O aumento dos preços da cesta básica voltou a corroer o poder de compra das pessoas que ganham o salário mínimo, invertendo uma tendência que marcou quase todo o período do governo Lula e o início da gestão Dilma.
Nos 12 meses encerrados em março, o valor da cesta básica nas 
principais capitais teve a maior alta dos últimos dez anos. Em São 
Paulo, subiu 23,1%, segundo o Dieese. No Rio, aumentou 22,7%; em 
Brasília, 22,5%, e em Salvador, 32,6%. Já o salário mínimo avançou 
apenas 9% no período.
Até então, o que vinha ocorrendo era o inverso: o salário mínimo 
ganhava poder de compra em cima da cesta básica ano após ano, com 
exceção de uma pequena perda em 2010, mais do que compensada em 2011 e 
2012.
O gráfico abaixo deixa isso claro. Mostra qual a parcela do salário 
mínimo, em termos porcentuais, que fica comprometida com os produtos da 
cesta básica. Em março de 2003, por exemplo, essas mercadorias consumiam
 91% do mínimo em São Paulo. A proporção foi caindo sistematicamente até
 chegar a 48% no ano passado.
Nos últimos 12 meses, no entanto, houve uma alta significativa, e a 
proporção subiu para 54%. Em outras palavras, ao contrário do que 
ocorria no ano passado, hoje o salário mínimo deixou de ser suficiente 
para comprar duas cestas básicas.
No ano que vem, o aumento do mínimo deve ser menor, porque seu 
cálculo que leva em conta o PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos 
antes. Em 2014, o reajuste vai se basear no crescimento econômico de 
apenas 0,9% registrado em 2012.
Fonte: Blog Achados Econômicos, 13/04/13








