Quem acompanhou a propaganda eleitoral de 2006, ouviu quando a então candidata ao Governo do Pará, Ana Júlia, do PT, disse com todas as letras que ela valorizaria os trabalhadores da educação. a sua fala foi tão enfática, convincente que nós acreditamos. Foi essa fala que garantiu a vitória de Ana Júlia, naquela eleição.
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A partir da posse, gradativamente, a governadora começou a dizer a que veio. Acordos espúrios, máquina governamental emperrada, nomeações de pessoas que sempre se opuseram as lutas dos trabalhadores e de militantes ou simpatizantes de seu Partido, sem a menor condição técnica de assumir o comando de algum órgão ou mesmo de fazer parte de uma equipe de trabalho.
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Algumas secretarias de governo, até a presente data, parece que não sabem bem qual a sua competência constitucional e a sociedade é quem sofre com os desmandos, com o desgoverno, com a falta de compromisso de um mandato que se diz popular. Mas, popular porque? Porque se distancia da população, porque realiza obras sem licitação, porque mente para a população pregando mudanças? A SEDUC já tem o quarto secretário nesse mandato e os professores paraenses são os últimos do Brasil em termos de vencimentos salariais. Progredimos em quê?
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O que ficou, para o povo paraense, de saldo do famoso PTP - Planejamento Territorial Participativo? Em quantos e quais municípios as obras do PTP e de responsabilidades do Governo do Estado foram realizadas? Fora desse plano, nesse mandato, em Itaituba, o Governo tem algumas obras começadas, não concluídas e praticamente abandonadas como é o caso do IML, da sede do Corpo de Bombeiros e da Escola Estadual Benedito Correa de Souza, onde há indícios de superfaturamento e que está parcialmente parada, por falta de pagamento dos funcionários da Construtora EMOB, que alega não está recebendo conforme o pactuado. Itaituba é o nono colégio eleitoral do Pará, é o município mais desenvolvido da região do Tapajós. O que tem mais para Itaituba, onde ela morou quando trabalhava no Banco do Brasil? Itaituba só merecia isso?
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Voltando a Educação. Projeto de lei, de 07 de maio último, encaminhado ao Legislativo, não valoriza o professor que está a décadas cumprindo o seu papel social, ao estatabelecer percentuais menores e retirar parte das suas vantagens configuradas na chamada progressão funcional horizontal. Se governadora atuasse na Educação certamente não faria esse papel rídiculo, inaceitável de prejudicar tão nobre processo que só é prioridade nos discursos de palanques eleitorais.
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Mas, registro aqui que a governadora, se não mudar o rumo, conseguirá alguns feitos históricos. O primeiro é fortalecer o SINTEPP, que nesse momento, representa a tábua de salvação quando reúne, discute, organiza e encaminha os interesses dos trabalhadores da educação pública. O segundo é fazer campanha eleitoral contra si própria, uma vez que pretende disputar a reeleição.
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Se não mudar o curso desta história, sabe quando a governadora será votada macissamente, outra vez, pelo pessoal da educação: nunca mais.