedon, que havia sido membro do PSC, se baseando nos ideiais de solidariedade e na moral cristã. No ano passado, recebeu R$ 2,6 milhões do Fundo Partidário

PT do B (Partido Trabalhista do Brasil) - O deputado federal Luís Henrique de Oliveira Resende (MG), conhecido como Luis Tibé, é o presidente nacional da legenda, que foi fundada por políticos dissidentes do PTB. Recebeu registro definitivo no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em outubro de 1994. No ano passado, recebeu R$ 2,1 milhões do Fundo Partidário

PTC (Partido Trabalhista Cristão) - Fundado pelo advogado e atual presidente da legenda, Daniel Tourinho (BA), antigo filiado do PDT, o PTC recebeu registro definitivo no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em fevereiro de 1990. Já teve os nomes de PJ (Partido da Juventude) e PRN (Partido da Reconstrução Nacional). Abrigou em seus quadros artistas como José Mojica Marins (o Zé do Caixão) e o apresentador e estilista Clodovil Hernandes (que foi para o PR, antes de morrer). Em 2012, a sigla recebeu R$ 2 milhões do Fundo Partidário

PSL (Partido Social Liberal) - É presidido nacionalmente pelo ex-deputado federal e dirigente esportivo Luciano Bivar, que concorreu à Presidência da República nas eleições de 2006, ficando em penúltimo lugar na disputa. Obteve registro definitivo no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em junho de 1998. Em 2012, o PSL recebeu R$ 1,8 milhão do Fundo Partidário

PRP (Partido Republicano Progressista) - Fundado em 1989, atualmente a legenda é presidida nacionalmente por Ovasco Resende, filho de um dos idealizadores do partido, Dirceu Resende. Obteve registro definitivo no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em novembro de 1991. Em 2012, o PRP recebeu R$ 1,4 milhão do Fundo Partidário

PRTB (Partido Renovador Trabalhista Brasileiro) - Tem como fundador e presidente nacional Levy Fidelix, que foi candidato à Prefeitura de São Paulo nas eleições de 2012, tendo como uma das suas principais bandeiras a construção do Aerotrem. Chegou a abrigar nos seus quadros o senador e ex-presidente da República Fernando Collor de Mello, no início dos anos 2000. Obteve registro definitivo no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em fevereiro de 1997 e, no ano passado, recebeu R$ 1,4 milhão do Fundo Partidário

PSDC (Partido Social Democrata Cristão) - Foi fundado pelo deputado federal constituinte José Maria Eymael, atual presidente da legenda. Eymael ficou conhecido nacionalmente quando ainda era do PDC, após concorrer à Prefeitura de São Paulo em 1985, com jingle que o eternizou (Ey, Ey, Eymael, o democrata cristão). Obteve registro definitivo do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em agosto de 1997. A sigla recebeu R$ 1 milhão do Fundo Partidário, no ano passado

PTN (Partido Trabalhista Nacional) - Tem como líder nacional José de Abreu, irmão do seu fundador, o ex-deputado petebista Dorival Abreu. Chegou a ter em seus quadros o sambista Paulo da Portela e o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta, morto em 2009. Obteve registro definitivo no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em outubro de 1997. Em 2012, o partido recebeu R$ 1 milhão do Fundo Partidário


PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados) - É presidido por José Maria de Almeida (Zé Maria), que foi candidato à Presidência da República em 1998, 2002 e 2010. Surgiu de uma ruptura com o PT (Partido dos Trabalhadores), recebendo registro definitivo do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em dezembro de 1995. Em 2012, o PSTU recebeu do Fundo Partidário R$ 719 mil

PCB (Partido Comunista Brasileiro) - O secretário-geral do PCB é Ivan Pinheiro, que foi candidato à Presidência da República em 2010. O partido tem suas origens no antigo Partido Comunista - Seção Brasileira da Internacional Comunista, criado em 1922. Recebeu registro definitivo no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em maio de 1996. Em 2012, angariou R$ 661 mil do Fundo Partidário


PCO (Partido da Causa Operária) - Foi fundado pelo jornalista Rui Pimenta, atual presidente da legenda, a partir de uma cisão dentro do PT (Partido dos Trabalhadores). Recebeu registro definitivo no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em novembro de 1997. Em 2012, o PCO obteve R$ 515 mil do Fundo Partidário


PPL (Partido Pátria Livre) - O presidente nacional da legenda é Sérgio Rubens, ex-integrante do MR8 (Movimento Revolucionário 8 de Outubro), organização política que integrou a luta armada contra a ditadura militar brasileira. Recebeu registro definitivo no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em 4 de outubro de 2011. Em 2012, obteve R$ 496 mil do Fundo Partidáro

PEN (Partido Ecológico Nacional) - O deputado estadual Adilson Barroso (SP) é o presidente nacional da legenda. Foi o último partido a receber registro definitivo do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em 19 de junho do ano passado. Obteve R$ 281 mil do Fundo Partidário, em 2012


Rede Sustentabilidade - As ex-senadoras Marina Silva e Heloísa Helena, que já foram candidatas à Presidência da República em 2010 e 2006, respectivamente, estão entre as principais expoentes do partido político, cuja criação não foi aceita. Por seis votos a um, os ministros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) decidiram rejeitar o pedido de registro da Rede. O problema da Rede é que, do número mínimo exigido de 492 mil assinaturas, faltaram cerca de 50 mil nomes

Pros (Partido Republicano da Ordem Social) - Sob a liderança de Eurípedes Júnior, o partido, que teve sua criação aprovada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) a um ano das eleições de 2014, tem como principal bandeira a criação do IUF (Imposto Único Federal) para reunir tributos municipais, estaduais e federais. A legenda tende a reforçar a ala governista no Congresso. Com o registro, filiados ao partido podem disputar o pleito no próximo ano

Solidariedade - A liderança desse partido, cujo registro eleitoral foi aprovado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), é atribuída ao deputado Paulinho da Força (foto), dirigente da Força Sindical, embora o advogado Marcílio Duarte se apresente como presidente da nova sigla. A sigla deve atuar em prol do presidenciável Aécio Neves (PSDB-MG). O MPE (Ministério Público Eleitoral) tentou barrar o registro da sigla após pedir à Polícia Federal para investigar supostas fraudes nas assinaturas coletadas pelo partido

Fonte: Bol, 10/09/14

Ibope: Dilma tem 39% dos votos, Marina, 31%, e Aécio, 15%

Do UOL, em Brasília, 12/09/14


Pesquisa Ibope divulgada nesta sexta-feira (12) mostra que a presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, tem 39% das intenções de voto, numericamente à frente de Marina Silva (PSB), com 31%, na disputa pela Presidência da República. Como a margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, não há mais situação de empate técnico entre as candidatas na simulação de primeiro turno, ao contrário do que acontecia na pesquisa anterior do instituto, divulgada no último dia 3. Naquele levantamento, o Ibope apontou que Dilma liderava com 37%, contra 33% de Marina.

O senador Aécio Neves (PSDB) aparece com 15% das intenções de voto. O candidato do PSC, Pastor Everaldo, tem 1% das intenções de voto. Os outros candidatos somados têm 1%, e 8% dos entrevistados declararam que vão votar em branco ou nulo. Dos pesquisados, 5% não souberam ou não responderam.

O instituto Ibope Inteligência entrevistou 2.202 pessoas em 144 municípios. A pesquisa foi contratada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). O levantamento está registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com o número BR-00593/2014.

Apesar de só ter sido divulgada hoje, a pesquisa foi feita entre os dias 5 e 8 de setembro. Já a pesquisa Datafolha divulgada no último dia 10 foi feita depois, entre os dias 8 e 9 de setembro.

Segundo turno


Simulação de 2º turno

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

  • Marina Silva

  • Dilma Rousseff

43%
42%
Brancos e nulos 10% Indecisos 5% - 12/09/2014
  • Dilma Rousseff

  • Aécio Neves

48%
33%
Brancos e nulos 13% Indecisos 6% - 12/09/2014
  • Marina Silva

  • Aécio Neves

51%
27%
Brancos e nulos 14% Indecisos 8% - 12/09/2014
O Ibope fez três simulações de segundo turno.

No primeiro cenário, Marina teria 43% das intenções de voto, em empate técnico com Dilma, que teria 42%. Neste caso, brancos e nulos somariam 10% e 5% declararam que não saberiam em quem votar.

No segundo cenário, Dilma venceria Aécio Neves por 48% a 33% dos votos. Neste caso, brancos e nulos somariam 13% e 6% não saberiam em quem votar.

Na terceira hipótese pesquisada, Marina Silva venceria Aécio Neves, com 51% contra 27% dos votos. Neste caso, os brancos e nulos somariam 14% e 8% não saberiam em quem votar.
Potencial de rejeição

A pesquisa CNI/Ibope não mede a rejeição -- percentual de entrevistados que não votariam em determinado candidato de jeito nenhum -- de todos os concorrentes na disputa pelo Palácio do Planalto, mas avalia o potencial de voto associado à rejeição dos principais postulantes. A presidente tem o maior índice de rejeição, com 42%. Marina tem 26% de rejeição, e Aécio, 35%.

Apesar de ter a maior rejeição, Dilma lidera o índice de entrevistados que afirmaram que votariam com certeza na candidata, com 32%. Dos eleitores, 26% votariam com certeza em Marina. Já Aécio tem 15% de certeza de voto entre as pessoas ouvidas pelo instituto.

Avaliação do governo Dilma

A avaliação do governo Dilma melhorou dentro da margem de erro, de acordo com o Ibope. Dos eleitores consultados pela pesquisa, 38% consideram a gestão ótima ou boa, contra 36% no último levantamento. Os entrevistados que avaliam a administração petista como regular são 33%, antes eram 37%. Os que consideram o governo ruim ou péssimo são 28% dos eleitores, ante 26% da pesquisa anterior.

Dos entrevistados, 48% afirmaram que aprovam o governo Dilma, no último levantamento eram 49%. Os que desaprovam são 46%, mesmo percentual verificado na pesquisa anterior. Não souberam ou não responderam 6% das pessoas ouvidas pelo Ibope – ante 5% de contagem anterior.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Dilma oscila para cima e empata com Marina no 2º turno, mostra pesquisa Datafolha

FábioBraga/Folhapress

As candidatas Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB) durante debate debate dos candidatos à Presidência da República promovido pelo UOL, Folha de S. Paulo, SBT e a rádio Jovem Pan, nesta segunda-feira (1º), no estúdio do SBT,em São Paulo

A pesquisa Datafolha, divulgada nesta quarta-feira (10), mostrou empate duplo na disputa pela presidência da república entre as candidatas Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB), segundo informações do jornal Folha de S.Paulo.

Na simulação de primeiro turno, Dilma tem 36% das intenções de voto contra 33% de Marina. As duas candidatas são seguidas pelo senador Aécio Neves (PSDB), com 15%. Os outros candidatos somam 4%.

Em relação à pesquisa anterior, a vantagem de Dilma no primeiro turno é um pouco maior (35% a 34%), mas o quadro continua sendo considerado de empate técnico, já que a margem de erro ainda é de dois pontos para mais ou para menos. 

No segundo turno, Marina perdeu dois pontos de uma pesquisa para a outra e Dilma ganhou dois pontos, gerando uma nova situação de empate técnico com as duas candidatas. A ex-ministra do Meio Ambiente tem 47% dos votos contra 43% de Dilma.

Em um possível 2º turno entre Dilma e Aécio, a candidata petista vence por 49% a 38%. Num eventual segundo turno Marina contra o tucano, a vitória é da pessebista por 54% a 30%.

A pesquisa Datafolha investigou a avaliação do governo Dilma. Os eleitores que avaliam o governo como bom ou ótimo são 36%. Outros 38% julgam a gestão como regular. E para 24%, é ruim ou péssimo.

As 10.568 entrevistas da pesquisa foram feitas na terça (9) e nesta quarta (10). O levantamento foi realizado por encomenda da Folha em parceria com a Globo Comunicações. O registro no (TSE) Tribunal Superior Eleitoral é BR-00584/2014.

(Com informações da Folha de S.Paulo)

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Campanha de Marina prevê queda nas pesquisas e traça meta por 2º turno



Depois de uma semana sob forte ofensiva dos adversários, o comando da campanha de Marina Silva (PSB) à Presidência da República já prevê "perda de substância" da candidata nas próximas pesquisas de intenção de voto. A ordem no comitê pessebista, porém, é manter o ânimo e a defensiva para levá-la ao segundo turno, mesmo diante de uma desidratação da ex-senadora.

Em reunião na noite deste domingo (7), em São Paulo, integrantes da campanha fizeram a apresentação de pesquisas encomendadas pelo partido, que mostram a estabilização do crescimento de Marina na última semana.

A candidata aparece como favorita para vencer a presidente Dilma Rousseff (PT) em um eventual segundo turno, mas sua vantagem diminuiu de dez para sete pontos de acordo com o Datafolha. Os números do PSB, que acenderam a luz amarela na campanha, apontam para uma diferença de seis pontos entre as duas se o segundo turno fosse hoje.

As pesquisas do partido foram fechadas na sexta-feira (5) e, portanto, não traziam ainda o impacto do escândalo de corrupção na Petrobras, em que o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos aparece na lista de políticos que podem estar envolvidos com o esquema.

Segundo a Folha apurou, a avaliação é de que Marina não pode sair da defensiva pelo menos nos próximos dias, diante dos ataques que vem sofrendo dos adversários. "A gente sabe que está em desvantagem e que vai perder substância. O importante é chegar no segundo turno, seja como for, porque o enfrentamento vai ser de igual para igual", diz um aliado de Marina.

CALCANHAR DE AQUILES

Durante o encontro, que contou com a presença da candidata e também de Beto Albuquerque, vice na chapa ao Planalto, integrantes da campanha sugeriram uma revisão de conteúdo no programa de governo, alvo de diversas críticas dos principais adversários de Marina na disputa presidencial, Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB).

A candidata do PSB, porém, rechaçou a proposta e a avaliação foi a de que uma terceira edição do texto, que já está em revisão, seria "um desastre".

Segundo participantes da reunião, o programa tinha que funcionar como um trunfo da campanha, visto que a candidata defende o debate de ideias e propostas, mas acabou se tornando seu "calcanhar de Aquiles".

Menos de 24 horas após a divulgação oficial do documento, a equipe de Marina divulgou nota em que reviu a posição da candidatura em relação à defesa do casamento gay e da criminalização da homofobia.

Rodapés que farão referência a trechos copiados de outros documentos, como no caso de direitos humanos e desenvolvimento sustentável, também serão incluídos na versão final.

Fonte: Folha de S Paulo, 09/09/14

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Escola Benedito Correa faz protesto no desfile de 7 de setembro

Professores prometem dar o troco nas urnas

Fechando a semana da Pátria, domingo dia 07, 21 escolas se fizeram presentes na Avenida Getúlio Vargas. Como ocorre em todos os anos novamente o atraso das escolas fez com que o desfile terminasse por volta de zero hora. O 53º BIS abriu a programação às 17 horas, seguido pela Policia militar e depois Corpo de bombeiros. 

A faixa conduzida por professores da Escola BCS é uma crítica a falta de consciência política que ainda impera em Itaituba

Em meio ao desfile caiu uma chuva repentina que retardou ainda mais o desfile, no momento em que a Escola Duque de Caxias adentrava a Avenida. O encerramento da programação foi feito pela Faculdade de Itaituba que mais uma vez brilhou na avenida demonstrando os avanços e a importância que a instituição vem tendo para Itaituba e região com a implantação, de diversos cursos de nível superior. 


Todas as escolas trouxeram faixas com frases alusivas ao tema oficial da Campanha desse ano que versou sobre A Paz é o Caminho, de autoria do pacifista Mahathama Gandi, um indiano que evitou uma guerra apenas com ações pacifistas. Mas outros temas pontificaram nos três dias de desfile aqui em Itaituba , sendo eles violência no Trânsito, leitura, família. 

A IFPA fez um protesto silencioso in memorian de uma aluna morta em acidente de trânsito quando sua moto BIZ colidiu com uma caminhonete que vinha em sentido contrário na Rod. Transamazônica.


Eles entraram vestidos de preto e sem acompanhamento de banda como maneira de chamar atenção do público e das autoridades no palanque para o que consideram problema grave: o Trânsito em Itaituba 

Faixa significativa da FAI, numa referência ao conhecimento sistematizado

curso de enfermagem é destaque na FAI

A 17ª Escola a entrar na Avenida foi Benedito Correa de Souza, de Ensino Médio que trouxe duas faixas de protesto sobre a situação política/administrativa de Itaituba. Os professores entraram mostrando as faixas ao público, mas quando passaram em frente ao palanque ao invés da leitura de faixas pelo locutor do evento, sua leitura foi censurada e colocaram um hino para esconder o ato de manifesto que mesmo assim não passou despercebido do público que inclusive aplaudiu entusiasticamente em apoio aos professores que tiveram a coragem de não se calar perante o que consideram desmandos e autoritarismo da prefeita.

Professor Abel, Diretor geral da FAI desfilando com sua esposa na av.Getúlio Vargas

As escolas trouxeram beleza e criatividade para a avenida entre elas a Marechal Rondon e o Centro Educacional Anchieta que já tem uma tradição de desfilar com glamour.

bailarinas em bela performance

tema desse ano versou sobre a PAZ



Fonte: Tribuna Tapajônica, 08/09/14

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Os riscos e limites na exposição dos filhos nas redes sociais

Fotógrafo americano cria mostra após ser alvo de críticas por publicar imagens da filha de dois anos nua

POR SÉRGIO MATSUURA / JOSY FISCHBERG

Exposição de crianças nas redes sociais. A mãe Gisella criou uma conta de histagram para mostrar a filha Laura para parentes. - Fábio Seixo

RIO - Bruna completa três anos no mês que vem, mas suas fotos com roupas extravagantes são acompanhadas por quase 27 mil seguidores pelo Instagram. A conta é de sua mãe, Desirrê Moraes, mas a estrela é a pequena garotinha. O que começou como uma forma de mostrar o crescimento da filha para amigos e parentes tomou proporções inesperadas, mas a popularidade repentina não preocupa Desirrê. Contudo, especialistas recomendam precaução quando o assunto é exposição de crianças na internet. Pesquisa recente da fabricante de antivírus AVG aponta que 80% dos pais com filhos entre 0 e 5 anos já publicaram fotos dos rebentos em redes sociais. E nem todos se preocupam com a segurança.

— Não acho errado o que eu faço. É normal as crianças quererem imitar os pais. No nosso caso, se transformou em uma brincadeira de mãe e filha, ela me pede para colocar looks para tirar foto, mas sempre respeito os limites dela — conta Desirrê. — Me falam que não é muito bom toda essa exposição, que a gente não sabe quem está olhando, mas nunca aconteceu nada. Eu até evito fotos com o uniforme da escola, mas não tenho muita preocupação.


Gisella Maria Quaresma Leitão é mais cuidadosa com a circulação de imagens da filha Laura, de apenas 11 meses. Logo após o nascimento, a bebê ganhou uma conta no Instagram, mas ela é fechada para amigos e parentes. A mãe também toma outros cuidados, como não publicar fotos de Laura sem roupa e não dar informações sobre a localização dos passeios e da casa onde mora.

— A gente não sabe quem está do outro lado. Existe o risco de sequestro, violência sexual — diz Gisella. — As fotos que eu publico são mais para os parentes que moram em outros estados. Mamãe coruja gosta de compartilhar tudo.

Essa é a recomendação de Débora Marcello, fotógrafa especializada em bebês e crianças. A tecnologia existe e deve ser usada, mas é importante ter bom senso. A internet não pode receber o mesmo tratamento que um álbum de família, pois o alcance das imagens compartilhadas é praticamente ilimitado. Informações sobre o local onde a criança estuda ou fotos que possam identificar a escolinha devem ser evitadas, assim como a marcação de localização dos passeios e fotografias dos filhos desnudos ou em situações embaraçosas.

— Ter o registro do crescimento dos filhos é uma coisa muito boa, é importante guardar essa lembrança — diz Débora. — Mas os pais devem ter algum cuidado com o que compartilham na internet.

Traçar o limite entre o que deve ou não ser compartilhado não é tarefa simples. O fotógrafo americano Wyatt Neumann virou alvo de xingamentos e ameaças na internet após a publicação de fotos que tirou durante uma road trip com a filha Stella, que completou três anos na última sexta-feira. Entre belas paisagens de campos e estradas, registros de momentos de descontração da menina, sendo que em alguns ela está despida ou com pouca roupa.

— Do dia para a noite eu virei um pervertido — conta Neumann. — Eu sou pai e fotógrafo que faz registros da filha, não um pedófilo.

Após intensa campanha de críticos, suas contas no Facebook e no Instagram chegaram a ser retiradas do ar e só retornaram por causa de amigos do fotógrafo que trabalham na empresa. Incomodado com a situação, Neumann montou a exposição “I feel sorry for you children: the sexualization of innocence in America” (Eu sinto muito pelos seus filhos: a sexualização da inocência na América, em tradução livre).


— A perversão está nos olhos de quem vê — diz Neumann. — Nós precisamos enfrentar o medo. As pessoas se privam de suas liberdades com medo que alguém possa fazer algum mal. Eu não vou podar a liberdade da minha filha por causa de meia dúzia de pedófilos.

Na mostra, instalada na galeria Safari, em Nova York, Neumann expõe algumas das fotos que foram alvo de críticas, mostrando os xingamentos que recebeu ao lado da explicação do momento fotografado. O próprio título da exposição foi retirado de uma mensagem que recebeu.

Que parâmetros ao retratar os pequenos?

Para o antropólogo e fotógrafo Milton Guran, coordenador do FotoRio, o Encontro Internacional de Fotografia do Rio de Janeiro, há algumas questões importantes que estão interligadas e se relacionam a essa situação. A primeira delas se refere aos limites do que é permitido ao se fotografar uma criança. Outra é a noção de pornografia. É necessário pensar ainda no direito dos pais de disponibilizarem imagens dos filhos e, por fim, nos novos parâmetros estabelecidos pela própria internet.

— O fotógrafo colocou as fotos na rede e uma grande quantidade de pessoas leu as imagens de uma maneira que ele não leu. São pessoas que provavelmente têm dificuldade de lidar com a sexualidade e a nudez, não estou dando razão a elas. Mas, quando ele coloca as fotos na rede, expõe a filha a esse tipo de olhar. E isso pode ser visto como uma falta de cuidado com a menina — diz o antropólogo.

Elis Monteiro, professora da FGV e da UVA e especialista em mídias sociais, reconhece que a vigilância agressiva da sociedade em relação a vários assuntos pode ser maléfica, mas a preocupação com questões como pedofilia deve ser levada muito a sério:

— É claro que há muito exagero por parte de quem escreveu para o fotógrafo agressivamente. Infelizmente, apesar de repudiar essas ofensas, acho que ele foi ingênuo e não valorizou o alcance da pedofilia e outros crimes praticados na internet e fora dela. Não saímos por aí mostrando fotos de nossos filhos nus para estranhos.

E qual seria, então, o limite para a publicação de fotos de crianças na internet? Para Carlos Nepomuceno, consultor de estratégia digital, o mundo vive um momento de transição e as pessoas ainda estão se acostumando às novas possibilidades e responsabilidades. Ter uma conta no Facebook ou no Instagram representa mais que se relacionar com amigos e conhecidos, é controlar um canal de comunicação. Cabe a cada um ter o bom senso para discernir o que deve ou não ir ao ar.

— Sobre a publicação das fotos das crianças sem roupa na internet, vai um pouco da cultura dos pais. Meus pais, por exemplo, não ficavam pelados em casa, mas na casa dos outros esse critério pode não existir. Tem pais que deixam os filhos sem roupa na praia. E aí? Como fica? O que é mais saudável? — questiona Nepomuceno.

Fonte: O Globo, 31/08/14

domingo, 31 de agosto de 2014

Cuidado com os rótulos!

Absolvido no mensalão, Paulo Rocha, candidato ao Senado, espera decisão favorável do TSE

Paulo Rocha, ex-deputado federal (PT-PA), tenta candidatura ao Senado

Embora diga concordar com a Lei da Ficha Limpa, o ex-deputado federal Paulo Rocha (PT), que renunciou ao mandato em 2005 para fugir da cassação após o escândalo do mensalão petista, espera que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) não aplique a lei no seu caso e libere a sua candidatura ao Senado pelo Pará.

A lei, aprovada em 2010 e aplicada pela primeira vez nas eleições de 2012, torna inelegível por oito anos o candidato que abrir mão do mandato para evitar ser cassado.

No entanto, Rocha alega que a sua renúncia se deu em 2005 -- portanto, antes de a lei entrar em vigor. Ele argumenta ainda que, depois do episódio, já concorreu outras duas vezes, em 2006 e 2010, sendo eleito deputado federal em 2006.

"Fui elegível duas vezes depois. Fui eleito deputado e cumpri os quatro anos de mandato. Em 2010, concorri ao Senado e recebi 1,7 milhão de votos. Só não sou senador porque fiquei em terceiro [naquelas eleições, estavam em disputa apenas duas vagas]", disse em entrevista ao UOL. 

O TRE-PA (Tribunal Regional Eleitoral do Pará), no entanto, no final de julho, acolheu impugnação movida pelo Ministério Público Eleitoral e um adversário de Rocha, Helenilson Pontes, candidato ao Senado pelo PSD, e rejeitou o registro da sua candidatura, enquadrando-o na Lei da Ficha Limpa. Rocha recorreu ao TSE e aguarda julgamento do seu recurso.

"Se na época cumpri todas as regras [para renunciar], por que a lei tem que retroagir?", questionou. "Pela coerência, espero que a Justiça faça justiça."

Apesar de não considerar justo virar "ficha-suja", Rocha diz concordar com o propósito da Lei da Ficha Limpa. "A vontade do legislador foi corrigir essas distorções dos candidatos. Concordo com a lei em si. Não tenho nenhum problema com a lei, mas a Constituição diz que nenhuma lei pode ser aplicada para trás."

Na época em que as denúncias do mensalão vieram à tona, Rocha era líder do PT na Câmara dos Deputados. Ele foi acusado do crime de lavagem de dinheiro por ter recebido R$ 820 mil do esquema, mas acabou absolvido pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em um empate entre os ministros (a lei prevê que, em caso de empate, o réu deve ser favorecido).

Indagado sobre o julgamento, Rocha respondeu que o dinheiro era para pagar dívidas de campanha e nunca foi para a compra de apoio parlamentar no primeiro governo Lula (2003-2006), conforme entendeu a maioria dos ministros.

"Não teve nada disso, era dinheiro de campanha. Eu fui fundador do PT, líder do partido no governo Lula. Acha que eu precisava de dinheiro por fora [para conseguir aprovar projetos]?", indagou.

Diante da insistência da reportagem para saber se tinha ficado satisfeito com o resultado do julgamento, Rocha se alterou e partiu para o ataque. "Você não está sendo mais repórter agora, está sendo inquisidora, não está mais sendo repórter. Nestes últimos anos, esse é um assunto que já foi falado. Você está sendo inquisidora."

Em seguida, a ligação telefônica caiu e a reportagem não conseguiu mais falar com o ex-deputado.

Segundo pesquisa Ibope divulgada em 16 de agosto, Rocha tem 16% das intenções de voto e segue tecnicamente empatado com outros três candidatos: Mario Couto (PSDB), com 16%, Duciomar Costa (PTB), com 14%, e Jefferson Lima (PP), com 13%. A margem de erro é de três pontos para mais ou para menos.

Fonte: Uol, 31/08/14

As idas e voltas da Marina Silva

Primeiro o Jean Wyllys falou que votaria nela, caso ela apoiasse a causa dos gays! Então ela apoiou! Depois o Malafaia disse que não votaria nela caso ela apoiasse a causa dos gays. Ai "desapoiou"! Veremos amanhã o que ela vai decidir, se apoia ou não a causa! Primeiro vai pesquisar se no Brasil tem mais evangélicos votantes do que gays votantes, ai sim ela decide.

Plano de Marina defende causa gay e aborto no SUS

Programa de governo da candidata do PSB traz medidas de caráter progressista na área de comportamento e conservadoras na área econômica

Alexandre Severo/EXAME
Marina Silva: Programa do PSB prevê adoção por casais homossexuais e criminalização da homofobia

O programa da candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, divulgado ontem, combina promessas de uma política econômica conservadora do ponto de vista do mercado financeiro, com a independência do Banco Central garantida em lei e a redução da presença do Estado em atividades econômicas, com uma série de medidas de caráter progressista na área de comportamento, como a defesa clara das causas homossexuais.

A candidata, que, segundo pesquisas, teria o dobro do voto dos eleitores evangélicos num possível 2.º turno com a presidente Dilma Rousseff, incorporou ao seu programa as principais reivindicações do movimento gay, entre elas a adoção de crianças por casais com pessoas do mesmo sexo e a criminalização da homofobia.

Em relação ao aborto, a ex-ministra promete a regulamentação de sua prática em hospitais da rede, nos casos já legalmente autorizados.

Os acenos da candidata ao mercado financeiro aparecem em quase todo o programa de 242 páginas.

Um dos mais visíveis é a independência do Banco Central, promessa que não foi assumida nem pelo candidato Aécio Neves, cujo partido, o PSDB, é o mais identificado com o mercado financeiro.

Segundo o programa da candidata, é preciso "assegurar a independência do Banco Central o mais rapidamente possível, de forma institucional, para que ele possa praticar a política monetária necessária ao controle da inflação".

Ao enfatizar a "recuperação do tripé econômico", indica uma política mais ortodoxa do que a do atual governo em relação às metas de inflação, câmbio flutuante e superávit primário - a reserva que o governo faz em caixa para pagamentos de juros da dívida.

Ela se compromete a conter a inflação "sem recorrer a controle de preços que possam gerar resultados artificiais".

É uma crítica a Dilma, que teria contido aumentos, como o de combustíveis, para evitar estouros na meta de inflação. Ao falar de reforma tributária, Marina promete não elevar a atual carga de tributos, prometendo até "redução dos impostos sobre faturamento de empresas".

Menos Estado

Marina também sinaliza a possibilidade de encolhimento das atividades dos bancos estatais, como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, além do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Isso abriria mais espaço para os bancos privados nos mercados imobiliário e agrícola, entre outros.

Ao mesmo tempo que fala em reduzir a presença do setor estatal, meta que afina com a cartilha econômica liberal e tende a desvinculá-la de seu passado petista e estatizante, Marina também se preocupa em se distanciar da sombra de fundamentalismo evangélico que a acompanha desde a campanha de 2010.

Ao contrário do que fez naquele ano, quando concorreu à Presidência pelo PV, nesta eleição abrigou em seu programa as principais reivindicações do movimento de defesa dos interesses de minorias sexuais.

No capítulo 6 do programa, a candidata, que é evangélica, promete apoiar no Congresso "propostas em defesa do casamento civil igualitário, com vistas à aprovação dos projetos de lei e da emenda constitucional em tramitação, que garantem o direito ao casamento igualitário. Ela também promete articular a votação do projeto de lei que equipara a discriminação baseada na orientação sexual e na identidade de gênero àquelas já previstas em lei para o racismo.

Todas as tentativas de aprovação dessa lei foram barradas até pela bancada evangélica, que vê nela o risco de pastores sofrerem sanções legais por pregarem contra a homossexualidade. Em relação à adoção por casais de pessoas do mesmo sexo, o programa promete agir para "eliminar obstáculos".

Marina incluiu também o combate à homofobia no Plano Nacional de Educação. Na prática é a retomada do projeto que Dilma abortou em 2011, alegando que seu governo não faria propaganda de orientação sexual. Parlamentares evangélicos e conservadores chamaram de kit gay o material que seria distribuído nas escolas.

A candidata evitou polêmica ao recuar de trechos de seu plano preliminar referentes à participação popular. No texto prévio havia a promessa de criação de "mecanismos de controle social sobre os políticos eleitos". Em sua empreitada para garantir que respeitará as instituições, Marina suprimiu o trecho. Manteve, porém, a defesa da Política Nacional de Participação Social de Dilma, que recomenda a criação de conselhos populares para acompanhar os trabalhos do governo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Estadão, 30/08/14